Rauros estava ficando impaciente, considerando o atraso da elfa no mínimo duvidoso. Embora ela soubesse das dificuldades intrínsecas na conduta da Grey, não a considerava fraca o suficiente para tornar plausível uma letargia. Começava a questionar as intenções do Garwin, e fantasiar com cenários catastróficos. Kaori compartilhava das mesmas inseguranças, passando a credibilidade mais as suspeitas de outrora. “A garota pode ter estado certa esse tempo todo”, admitiu, trocando olhares demorados para com esta momentos antes de saltar das almofadas. Estresse em demasiado fazia-lhe desejar defecar. Atravessou os corredores longínquos da mansão, selecionando cuidadosamente o local na qual depositaria as suas fezes. Como de praxe, ocultou o seu ato com alguns tapetes próximos, remanescendo somente o odor característico como evidência de seus hábitos.
A sua intuição felina dividia a psiquê perturbada, sentindo segurança em imaginar um retorno da prateada, mas ao mesmo tempo, a razão buscava defeitos na carga emotiva. Desejou estar diante dela mais uma vez, reparando parte de suas falhas e estabelecendo-se como uma parceira da mulher. Os momentos de introspecção tornaram a Leoa mais compreensível, e propensa aos deleites da proprietária, embora ainda exibisse certo remorso pelo temperamento dela. Anteriormente partilhava da cama com a mulher de cabelos púrpura, contudo, ela teria solicitado certa privacidade nos dias subsequentes.
Aproveitou-se da pouca fiscalização para desbravar os cômodos da moradia, conhecendo áreas vedadas em momentos anteriores, como as três cozinhas locais e o quarto principal de Garwin, cujo qual certificou-se de deixar uma “surpresa” para quando este passasse a frequentar o cômodo novamente. Alimentou-se de algumas carnes dos frigoríficos, bebeu água da esbelta fonte particular e danificou as adegas de vinho, ciente da possibilidade otimista da Grey consumir todos sozinha, pondo em risco a própria integridade física. Apesar de agir como uma besta ao depredar a residência cujo qual foi recebida e bem tratada como hóspede, suas ações foram pautadas sob uma justificativa válida: encontrar Allannia Grey, seja lá onde ela estivesse.
A mansão era grandiosa, e caso quisesse, poderia passar um dia inteiro desfrutando dos locais e sequer seria suficiente para conhecer cada cômodo. Mas, mesmo com todas as suas limitações, e agindo de forma adequada à sua premissa, ela deduziu corretamente a possibilidade do louro possuir uma zona subterrânea. Era comum em inúmeras moradias aristocráticas, pois crimes poderiam ser facilmente ocultados e segredos efetivamente preservados. Algumas, a depender de sua cultura, eram conhecidas por sepultar seus mortos em catacumbas. Não tardou muito para que encontrasse uma escadaria suspeita, cujos lances se estendiam mais do que era esperado. Caso realmente fosse encontrar a Grey, aquele seria o seu melhor palpite. E caso fracassasse, considerando a possibilidade do pior, uma falha poderia significar chegar tarde demais. Mantendo isso em mente, ela desceu, e desceu, até a sua pelugem albina desaparecer na mais absoluta escuridão.
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Capítulo 4.9 ★ A gata dos canais! ★ |
O sabor marcante da água lamacenta era desagradável, sendo espesso para os lábios e difícil de engolir. A barriga doía bastante, mas não havia nenhum rastro de alimentos disponíveis, embora desejasse comer qualquer coisa que fosse, disposta a aceitar até mesmo ratos em seu estômago. Próxima de sentir o peso da exaustão, manteve-se em pleno ar através de seu “Shinku Mōdo”, com a esfera luminosa da “Ball of Light Technique” em sua destra. Era uma espécie de labirinto, empossado de câmaras peculiares para presos, vislumbrando alguns esqueletos antigos e resquícios de cadáveres, abandonados até a morte, esquecidos pelo tempo. Um calafrio percorreu sua espinha, imaginando um destino do cunho para si.
Era desafiador manter as suas técnicas ativas, mesmo não possuindo uma grande complexidade, apurando a sua compreensão de Ninjutsu próxima da morte iminente. Estar abandonada forçou sua mente a correlacionar o chakra com uma manifestação da própria alma, embora não sejam os termos mais aceitáveis para uma descrição da natureza. Bastava manter a mente alinhada ao corpo, e um pouco de criatividade, e ela seria capaz de estabelecer um contato íntimo com a Arte Ninja. A solidão foi um fator determinante para a sua evolução rápida, afastando-se de qualquer base e mantendo margem apenas para as próprias seguranças. Batalhar contra os demônios adormecidos em seu âmago despertou nuances nunca antes sentidas por ela, conhecendo traços determinantes para o seu futuro como uma kunoichi.
Allannia conteve os ânimos e buscou decifrar os padrões de sua prisão, marcando os locais repetitivos e buscando alternativas viáveis para suas rotas. Contudo, mesmo sendo inteligente e apta em tais tarefas, dada a sua relativa experiência como ninja e os seus fundamentos teóricos, ela era incapaz de sair das masmorras sozinha. A insegurança tornou a assolar seu âmago, incitando as batidas cardíacas repetitivas e intensas, e provocando náuseas. Quase começou a choramingar mais uma vez, percebendo quão afetada emocionalmente ela estava. Se ela não encontrasse uma alternativa, estaria morta. Caso demorasse mais algumas horas para encontrar um caminho, era provável que enlouquecesse antes disso. Ela não possuía nenhuma alternativa, exceto uma esperança:
—
Socorro! Socorro, alguém me ajude! — ela exclamou com todo o seu fôlego, caindo de joelhos, aos prantos. Era mais do que ela era capaz de suportar.
O silêncio perdurou por pelo menos trinta segundos enquanto sua voz fazia eco, soando diversas vezes antes de se dissipar, como uma folha sendo soprada pelo vento. As fagulhas de sua esperança vagarosamente foram desaparecendo, e ela passou a se conformar com a realidade, mesmo a contragosto. Era o fim. Allannia Grey morreria como uma inábil num local ermo e sujo, completamente desprovida de honra. Caso um dia fosse encontrada, ela acreditou, seria lembrada como uma mácula para o legado de sua espécie. “Não pude realizar o seu sonho, Allegra-san”, fechou os olhos e respirou fundo, desistindo dos sonhos. Mas os passos ressoaram, por fim, tão vagarosos quanto sonoros. A aproximação deles aquecia o seu coração, alimentando os resquícios remanescentes de sua fé. Os olhos marejados fitaram o breu absoluto, aguardando seja lá quem fosse o seu salvador, ou o algoz capaz de pôr fim ao tormento que perdurava. Não importavam mais, para Allannia. Ela apenas queria que tudo acabasse, o quanto antes. E se não fosse capaz naquele instante, não seria jamais.
A silhueta projetou-se em seu campo de visão portando uma esfera luminosa em sua canhota, utilizando da mesma técnica apresentada pela Grey para tornar o ambiente visível. As formas ainda eram um tanto enigmáticas e sombrias, prostrada diante do sujeito em um estado de mais absoluta humilhação. Envergonhada, ela cobriu as suas formas, encolhendo o corpo timidamente. Normalmente, estaria confiante e dominante, mas havia perdido as suas características diante da morte iminente. Era capaz de sentir a respiração carregada dele, e observar, mesmo que brevemente, a face parcialmente visível. Os seus lábios projetavam um sorriso predatório, e o olhar, era oculto pelo negrume, concedendo-lhe um aspecto aterrorizante.
—
Quer que eu a salve, Allannia? — questionou-lhe, associando vagarosamente o timbre ao Reid Garwin, o sujeito perverso cujo qual havia dirigido todo o seu ódio —
Eu confesso que não esperava muito de você, mas estava crente de que seria capaz de ao menos compreender como escapar das suas amarras. Quer que eu te elogie? Realmente é um deslumbre vê-la assim — zombou, incitando a fúria no coração da Grey.
—
Por que você fez isso comigo? Eu apenas pedi uma instrução durante meu treinamento, e recebi de você uma tortura! — Allannia estava enfraquecida em demasiado, e para manter o ritmo, algumas das frases soaram mais baixo ou intercaladas por breves pausas —
Eu confiei em você, Garwin.—
Essas masmorras são tão antigas quanto a minha família, e embora a posse principal tenha mudado muito no decorrer das gerações, esse espaço permaneceu imaculado por muito tempo. Um recanto para os desafortunados que acabam se afundando em dívidas, ou para escravos teimosos que tentavam se rebelar contra os seus senhores. Um local adequado para vermes, e mais ainda para quem busca algo além da própria dignidade — Reid Garwin encurtou a distância entre ambos, encostando a canhota em seu ombro —
Meu pai ensinou-me que a dor instrui, purifica e fortalece, criando guerreiros e guerreiras capazes de suportar o destino cruel de quem porta uma Hitai-ate, pois apenas os mais fortes sobrevivem nesse mundo cruel.—
Não fale asneiras. Você está criando artifícios para justificar a forma doentia como vem me tratando desde que cheguei aqui — Allannia rangeu os dentes e cerrou os punhos, desferindo um olhar desafiador na direção dele.
—
Pode ser que você esteja parcialmente correta, mas eu realmente a quero poderosa. Você é uma Grey, e há coisas que eu quero que faça por mim — a mão apoiada dele ameaçou deslizar por sua pele, mas prontamente Allannia afastou seu toque com violência —
Não seja tão rude comigo, pensei que fôssemos amigos. Lembra? Eu, você e Sarah fazíamos um ótimo trio nos nossos melhores dias.—
Não fale como se eu guardasse boas recordações suas, Garwin — Allannia se reergueu vagarosamente, sentindo dores fortes em seus joelho e em pontos diversos de seu corpo —
Agora me tire daqui, e me poupe de seus espetáculos.—
Farei como deseja, claramente. Mas antes, eu quero uma demonstração do que pode fazer — os olhos atrevidos dela a olharam de cima para baixo, mas o que ele buscava contemplar era a forma característica de sua técnica, modificando o corpo num ponto que a tornava uma criatura distinta —
Eu quero vislumbrar a essência da besta, acho surpreendente que tenha adquirido os fragmentos dela sem manifestar nenhuma sequela como consequência.—
Do que está falando? Eu não atenderei mais nenhum dos seus caprichos. O que pensa que eu sou? — Allannia contestou, mas antes que pudesse continuar resistindo ao mesmo, num piscar de olhos, sentiu os braços dele segurando os seus e um impulso rápido e intenso submetendo ela ao chão.
Reid Garwin suprimia o movimento dos seus braços, enquanto o peso de seu corpo inibia qualquer tentativa de resistência. Ela possuía uma força considerável, mas na circunstância presente, era incapaz de resistir ao homem. Allannia emitia grunhidos repetitivos, e buscava em seu interior o vigor necessário para suprimir a ameaça de imediato. Pouco a pouco, a sua esperança foi minada, e ela permitiu que a esfera luminosa em sua palma desaparecesse. Seu corpo ainda emitia a luminosidade escarlate advinda de sua transformação Grey, contudo, era uma fonte luminosa débil diante da escuridão absoluta da masmorra. O louro poderia fazer o que quisesse com ela, e não poderia fazer nada além de respirar fundo e esperar que tudo acabasse
—
Percebe? Uma kunoichi fraca e caída não passa de uma mulher qualquer — Ouviria dele a provocação hedionda, e antes de qualquer ação posterior, permitiria que a fúria interior dominasse o seu corpo.
“Acho que finalmente posso fazer isso por conta própria”Allannia manifestou abruptamente duas caudas de chakra, e coberta por uma aura rubra intensa, ela inverteu a posição de ambos, assumindo um posto de dominância. Não era capaz de vislumbrar o semblante de seu agressor, e mesmo carregando consigo os danos em sua vitalidade após tanto tempo fora de si, ela persistia sobre ele. O punho se fechou, e num violento movimento, ela desferiu um único soco contra seu rival. Os braços dele subiram rápido o bastante para aparar o ataque, mas a cratera se formou ao redor independentemente do resultado, estremecendo as bases da masmorra e ameaçando pôr tudo para baixo.
—
Incrível. Allannia, você conseguiu. Isso é genuíno — o deslumbre dele soou sincero, num tom que mesclava empolgação com receio e alívio —
Mas é uma pena que o resultado seja somente esse. Eu esperava um pouco mais — finalizou num lamento breve, e um brilho intenso fora emanado de sua silhueta —
Vamos acabar logo com isso, você está fedendo — escutou, uma última vez, antes de apagar repentinamente.
(...)
Rauros, a Leoa
HP: 1000/1000
CH: 1000/1000
ST: 00/05 HIT POINTS
HP: 246/2475 HP Base: 1425
Stamina: 625 (5 pontos)
Extras: None
HP Total: 2475 CHAKRA
CH: 9415/9525 CH Base: 200
Stamina: 625
Extra: 8450
CH Total: 9525 CÉLULAS
Nanabi: 000/2250
Equipamentos
Armamentos Limite da Regra de Força (04/170)1x Pingente do Uchiha (0)
1x Saciador de Vício (0)
Considerações
- ★ Narração ★:
★ Resumo: ★Allannia está loucona (finalmente) rs.
★ Objetivos ★• Obter Habilidade em Ninjutsu (3) e duas caudas da Forma de Pseudo-Jinchūriki Versão 1
★ Atualizações & Custos ★Está transformada na forma de Pseudo-Jinchūriki Versão 1 e está utilizando os benefícios do Shinku Mōdo.
Consumiu 1 ponto em stamina.
Tomou para si 450CH do chakra contido nas células da Nanabi.
Recebeu danos em seu HP equivalentes a 124 pontos.
Consumiu 230CH.
Atualização de ObjetivoContador de Vício: 01/05
★ Registro Geral de Jutsus ★Pseudo-Versão 1
O pseudo-jinchūriki tem sua aparência alterada para algo ainda mais selvagem, sendo envolvido em um manto de chakra vermelho borbulhante, imitando uma forma feral, liberando caudas de acordo com o treinamento já realizado pelo personagem para tal. Caso o personagem acesse este modo por influência do chakra estranho ao seu organismo (que, vale ressaltar, só ocorre em casos claros de risco de vida), ele receberá danos de 5% no HP a cada turno ativo, não recebendo nada de chakra, apenas ativando a forma, podendo avançar até o máximo de caudas da bijū original, porém, sem qualquer controle, chegando à morte. Quando usada de maneira controlada, esta forma deverá tomar, no mínimo, 20% do chakra da besta. Em ambos os casos, as bonificações são as mesmas: acréscimo de 2 pontos em velocidade e força, além de um aumento na força dos ninjutsus e taijutsus que usem chakra em 100 pontos.
Para dominar esta forma, deve-se antes ter dominado a Forma Pseudo-Jinchūriki Inicial. É preciso um treinamento (role-play) de pelo menos 5 posts para cada cauda a ser externalizada de forma controlada, limitando-se ao número máximo de caudas da besta original.
Shinku Mōdo
Classificação: Kekkei Genkai, Hijutsu, Ninjutsu, Chakra Nagashi, Transformação.
Requerimentos: Seishikon: Shinkusei.
Rank: B
Selos: Dragão, pássaro, javali e imposição de mão.
Custo: 300CH.
Alcance: Usuário.
Duração: 3 Turnos.
Descrição: O usuário impõe a mão na direção do próprio peito e cria uma aura de energia escarlate sobre ele que modifica sua existência, alterando a aparência e suas propriedades gravitacionais, tornando-o mais selvagem e demoníaco, mais veloz, forte e com a capacidade de levitar e se mover no ar.
Ball of Light Technique
Rank: D
Requerimentos: —
Descrição: O usuário reúne uma bola de luz concentrada que paira acima de sua palma para iluminar seus arredores, semelhante a uma lanterna