Biskka aguardava em uma sala do quartel de Iwagakure, enquanto observava o mapa detalhado de uma das áreas rurais da Vila. O clima era tenso; ao seu redor, outros ninjas e autoridades discutiam em voz baixa sobre o impacto que os saqueadores estavam causando. A gangue havia invadido aldeias, roubado mercadorias e ferido civis que tentavam resistir. Esta não era uma missão comum — a situação exigia cautela e, acima de tudo, força suficiente para acabar com a ameaça de forma decisiva. Um Jōnin veterano, o responsável pela missão, entrou na sala com uma expressão severa. Ele colocou uma pilha de relatórios sobre a mesa e abriu um mapa específico para Biskka. Cada local marcado mostrava os ataques da gangue nas últimas semanas. Ele apontou com precisão para os pontos que evidenciavam o padrão de movimento dos saqueadores, indicando áreas por onde provavelmente se deslocavam.

— Biskka, a situação é séria. — O Jōnin começou, com um tom firme. — Esses saqueadores não só roubam, mas aterrorizam as aldeias, espalhando medo e violência. Precisamos neutralizá-los, e por isso, sua missão é localizar o esconderijo da gangue, desmantelar as operações e trazer os líderes para a justiça. Sabemos que os principais responsáveis são cruéis e estão sempre fortemente armados, então você terá que avaliar cada movimento.

Ele entregou a Biskka uma lista com informações sobre alguns membros da gangue e as supostas áreas de esconderijo. Também apontou detalhes de rotas seguras que ela poderia usar para chegar sem ser notada.

Considerações:

— A primeira tarefa é rastrear as movimentações deles e localizar a base com exatidão. Assim que identificar a localização, você terá liberdade para neutralizar a operação. Mas, lembre-se: nosso objetivo é pegar os líderes vivos, se possível.

Com as instruções detalhadas em mente, a jovem Genin ajustou suas armas e fez uma última checagem do equipamento. Antes de partir, o Jōnin deu um conselho:

— Seja meticulosa, Biskka. E lembre-se: eles não são shinobis, mas são armados e não hesitarão em reagir. Mantenha-se atenta. Boa sorte.
— Então é uma missão de extermínio? — perguntou ela com um sorriso cínico e brilho nos olhos.
— Sim. — respondeu o mais velho de forma sucinta.
— Kiahah, então, ok... — retrucou num tom zombateiro, animado.

Levantou-se logo em seguida, saindo da sala com passos firmes. Já estava preparada para enfrentar o desafio e dar um fim aos ataques que atormentavam os cidadãos de Iwagakure. Com as instruções claras em mente, Biskka partiu na direção das áreas rurais, onde os ataques mais recentes ocorreram. Ela avançava com precisão, movendo-se rapidamente por entre as trilhas estreitas e florestas densas que circundavam a vila, atenta a qualquer sinal de movimentação suspeita. Sabia que os saqueadores não agiam como ninjas, mas sua natureza agressiva e imprevisível os tornava perigosos.

Considerações:

Após algumas horas de busca, a jovem encontrou uma pequena aldeia parcialmente destruída — as marcas dos saqueadores eram evidentes. Casas estavam com portas arrombadas e o chão, coberto de destroços e pertences deixados para trás. Ao observar de perto, percebeu pegadas recentes que seguiam em direção a uma trilha de mata fechada. Parecia que tinham passado por ali recentemente, provavelmente carregando o que haviam roubado dos aldeões. Ela continuou sua investigação, seguindo as pegadas e vasculhando ao longo do caminho. Biskka sabia que qualquer som ou sinal estranho poderia indicar a presença dos saqueadores. Enquanto avançava pela trilha, encontrou pequenos pedaços de pano rasgado e vestígios de equipamentos usados para carregar mercadorias, o que confirmou que estava no caminho certo. Respirando fundo, ela seguiu adiante, com a concentração elevada e o corpo preparado para uma possível emboscada.

Ao se aproximar de um pequeno vale escondido, a Genin pôde ouvir vozes ao longe. Escondeu-se rapidamente atrás de uma rocha, espiando cuidadosamente por entre as árvores. Ao ajustar sua visão, conseguiu distinguir um pequeno acampamento improvisado. Barracas precárias, várias caixas e sacos de mercadorias roubadas estavam espalhados ao redor. Um grupo de cinco homens conversava em volta de uma fogueira, e ao que tudo indicava, esses eram os responsáveis pelo terror nas aldeias. A conversa entre eles revelava que estavam planejando mais um ataque para a noite seguinte. Biskka observou cuidadosamente cada um dos saqueadores. Três deles pareciam ser os líderes, com posturas mais confiantes e armas melhores, enquanto os outros dois pareciam subordinados, ocupados organizando os saques. A garota estudou o ambiente ao redor e percebeu que, embora fossem perigosos, o acampamento não estava bem protegido; eles claramente não esperavam um ataque de alguém tão habilidoso quanto uma ninja de Iwagakure.

Considerações:

Com seu plano começando a se formar, ela sabia que precisava se preparar para atacar no momento certo. A jovem respirou fundo, voltando a esconder-se ainda mais entre as árvores para continuar sua observação. Cada movimento, cada expressão dos saqueadores era registrado em sua mente; estava determinada a agir de forma precisa, desmantelando o grupo e trazendo a paz de volta às aldeias próximas. Antes de agir, porém, decidiu que voltaria ao vilarejo para buscar mais informações sobre esses homens. Com mais detalhes sobre os ataques e os saques anteriores, teria ainda mais vantagem para planejar o confronto. Satisfeita com a investigação inicial, Biskka recuou silenciosamente, retornando pela trilha que havia percorrido, pronta para usar tudo o que aprendeu na missão de neutralizar a gangue.

Ao retornar ao vilarejo, a Genin caminhava com passos firmes, mas silenciosos, observando com atenção o estado dos aldeões. As pessoas pareciam exaustas, desgastadas pela série de ataques que haviam devastado suas casas e levado suas provisões. O olhar de desespero em cada rosto só reforçava a determinação de Biskka em resolver a situação. Aproximou-se de um grupo de moradores reunidos, trocando sussurros sobre os saques e o medo de um próximo ataque.

— Com licença — começou, sua voz firme, chamando a atenção deles. — Sou Biskka, enviada de Iwagakure. Preciso de mais informações sobre os ataques. O que vocês puderem me contar ajudará a proteger vocês e neutralizar os saqueadores.

Os aldeões pareciam aliviados ao ver uma representante da vila pronta para ajudá-los. Um homem idoso, com o rosto marcado por cicatrizes do tempo, tomou a frente, inclinando-se levemente em sinal de respeito antes de falar.

— Eles vieram várias vezes, sempre de noite. Levam tudo que encontram suprimentos, armas, até mesmo ferramentas básicas. São brutais, mas desorganizados. Da última vez, um deles foi visto carregando uma lanterna velha que era do meu pai — disse, a voz embargada pela tristeza. — Eles zombam de nós, sabem que estamos vulneráveis.

Outro aldeão, uma mulher jovem com expressão endurecida pela tensão, complementou: Não parecem ser muitos, mas são rápidos e bem armados. Parecem... animais selvagens, mas organizados o suficiente para nos fazer medo. Tentamos lutar, mas eles são mais fortes, atacam de surpresa.

Biskka ouviu cada palavra atentamente, sua mente já formulando uma estratégia. A informação de que os saqueadores agiam durante a noite era essencial. A jovem ponderou sobre os detalhes, concluindo que esses homens, embora não fossem ninjas, eram suficientemente astutos para se aproveitarem das falhas de defesa da aldeia.

A Genin então se dirigiu ao ancião novamente — Se incomodaria de eu passar a noite aqui? Eu vou esperar eles retornarem — ela sugeriu com um sorriso cínico. O seu pedido foi automaticamente aceito pelo Ancião - e todos ali presente, aliás -, parecia que era um alívio.

Considerações:

A Genin foi conduzida por uma jovem mulher e sua mãe até uma casa modesta, localizada na parte central do vilarejo. Assim que atravessou a porta de madeira desgastada, sentiu o cheiro familiar de ervas secas e de comida simples, mas caseira, que parecia emanar um calor acolhedor no ambiente. O interior da casa era simples, com paredes de madeira reforçadas que mostravam sinais do tempo e, em alguns pontos, pequenos remendos feitos à mão, indicando os esforços para manter o lar seguro e habitável. As janelas eram cobertas por panos antigos, mas bem cuidados, que, ao serem puxados, revelavam pequenos feixes de luz do lado de fora, onde a noite começava a cair. Havia uma lareira modesta, onde brasas ainda ardiam, lançando um brilho suave que aquecia o cômodo.

No canto, sobre uma pequena mesa de madeira, repousavam utensílios de cerâmica rústica e algumas tigelas com grãos, que provavelmente eram parte do estoque de comida da família — poucos itens, mas organizados cuidadosamente para durar. Próximo à lareira, uma pilha de cobertores e mantas estava dobrada, revelando a preocupação dos anfitriões com o conforto de sua visitante. Ao lado, uma estante baixa mantinha objetos e pertences de valor sentimental, como pequenos enfeites de argila e algumas fotografias envelhecidas de familiares.

— É uma honra ter uma kunoichi como você aqui — disse a mulher mais velha, com um sorriso tímido, enquanto ajeitava as cobertas sobre o que parecia ser uma cama improvisada no chão. — Espero que nossa casa possa lhe oferecer um pouco de conforto esta noite.
— Nah, que isso, estou só fazendo o meu trabalho... — respoondeu com um sorriso leve e um aceno, observando o esforço e a dignidade que aquela família mantinha, mesmo com tão poucos recursos. O lugar emanava uma sensação de humildade e cuidado, apesar das dificuldades. Para eles, acolher a jovem ninja era uma forma de resistência, uma esperança de que os tempos de paz pudessem retornar ao vilarejo. Enquanto a Genin se ajeitava para a noite, a família se reuniu em volta dela. O silêncio era confortável, com apenas o crepitar das brasas na lareira preenchendo o ambiente.

Considerações:

No silêncio da madrugada, o primeiro som a romper a tranquilidade foi um riso áspero, seguido por gargalhadas altas e estridentes. No meio da vila adormecida, essas vozes soaram como trovões, um desrespeito intencional à paz da aldeia. Logo, o som de passos pesados e descoordenados se espalhou pelas ruelas, e objetos pareciam ser arremessados, quebrando com estrondos que ecoavam nas paredes de pedra das pequenas casas. A cada segundo, o barulho ficava mais próximo da casa onde Biskka se hospedava. As risadas pareciam um coro sinistro de provocação, e podiam ser ouvidos gritos e xingamentos entre os homens do lado de fora. Dentro da pequena residência, o ambiente estava repleto de tensão e temor. Os moradores, que haviam oferecido abrigo a Biskka, mal conseguiam disfarçar o medo.

No quarto onde estava, ela permanecia sentada no chão, de olhos abertos e olhar afiado, escutando atentamente cada ruído. O som das vozes dos saqueadores não a intimidava; na verdade, ela se concentrava em cada detalhe, como se estivesse mentalmente mapeando o número de inimigos e a direção de onde vinham. De repente, a porta de seu quarto abriu com um empurrão rápido, e a mulher da casa, desesperada, invadiu o aposento. O rosto estava pálido, os olhos cheios de pavor, como se ela tivesse corrido a noite toda. Ao ver que Biskka já estava desperta, um misto de alívio e urgência cruzou o olhar da mulher.

— Eles estão na rua… — sussurrou ela, a voz trêmula e abafada pela emoção. — Vão começar a acordar as pessoas e invadir as casas... É assim que eles agem.

— Ah, é mesmo...? — perguntou a Genin com um sorriso no rosto enquanto levantava-se lentamente. Parecia empolgada, como uma criança que anseava a chegada do Papai Noel na noite de Natal, só que desta vez, não haveriam presentes ou leite quente, apenas a boa e velha violência. Seres como aqueles já não mais eram convencidos com palavras, apenas com força bruta e/ou uma resposta de peso igual aos seus atos.
— Fique aqui, não saia. Vou cuidar disso — Sua voz saiu baixa, mas imbuída de uma sede de sangue quase palpável.

Com passos silenciosos, Biskka dirigiu-se à porta da casa, esgueirando-se com a leveza de uma sombra. Ao sair, os olhos acostumados à escuridão da noite vislumbraram o grupo de homens no centro da rua. Eram cinco deles, de aparência grosseira, maltrapilhos e claramente embriagados, rindo alto e gesticulando de forma ameaçadora. Ao perceber sua presença, um dos saqueadores, um homem com um sorriso zombeteiro, ergueu a voz, desdenhoso:

— Olha só quem veio brincar no meio da noite… — zombou com um sorriso de canto de boca. Ela manteve o olhar fixo, analisando cada um, avaliando a disposição do grupo. Ela sabia que, embora esses homens não fossem ninjas, subestimá-los poderia ser um erro. Com a respiração controlada e os músculos preparados, ela se posicionou para agir, ciente de que cada movimento seria crucial para proteger aquela aquele vilarejo e cumprir sua missão.

Considerações:

Os homens viraram os olhares para a jovem à sua frente, desprezando-a de imediato. Para eles, ela não passava de uma garota magra, de aparência jovem e cicatrizes demais para a pouca idade. A confiança deles quase beirava a arrogância, e riram ao perceber que ela estava sozinha.

Mas ela não lhes deu tempo para reações. — Vou com um pouco mais de força desta vez — sussurrou para si mesma — Hachimon: Kaimon — bradou ao se posicionar e abrir o Primeiro Portão. Uma energia bruta a percorreu, intensificando seu foco, e seus músculos pareceram tensos e prontos para explodir. Num piscar de olhos, lançou-se à frente, sua velocidade quase imperceptível para os saqueadores destreinados. Uma aura de puro chakra verde exalava do corpo da menina.

O primeiro alvo foi o maior deles, um homem robusto que mal teve tempo de registrar o movimento dela. Em uma fração de segundo, Biskka desferiu o primeiro golpe, afundando o punho no plexo solar dele. O impacto era como o de uma pedra lançada com precisão, e o som abafado da pancada fez o homem dobrar o tronco enquanto o ar lhe escapava dos pulmões. Sem hesitar, Biskka ajustou seu corpo para o próximo movimento e, com um gancho rápido e calculado, acertou-o na região do fígado. Ele perdeu o equilíbrio, o rosto contorcendo-se de dor, mas ela não parou ali. Um cruzado direto em suas costelas partiu com uma força bruta, o estalo dos ossos ecoando pela rua silenciosa. Por fim, ela usou o impulso e finalizou a sequência com um gancho de direita no rosto do saqueador, jogando-o para longe com um golpe que o lançou alguns metros pelo ar.

O tempo parecia desacelerar enquanto a sequência acontecia, mas não havia durado mais de dois segundos. Cada golpe ressoou pelo ambiente, o som de carne sendo esmagada e ossos cedendo de forma quase rítmica, um som assustador, que logo silenciou o riso e o deboche dos outros homens. Eles a encararam, perplexos, enquanto o corpo de seu companheiro caía pesadamente no chão.

Considerações:

Os rostos dos saqueadores rapidamente se transformaram; o choque e o medo agora davam lugar a uma expressão de raiva brutal. Gritos de fúria explodiram pela rua enquanto dois dos homens restantes avançavam sobre Biskka com selvageria. Seus movimentos eram descoordenados, alimentados pela cólera mais que pela técnica, mas o vigor dos ataques não deixava espaço para erros. Ela os observou cada um dos dois se aproximando, calculando as trajetórias dos punhos que vinham de todas as direções. Ela deu um salto para trás, o corpo relaxado mas preparado, escapando de um soco largo que passou perto de sua cabeça. O segundo saqueador lançou uma estocada em direção ao seu torso, e ela saltou para o lado, desviando com uma leveza que parecia provocar ainda mais a fúria dos atacantes.

— Ah, qual é?! Eu sei que vocês conseguem fazer melhor — disse ela em tom de zombaria enquanto ostentava um animado sorriso
— Desgraçada, vamos te matar! — berrou o outro.

Eles continuaram a investir com força desmedida, mas, para cada ataque desajeitado, Biskka respondia com um movimento calculado. Em meio aos avanços descoordenados, ela aproveitou uma brecha; num instante, um dos saqueadores baixou a guarda. Em resposta imediata, ela desferiu uma joelhada poderosa em seu abdômen, afundando a perna na região mole com precisão. Ele soltou um grunhido de dor, curvando-se automaticamente, mas antes que pudesse se afastar, Biskka girou e acertou uma cotovelada certeira na lateral de seu rosto, jogando-o para o lado.

O outro homem tentou aproveitar a distração para um golpe em suas costas, mas Biskka rapidamente girou, esquivando-se por baixo do soco que passou raspando. Com um impulso ágil, ela contra-atacou, seu joelho subindo em arco e encontrando o queixo do agressor com um impacto seco. Ele cambaleou para trás, atordoado, mas a Genin já estava à sua frente, desferindo uma cotovelada firme no seu peito, interrompendo a respiração dele com a força da pancada.

Os dois saqueadores, agora com hematomas visíveis e rostos distorcidos de dor, hesitaram, trocando olhares de incredulidade. Biskka, com a respiração ainda ritmada, mantinha-se em posição, atenta a qualquer movimento, sua presença sólida e ameaçadora mesmo contra aqueles homens maiores. Ela os encarava altiva, o silêncio pesado começava a recair sobre os saqueadores, fazendo-os questionar o confronto com aquela garota que, com calma e precisão, acabava com cada tentativa impensada de derrubá-la.

— Estou refletindo ainda se mato vocês ou não... — disse simplesmente.

Considerações:

Os olhos de Biskka permaneciam fixos nos homens restantes, que agora tremiam. Cada passo vacilante deles era um reflexo do medo que começava a consumir qualquer resquício de coragem. Ela, com o rosto imóvel e o olhar firme, sustentava uma serenidade assustadora. A lâmina de sua kunai ainda gotejava, e ela podia ver o horror estampado no semblante deles, enquanto se davam conta de que não tinham chance contra aquela garota impassível. Em um instante de pura excitação e avançou contra o primeiro deles. Seu movimento foi rápido e impiedoso, fincando a kunai em seu pescoço, deixando o som da carne sem perfurada e dilacerada no ar. O golpe foi certeiro, e o saqueador caiu no chão sem vida, seus olhos se apagando quase que instantaneamente enquanto sangue jorrava no ar como um esguicho. A Genin manteve-se sobre ele, a respiração ainda calma e compassada, como se aquele ato não lhe tivesse demandado qualquer esforço ou peso emocional.

Os demais observaram a cena, paralisados pelo pavor, até que, como se a adrenalina os despertasse subitamente, seus instintos tomaram o controle. Eles recuaram aos tropeços, cambaleando para trás em direção à escuridão da noite. Foi então que, num impulso de puro pânico, viraram as costas e correram sem olhar para trás, os passos ecoando pelas ruas desertas, misturando-se aos sons abafados do ambiente noturno. Ela, ainda alerta, os acompanhou com o olhar até que desapareceram completamente. Um silêncio absoluto caiu sobre a vila, e a garota inspirou fundo, desativando o Primeiro Portão. Sua respiração voltou ao ritmo normal, sentindo o peso e a pressão de sua energia diminuírem aos poucos. Ela olhou ao redor, o semblante sereno novamente assumindo o controle ao desativar o Portão da Libertação, deixando o seu fluxo de chakra voltar ao normal.

— Não acho que eles vão voltar — murmurou para si mesma, observando a quietude da vila que parecia, finalmente, respirar em paz.

Considerações:

Lentamente ela fora se afastando do local, ouvindo o som dos passos ainda nervosos dos moradores que haviam se reunido discretamente para observar o fim daquele confronto. Os sussurros aliviados e os olhares agradecidos confirmavam que sua missão havia, de fato, trazido paz para a vila. Ao caminhar de volta para a casa onde estava hospedada, foi recebida pelo ancião, que agora se aproximava com uma expressão de profunda gratidão.

— Obrigado, jovem shinobi. Já não tínhamos esperança de nos livrar essas... pragas...! — ele disse com gratidão e fúria em suas palavras quando se referiu aos homens.

Ela assentiu, expressando um sorriso discreto. — Foi o necessário. Eles estavam abusando da boa vontade de vocês

Os moradores começaram a se aproximar para agradecer, oferecendo comida, chá quente e até peças de artesanato local em um gesto de carinho e gratidão. Mesmo um pouco incomodada com tanta atenção, Biskka aceitava com humildade, sabendo que, para eles, sua presença era uma benção de força e segurança. Após um tempo, despediu-se com uma reverência, caminhando de volta rumo à vila de Iwagakure, onde completaria seu relatório da missão. O caminho de volta foi tranquilo. O céu clareava enquanto ela cruzava as colinas que envolviam a vila, não tinha pressa de chegar em Iwagakure, aliás. Talvez encontrasse algum Posto Avançado da Resistência onde pudesse extravasar sua sede de lutar mais um pouco. Quem sabe...

Considerações: