Era cedo, alguns minutos apenas após o primeiro raio de sol. Meu dedos já haviam sido estalados sete vezes, e por sete vezes eu amaldiçoei este maldito costume. Meu local de treinamento me recebeu com lembranças nostálgicas: Foram e seriam longos dias de treinamentos por entre aquelas rochas degastadas. O primeiro soco ecoou em ossos estalando, pedras tremendo, e alguns pássaros voando. Estalei o dedo e continuei.


O treino daquele dia concentrava-se na dominação de novas naturezas elementais, sendo estas especificamente doton e suiton. Por lógica, antes de qualquer aprendizado, é prudente uma avaliação mental das coisas a serem feitas, de modo a elaborar melhor cada etapa e por consequencia estar mais bem preparado para cada uma destas, retirando assim o máximo proveito do treinamento geral.

Sendo assim, comecei anotando mentalmente as características do primeiro elemental: Doton, responsavel por manipular terra e rochas de maneira geral, além de controlar qualquer coisa relacionado a isto. Engobla principalmente por técnicas que envolvam resistência e força. O treinamento vai ser dividido em concentração de chakra de maneira a manipular o elemento inicialmente, mover pequenas pedras, depois passar por uma itensa caraga de tentativa e acerto ate conseguir mover rochas médias, e por fim tentar transformar o próprio chakra em terra. Em seguida, Suiton, elemento capaz de manipular e controlar a água em seu estado líquido ou próximo deste. Suas técnicas são de grande maleabilidade e abragência. Vai ser treinado de maneira semelhante, començado por concentrar e mover gotas de água, tentativa e acerto para mover quantidades médias, e por mim transformar o chakra em água.

Feitas as análises, o começo era iminente.

[...]

Comecei liberando meu chakra e deixando ele fluir sobre meu corpo por alguns segundos. Antes que ele se perdesse por falta de foco, concentrei-o sob meus pes nos pequenos restos poeirentos de pedras. O brilho reluziu meu fracasso e nada progrediu além da minha decepção. Estalei o dedo, tomei um analgésico e me preparei para as infidáveis horas de treino. Concentrei chakra novamento nas pedras e nada. Mais uma vez, outra vez, e mais algumas vezes. Na sexta ou sétima tentativa as pequenas pedras rolaram para lá e para cá, completando minha primeira inteiração com o elemento doton.

Prossegui repetindo o sucesso anterior afim de transmitir meu chakra por entre a poeira para uma rocha mediana que estava a frente. Ele perpassou por entre a pedra sem fazer conexão, ou se fez eu não fui capaz de distinguir devido a, possivelmente, uma fraqueza do meu controle. Tentei novamente exaurindo parte considerável do meu chakra, tentando suprir minha falta de habilidade com excesso de esforço. Foi como se eu tivesse dado um soco contra uma parede: Por mais que a pedra permanecesse parada, fui capaz de pelo menos tentar sua manipulação. Repeti, repeti, e repeti. O suor escorreu no mesmo momento em que a rocha média moveu alguns centímetros. A partir dai, não demorou muito para eu fazer daquela pedra média um extensão do meu próprio punho.

A terceira parte era transformar meu próprio chakra em terra, e daí aumentar drasticamente minhas reservas de habilidade. A energia fluiu por entre a poeira, e a pedra média, até retornar a mim e eu tentar impor as características do elemental de maneira contundente: Tentei criar um muro de terra a partir do nada. Na primeira tentativa uma linha no chão se fez e um projeto de parede subiu até a altura do meu joelho. Na segunda, chegou até meu abdômen. Na terceira, sobrepôs minha visão. Na quarta e última, eu conseguia criar algo realmente monstruoso e capaz de me defender de ataques proporcionais.

Embora eu tivesse dominado o elemento por fim, o gasto de chakra era absurdo e eu quase não conseguiria usar aquela técnica outra vez. Isso se dava, evidentemente, pela falta de jutsus e selos de mãos específicos para organizar o meu chakra da melhor maneira possível. Porém, tendo dominado a base, os jutsus provenientes viriam uma hora ou outra e por isso parti imediatamente ao outro elemento.

De maneira resumida, as etapas foram semelhante, substituindo apenas os alvos: A poeira de pedra eram gotas de água, a rocha média era uma poça líquida, e o muro de terra era um obstáculo aquoso. Demorou relativamente menos porque as etapas do aprendizado, além de planejadas, foram também testadas, eliminando ainda mais as chances de erros.

As gotas demoraram apenas três tentativas para começarem a se mexer, e na quarta eu já conseguir perceber a perfeita dominação enquanto que paro o outro eu demorei seis ou mais tentativas. O próximo passo, a poça líquida, rapidamente fora acoplada a manipulação das gotas e não mais que duas tentativas. Meu chakra perpassou por cada parte daquela unidade líquida e eu já pude controlar seus movimentos de maneira ligeira. O último demorou exatamente a mesma quantidade de vezes que o anterior, quatro longas tentativas. As variações de elemento eram sutis, mas existiam: Um pouco mais de chakra fazia o doton permanecer, enquanto o suiton desmanchar. Mas, finalmente, tentando parte a parte, eu conseguiria a dominação almejada.

[...]

As costas doíam não só pelo esforço, mas também pelas cicatrizes que ardiam sempre mais. Analgésicos, um estalar de dedos, e eu finalmente retornei para o vilarejo.

Spoiler:

Status
CK: 30%; HP: Full.