Toda vez que olhava ao redor, sentia o tempo escapando por entre meus dedos. A academia ninja de Konoha, onde uma vez todos éramos iguais, agora se tornava uma clara demonstração de como o tempo avançava implacavelmente. Enquanto meus colegas se graduavam, conquistavam novas patentes e aprendiam técnicas mais avançadas, eu estava preso no mesmo lugar. Era como se o mundo estivesse seguindo em frente, deixando-me para trás. Sempre fui um tanto apático em relação a essas coisas. No entanto, a sensação de ser superado estava me incomodando. Decidi que era hora de tomar medidas drásticas. Eu não podia continuar nesse ritmo, observando enquanto todos avançavam enquanto eu permanecia estagnado.

Comecei a treinar com mais intensidade, desafiando meus limites físicos e mentais. Meu objetivo era claro: ficar mais forte e finalmente obter minha graduação como Chunin. Os dias se transformaram em noites de treinamento rigoroso, onde me esforçava ao máximo para superar minhas fraquezas. Cada soco, cada chute, cada exercício de chakra era executado com a determinação de alguém que estava cansado de ficar para trás. E então, em um dia de pesquisa na biblioteca da vila, encontrei algo que poderia mudar o jogo para mim. Uma técnica chamada Chōjū Giga, uma habilidade que permitia trazer desenhos de tinta à vida e controlá-los com chakra.

Entretanto, dominar a Chōjū Giga não seria fácil. Requeria uma combinação de precisão, controle de chakra e habilidades artísticas. Minhas primeiras tentativas foram desastrosas. Os desenhos de tinta que eu criava pareciam mais manchas do que qualquer coisa, e quando finalmente consegui fazê-los ganhar forma, eles se desfaziam com o menor toque. Frustração e impaciência começaram a surgir. Eu me pegava pensando que talvez não fosse bom o suficiente para dominar essa técnica, que talvez eu fosse destinado a permanecer no fundo da hierarquia ninja para sempre. No entanto, a imagem de meus colegas de academia se graduando e alcançando novos patamares me impulsionava a continuar.

Persisti com o treinamento, passando horas a fio aperfeiçoando minha técnica. A tinta se tornou minha aliada e inimiga, uma extensão de mim que precisava ser domada. Com o tempo, comecei a notar pequenos avanços. Os desenhos de tinta ganhavam forma mais rapidamente e resistiam um pouco mais ao toque. No entanto, o verdadeiro desafio estava em controlar as imagens de tinta uma vez que elas ganhassem vida. Elas eram efêmeras, sujeitas a qualquer vento ou movimento. Cada vez que eu tentava manipulá-las, eram como folhas ao vento, rebeldes e indomáveis.

Tornou-se uma luta de paciência, foco e precisão. Eu precisava aprender a sincronizar meu chakra com a tinta, a imbuir cada desenho com a força necessária para mantê-los juntos. Treinei incansavelmente até tarde da noite, desenhando e redesenhando até minhas mãos doerem e minha mente ficar embaçada. Eventualmente, depois de muita dedicação e esforço incansável, consegui um avanço significativo. Os desenhos de tinta não apenas ganhavam vida, mas também começaram a responder aos meus comandos. Era uma sensação incrível, ver aquelas criações de tinta obedecerem ao meu desejo. Ainda assim, a técnica estava longe da perfeição. Cada vez que eu usava Chōjū Giga, era um ato delicado de equilíbrio. Um movimento em falso, um excesso de chakra, e as imagens de tinta se desfariam antes mesmo de eu poder controlá-las. O processo de aperfeiçoar a técnica era uma jornada de aprendizado constante, cheia de tentativa e erro.

Com o tempo, meus desenhos de tinta começaram a adquirir uma qualidade quase real. Eles obedeciam a meus comandos com mais precisão, resistiam aos ataques e eram muito mais do que manchas em um pergaminho. Eu estava progredindo, lentamente mas com determinação. Não importava o quão difícil fosse, eu estava disposto a continuar até que cada desenho de tinta se tornasse uma extensão natural de minha vontade. E então, quando finalmente dominei a técnica por completo, senti dentro de mim que ninguém mais poderia me deixar para trás.

HP:  xxx/xxx • CH:  775/775 • ST: 00/05
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