O sol despontava timidamente por trás das montanhas, tingindo o céu de tons dourados que se mesclavam com a aura vibrante ao redor de Biskka. Algumas semanas haviam se passado desde que ela havia conquistado o Nível 1 do Ki, e agora sua determinação era inabalável. A cada dia, ela testava seus limites nas montanhas desoladas, onde podia canalizar sua energia sem reservas, longe de olhos curiosos. Ela avançou contra uma parede de rocha maciça, seu punho envolto na aura dourada. O impacto ressoou como um trovão, fragmentos da rocha voando em todas as direções enquanto uma cratera se formava no ponto de contato. A energia do Ki fluía por todo o seu corpo, amplificando sua força, mas também cobrando um preço em sua resistência.

Biskka deu um salto para trás, evitando os destroços que desabaram à sua frente. Sem perder o ritmo, ela girou no ar e desferiu um chute lateral em outra rocha próxima, pulverizando-a em um único golpe. O treinamento não se limitava apenas à força bruta. Para simular um combate real, a garota usava sua velocidade aumentada para desviar de pedras que ela mesma lançava ao ar, como projéteis improvisados. A cada movimento, sentia o calor do Ki envolvendo seu corpo, mas sabia que ainda havia muito mais a extrair daquela energia. Ela fechou os olhos e respirou profundamente, concentrando-se no fluxo de energia dentro de si. O som do vento nas montanhas parecia sincronizar-se com o ritmo de sua respiração, um lembrete constante de que sua força vinha tanto do controle quanto da intensidade. Subitamente, ela abriu os olhos e avançou com uma sequência furiosa de socos e chutes, cada golpe criando ondas de choque no ar. Distorções visíveis surgiam ao redor, uma prova de que sua energia estava sendo refinada. Ainda assim, havia uma barreira, algo que a impedia de acessar o próximo nível.

Ao final do dia, ela caiu de joelhos, exausta e logo deitou-se no chão frio com o peito subindo e descendo enquanto o ar voltava aos seus pulmões. Ali mesmo adormeceu.

Considerações:

O céu, envolto por nuvens densas, parecia observar em silêncio enquanto Biskka permanecia imóvel no centro de uma clareira esculpida pela própria força. A paisagem ao seu redor estava marcada por crateras e fissuras, testemunhos das semanas de treinamento árduo. Rochas partidas em pedaços e montículos de poeira eram lembranças dos golpes ferozes que ela havia desferido, mas também indícios de uma energia que ainda não dominava completamente. A aura dourada que fluía ao redor de seu corpo parecia instável, dançando com intensidade variável, como se respondesse ao turbilhão interno que ela enfrentava. A cada respiração, o calor do Ki percorria seu corpo, pulsando como um segundo coração. Ainda assim, havia algo além, uma energia latente que escapava de seu controle, provocando-a como uma chama fora de alcance.

Com os pés firmemente plantados no solo, Biskka abaixou a cabeça, cerrou os punhos e começou a concentrar-se em seu centro de energia. O silêncio foi preenchido pelo som rítmico de sua respiração, pesada e profunda, ecoando nas montanhas. Era uma sinfonia de disciplina e determinação. Gradualmente, sua aura intensificava-se, as cores douradas se tornando mais vivas, quase sólidas, enquanto o ar ao seu redor começava a distorcer de forma visível. O chão tremeu. Pedras pequenas vibraram e se ergueram levemente antes de serem lançadas para trás, movidas pela pressão que emanava de seu corpo. A energia crescia, alimentada pela força de vontade inabalável da ninja. A dor muscular e o cansaço que antes a assombravam agora pareciam distantes. O Ki não apenas preenchia seus limites; ele ameaçava rompê-los, transbordando como um rio após uma tempestade.

De repente, algo mudou. Um calor abrasador percorreu sua espinha, espalhando-se por todo o seu corpo. Não era apenas a energia do Ki; era algo mais profundo, mais primal. A pressão aumentava em uma intensidade que parecia esmagadora, comprimindo cada músculo e articulação, mas ela se recusava a ceder. Sua mente clareou em meio ao caos, e ela sentiu o momento crítico se aproximando. Biskka ergueu o rosto, e o grito que escapou de seus lábios foi visceral, ecoando pelas montanhas como um trovão distante. O som reverberava, crescendo em intensidade até que as próprias nuvens acima começaram a se dispersar, abrindo espaço para raios de luz que iluminavam a cena. Seu corpo estava envolto em um turbilhão dourado, e a aura que antes flutuava de forma instável agora explodia para fora com fúria, criando ondas de choque que lançavam poeira e rochas ao ar.

Seus cabelos, antes castanhos e desordenados, foram tomados por uma coloração dourada viva, como se estivessem banhados pela própria essência do Ki. Cada fio erguia-se, sustentado pela energia que agora fluía livremente pelo seu corpo. Sua aura já não era apenas um reflexo de sua energia; era uma manifestação vívida de sua vontade, iluminando as montanhas em uma radiância intensa. O tempo parecia desacelerar. Biskka abriu os olhos, e o mundo ao seu redor parecia mais nítido. Ela podia sentir cada detalhe: o peso do ar, a textura das pedras, o calor que irradiava de seu próprio corpo. A transformação estava completa, e o Ki agora não apenas preenchia seu ser; ele era parte dela. De pé, no centro de um campo de destruição que ela mesma havia criado, Biskka respirava com dificuldade. A sensação de poder era avassaladora, mas também carregava uma nova responsabilidade. Ela sabia que havia alcançado o Nível 2, mas também compreendia que o verdadeiro desafio seria dominar a força que agora pulsava dentro dela.

— Heh... heheh... Super Biskka 2...! — disse ela com brilho nos olhos e sorriso bobo no rosto, orgulhosa de si mesma.

Considerações:

A clareira que já fora um campo de treinamento agora parecia uma arena de guerra. Rochas quebradas e árvores caídas formavam obstáculos naturais, mas Biskka via ali mais do que destruição: era um cenário perfeito para testar a força que acabara de dominar. A energia dourada ainda a envolvia como uma tempestade viva, pulsando a cada movimento, ressoando com a intensidade de sua determinação. Respirando fundo, ela abaixou o centro de gravidade, dobrando os joelhos e fixando os olhos em um penhasco próximo. Era um desafio perfeito. Em um instante, ela impulsionou-se para frente, e o solo sob seus pés cedeu, criando um pequeno impacto que enviou fragmentos de rocha voando. Sua velocidade era avassaladora; o mundo ao seu redor transformava-se em borrões enquanto ela avançava.

Chegando ao penhasco, Biskka saltou, o movimento tão fluido quanto um predador em seu ápice. Ela girou no ar, concentrando o Ki em suas pernas, e desferiu um chute giratório que colidiu contra a parede de pedra com um impacto estrondoso. A rocha rachou, espalhando detritos em todas as direções. Antes que os pedaços de pedra pudessem atingir o chão, ela já havia se reposicionado, tocando o solo de forma quase imperceptível e desaparecendo em um piscar de olhos para o próximo ataque. Ela avançou em direção a um conjunto de rochas maiores, visualizando-as como adversários imaginários. Com cada golpe, o Ki fluía como uma extensão de seu corpo, amplificando sua força e precisão. Um soco direto desintegrou a primeira pedra, os fragmentos voando em um arco enquanto ela girava e desferia um golpe de cotovelo na segunda. A aura ao seu redor vibrava, criando leves distorções no ar que ondulava como o calor de um deserto.

Seu corpo movia-se com uma graça feroz, como se cada ação fosse uma dança cuidadosamente coreografada. Ela golpeava, esquivava, girava, usando o terreno destruído a seu favor. Era um combate contra a própria limitação, e cada movimento provava que o Nível 2 não era apenas uma transformação, mas uma ferramenta de domínio absoluto sobre seu próprio poder. Pela primeira vez, ela ousou experimentar a força total daquela energia. Focando-se, Biskka canalizou o Ki em sua mão direita. A aura dourada concentrou-se em torno de seus dedos, formando uma esfera que vibrava com intensidade, emitindo um som grave e crescente. Com um movimento explosivo, ela lançou a energia contra um bloco de rocha distante. A colisão resultou em uma explosão que sacudiu o solo e fez o ar ao redor aquecer momentaneamente.

Ofegante, ela permaneceu em pé no centro da clareira, o corpo brilhando com a luz dourada que agora pulsava de forma mais controlada. A sensação era indescritível — como se ela tivesse transcendido as limitações de sua própria carne e osso. O calor que a envolvia era quase reconfortante agora, um lembrete de que aquela força era tanto uma arma quanto uma responsabilidade. Enquanto a poeira baixava, Biskka esticou os braços e relaxou os ombros, deixando a energia recuar lentamente. A aura dourada desapareceu, e seus cabelos retornaram ao tom original, caindo pesadamente ao redor de seu rosto suado. Seus olhos fixaram-se na clareira devastada ao seu redor, e um pequeno sorriso cruzou seus lábios. E no silêncio que se seguiu, apenas o vento nas montanhas parecia reconhecer a presença de algo novo, algo inquebrável.

Considerações: