"Por que tudo isso está acontecendo comigo?!" me questionei enquanto minha mente entrava num flashback. A voz de uma pessoa me oferecendo poder era notável. Sentia ódio. Muito ódio, diante de toda aquela situação. Os ninjas adversários não tinham qualquer escrúpulo. Eles matavam, torturavam e cometiam inúmeras outras coisas sem o menor sinal de remorso. Atitudes as quais me deixavam mais furioso. Não obstante, a dor também ficava cada vez mais forte na região de meu pescoço. Um entrave psicológico estava para ser travado.

Aos poucos, perdia o controle de meu corpo. Podia me sentir cedendo à insanidade. Tudo o que eu mais desejava era matar, aniquilar, esquartejar aqueles homens à minha frente. Deixar o selo amaldiçoado dominar meu corpo, hein?! Não parecia tão ruim assim. No momento em que estava cedendo ao poder do selo amaldiçoado, uma estranha imagem surgiu em minha mente. Uma silhueta claramente feminina. Ela estava de costas enquanto dava risadas. A cor e formato de seus cabelos, além de sua maravilhosa risada, não deixavam dúvidas: tratava-se de minha estimada mãe. Ela se virou por um momento, mais parecendo um anjo e começou a conversar comigo.
— Você vai matá-los, não é, Komamura-chan? — indagou em um tom calmo sentando-se.
— Eu não sei, mamãe. Estes homens são malvados, eles feriram meus companheiros. Eles merecem isso. — respondi tentando justificar minhas atitudes.

Um tapa na minha cara de forma abrupta.
— Eu não criei um filho para ele crescer e se transformar em um assassino. — postergou com um sorriso no rosto.
Passei a refletir naquele momento sobre toda minha vida. Meu pai, meus avós, minha família, meu clã, minha vila, o raikage, meus companheiros e a minha finada mãe. Tudo passou na minha mente, a imagem de cada pessoa e vila circundou minha imaginação. Aos poucos, fui lembrando-me do que era importante.
— Você é uma pequena lagartinha ainda, Komamura. Mesmo tendo dominado todos os segredos do clã, você ainda não alçou voo como uma bela borboleta. Seu pai, seus avós, eu, todos te amamos e você também nos ama. — disse, enquanto se erguia. — Você é um rapaz disciplinado, aquele que defenderá a vila e todos os seus preciosos companheiros a qualquer custo. Contudo, matar não é correto, ceder ao ódio também não. Mostre o seu espírito de shinobi, você já é um Chunin, a elite da vila.

As palavras de minha mãe foram como um baque para mim. De fato, sempre levei minha disciplina muito a sério. Não era de meu feitio ceder ao ódio e coisas do gênero. Era hora de enfrentar a dor e o ódio com uma determinação poderosa. Aos poucos, me ergui, tomei controle do meu corpo e comecei a ver as coisas com outros olhos. Se não odiasse, eu ainda seria capaz de lutar de modo digno, sem precisar, portanto, me transformar em alguém que eu não era. Aos poucos, recobrei meu estado normal, sem mais precisar utilizar daquele poder do selo, pelo menos não daquele modo.
— Sabe, senhor-san, pode ficar com o seu ódio. Eu prefiro ficar com minha disciplina. Certo, mãe? — contei de maneira confiante.
— Vamos, filho, está na hora de lutarmos com tudo. — falou enquanto segurava minha mão esquerda.

Determinado, fiz o controle de calorias. Naquele momento, com força, velocidade e chakra adicionais, acordei do flashback e simplesmente dei um salto com tudo para trás. O intervalo entre ter recobrado a consciência e o salto não teria sido maior que um milésimo de segundo. Um piscar de olhos, em outras palavras. Com isso, provavelmente, teria evitado os ataques dos adversários.
— Eu me chamo Akimichi Komamura! E vou derrotá-los em nome de meus preciosos companheiros e vila. — bradei determinado à fazê-lo.
Naquele momento, retirei meu bastão das costas e engoli alguns doces, pois era hora de uma boa peleja. Não mais sentia dor na região do pescoço, ou via mais aquelas visões. Tudo aquilo tinha dado espaço à minha real força: minha disciplina e devoção pela vila. Se quisesse ser considerado um verdadeiro ninja de Kumo, meus pensamentos não deveria dar mais espaço para outra coisa senão isso.
Komamura; 500/500 1040/790

Considerações:

Armas básicas:

Nyoi-bō:

Cho Choji Modo: