Acordei, mais uma vez, com o Sol esgueirando-se pelas frestas das cortinas. Os raios matinais trazem um pouco de calor a um lugar que está sempre envolto em névoa. O barulho da vila ecoa lá fora, um lembrete constante de que o dever de um shinobi nunca descansa. Como de costume, comecei meu dia com uma série de tarefas domésticas. Limpar a casa, arrumar meus pertences e cuidar de algumas plantas que eu mantenho em um pequeno jardim. Às vezes, essas atividades mundanas me trazem um senso de normalidade e paz em contraste com as perigosas missões.

Enquanto eu esfregava o chão da cozinha, um pergaminho foi deslizado por baixo da porta da frente. Não é um gesto comum, e isso instantaneamente atraiu minha atenção. Deixei o esfregão de lado, minha mente já começando a se concentrar no que pode estar contido naquele pergaminho. Com as mãos enluvadas, apanhei o pergaminho e o desenrolei com cuidado. As palavras impressas ali desencadearam uma série de pensamentos e reflexões. Uma nova missão, mais perigosa e desafiadora do que a anterior, me aguarda.  — Descer a porrada nos outros de novo. Aposto que ganho de todos eles com tranquilidade. Ou será que não? — Indaguei, com um olhar curioso e com o indicador direito no queixo enquanto seguro o pergaminho com a canhota. Minhas palavras preenchem o silêncio do apartamento

De qualquer forma, comi um desjejum rápido, um ritual solitário que é parte integrante de minha rotina diária. Após, trataria de me preparar formalmente para os combates que virão. Enquanto me preparava, imaginei os perigos que posso encontrar. Esses pensamentos rodopia em minha mente, enquanto eu escolho com cuidado cada ferramenta que levarei nessa missão. Obviamente, minha Zambatou não ficará de fora da lista.

Finalizada as preparações, deixei minha casa para trás, um lugar que me proporciona um raro sentimento de calma e solidão, dando uma rápida olhada para trás. O vento fresco da manhã brinca com meu cabelo enquanto eu sigo em direção ao local de encontro designado para a missão. Eu estou pronto para enfrentar o desconhecido, com a determinação de cumprir minha missão. E também para testar ainda mais o poder do Kāma e me acostumar com ele. Egoísmo que fala?

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Conforme avançava em direção ao local de encontro, saindo da vila, a tensão se acumula em meu peito. Sei que essa missão será mais perigosa do que a maioria. Quando finalmente cheguei ao local designado, sem armadilhas no caminho — curiosamente — olhei para a entrada do esconderijo dos assassinos. Há cinco deles logo na entrada, vigilantes e prontos para qualquer intruso. Os trajes negros e máscaras que usam deixavam claro que não são aliados da paz. Minha mente se acelerou, traçando estratégias em um instante.

Meus pensamentos seriam cessados com minha notoriedade se mostrando evidente e os assassinos, sem aviso, avançando contra mim. O primeiro avançou com uma série de movimentos ágeis e fluídos, seu corpo se movendo como uma sombra. Sua kunai cortou o ar, mirando minha garganta. Antes que ele pudesse me atingir consegui ativar meu Suika no Jutsu para liquefazer a parte superior do meu corpo, permitindo que o golpe passasse inofensivamente por mim. Sem hesitar, sólido novamente, usei a Kokutō, minha espada curta, para desferir um golpe preciso em seu braço, fazendo-o soltar a kunai pela paralisia, o derrubando com um corte ascendente logo em seguida. O segundo assassino fora mais direto, investindo com um bastão de aço em direção ao meu peito. Com uma troca rápida de armas, minha Zambatou interceptou o golpe com um choque metálico. Eu senti a força de seu ataque, mas mantive minha postura firme. Com um movimento rápido, girei a arma e a atingi com o cabo no seu estômago, fazendo-o cair no chão, grunhindo de dor.

Enquanto isso, o terceiro atacou com um par de tonfas, girando-as habilmente. Sua destreza é notável, mas minha própria agilidade é igualmente impressionante. À medida que o inimigo investia com suas armas, fui envolvido em uma dança mortal. Com destreza, desviei de seus golpes, movendo-me com graciosidade e habilidade, mantendo a Zambatou entre mim e seus ataques. Eventualmente, conforme seus ataques se demonstraram cada vez mais retardados e lentos, encontrei brechas em sua guarda e as aproveitei sem hesitação. Com um corte preciso e poderoso, ele caiu, derrotado e sem chance de se recuperar. Mas não há tempo para comemorações, já que os dois últimos assassinos haviam adotado uma tática diferente. Manter a distância e lançar shurikens e correntes em minha direção, tentando me prender em seu alcance. Mais uma vez, meu Suika no Jutsu se mostrou inestimável. Eu posso me liquefazer, permitindo que os projéteis passem pelo meu corpo, deixando os bastante irritados conforme eu simplesmente andava em suas direções com certa tranquilidade em meu olhar. — Esperava mais, viu. Sinceramente. — Acabaria por encontrar a oportunidade perfeita. Enquanto tentavam continuar com seus ataques frustrados, dei um passo mais longo para a frente, solidificando minha forma e liberando a fúria contida. Minha espada cortou o ar com força e precisão, derrubando um dos assassinos e encerrando seu ataque prematuramente. O último, agora sozinho e sem esperança, tentou recuar, caindo no chão e implorando para que eu não o finalizasse enquanto se arrasta aos poucos. Mas é tarde demais. Minha perseguição foi implacável, e ele logo se juntou ao seu companheiro no chão, incapaz de continuar a luta. — Menos cinco. Vamos lá. Faltam alguns lá dentro ainda. — Murmuraria, com um olhar sereno.

Enfim, após derrotar os cinco assassinos que faziam a guarda do lado de fora, continuei minha missão, avançando em direção a parte de dentro esconderijo da misteriosa organização. Ainda coberto por meu Suika no Jutsu, permaneci em estado líquido, deslizando pelas sombras e pelas paredes do lugar. Minha lâmina permanece pronta em minha canhota, pronta para qualquer confronto que se apresentasse. O esconderijo, um antigo armazém abandonado, parece desprotegido à primeira vista. As portas rangiam quando as empurrei silenciosamente para o lado, revelando o interior escuro e sombrio. Meus sentidos estão alertas, detectando qualquer presença no ambiente. Conforme avançava pelos corredores apertados, notei sinais de movimentação recente. Pegadas frescas na poeira e uma sensação de que eu não estou sozinho — óbvio, né? —. O esconderijo é um verdadeiro labirinto, repleto de salas escuras e passagens secretas. Minha mente calcula cada passo, tentando antecipar qualquer emboscada que pudesse surgir. Enquanto explorava o lugar, ouvi murmúrios não-tão-distantes distantes, ecoando pelas paredes. Encostando meu ouvido sob a estrutura, pude ouvir de forma abafada alguém informando que um "Garoto com chifres" invadiu a fortaleza.. Parece que minha presença não passara despercebida, e o elemento surpresa já era.

Sem perder tempo e com essa mentalidade, conjurei o Fūton: Atsugai, direcionando a rajada de ar para a fonte da voz. O vento se tornou uma força descomunal, uma parede de ar avançando rapidamente na direção do som. Seis dos assassinos que se encontravam lá não tiveram tempo de reagir. O impacto do Fūton: Atsugai os atingiu com força avassaladora, lançando-os contra as paredes do corredor com um estrondo ensurdecedor, além de abrir caminho. Já entregue minha posição, buscaria me manter em prontidão para enfrentar os inimigos. O primeiro assassino apareceu à minha frente, emergindo de uma porta lateral. Seu traje negro e máscara sinistra foram suficientes para revelar sua intenção hostil. Sem hesitar, ele avançou com uma katana reluzente em mãos. Nosso combate começou com um choque de lâminas, e eu imediatamente percebi que ele era um adversário habilidoso. Suas investidas eram rápidas e precisas, exigindo que eu me concentrasse ao máximo para desviar e bloquear seus ataques. Mantendo a Zambatou entre mim e seu golpe vertical, desferi um rápido corte com a Kokutō, direcionado à sua mão segurando a katana. A paralisia fez com que ele soltasse a arma, e um chute bem colocado o afastou de mim, deixando-o caído e incapacitado. Sem tempo para respirar, mais um assassino me alvejara, adotando uma abordagem mais furtiva, movendo-se pelas sombras com um par de sais. Seus ataques rápidos e sorrateiros foram difíceis de antecipar, mas consegui, com minha audição e agilidade, evitar a maioria deles. Em um momento de oportunidade, consegui parar um de seus golpes com minha Kokutō e contra-ataquei com um corte vertical que o paralisou completamente.

Agora, viria um terceiro. Este é um arremessador habilidoso, lançando kunais com precisão enquanto mantinha a distância. Meu corpo liquefeito foi fundamental para desviar de seus projéteis, simplesmente fazendo-os atravessar como se fossem nada, para a infelicidade dele. Ao me aproximar, surpreendi o assassino e o derrubei com um chute bem colocado, encerrando sua ameaça. O quarto, em vez de avançar diretamente, começou a tecer selos de mão ágeis enquanto murmurava palavras misteriosas. O chão tremeu sob meus pés enquanto pedaços de terra se erguiam repentinamente, formando blocos que ele arremessou em minha direção. A reação imediata foi liquefazer e escapar de alguns blocos de terra enviados em minha direção, desviando de outros para evitar o desgaste da técnica. Com o terreno instável, aproveitei a oportunidade para contra-atacar, saltando e aplicando um corte de cima pra baixo, violentamente o incapacitando.

Em contraste, o quinto assassino empunhou um chicote curto com lâminas afiadas em suas extremidades. Ele chicoteou o chicote em minha direção, com as lâminas cortando o ar em uma trajetória perigosa. Novamente, recorri ao meu Suika no Jutsu, liquefazendo-me para evitar o ataque. Enquanto me mantinha líquido, aproximei-me sorrateiramente e, ao me solidificar, usei minha Zambatou para golpear o assassino nas costas, forçando-o a soltar o chicote e cair. O sexto assassino, mais sorrateiro, emergiu das sombras e tentou me surpreender com um golpe rápido. Eu senti sua presença a tempo, desviando de seu ataque, e então solidificando minha mão para agarrá-lo pela garganta. Ele se debatia, mas minhas mãos se mantinham firmes, e logo o mandei contra o chão, efetivamente desmaiando-o com o impacto. O sétimo inimigo mostrou habilidades de Genjutsu, tentando confundir minha mente com memórias antigas. No entanto, minha calma e mente sã me permitiu reconhecer a ilusão — até porque ele usou na cara dura — e mantive minha mente clara. Assim, avancei com confiança e o derrubei com um golpe certeiro.

Os oitavo e nono assassinos vieram em dupla, tentando sobrecarregar-me. Suas lâminas giravam em movimentos coordenados, como uma dança, conseguindo causar alguns cortes em mim com suas lâminas nos momentos em que precisei solidificar meu corpo para tentar atingi-los, tornando mais difícil de eliminá-los. Meus movimentos ágeis me permitiram desviar e contra-atacar, desferindo cortes precisos e deixando-os feridos, além de desistirem da luta por conta própria, gesto que aceitei por ser incapaz de matar alguém, quanto mais indefeso. Porém, nesse meu ato de "bondade", o décimo assassino avançou, liberando um jutsu Katon que criou uma bola de fogo em direção a mim. Simultaneamente, o décimo primeiro assassino lançou uma rajada cortante de vento, Fuuton. A combinação dos dois elementos é uma estratégia ousada para me derrotar. Contudo, eu não sou um adversário fácil de ser pego de surpresa. Guardando minhas espadas, ativando o Kāma e tendo meu corpo pulsando com poder e sabedoria ancestrais, reuni uma grande quantidade de Chakra, moldando-o em uma esfera densa e giratória, o Chōōdama Rasengan. A bola de fogo do Katon e a rajada cortante de Fuuton se aproximaram rapidamente, e eu avancei contra a combinação elemental, girando o Chōōdama Rasengan em direção a eles. O choque de poder foi espetacular. O fogo e o vento se dissiparam como se fossem nada, enquanto minha técnica prevaleceu, atingindo ambos os inimigos e os lançando violentamente entre as paredes da estrutura, constantemente mais perto de sucumbir pelos danos das batalhas.

— Já acabou? — Indagaria, um pouco decepcionado por, provavelmente, a missão já ter acabado, vendo todos os assassinos caídos ao meu redor. Nesse momento, escutaria estrondos, passos. Enquanto esperava pra ver o que está vindo, recuperaria um pouco do meu Chakra.

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Eventualmente os estrondos se revelariam como sendo de dois brutamonte. Não parei muito para pensar, então apenas continuei à postos para lutar, avançando contra o primeiro — enquanto tento evitar o segundo à todo custo, que não conseguira me pegar em momento algum —, o golpeando várias vezes, não conseguindo me acompanhar por ser lento, em compensação à sua grande massa física. Ele é uma verdadeira fortaleza ambulante. Meus golpes, mesmo com a Zambatou, causam apenas pouco mais que arranhões em sua pele grossa. Eu o ataco com fúria, cortando e golpeando repetidamente, mas ele simplesmente resiste, sua expressão inabalável. No entanto, eu não desisti. Minha determinação é igual à resistência desse adversário. Eu sei que, cedo ou tarde, encontrarei uma maneira de neutralizá-lo sem causar ferimentos graves. Continuando a atacar, observei atentamente suas reações. Cada corte, cada golpe, mesmo que não causem danos significativos, me ensinam algo sobre ele.

Finalmente, depois de longas tentativas, percebi uma fraqueza. Uma pequena abertura em sua guarda. Aproveitei esse momento, golpeando com precisão cirúrgica. Cortei um tendão em sua perna, fazendo-o cambalear e cair de joelhos. A dor era evidente em seu rosto, uma expressão que ele não havia mostrado antes. Mesmo assim, após cortar o tendão da perna do brutamonte, sei que ainda preciso mantê-lo incapacitado para garantir minha segurança e avançar na missão. Com determinação, continuei a atacar, mirando em pontos estratégicos de seu corpo para evitar ferimentos letais. Dessa vez, com a Kokutō, paralisando as áreas atingidas e o impedindo de se mover. Golpeei sua mão, fazendo-o ficar impossibilitado de tentar me atacar. Em seguida, desferi um golpe preciso em seu ombro, tornando-o ainda mais ineficaz em combate. Ele tenta resistir, mas a dor e a incapacitação de seus membros o forçam a desistir lentamente. Minha estratégia era clara: enfraquecê-lo sem recorrer a ferimentos mortais. Finalmente, após vários golpes bem calculados, o brutamonte caiu, não mais representando uma ameaça. Está ferido e incapacitado, mas, mais importante, vivo. Com ele neutralizado, posso agora focar no outro.

Sendo assim, minha atenção se voltou para o próximo. Este é igualmente imponente e resistente, o que torna o combate desafiador de mesmo nível. Ele avançou em minha direção com fúria, seus punhos erguidos e pronto para esmagar qualquer obstáculo, principalmente por ver seu aliado caído. Sem hesitar, durante sua investida, prepararia selos, e, ao chegar perto de mim, desviei sem dificuldades — também com ajuda do Suika no Jutsu, evitando alguns danos de raspão — e utilizei o Fūton: Atsugai contra ele. O poderoso jutsu de vento atingiu o brutamonte em cheio, causando-lhe dor e obrigando-o a recuar alguns passos, resistindo. — O que vai fazer a respeito da segunda? — Bradaria, novamente conjurando selos e utilizando o mesmo jutsu contra ele: Fūton: Atsugai. Com o primeiro ainda recaindo sobre ele, o segundo viria violentamente, causando danos absurdos a seu poderoso corpo, que simplesmente cederia mediante aos ataques. O ambiente circundante também seria afetado, cada vez mais decadente.

— Foram vinte e quatro. Recorde. — Murmuraria, imaginando que já derrotei todos os assassinos presentes nesse esconderijo. Com isso, comeria um chocolate, desativando o Kāma e o Suika no Jutsu, parando pra respirar um pouco.

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Finalizada as lutas, parti para amarrar os assassinos derrotados com cuidado, garantindo que suas amarras estivessem firmes e seguras, utilizando nós complexos que tornariam praticamente impossível qualquer tentativa de fuga. É fundamental que eles não representassem mais uma ameaça a Kirigakure e fiquem aqui até os oficiais chegarem para prendê-los todos. Observando o estado do esconderijo, pude constatar o esforço que a organização de assassinos havia empreendido para transformar esse local em sua base de operações. Marcas da batalha estão visíveis em todos os cantos, e está claro que minha presença não passara despercebida.

Enfim, retornaria a vila. De volta a Kirigakure, segui diretamente para o gabinete de missões. Lá, relatei em detalhes as circunstâncias da missão e a eficácia das minhas ações. É importante manter a liderança da vila informada sobre os acontecimentos e garantir que a segurança de Kirigakure seja sempre uma prioridade. Aprovando minha ação, o responsável pelo gabinete de missões expressou sua satisfação com o resultado da operação. Saber que minha missão estava completa e que a ameaça da organização de assassinos fora neutralizada trouxe um alívio profundo. No entanto, eu estou ciente de que novos desafios sempre estarão à espreita, e a vida de um shinobi nunca será livre de perigos. Após sair do gabinete de missões, retornei à minha casa, onde finalmente pude relaxar e refletir sobre os eventos do dia. A adrenalina da batalha começou a se dissipar, deixando em seu lugar uma sensação de cansaço físico e mental. Deitei-me em minha cama, pensando na vida.

Com a mente cheia de experiências e a sensação de dever cumprido, adormeci.

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