Some strength

Never trust anyone too much
remember the devil
was once an angel.

Havia encerrado mais uma etapa de seu desenvolvimento shinobi, Shiroshi realizava – sempre – uma prévia análise do que seria necessário para que sua preparação produzisse frutos o suficiente para enfrentar o pior que poderia vir. A missão que o fora dado acabou, seu oponente estava morto, mas nada disso contentava o ego do garoto. Não notava-se um único sorriso ou comemoração pelo êxito. Tudo isso, pelo fato de sempre estar se cobrando, ansiando por força, por conhecimento, por habilidades – pelo desenvolvimento. Independentemente do quão eficaz fosse estratégias, velocidade e sua linhagem sanguínea, ainda o faltava algo, e Shiroshi conclui que um dos fatores mais urgentes à serem aprimorados era a sua força.

— Acho que eles não vão crescer se eu não exercitá-los – questionou a si próprio enquanto reparava em seus músculos, que eram totalmente desprovidos de força. — Preciso aperfeiçoa-los! – decidiu Shiroshi enquanto se olhava no fragmento de espelho que possuía dependurado por um prego em um canto da parede de seu quarto.

Aquele dia havia sido escolhi pelo garoto para ser um dia árduo de treinamento, ele estava decido a se esforçar e se esgotar em prol de obter uma força ao menos considerável para um ninja – fora que, para usar uma de suas habilidades em força total, Shiroshi dependeria da magnitude de sua força. O rapaz ajeitou rapidamente o que havia de ser ajeitado em sua residência, e recolhendo suas tralhas e partiu, para algum lugar, só não sabia onde. Dirigiu-se para fora da vila, e realizou uma trilha à procura de algo que necessitasse de força ou esforço para ser realizado.

— Não vou encontrar nenhum saco de areia para espancar por aqui... – se conscientizou ao notar que estava em um campo repleto por grama e com árvores espalhadas pelo mesmo.

Contudo, o fato de que não seria fácil adquirir algo que nunca o interessou até o momento não era novidade, e sabendo disso, Shiroshi não se deu por vencido e continuou a andar enquanto tentava em sua mente, bolar algo naquele meio que pudesse aprimorar seu desempenho muscular. Durante sua caminhada em passos lentos, num descuido Shiroshi tropeça em alguns fragmentos de rochas que estava sobre o solo. Ainda encucado com a situação que afetava o desenvolvimento de sua força, num ato irracional, Shiroshi recolhe uma dessas pedras e as arremessa contra o nada. A distância que percorrera a pedra – mesmo ao usar toda sua força – causou espanto ao garoto, que num choque notou que nem arremessar decentemente uma pedra ela conseguiria. O mesmo valeria para suas armas básicas – as quais foram lhe dadas após sua graduação na academia ninja – afinal sua precisão em lança-las e a distância percorrida por elas dependeria da força de lançamento. Tais raciocínios passaram pela primeira vez na mente de Shiroshi que finalmente havia resolvido seu dilema.

— Não preciso de nenhum milagre. São apenas músculos. – resmungou enquanto ajeitava seu cabelo que havia se esparramado ao arremessar a pedra.

Dito isso, o jovem ninja recolheu várias pedras e as acumulou próximas a uma região plana e relativamente aberta. Alongou seus membros e suas articulações e então pôs-se a arremessar as rochas em uma única direção repetidamente. As rochas não percorriam uma direção única, se dispersavam em rumos tortos ao que Shiroshi tentava atingir. Inicialmente as pedras alcançavam aproximadamente uma marca de quinze metros, sem precisão alguma. E naquele processo prosseguiu por várias horas, tendo que recolher todas pedras que havia recolhido num total de sete vezes, pois todas elas haviam sido arremessadas.

— Arf... arf... arf... Acho que já deu. – expressava-se exausto ao cair sobre o gramado recheado por geada que caíra na manhã daquele dia.

O garoto estava caído sobre o gramado, mas aquilo não representara cansaço. As últimas quarenta pedras arremessadas estavam todas acumuladas em um monte, num único rumo, e a exatamente trinta metros de onde arremessava. O progresso era notável, afinal, fora um dia inteiro composto por um único movimento que ao se repetir e se esforçar, aperfeiçoou-se. Dominado pelo cansaço, Shiroshi se dirigiu a sua casa por meio de uma caminhada lenta e torta, enquanto o mesmo tentava estalar as juntas de seus dedos, muita das tentativas falhas. Chegou em seu quarto, e sem nem pensar em nada, debruçou-se sobre sua velha cama e adormeceu.

Despertando no dia seguinte, o garoto não esperou sua consciência se reconstituir por completa e já fora para seu banheiro para remover todo o suor que com ele passara uma noite. Em seu banho, enquanto lavava calmamente seu tórax cheio de cicatrizes, analisava a situação que era realmente compensadora. Concluiu seu banho e se trocou numa velocidade incrível, afinal, não queria perder o precioso tempo que podia se converter em treino. Já vestido como de costume, abaixo dos céus que pregavam o mesmo clima regente pelo inverno, seguiu para o local do dia anterior. Chegando no local, o garoto se direcionou para frente de uma árvore e se posicionou a vinte metros da mesma; havia decidido treinar arremessos de precisão naquele dia e com isso sacou de sua bolsa de equipamentos uma kunai bem afiada e a lançou com toda sua força contra o tronco da árvore. A arma não alcançara nem a metade do percurso para atingir a base do tronco da árvore. Revendo as dimensões de lançamento, Shiroshi se reposicionou e agora estava a dez metros de distância da árvore, e agora em uma nova posição, após recolher a kunai lançada, o garoto realiza um novo lançamento, novamente com toda sua força e mirando o centro do tronco. Dessa vez a kunai alcançara a árvore, contudo não a acertara e passou sem rumo ao lado direito.

— Que saco. – resmungou Shiroshi em aceitar que arremessos com grande teor de precisão era totalmente diferente de arremessar rochas.

Irritado estava o garoto, mas ele não desistiria e nem se abalaria por algo assim, e nesse processo que consistia em arremessar a kunai e recolhe-la o rapaz continuou sem cessar. Após algumas horas de treino incessante, seus arremessos naquela distância já se tornaram praticamente perfeitos. Satisfeito com a precisão que havia atingido e com muito tempo restante, Shiroshi decidiu que trabalharia a força constante – e não explosiva - e se prontificou a carregar rochas medianas que se encontravam próximas à um rio que perto dali corria. E num procedimento de carrega-las – com grande dificuldade – de uma margem à outra ele procurou aperfeiçoar ainda mais sua força.

O fim do dia chegou e Shiroshi novamente se encontrava exausto, e como se fosse um completo de já vu do dia anterior, o garoto caminhou até sua casa e despencou em sua cama, adormecendo rapidamente. A manhã trazia novamente o sol, ofuscado pelo inverno, contudo o garoto em pé se encontrava para iniciar novamente mais um dia de treino. No mesmo local e com a mesma intensidade, ele continuou seu treino que consistia em carregar rochas, e nisso continuou até que a sua força tornasse aquele procedimento fácil como carregar isopor. A luz do meio dia alcançou o tempo, e nesse momento Shiroshi já se contentava com seu desempenho nessa tarefa, e como se já estivesse pensando em seu próximo treino, correu até a árvore e se dependurou em um de seus galhos e se levantou até certo ponto, descendo em seguida, e novamente se levantou usando a força de seus braços. E repetidamente realizou aquele treino, até que a frequência em que se levantava e a velocidade da mesma se tornara o suficiente para agradar o ego de Shiroshi. O dia se encerrou e novamente retornou para casa, igualmente cansado, porém dessa vez, pelo menos até o momento, Shiroshi havia se contentado com a força que havia adquirido até ali.

Considerações:

Yoshimura Shiroshi
Sangue: 450/450
Chakra: 250/250

Bolsa de Armas:

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