Indra foi deitar cedo na cama naquele dia, porque não tinha missões para fazer naquele período. Se pudesse, estaria em movimento, mas pelo que andou sabendo através dos companheiros Jounins, o Hokage estava em um leilão no País do Ferro, por isso a vila estava sem um líder. Enquanto estava deitado, observava Leviathan, a arma que tinha adquirido em uma das missões mais difíceis da sua carreira ninja, que tinha lhe promovido a Jounin. No dia seguinte, iria conseguir um bom comprador para ela, pois sabia que o ítem valia muito dinheiro em leilões da vila. Iria faturar muito alto com aquilo, afinal não sabia muito bem como usaria ela em combate. Decidido a deitar, Indra acabou adormecendo rapidamente, esperando ter uma noite de sono tranquila. Porém, a última coisa que iria acontecer naquela noite era dele ter alguma tranquilidade.

Logo que abriu os olhos, percebeu que estava deitado em um templo negro [1], de paredes negras e num cenário totalmente fora da sua realidade. - Onde estou… Será que fui transportado para uma outra dimensão novamente? – Perguntou-se, levantando-se lentamente, olhando para os cantos e observando uma estátua assustadora de caveira que tinha na parede, além do par de mãos enfeitando o cenário obscuro. O frio tomou conta do seu corpo de imediato, obrigando-o a levar as duas mãos para os braços, o levando a perceber que não estava de pijama, mas com o seu traje normal de shinobi. Imediatamente tateou a cintura em busca da sua pistola, mas ela não estava em seu bolso, assim como o estojo de armas. Estava desarmado… Assim pensava.

De repente a estátua lançou sua voz no vazio. - Kobayashi Indra, shinobi de Konohagakure no Sato. Longo é o caminho que o guiou até o merecimento, mas finalmente minha criação mais valiosa está nas mãos de um indivíduo que julgo merecedor. -  sussurrou a caveira, cujos olhos brilhavam de forma acinzentada. Indra ficou olhando para a criatura sem entender nada. - Por acaso, nós nos conhecemos? Claro que não, você é só uma peça do meu sonho… Desculpe, mas eu prefiro passar as minhas próximas horas no vazio, na tranquilidade. Estou tendo dias bastante cansativos. – sussurrou o jovem, passando a mão pela cabeça, fechando os olhos devagar, imaginando que conseguiria chegar ao ponto onde poderia dormir em paz. Mas não era assim que um sonho daqueles funcionava…

- MEU NOME É LEVIATHAN... – quando a voz ao fundo falou com maior entonação, Indra se assustou de pular do lugar em que estava, caindo de bunda no chão rapidamente. - Guerreiro honrado do submundo, aquele que se recusou a tomar partido na tola guerra entre os deuses, principalmente por ambos os lados estarem errado. Mas essa não deve ser a sua escolha, se assim preferir. Todos nós temos um destino que é único para nós. Você deve escolher o seu. – Enquanto a criatura em seus devaneios falava, Indra ia se levantando do chão e ia se recompondo, limpando a poeira em seus braços. - Nesse momento, dois deuses levantam-se para travarem uma guerra que colocará o destino da raça humana nas mãos de um, ou do outro. Vidas inocentes serão perdidas, lares serão destruídos, vilas serão dizimadas. Os maiores temores da sua civilização irão surgir. Você, portador da Leviathan, deve carregar consigo o desejo de ser o equilíbrio. Deve fazer de tudo para que, no final, as forças do bem prevaleçam. – bradou.

- Olha, eu não sei muito sobre essa arma, a não ser o nome, mas eu não a peguei porque era coisa do destino ela pertencer a mim. Na verdade, era a arma de um inimigo, que eu fiquei com pena de vê-la sucumbir junto com o cara. De fato, eu estava pensando em vender ela. – revelou, mas aquelas coisas não importavam para os deuses. - Você disse que esta é uma arma mística, ou pelo menos deu a entender que ela era. Qual é a história dessa arma? – perguntou. O templo então foi mudando de aparência, pegando Indra de surpresa, que inclusive olhou para baixo e viu o piso negro se transformar em areia. Olhou para frente e viu que estava em um deserto, assistindo um homem caminhar com uma pequena lança ensanguentada. O viajante passou pelo seu lado, mas não o percebeu. Imediatamente Indra concluiu que estava vendo um fato ocorrido no passado.

- Milhares de anos atrás, o Ninjutsu estava sendo desenvolvido por alguns poucos guerreiros que no futuro a partir daquele seriam chamados de ninjas. Naquela época, a Arte Ninja era secreta, passada de clã para clã, de pai para filho, nunca para aqueles que não pertenciam ao sangue. Poucos tinham o poder de governar as suas vilas da forma como queriam. Aqueles que não eram fortes o suficiente eram condenados a servi-los ou morrerem. Este homem que vê caminhando pelo deserto com uma lança perdeu toda a sua família enquanto rumava pelas estradas perdidas da vila. O local em que está agora dará origem ao território que no futuro será chamado de Konoha. – O cenário mudou mais uma vez, mas somente uma mudança foi feita: o Sol se pôs e a noite veio. O homem, deitado dentro do solo de uma caverna, morto de sede e sofrendo com os delírios da fome e do trauma de perder toda a sua família, falava frases desconexas e palavras estranhas. Indra se aproximou dele, e pensou que se tivesse uma arma ali, daria um tiro em sua cabeça pra findar a sua vida. - Diante da face da morte, ele orou aos deuses que o ajudassem a sobreviver naquele mundo, para buscar vingança contra os mercenários que estupraram sua mulher e mataram seus filhos. Nenhum deus ouviu a sua oração… Bom, um deus ouviu. – disse Leviathan.

- Você? – questionou Indra, vendo a fogueira feita pelo homem se apagar rapidamente, causando uma súbita mudança no cenário presente. - Exato. – O Sol nasceu novamente. O viajante acordou e encontrou um machado poderoso em sua mão, poderoso e brilhante. Ele o ergueu imediatamente, e logo várias cenas apareceram ao redor de Indra: primeiro, a vingança do viajante contra os mercenários que mataram a sua família. Depois, uma luta contra cinco inimigos no deserto, e por último, uma batalha entre ele e uma criatura demoníaca que não poderia identificar. - Seu nome ecoou durante mil anos. Chamado de O Guardião do Deserto, dotado de respeito e poder. Um homem humilde e traumatizado com a morte da sua família, mas que nunca deixou de respeitar o código ninja, inventado naquela época para manipular as pessoas, um homem que viveu sua vida feliz, construindo uma outra família mais próspera e forte com uma segunda esposa. A arma passou de mão em mão por vários anos, e raríssimas vezes aquele que o carregava era digno de tal coisa. Espero que com você seja diferente... – e os olhos de Indra foram se abrindo no mundo real, mas a voz em sua mente não cessou. - Honre o legado de Kobayashi Hiruzen, seu ancestral. – ordenou o deus, e rapidamente Indra ergueu a sua mão direita na direção do seu machado. Este foi para a mão do garoto rapidamente. De repente, diversos raios saíram do machado, enquanto trovões eram ouvidos por toda Konoha.

No dia seguinte, Haru acordou e se surpreendeu ao ver o filho com a Leviathan na mão. Ele girava a arma na mão direita, dava saltos no ar e golpeava o solo. Num movimento rápido, Indra girou a arma várias vezes e lançou um raio na direção de uma lâmpada em cima de um poste, quebrando-a com um golpe. - Indra! – A voz raivosa da mãe fez o copo do garoto gelar imediatamente. Mesmo que fosse um Jounin conceituado de Konoha, ainda tinha medo da mãe. - Sem vandalismos aqui em casa. – Repreendeu Haru, com as duasm ãos na cintura. - Não é vandalismo não… Só estou praticando com a minha nova arma. Aparentemente, eu tenho que ficar com ela para salvar o mundo, ou para trazer equilíbrio, não entendi muito bem. – segurou a arma com mais cuidado. Não tinha demorado muito para pegar o jeito com ela. Era um prodígio, afinal das contas. Durante as missões, ficaria ainda mais afiado e acabaria se tornando mais forte. - Você não estava pensando em vender essa arma, menino? – disse curiosa, afinal ouviu várias vezes do garoto que ele não tinha intenções de ficar com a arma. - Sim, eu pretendia… Mas ontem eu tive um sonho tão louco. Acho que vou ficar com ela, pelo menos por um tempo. Caso não me adapte, eu vendo ela.[/color] – sussurrou. Ainda praticaria muito com ela pelo resto da manhã, e passaria os próximos dias dominando as suas habilidades e truques, acrescentando ela as suas estratégias.

Considerações:

Equipamentos:

Jutsus Usados: