Cidadela do Deserto

Fazia algum tempo desde que Hakuryuu não pensava em um misterioso mestre que havia conhecido há algum tempo. Nunca tivera a oportunidade de perguntar seu nome, já que na outra ocasião, o combate tinha sido tão brutal que Kin foi só acordar já no hospital, sozinho em seu quarto. Entretanto, aquele com certeza tinha sido o melhor treino de sua vida. De longe, o que havia rendido o melhor fruto: seu Taiyou no Hiseki. Graças ao jutsu do velho, usuário de uma kekkei genkai tão similar à sua, Haku tinha adquirido um poder ofensivo significativo pela primeira vez na vida, ainda que utilizasse um material tão defensivo.

Devido à sua alta massa, muitos diziam que sakin era um material poderoso, mas muito pouco versátil. Hakuryuu sentia isso na pele todos os dias. No entanto, também lutava constantemente para provar que tal afirmação era errada. Para isso, buscava estudar constantemente sobre novas técnicas e, inclusive, tinha até se dedicado em sua profissão para tal.

Movido por seus últimos treinamentos, após sua primeira noite na nova residência, a qual havia sido remanejado a contra gosto pelos anciãos do clã, Haku decidiu novamente procurar o tal mestre. Lembrava-se, afinal, da localização de seu dojô e de onde havia o enfrentado da última vez.

Palavras: 210

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.

Cidadela do Deserto

Encontrar o dojo do mestre ancião não foi difícil. Inclusive, descobrir seu nome também não. Ziusudra tinha alguns alunos constantemente frequentando seus campos de treinamento. Até por isso, Hakuryū conseguiu facilmente deixar um convite para seu velho mestre. Como agradecimento pelo último treino, convidava o ancião para uma visita em sua nova casa. Hakuryū não gostava da cidadela, mas como já estava gastando uma nota preta para mantê-la, então fazia bem em usá-la.

No dia seguinte, a chegada do professor foi logo cedo. Não era do feitio de Haku, mas por sorte havia acordado mais cedo naquele dia por conta de um dos assuntos da casa. Estava no vestíbulo atrás dos portões principais quando o professor chegou.

Um movimento de mão foi suficiente para que os enormes portões dourados se abrissem para dentro.

— Heh, então é você quem os outros anciãos apontaram para cuidar desse castelo — Ziusudra avançou calmamente com sua bengala, o sorriso surgindo em meio às barbas cinzas emersas das sombras do capuz.

— Não está sendo uma adaptação tão fácil. Sempre morei em locais pequenos, afinal… — com o olhar perdido, Hakuryū comentaria ao ancião. — Seja bem-vindo, Ziusudra-sama. Por favor, acompanhe-me — cruzaria o braço atrás das costas, enquanto se voltava para um dos diversos corredores.

— Hah! Conseguiu descobrir meu nome, não foi, Hakuryū-kun — sorrindo, ele começou a seguir o rapaz.

Palavras: 221

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 3000 | 3000 un. — Ambiente: 500 | 500 un.

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Cidadela do Deserto

Um considerável desjejum foi servido aos dois em uma das longuíssimas mesas da propriedade dos Sabaku. Era um agradecimento pelo último ensinamento, ainda que Kinsetsu tivesse ficado na cadeira de rodas por alguns dias depois dele.

— Esse não é o único motivo de eu convidá-lo, porém — ao fim da refeição, após se levantar e se aproximar do velho, Haku diria. — Por favor, seja meu professor — Haku abaixaria o tronco, numa reverência extremamente respeitosa.

— E eu já não sou, moleque? — após encará-lo por alguns instantes, o velho afastou a cadeira, pondo-se de pé. — Essa nova geração do clã. Todos totalmente perdidos… — ele começaria a andar em direção a um dos corredores, que Haku sabia levar a um extenso pátio adido a um dos karesansui mais belos da propriedade.

Dado o clima extremo, manter mais do que algumas palmeiras aclimatadas — que exigiam ainda assim certa vigilância — fora das estufas do ambiente interno não era algo fácil. Por isso, o foco sempre era manter as areias e pedregulhos do jardim zen o mais harmoniosos possível. De qualquer forma, o que acabou tomando a mente de Haku foi o tempo que havia demorado para perceber que Ziusudra era um Sabaku. Com o conhecimento teórico que tinha da particularidade do clã, só tinha ouvido falar de uma terceira modalidade de jiton, mas nunca a visto. Entretanto, foi só naquele momento que sua ficha havia caído que o ancião era usuário de areia de ferro. Fato que acabou deixando óbvia a razão dele conhecer a propriedade tão bem.

— Você ainda tem muito que aprender, afinal — no centro do pátio próximo ao karesansui, Ziusudra entrou em postura de combate.

A areia de ferro prontamente mobilizou de dentro das vestes do homem, desenhando um manto negro sobre elas. Sua composição parecia dinâmica, movendo-se como um tecido de puro ferro. Entretanto, conforme os princípios que Hakuryū já conhecia da Suna no Yoroi, sabia que apesar do manto se tornar uma defesa formidável, deveria ser algo bastante custoso para a mobilidade do velho.

— Este é o Satetsu no Manto — com a guarda suspeitosamente baixa, Ziusudra começaria a explicar — Um estilo de luta no qual visto meu corpo com um espesso tecido de satetsu. É uma excelente defesa, mas bastante pesada — imóvel, salvo por seu manto de pó tremulante, ancião prosseguiu. — Nesse nível, pelo menos, sim…

Ele visivelmente queria ser acertado para provar o poder de seu estilo de luta. Entretanto, algo não parecia certo naquela situação. Aquilo não parecia ser do feitio dele. Normalmente Ziusudra começava atacando. Havia algo que ele não estava contando.

Sabendo que não poderia pegar leve com o velho, Haku prontamente materializou dois de seus Martelos Gigantes. Materializados na horizontal e em paralelo nas laterais de Ziusudra, os paralelepípedos rapidamente acelerariam um contra o outro, tentando esmagar o velho como duas palmas esmagam uma mosca.

A técnica tinha um poder de esmagamento ainda maior que a do mestre, graças à massa superior do ouro. Todavia, ele apenas riu. Duas mãos enormes surgiram a partir das laterais do manto, aparando os paralelepípedos antes que pudessem se chocar.

Os olhos de Hakuryū imediatamente se arregalaram. O estilo de luta era, sem dúvidas, impressionante. Era como se Ziusudra estivesse usando o próprio reservatório de areia como proteção, sem que ele perdesse sua utilidade para outros fins. Afinal, a qualquer momento ele podia utilizar a proteção também como um meio para propagar suas manipulações. Kinsetsu estava fascinado com a técnica diante dele e, por isso, utilizava de todos os seus conhecimentos possíveis para tentar analisar aquela peça de conhecimento inestimável. Sua perícia, maestria elementais, habilidade em ninjutsu e inteligência aguçada trabalhavam em conjunto para tentar decifrar o que era aquilo diante de seus olhos.

No entanto, o mestre não era tão clemente assim. Enquanto Haku estava distraído, observando todos os detalhes que podia daquela técnica diante dele, a força nas mãos de ferro criadas aumentaram, esfarelando os paralelepípedos de ouro que, até então, estavam em uma espécie de cabo de guerra com a satetsu. Então, antes que ele pudesse se dar conta, um enorme Martelo Gigante de satetsu surgiu do manto, surpreendendo-o mais ainda. O paralelepípedo na horizontal seguiu rente ao chão do pátio, fazendo avançando em uma curva na direção de Haku. Absolutamente fascinado com a possibilidade do manto também poder ainda originar técnicas completamente distintas das manipulações, Kin, no entanto, acabou não podendo se defender do golpe. O Martelo Gigante avançou à direita do jounin, acertando-o na perna direita como se fosse um taco de baseball. Em resposta, Haku simplesmente rodopiou no ar, sentindo dores intensa. O som dos ossos quebrando foram nítidos.

Quando finalmente retomou a consciência, após desmaiar ao cair no chão, Haku estava em seu quarto. Com a perna já enfaixada, havia sido posicionado ali para repousar. Ziusudra, como da outra vez, tinha mais uma vez sumido após sua lição. A última coisa que se lembrava, pouco antes de cair no chão após o rodopio nos ares, foi o sorriso de deboche na cara do mestre.

Ele não era das pessoas mais gentis, mas certamente tinha muito a ensinar. E, já acostumado com o mundo violento dos shinobis, Kin até que não estranhava tanto as escolhas que, apesar de machucarem, sem dúvidas não eram mortais quanto as ameaças em missões.

Palavras: 875

Pseudo-Kyūbi: 2750 | 2750 CH
Reservatório: 2740 | 3000 un. — Ambiente: 400 | 500 un.

Legenda:
Falas: — Texto — descrições. | Pensamentos: "Texto" — descrições.