Com o início da primavera em Kumogakure, a chuva caía pesada sobre o campo de treinamento, como sempre, tornando o ar fresco e o ambiente mais desafiador. Para mim, era o cenário perfeito para praticar minhas habilidades de rastreamento. Se eu conseguia seguir rastros na lama, com toda essa água apagando as marcas, estaria pronto para qualquer missão que Kumogakure pudesse me dar.

Estalei os dedos, um hábito que sempre surge quando estou concentrado. Meu objetivo hoje era simples, mas importante: rastrear alguns animais que foram vistos por aqui recentemente. Mesmo com a chuva, eles deixam sinais — pegadas, arranhões nas árvores, até mesmo o cheiro que carregam pelo vento. Só precisava estar atento o suficiente para encontrá-los.

Comecei pelo básico, me abaixando para observar o solo. A lama estava bastante remexida, mas consegui distinguir algumas pegadas. “Parece que algum animal passou por aqui... algo leve, talvez uma raposa ou um coelho” pensei, analisando a profundidade e o tamanho das marcas. Segui as pegadas, deixando a chuva me guiar, cada passo calculado para não apagar as pistas antes que eu as analisasse.

Depois de alguns metros, notei que as pegadas se tornaram mais espaçadas. “Está correndo agora” deduzi. Estalei os dedos novamente, sentindo a adrenalina subir. Continuei seguindo as marcas, observando cada detalhe. Eventualmente, encontrei alguns pelos presos em um arbusto baixo. “Você não pode se esconder de mim”, murmurei, satisfeito com o progresso.

Mais à frente, as pegadas começaram a se misturar com outras, talvez de um grupo de animais menores. Isso complicou um pouco, mas não o suficiente para me deter. Parei por um momento, fechei os olhos e respirei fundo, tentando sentir o ambiente ao meu redor. “Concentre-se, Arashi. O que os sentidos estão te dizendo?” pensei, tentando acalmar a mente.

Quando abri os olhos, percebi que as pegadas menores se afastavam para o lado, enquanto as originais continuavam em linha reta. “Ali está você” sussurrei, quase como um desafio. Segui adiante e, eventualmente, avistei um pequeno grupo de coelhos se abrigando debaixo de uma árvore.

Fiquei observando por um tempo, satisfeito com o resultado. “Consegui!" pensei, sentindo o peso da chuva em minhas roupas e o cheiro de terra molhada ao meu redor. Mesmo que fosse apenas uma prática, sabia que cada rastreamento me deixava mais preparado para os verdadeiros desafios que viriam. E, enquanto a chuva caía, senti que estava no caminho certo.