[CENA] De alguém próximo.

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[CENA] De alguém próximo.
[CENA] De alguém próximo.

Kurt Barlow

Genin

[CENA] De alguém próximo. F1c1f76dea55e233e0fdb9c968bacaab

HP: 1.025/1.025
CH: 3.725/3.725
ST: 00/08
SI: 00/50

Após a pequena comemoração que teve com seu querido pai, Kuroro se recostava nas macias vestes do seu leito. Seu objetivo era simples, descansar para fazer que seu cansaço se esvaísse do seu corpo, acreditando que junto dele, sua visão retornasse a normalidade. Contudo, ao tentar dormer cada fibra de seu ser parece pulsar com uma dor sutil e penetrante, como se os próprios alicerces de sua existência estivessem sendo corroídos por uma aflição indizível. À medida que se entrega ao abraço esquivo do sono, as agonias se intensificavam. Mesmo nesse momento de tormento, optou continuar ignorando tudo aquilo, sabendo ser uma escolha tola. Com persistência e entregue a ignorância, obteve o desligamento do seu corpo.

Dormir não foi sua escapatório, em seus sonhos a dor pareceu o perseguir, não lhe dando espaço para escapar. Retorcia em sua cama, enquanto o suor frio escorria por todo seu corpo. Antes do alvorecer do dia, acordou. Desnorteado, cansado. De inicio, mesmo abrindo seus olhos, não percebeu nada anormal, além da sua condição desgraçada. Levantou da sua cama, cambaleando, buscando ligar o interruptor do seu quarto. E nesse momento teve uma surpresa indesejada. Sua visão estava mais turva do que anteriormente e não foi o pior, buracos de uma escuridão absoluta manjavam sua realidade, tão pretos que pareciam quase palpáveis. Um desespero preencheu seu coração por inteiro, onde rapidamente optou por ativar seu poder ocular – Byakugan! – Esbravejada... E nada. Não sentia mudança, como se nem ao menos tivesse ativado.

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Kurt Barlow

Genin

Dom 31 Mar - 20:02

HP: 1.025/1.025
CH: 3.725/3.725
ST: 00/08
SI: 00/50

No auge do desespero, Kuroro tentou chamar seu pai em vão, sua voz aprisionada na garganta, recusando-se a emergir, como se suas forças tivessem sido completamente exauridas. Como um ninja de vasta experiência, habituado a enfrentar situações adversas, ele compreendia a necessidade de suportar e empurrar seu corpo até o limite. No entanto, toda sua perícia adquirida ao longo de inúmeras provações parecia, agora, redundante. Pois, não importava quão hábil fosse ou quanta sabedoria acumulasse, o corpo era seu templo e, sem os fundamentos necessários para sustentá-lo, tornava-se inútil. Assim, Kuroro desmaiou ali mesmo no corredor, seu corpo cedendo por completo.

Sua mente então inundou-se de memórias, mas de maneira clara e lúcida; os olhos albinos pareciam perceber que estavam mergulhando profundamente em seu próprio eu interior. Não apenas isso, ele tinha a plena consciência das últimas vezes em que estivera consciente. "Eu morri...", seu pensamento ecoou por aquele espaço de reflexão. Lá, vislumbrava sua mãe através das névoas do tempo, recordava-se de sua infância e testemunhava o relacionamento dela com seu pai, assim como o momento de seu falecimento. Era como se tivesse sido transportado de volta no tempo, revivendo seu próprio sofrimento enquanto Nobunaga o negligenciava, relembrando seus árduos treinos e perigosas missões, até mesmo o instante em que encontrara seu melhor amigo.

Até que, em meios a tantas memórias, seu corpo parecia aos poucos despertar e aquela visão começou a apagar.

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Kurt Barlow

Genin

Seg 1 Abr - 0:03

HP: 1.025/1.025
CH: 3.725/3.725
ST: 00/08
SI: 00/50

Aos poucos, o mundo em volta emergia gradualmente, a percepção das formas e contornos reacendeu-se vividas. Sua visão anteriormente turva e com borrões negros, como se faltassem peças de quebra cabeça, retornou ao cotidiano. Ali, na penumbra que envolvia o aposento, estava Hanzo, um homem de alvura etérea e um chifre solene adornando sua fronte. Antes que pudesse ficar feliz, algo estranho acontecia, seu amigo pressionava firme com suas mãos sobre o seu rosto. E não era simplesmente a sensação de estar sendo esmago que o incomodava, mas sim a de uma conexão de chakra sendo enviada diretamente para suas pupilas que no momento o torturava. - O que voc-

Antes que pudesse terminar sua fala, Hanzo o soltaria e se afastaria. Pela primeira vez, em quatro anos de amizade, seu amigo tinha um semblante tão mórbido quanto aquele. Ele reprimiu um gemido, por consequente, em um tom de despedida falou – Não peço que me perdoe, pois sei que não acontecerá. Eu te deixei um último presente, por que sei que almeja ser forte. Um dia nos reencontraremos – Kuroro estático, não conseguiu nem ao menos interrompê-lo no meio de sua frase – Quando esse dia chegar, não volte atrás com sua escolha – Ao encerrar suas palavras, o albino desapareceu do âmbito. O Hyuuga estava em completo choque, acabara de acordar, ainda estava atônito e para piorar, uma dor lacerante parecia remoer cada fibra desde sua pálpebra até o interior de seus olhos e mente. Mesmo assim, não poderia permanecer ali deitado, disso ele tinha certeza.

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Kurt Barlow

Genin

Seg 1 Abr - 12:08

HP: 1.025/1.025
CH: 3.725/3.725
ST: 00/08
SI: 00/50

Desesperadamente ele se levantava do seu leito, porém, imerso nesse encontro emocionalmente carregado, mal notou o entorno familiar de seu próprio quarto. As paredes, testemunhas silenciosas de suas vicissitudes, pareciam desfocadas na miríade de sentimentos que o assaltavam. Cada movimento era uma batalha contra a vertigem, cambaleante durante seus passos, indo de encontro a qualquer coisa em sua frente, para ter uma ancora de apoio. Cada objeto, cada móvel, tornou-se um auxílio frágil em sua jornada tumultuada pelo espaço confinado do quarto. E permanecer com os olhos abertos, no momento, era torturante, contudo, ele tinha a necessidade de enxergar o caminho e de procurar seus amigos entre as frestas daquele lugar. Enquanto saia do seu quarto, ainda zanzando para aos lados, escutou uma voz.

- Filho, você finalmente acordou¿ - Era de seu pai. Foi como uma guia em um momento de completa escuridão. Guiou-se através da audição, para chegar no cômodo que ele estava.

Kuroro adentrou o cômodo, logo notou que o ambiente estava impregnado de uma aura estranha, uma tensão palpável. No centro do quarto, como uma figura enigmática, estava seu pai. Era como se o próprio tempo, congelado em um instante etéreo, o envolvesse, impondo-lhe uma presença imutável e imponente. Por algum motivo, o Hyuuga sabia que algo estava de errado. – Pai¿ - Sua voz escapava quase como um sussurro. Enquanto se aproximava da figura solitária na cadeira, a sensação estranha apenas cresceu. Seu pai se virou, seus olhos estavam enfaixados, ocultos por uma mortalha de tecido. Sem poder de reação, o garoto gaguejou algumas silabas, mas nada que pudesse sair de sua boca com algum real significado. – Calma – Dizia o homem – Não se preocupe, não fui atacado e nem forçado a nada. – As mãos do jovem iam para sua cabeça, entrelaçando entre seus cabelos.

Sente-se, por favor. Precisamos conversar. – Nobunaga o solicitava, com um semblante sério e palavras imponentes o suficiente para não permitirem oposição.

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Kurt Barlow

Genin

Seg 1 Abr - 19:13

HP: 1.025/1.025
CH: 3.725/3.725
ST: 00/08
SI: 00/50

A conversa se desenrolou de forma mórbida e prolongada. Nobunaga explicou a Kuroro que ele havia adquirido uma doença que estava gradualmente consumindo sua visão, o que o levaria à cegueira total. Os médicos não pareciam ter uma solução viável. Hanzo, de alguma maneira, tomou conhecimento da situação e ofereceu uma alternativa: transplantar os próprios olhos de Nobunaga para seu filho, pois a doença, além de afetar os olhos, poderia acarretar mais malefícios.

Com o peso na consciência de tantos anos de distância e semelhanças com seu filho, o pai não hesitou em se oferecer e concordar com a situação, mesmo que isso pudesse ser jogado em sua cara por Hanzo. E é por isso que agora Kuroro é capaz de enxergar, explicando às faixas no rosto de seu pai, e por que o homem albino optou por desaparecer após aquele discurso.

Um peso acabou se criando e se alojando no próprio âmago do garoto. Tanto a responsabilidade por agora portar os olhos de seu pai quanto a ruptura da relação com seu amigo contribuíram para isso. Seu coração, já instável e opaco, piorou com esses acontecimentos. Uma parte de si apenas desejava largar tudo e reatar sua longa amizade, mas não possuía informações para tal. Além disso, um dos motivos pelos quais seu pai concordou em ceder seus olhos é devido à sua posição como ninja de Konoha. E mesmo sem querer, nutria um ódio por Hanzo por ter feito isso a Nobunaga, sem sequer consultá-lo.

Estava indeciso e definitivamente perdido, virando cada vez mais uma casca vazia seguindo um caminho egoísta de um desejo antigo de sua mãe, de ser cada vez mais forte e cumprir missões constantemente.

Agora o presente mencionado por Hanzo, foi descoberto dias depois quando Kuroro tentou por ativar sua habilidade ocular. Seus olhos que antes criavam veias ao redor dos seus olhos, dando uma aparência mais amedrontadora a sua pupila albina, modificou sua aparência para uma íris que se dilatam em um azul profundo, ao redor delas, padrões intricados de linhas se entrelaçam em uma dança cósmica, formando uma aparência floral. Descobriu uma carta em seu quarto, escrita a mão pelo próprio homem que o presentou com esse poder, explicando sua existência e capacidades. Isso serviu apenas para dividir ainda mais seu coração, principalmente a pensar sobre como valeu a pena roubar os olhos do seu pai, para ter tanto poder. Não gostava desses pensamentos intrusivos, mas acontecia, principalmente quando usufruía do que conheceu como Tenseigan.

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