人形使い

Shigaraki Tomura estava sentado no telhado de sua nova casa em Sunagakure, observando o pôr do sol tingir o deserto com tons de vermelho e laranja. O calor do dia começava a ceder ao frescor da noite, e ele sentiu uma brisa suave tocar seu rosto. O vasto deserto se estendia diante dele, um oceano de areia aparentemente infinito que refletia a vastidão de seus próprios pensamentos.

Desde que chegara a Suna, Shigaraki havia se esforçado para se adaptar e integrar na comunidade. No entanto, essa noite, uma inquietação profunda o consumia. Ele sabia que havia algo que ainda não resolvera, um fantasma do passado que continuava a assombrá-lo: o paradeiro de seu pai. A lembrança dos maus-tratos e das cicatrizes físicas e emocionais que seu pai deixara ainda eram vivas em sua mente.

"Por que ele fez isso?", Shigaraki murmurou para si mesmo, o vento carregando suas palavras para o vazio do deserto. "Por que ele nos tratou daquela maneira? E onde ele está agora?"

A necessidade de respostas começou a pulsar dentro dele com uma intensidade renovada. Ele sabia que encontrar seu pai não seria fácil, mas sentia que essa era uma jornada que precisava empreender. Não apenas para confrontar o homem que o machucou, mas também para entender seu próprio passado e seguir em frente.

Além dessa busca pessoal, Shigaraki também sentia a pressão de se aprimorar como ninja. Sua habilidade com marionetes, uma arte que herdara de sua mãe, era algo que ele precisava dominar completamente. Ele sabia que o Kugutsu não era apenas uma técnica de combate, mas uma extensão de sua própria alma e criatividade. Era a chave para realizar grandes feitos como shinobi e para proteger aqueles que ele agora considerava amigos e aliados em Suna.

"Eu preciso focar mais no meu treinamento", ele pensou, fechando os olhos e respirando fundo. "Tenho que me dedicar completamente às minhas marionetes, descobrir novos modos de utilizá-las e criar estratégias que ninguém jamais viu."

Com essa determinação renovada, Shigaraki desceu do telhado e voltou para dentro de sua casa. Ele acendeu uma vela e sentou-se diante de suas marionetes, Kuroari e Karasu, que estavam cuidadosamente guardadas em seus pergaminhos. O brilho suave da vela iluminava seus rostos esculpidos, refletindo a complexidade e o potencial que cada uma possuía.

"Vocês são mais do que apenas ferramentas de combate", ele disse, quase como se estivesse falando diretamente com as marionetes. "Vocês são uma extensão de mim. E juntos, vamos descobrir a verdade sobre meu pai e nos tornar mais fortes do que nunca."

Naquela noite, Shigaraki começou a planejar seu treinamento com uma intensidade renovada. Ele estudaria novos materiais, experimentaria diferentes técnicas e se dedicaria a cada detalhe do Kugutsu. Além disso, ele começaria a coletar informações sobre seu pai, buscando pistas que o levassem ao homem que tanto impacto teve em sua vida.

Enquanto o deserto de Suna adormecia sob o céu estrelado, Shigaraki sentiu uma nova chama de determinação acender-se dentro de si. Ele estava pronto para enfrentar os desafios que viriam, tanto no caminho de se tornar um mestre marionetista quanto na busca por respostas sobre seu pai. Com Kuroari e Karasu ao seu lado, ele sabia que poderia enfrentar qualquer adversidade e sair mais forte do que nunca.