A noite em Konoha estava calma, a lua crescente refletindo uma luz suave sobre as ruas da vila. A brisa fresca do outono fazia as folhas dançarem levemente, enquanto as luzes das lanternas iluminavam suavemente as vielas e os caminhos. O portão de Konoha estava quase vazio, com poucos ninjas e guardas de plantão observando os arredores. O dia estava no fim, e a virada da noite parecia emoldurar um cenário tranquilo, mas ao mesmo tempo, carregado de expectativas. Eu estava no portão, esperando o comerciante que me fora designado para escolta. O nome dele era Hayato, um homem de estatura média e aparência um tanto altiva, mas que, como fui informada, era extremamente medroso. Ele usava uma capa preta de viagem que cobria sua roupa de festa, o que o fazia parecer ainda mais uma figura insignificante entre as sombras. Ele era um homem de meia-idade, com cabelo grisalho e ligeiramente desgrenhado. Seus olhos estavam constantemente olhando em volta, como se temesse o menor ruído. Seu comportamento nervoso, de mãos trêmulas, contrastava com sua posição de riqueza. Ao me aproximar, ele me olhou com certo desconforto, provavelmente pela minha postura mais reservada. Minhas roupas eram simples e práticas, o uniforme de missão da aldeia, e meu cabelo estava preso de maneira despretensiosa. Mesmo assim, eu sentia o peso da responsabilidade, o fardo do medo que Hayato carregava sobre si. Ele me olhou por um momento, como se questionasse minha capacidade de protegê-lo.

— Ah, você é a ninja encarregada da minha segurança? — Disse ele, com uma voz trêmula. Sua expressão era de insegurança. — Por favor, seja cautelosa. O caminho é perigoso, e com a quantidade de bandidos à espreita durante a noite, não consigo imaginar como vou sobreviver sem proteção. — Era extremamente dramático ao proferir aquelas palavras.

Eu apenas assenti com um leve aceno de cabeça, não me arriscando a falar muito. O nervosismo de Hayato estava contagiando, mas eu sabia que deveria ser profissional e focada na missão. Não sabia bem o que pensar sobre ele, mas a preocupação dele com bandidos era uma evidência clara de seu medo. Nosso caminho começou. Eu seguia à frente, com meus passos firmes e meu olhar atento a cada movimento ao redor. O que parecia ser uma missão simples de escolta tornou-se, aos poucos, mais difícil para mim. Minha mente, ainda preenchida pelos recentes acontecimentos com Raika, não conseguia se focar totalmente na estrada à nossa frente. Algo dentro de mim me dizia que mudanças estavam por vir, e eu não sabia se estava preparada para enfrentá-las. Enquanto caminhávamos, eu sentia o frio da noite começando a tomar conta do ambiente. O som das folhas secas sendo esmagadas sob nossos pés era o único que quebrava o silêncio. O medo de Hayato parecia aumentar conforme a noite avançava, e o homem não parava de olhar para trás, para garantir que não estávamos sendo seguidos. Eu não sabia o que esperar. Não queria pensar nas complicações da missão, mas a inquietação sobre o que Raika estava fazendo, e o distanciamento dela nos últimos dias, começava a me afetar. O que ela queria de mim? Por que estava me evitando? Pensamentos confusos, mas eu tentava mantê-los à distância, pelo menos até terminar essa missão.

— Está tudo bem? — Hayato perguntou, sua voz ainda trêmula, mas agora com uma ponta de desconfiança. Ele olhou para mim, notando que estava absorta em meus próprios pensamentos. Não respondi imediatamente, mantendo meu olhar focado à frente.

Considerações Finais:

O som dos nossos passos ecoava na estrada de terra batida, quebrando o silêncio da noite que se aprofundava. A lua crescente se escondia por trás das nuvens pesadas, deixando a estrada envolta em uma escuridão crescente. O vento frio de outono cortava minha pele, e os galhos das árvores balançavam ao seu toque, projetando sombras que pareciam se mover de forma quase intencional, como se a floresta estivesse vigilante. O ambiente parecia se fechar ao nosso redor, como uma caverna natural, e uma tensão crescente pairava no ar. Hayato, o comerciante medroso, já não tentava esconder seu pavor. A cada passo, ele se aproximava mais de mim, até quase se colar ao meu lado. Eu sentia sua presença como uma sombra constante, sua respiração errática e seu cheiro de perfume barato misturado com o suor da ansiedade preenchendo o espaço entre nós. Eu tentava focar na estrada à minha frente, mas não podia evitar a crescente sensação de desconforto que sua proximidade me causava. A missão de escolta que antes parecia simples agora se tornava um fardo.

— Eu… sinto que estamos sendo seguidos. — Disse ele, sua voz trêmula cortando o silêncio da noite. Seus olhos estavam arregalados, procurando ansiosamente por qualquer sinal de movimento entre as sombras das árvores. Eu parei por um momento e olhei ao redor, mas tudo o que eu via era a mesma escuridão densa, sem nada que se movesse além das folhas agitadas pelo vento.

Ele estava começando a se tornar uma distração. Cada vez mais, sua insegurança se refletia em sua postura e nos seus gestos. Ele não parava de olhar para trás, como se tivesse visto algo que eu não conseguia perceber. Sua presença, já desconfortável, parecia aumentar conforme seu medo crescia. Ele se aproximava cada vez mais, e a distância entre nós se tornava menor, como se estivesse em busca de alguma segurança que eu não sabia como oferecer. Eu continuei caminhando em silêncio, tentando ignorar a tensão crescente. A missão era simples, mas agora, com sua ansiedade, tudo parecia mais complicado. De repente, a voz de Hayato novamente quebrou o silêncio, sua pergunta desconfortavelmente baixa, carregada de uma insegurança crescente.

— Você… você não tem medo? — Ele perguntou, sua voz tremendo, como se procurasse uma resposta que o acalmasse, uma garantia de que ele não estava sozinho nesse medo. Eu olhei para ele, sem saber como responder. O medo não era algo que eu facilmente demonstrava. Medo? Eu não tinha medo da estrada, mas talvez fosse isso que ele esperasse ouvir. Com um suspiro, quase involuntário, respondi com calma.

— Medo de quê? — Tentei disfarçar a ansiedade crescente em minha própria mente, mantendo minha voz suave e controlada. Hayato parecia buscar algo em minha resposta, talvez uma confiança que ele não conseguia encontrar em si mesmo.

— Eu… eu tenho medo do que pode acontecer no caminho. Não só dos bandidos, mas da escuridão, da solidão, das coisas que podem surgir de onde não esperamos… — Ele falou, e sua vulnerabilidade ficou clara em suas palavras. A insegurança dele estava se tornando mais palpável, e eu me sentia responsável por acalmá-lo, mas ao mesmo tempo, aquela proximidade só aumentava o desconforto que eu já sentia.

Eu tentei me concentrar em manter a calma, em manter a serenidade que sempre foi parte de mim, mas eu sabia que a situação não estava apenas se tornando difícil para ele. A proximidade dele me deixava cada vez mais tensa. Sua respiração ofegante e seus gestos apressados me deixavam inquieta, e eu não sabia como afastá-lo sem ser rude. De repente, sem aviso, Hayato parou bruscamente e agarrou meu braço com força. Eu me assustei, mas não reagi de imediato, aguardando o que ele diria.

— O que foi? — Perguntei, tentando manter a calma, embora o medo estivesse começando a se infiltrar em mim também. Ele olhou para a escuridão à sua volta, seus olhos fixos em algum ponto invisível na floresta.

— Eu vi algo… — Ele sussurrou, a voz cheia de pavor. — Algo se moveu entre as árvores. — Afirmou sem titubear.

Fiquei em silêncio, observando, mas nada se movia. Apenas o sussurro do vento e o farfalhar das folhas. O medo de Hayato parecia estar dominando sua mente, e eu não sabia se ele realmente estava vendo algo ou se sua imaginação estava apenas criando sombras.

— Não há nada aqui. — Respondi, tentando acalmá-lo. Eu não via nenhum sinal de movimento, mas não podia desconsiderar completamente a possibilidade de algum perigo real.

Ainda assim, os passos de Hayato estavam cada vez mais próximos, e, embora eu mantivesse minha postura inabalável, minha mente estava a mil. O que realmente estava à espreita na escuridão? Enquanto voltávamos a caminhar, o silêncio entre nós parecia ainda mais pesado. Eu estava ciente da pressão crescente sobre mim, tanto fisicamente quanto emocionalmente. A missão, o medo de Hayato e os próprios pensamentos que eu tentava controlar… tudo estava se misturando e tornando o caminho ainda mais difícil.

Considerações Finais:

A tensão que pairava no ar finalmente se quebrou de forma abrupta quando, de repente, Hayato, em um momento de pânico total, começou a correr. Seus passos desordenados, rápidos e descontrolados, quebraram o silêncio da noite, e ele se afastou de mim sem pensar duas vezes. O medo o dominou por completo, e sua reação foi instintiva: correr, fugir do que quer que fosse, ou de quem ele achava que o estava perseguindo. Eu sabia que não podia deixá-lo assim. Minha missão era protegê-lo, e não importava o quanto seu pânico me incomodasse, eu precisava garantir sua segurança. Respirei fundo, tentando manter a calma, e comecei a correr atrás dele. Meu corpo se movia rápido, mas cuidadoso, tentando evitar o barulho, ciente de que qualquer sinal de movimentação poderia ser interpretado como um ataque.

— Hayato! — Gritei, tentando alcançá-lo, mas ele não parecia me ouvir. Seus passos desesperados se misturavam com o som da floresta, e ele se afastava cada vez mais. Seu medo o cegava, e ele não estava nem pensando nas consequências de sua fuga impulsiva.

Corri entre as árvores e arbustos, meus pés se movendo com precisão, enquanto a vegetação da floresta parecia se fechar à minha volta. O som do vento se mesclava com o bater dos meus passos rápidos, e eu senti que cada segundo estava se tornando mais arriscado. Hayato estava se colocando em perigo, e eu não podia deixar isso acontecer. Finalmente, após o que pareceram minutos intermináveis de perseguição, eu o alcancei. Ele estava ofegante, com os olhos arregalados e a respiração descompassada, olhando freneticamente para os lados. Mas o que me chamou atenção não foi o seu pânico, mas o ambiente ao redor. A clareira à nossa frente estava envolta em uma calma quase macabra. O som da floresta ao nosso redor havia cessado momentaneamente, como se todos os seres vivos tivessem recuado. A lua, agora mais visível entre as nuvens escuras, iluminava a clareira com uma luz fria. Eu parei ao seu lado, tentando recuperar o fôlego e mantendo os olhos atentos. Algo não estava certo. Antes que eu pudesse alertá-lo, um rugido gutural cortou a tranquilidade da noite, fazendo meu coração disparar. De dentro da escuridão da floresta, um som de passos pesados se aproximava, seguido por um estampido de galhos quebrando. Algo grande estava vindo. Hayato olhou para mim, desesperado, e seu medo só aumentou ao ver a expressão de alerta em meu rosto. E então, das sombras, surgiu uma enorme criatura: um javali gigante, com presas afiadas e olhos vermelhos como brasas. Seus passos pesados e a força com que ele avançava eram assustadores, e seu corpo massivo parecia esmagar tudo em seu caminho. O animal soltou um grunhido feroz e se lançou em nossa direção, com uma velocidade impressionante para seu tamanho. O cheiro de terra e suor misturava-se ao ar enquanto ele avançava, e o som de sua respiração ofegante era quase ensurdecedor.

— Hayato, corra! — Gritei, me preparando para agir. Eu não tinha muito tempo. A única coisa que importava agora era garantir que ele estivesse a salvo, mas não podia deixar de lado a ameaça à nossa frente.

O javali gigante, com seus músculos poderosos e instinto agressivo, era uma ameaça real. Ele não estava apenas atacando por acaso, pois parecia que ele estava nos caçando. A situação era crítica. Eu tinha que agir rápido, ou Hayato, e talvez eu mesma, estaríamos em grandes apuros.

Considerações Finais:

O rugido do javali ainda ecoava pela clareira enquanto o animal avançava furiosamente em nossa direção, com os olhos vermelhos como brasas fixados em nós. Seu corpo massivo se movia com uma rapidez impressionante para seu tamanho, e o ar ao nosso redor parecia vibrar com a força de cada passo que dava. Eu sabia que a situação estava prestes a se tornar ainda mais perigosa. A ideia de lutar diretamente contra um animal desse porte não parecia viável sem causar ferimentos graves, tanto para mim quanto para Hayato. O instinto de defesa do javali estava claro, ele estava tentando proteger seus filhotes. Seu comportamento não era de um ataque aleatório, mas de um instinto de mãe à flor da pele. Cada movimento seu parecia ser guiado pela proteção de seus pequenos, escondidos nas sombras da floresta. Eu não poderia matá-lo, nem mesmo feri-lo gravemente. Mas eu também não poderia deixar Hayato ser ferido. Ao meu lado, Hayato estava em pânico absoluto, tremendo de medo. Ele olhava para o javali com os olhos arregalados, congelado pelo terror. Eu sabia que não poderia contar com ele para agir, então precisaria ser rápida e estratégica.

Quando o javali ergueu sua cabeça, se preparando para investir, um lampejo de percepção me fez parar por um momento. O que mais eu poderia fazer? Pensar rápido foi a única opção. Eu me abaixei ligeiramente, fazendo meu corpo parecer menor, tentando criar uma distração, algo que desviasse a atenção do animal para me afastar de Hayato. Usando a floresta ao meu redor, comecei a lançar pedras pequenas nas árvores e arbustos distantes, tentando desorientar o javali. Eu não queria machucá-lo, mas precisava afastá-lo de nós, especialmente de Hayato. A chuva começou a cair de forma mais forte, e o som das gotas batendo nas folhas se misturava com o barulho da nossa movimentação. Eu estava tentando calcular a distância e o movimento do javali, tentando criar uma abertura para que ele se desviasse e eu pudesse agir. Cada segundo parecia eterno, mas eu estava pronta para agir. Foi quando, inesperadamente, Hayato, em um momento de rara coragem, gritou.

— Ei, você! Aqui! — Sua voz soou rouca e trêmula, mas foi o suficiente para chamar a atenção do javali. Ele se virou, focando na origem do som.

O javali, com os olhos agora fixos em Hayato, começou a avançar na direção dele. Minha mente entrou em um turbilhão. Ele não estava tentando atacar diretamente Hayato, ele queria proteger seu território e seus filhotes. Hayato estava em perigo, mas eu sabia que ele não poderia ser ferido. Eu precisava fazer algo para desviar a atenção do javali sem feri-lo. Agora era minha chance. Eu me agachei rapidamente, preparando-me para me mover. O javali estava se aproximando de Hayato, seus passos pesados fazendo a terra tremer. Mas eu sabia o que tinha que fazer. Focando no instinto, corri em direção ao animal, tentando provocar o suficiente para que ele se voltasse contra mim, mas sem mostrar sinais de que eu queria atacar. Eu não podia feri-lo, não agora. Eu precisava afastá-lo e dar a Hayato a oportunidade de escapar. No exato momento em que o javali avançou contra mim, eu me movi para o lado, deslizando entre as árvores, tentando usar o terreno a meu favor. Eu me mantive sempre um passo à frente, forçando o javali a me seguir, mas sempre mantendo a distância. Eu não poderia permitir que ele se aproximasse mais de Hayato. A tensão no ar era palpável, e o som do javali ressoando ao meu redor parecia aumentar. Eu precisava que ele seguisse em outra direção. De repente, uma ideia surgiu: usar o terreno. A floresta estava cheia de vegetação densa e árvores grandes que podiam me ajudar a manobrar. Eu precisava fazer o javali se perder nas árvores, criando uma confusão e fazendo com que ele se afastasse.

— Hayato! Corra! — Gritei, com a voz firme e controlada. Ele não tinha muito tempo.

Em um movimento rápido, comecei a me mover em círculos, empurrando as árvores e fazendo o javali me seguir por um caminho mais estreito, onde o animal ficava cada vez mais desconcentrado. Ele parecia irritado, mas estava perdendo foco, cada vez mais envolvido nas manobras que eu fazia. Então, no auge do desespero, o javali trocou de direção abruptamente, indo para o outro lado, onde, na densa escuridão da floresta, ele não conseguia mais ver nem ouvir nada. Eu sabia que a situação estava longe de estar resolvida, mas com o javali afastado, eu finalmente poderia focar em Hayato. Ele ainda estava parado, congelado, mas eu o puxei para trás, distanciando-o da clareira. O javali estava, por fim, afastado, e eu havia conseguido evitar uma tragédia. Por ora, havia sido uma vitória silenciosa, uma batalha vencida sem necessidade de derramamento de sangue. Mas o que mais poderia acontecer? E como Hayato reagiria a tudo aquilo? Eu precisava de respostas, e a missão ainda não estava concluída.

Considerações Finais:

A caminhada de volta se deu de forma tranquila, sem mais interrupções, o que foi um alívio imenso. Hayato, embora ainda visivelmente abalado pelo susto, parecia mais calmo agora, seu ritmo de caminhada mais confiante. O som da floresta ao redor de nós parecia menos ameaçador à medida que a noite ia se dissipando lentamente. O céu começava a clarear com as primeiras luzes da aurora, enquanto o ar fresco da manhã nos envolvia. O contrato de escolta estava quase terminado. Chegamos ao destino de Hayato, uma grande mansão isolada nas colinas, a casa onde ele se sentia seguro e protegido. Era uma estrutura imponente, cercada por altos muros e árvores, com uma vista impressionante da aldeia de Konoha à distância. A propriedade estava silenciosa, mas bem cuidada, refletindo a riqueza e o medo de seu proprietário. Eu parei por um momento, observando Hayato com um olhar mais suave, uma sensação de compreensão me invadindo.

— Você foi corajoso, Hayato. — Eu disse, minha voz calma e serena. — Nos momentos mais difíceis, encontramos nossa verdadeira coragem. Mesmo quando não conseguimos ver, ela está lá, se formos capazes de procurá-la. — Ele me olhou com um sorriso cansado, ainda um pouco tenso, mas havia uma faísca de gratidão em seus olhos. Ele parecia um pouco mais leve do que quando partimos de Konoha.

— Eu nunca pensei que seria capaz de fazer algo assim. Agradeço por ter me ajudado a... enfrentar isso. — Ele respondeu, a voz ainda um pouco trêmula, mas com uma sinceridade evidente.

Eu não disse mais nada, apenas dei um aceno simples, mais do que suficiente para expressar o que eu sentia. Ele não era mais o mesmo homem medroso que me acompanhava no início da noite. Era como se algo em Hayato tivesse mudado, e isso não passava despercebido. Despedindo-me de Hayato, comecei a caminhar de volta para Konoha. O som dos meus passos ecoava pela estrada vazia enquanto a aurora se aproximava cada vez mais. A missão estava cumprida. Não houve mais problemas no caminho de volta, nada que me exigisse mais esforço ou tensão. Apenas o vento suave da manhã e a tranquilidade do caminho deserto.

Enquanto caminhava, minha mente vagava sobre a experiência da noite passada. Eu refletia sobre o que havia acontecido. A coragem de Hayato me fez pensar em algo importante: viver com medo, como ele fazia, só trazia mais dificuldades. O medo, quando nos domina, nos impede de viver com clareza. Eu sabia disso, não apenas pela missão, mas também pelas minhas próprias dúvidas internas, por tudo o que havia acontecido desde que soubera sobre o poder que carregava. Eu tinha medo de descobrir mais sobre minha linhagem de sangue, mas agora sabia que não podia continuar fugindo de quem eu era. A missão me mostrou algo que eu já sabia, mas que ainda não havia aceitado completamente: a única maneira de seguir em frente era enfrentando nossos medos. Eu sabia que minha jornada estava apenas começando, e que, como Hayato, eu também precisava descobrir minha verdadeira força. Eu voltei para Konoha com uma sensação estranha de paz, mas também de inquietação. Agora que tinha uma pista sobre minha linhagem, eu não poderia mais ignorar o que poderia vir pela frente. Eu tinha que entender o que isso significava para mim. Não mais temer o desconhecido, mas procurá-lo. Eu sabia que a verdade estava à minha espera. Chegando novamente aos portões de Konoha, eu respirei fundo e entrei, finalmente concluindo a missão. Mas algo dentro de mim dizia que minha verdadeira jornada estava apenas começando.

Considerações Finais: