Opposite side by side

Never trust anyone too much
remember the devil
was once an angel.

Sua instância de madeira fedia podridão, aquele clima ameno outrora inovador, emanava descrença e desânimo na agora pacata aldeia. A situação que se desenvolveu no centro da floresta da morte repercutiu dentre os aldeões e ninjas da aldeia da folha, se tornou uma história hilária e horripilante de se contar: “Um malvado vilão da perdida linhagem Uchiha, outrora folha, retornou em busca de vingança em um dos eventos festivos. Portador de poderes ocultos do Sharingan, espalhou o terror e a dor no que era pra ser um teste de habilidades. Contudo, não foste suficiente para matar os cinco gennins que lá resistiram, tendo feito ainda dois destes, ações heroicas. Um deles ficara conhecido como Demônio Branco, um garoto poderoso provido de habilidades grotescas como tentáculos e asas de carne, que destacava-se pelo seu cabelo nevado.”. Dessa forma, independentemente para onde se locomovesse Shiroshi dentro da aldeia, era impedido de transitar normalmente. Gritos emanavam com sua alcunha, dedos apontavam, olhares se fixavam e o garoto não se incomodava nem um pouco com tal situação, visto que para ele a opinião alheia era como lixo.

Dias se passaram após o incidente, dias se passaram e o rapaz não avistara a garota que fazia brilhar seus olhos. Dias monótonos haviam retornado em séria relevância e para que isso não se tornasse fato, diante da situação em que o garoto devia se manter em constante amadurecimento e fortalecimento, o jovem ninja decidiu criar um treino regular para que sua capacitação mental e corporal não fosse desgastada com o tempo. Dessa forma o jovem ninja esquematizou em sua própria mente um rotina em que se baseava em duas etapas intercaladas; uma etapa de treino mental, no qual exercitaria a leitura, a reflexão, a filosofia, raciocínio lógica e bases estratégicas; e outra etapa em que se basearia em esforço físico, resistência e principalmente velocidade máxima, visto que na sua estratégia antes usada, fora essencial sua velocidade.

Era um início de uma manhã repleta por pássaros que aproveitavam aquele clima nada agressivo, seus sons se entrelaçavam na mais sinfônica harmonia. Sortudo, o jovem acordara presenciando essa orquestra e saboreou por breves momentos de paz e relaxamento criado pelos pobres pássaros que também eram vítimas da lei da vida; da cadeia alimentar; onde seriam devorados a qualquer momento por um gato esperto ou um gavião faminto. Não deixando com que se esvaísse muito tempo naquele local, Shiroshi logo saltou de sua carcomida cama preenchida por palha.

— Eu ainda vou me livrar de você... – comentou a si próprio notando a instabilidade daquela já acabada cama, afinal o garoto já possuía bastante dinheiro para ao menos viver com um pouco de qualidade. Mas se importaria ele, realmente, com essas futilidades?

O foco era notório no sagaz garoto, não se deu o trabalho de se prontificar, vendo que no momento ele não sairia de sua residência. Se higienizou e se certificou de deixar um local plano e livre o suficiente para o que seria feito. Recolheu dezenas de pergaminhos e livros empoeirados de um quarto escuro de sua casa, não se preocupou em limpá-los contanto que continuassem legíveis e desenrolava-os em sequência e por categoria. Devidamente alinhados, o garoto sentou-se ao plano e iniciou sua leitura por um pergaminho que discorria sobre estratégias de batalhas, uma visão além do que se enxergava em lutas e habilidades. Um campo de batalha sempre estará sujeito à artimanhas que fogem do comum, visto que o teor de inteligência e sagacidade de cada ser é variável a pontos extremos. Nesses explicam uma visão de batalha baseada no antigo jogo de tabuleiro, o xadrez. Perspicácia era notória no garoto, visto que absorvia ligeiramente os conteúdos ali apresentados, seu conhecimento se tornava cada vez mais aguçado.

Dentre esses montantes de letras e palavras, o garoto ao finalizar a interpretação na área estratégia, passava a usufruir de uma coletânea de livros que argumentavam e detalhavam as situações apresentadas e causadas por ilusões. As diversas possibilidades apresentadas diante de um ilusionista, tecnicamente falando, usuário de genjutsu. Uma área que trabalha unicamente e exclusivamente com o cérebro humano, que devido ao seu teor e magnitude, se torna possível realizar diversas reações reais em um corpo, sejam elas negativas ou não. Situações agregadas ao combate que envolviam ilusões, como se manter sempre perceptivo diante de possíveis ilusões, buscando sempre relevar a situação “anormal” apresentada e se focar em maneiras e possibilidades de anular internamente ou externamente essa condição a ele aplicada

Horas e horas se passaram e a luz do sol contornava completamente o globo terrestre, emergindo do universo, a escuridão da noite que chegava. Os conhecimentos e capacidade intelectuais do garoto foram, por mais que em apenas um dia, incrementadas demasiadamente, visto que o conteúdo apresentado a ele naquelas horas foi totalmente absorvido através da facilidade apresentada pelo espero garoto. Ele não possuía tempo em excesso, logo aquela rotina não poderia se estender mais do que o necessário, dessa forma, Shiroshi se contentou com seu resultado e sua rapidez.

[...]

Outro dia alcançava as trevas que eram dissipadas aos poucos, a humidade era baixa, pólens liberados pelas flores das florestas já eram notados pelos aldeões com alergias. O sol brilhava, independentemente de sua intensidade, o garoto despertava repleto de contentamento e humor. Dedicou um pouco de tempo para organizar os materiais no dia anterior usados e se dirigiu para o banheiro em prol de um banho relaxante naquela manhã reconfortante. O garoto estava contente, ele refletia sobre algumas situações um tanto quanto convenientes.

“Não é ruim... Eu queria ser reconhecido como parte dessa sociedade, que minha linhagem fosse aceita. Eles me reconhecem como herói. Já é um grande passo...” – se perdia em pensamentos otimistas ao refletir sobre a situação de sua conquista de outrora.  “Mas eu não posso me esquecer que quem me deixou assim foram os próprios humanos. Sua arrogância em tornar aceitável apenas o que lhe beneficia. E eles ainda não desfrutam do fato de que eu necessito de carne humana para sobreviver...” – contornava todo o caminho otimista antes feito pelo bom humor em que acordara, aquela conquista não iria mudar nada na mente de seres arrogantes. “A única que ficará do meu lado, será Reika!” – concluiu o garoto no meio daquele banho quente, se entregando completamente para a garota.

A sequência de seu treinamento não se baseava em nenhum princípio complexo ou embasamento profundo, seria algo contínuo e que certamente daria frutos, visto que outrora já exercitara esse quesito. Com sua estabilidade mental alcançada, suas metas e ideais reorganizados, o garoto trajou dessa única vez – possivelmente pela influência daquela garota em sua vida – uma camiseta de mangas médias, na cor púrpura e com detalhes na língua inglesa, retratando uma violeta; portava também um short longo e chinelos. Decidiu por simples agrado que aquele seria o traje que marcaria sua evolução desejada e dessa forma deixou sua residência e caminhou para algum lugar no qual ainda não sabia.

Dessa vez o garoto estava fora de sua residência, na qual as pessoas mantinham distância devido a sua aparência tenebrosa, e dessa forma tumultos de pessoas passaram a se aglomerar e impedir que Shiroshi avançasse para seu rumo. Persistiu em caminhar e apenas ignorar as pessoas eufóricas que pediam uma assinatura ou perguntavam incansavelmente sobre como fora o dia em que sobreviveu ao lendário sharingan. Talvez aquilo estivesse se tornando irritante gradativamente, exercendo certa pressão sobre garoto que dispunha de um limite invejável de paciência e serenidade. Contudo o garoto, se deixou levar pela situação e acabou emanando sua ironia.

— Vocês não se tocam? Se acham que eu resisti àquilo por sorte do destino, estão completamente enganados. Se não querem que o próximo encontro se torne um cenário desastroso, me deixem em paz. Eu preciso treinar. – extrapolou em palavras o garoto, perdendo a paciência com aquela situação.

As pessoas abismaram-se com a reação do garoto, talvez o mesmo não fosse tal simpático e amigável para um herói. Elas se afastaram imediatamente e permaneceram em uma distância aceitável, mantendo ainda os olhares impressionados no garoto. Resmungando e talvez um pouco irritado, o garoto prosseguiu seu trajeto, que agora ultrapassava as muralhas da aldeia. Se viu fora da aldeia, fitou por alguns momentos a grandiosidade daquele lugar, uma potência ninja e comercial. As muralhas e extremidades da aldeia circundavam um local bem agradável para realizar seu objetivo, afinal, o que fariam pessoas ao redor da aldeia? Dito e feito, o garoto se pôs a correr em passos e picos de corrida ritmados, não se expondo ao extremo cansaço ou descontrole. Ele intercalava a sua velocidade entre o pico e o fator constante.

[...]

Cinco dias se passaram... e Shiroshi? Bom, sua rotina manteve-se firme até então, talvez tenha demorado além do esperado, afinal, os resultados não seriam notórios imediatamente. Contudo, incessantemente durante os dias decorridos, o garoto seguiu a sua rotina de corrida, intercalando os picos de velocidade e continuidade da constância. Por final o garoto interrompeu a rotina para dar sequência a outros objetivos, pois o antes proposto havia então sido completado, tendo sua velocidade incrementada devido aquele treino contínuo e extensivo.

Considerações:

Yoshimura Shiroshi
Sangue: 650/650
Chakra: 530/530

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