Kōri no Ikiryō
Ano 1 ao 4 — Um novo caminho.Kōji retornou para casa após realizar o transplante ocular de Emiya e Altria, esperando que sua ajuda fosse o suficiente para os amigos conseguirem atingir seus objetivos e não perderem sua
luz, esperando que eles ficassem mais fortes. Confia plenamente nos dois e com o fortalecimento deles, sente que também terá mais forças. A pequena jangada cortou a pequena distância entre a Névoa e a ilhota onde esta sua morada. A névoa espessa sobre a superfície marítima escondia a residência de olhos desavisados e um pequeno barulho se fez presente quando a madeira do cais foi acertada pela da jangada. O jōnin atracou o transporte fluvial no pequeno porto e caminhou para dentro de casa, avistando sua mãe em pé em frente ao fogão.
— Você chegou. Ditou a mulher empolgada, mas o párvulo sentiu um pouco de apreensão na voz dela.
— O jantar está quase pronto, vai se lavar e sente-se. Sem ter como argumentar, ele apenas foi para seu quarto, deixando os apetrechos ninjas sobre a cama, trocou de vestimenta para uma mais casual e confortável após de lavar. Sob o chuveiro, aproveitou a água quente e ficou mais tempo que o necessário e quando retornou a cozinha, Keyko o esperava com um semblante emburrado, claramente fingido. Kōji se sentou sem cerimônias, fitando a progenitora.
— Você esta estranhamente feliz e receosa ao mesmo tempo? Um sorriso acolhedor brotou nos lábios dela.
— Você esta se transformando em um homenzinho observador. O elogiou, apertando uma das bochechas do filho.
— Coma e conversaremos sobre tudo que escutei sobre a vila. O párvulo pegou os hashis relutantemente, mas toda a apreensão desapareceu a dar a primeira mordida.
— Muito gostoso! Exclamou com a boca aberta e sem educação alguma, arrancando gargalhadas da mulher.
Mãe e filho jantaram e conversaram sobre trivialidades, Kōji sentia que algo grande estava acontecendo. Após jantarem, o pequeno se ofereceu para lavar a louça enquanto sua mãe bebericava uma taça de vinho apoiada na bancada ao seu lado.
— Muitas coisas estão acontecendo depois da grande batalha que você participou. A mulher colocou três jornais sobre a bancada atrás do filho.
— Muitas pessoas estão migrando para Kirigakure, e existem rumores de que um novo Mizukage assumirá o comando, Senju Chozen. Sei que você o conhece, mas as tensões aumentaram devido a rivalidade entre Uchihas e Senjus. Sunagakure tem insurgentes clamando por independência. Sei que tempos difíceis estão chegando e aconselho a você a aceitar a sugestão de Ash. Torne-se um médico e siga o caminho que sempre quis. Keyko conhece o filho como ninguém, e sabe de seus desejos de se tornar um explorador e conhecer todo o mundo ninja. E agora podendo se teleportar para qualquer lugar, sentia que o pequeno estará seguro aonde quer que vá. No entanto, não quer que ele fique a mercê de casualidades. Se ele virar um médico, terá muitas formas de se ajudar estando em um ambiente hostil.
— Ash? Então viraram amigos, é? Provocou a mãe, notando a aproximação dos dois e não achando um problema. Keyko havia sido uma kunoichi em tempos estranhos, e sentiu que ela falava com propriedade sobre as tensões.
— Pensei muito nisso, e aceitarei a oferta do dr. Ash. Sob a tutela dele e do dr. Baraka, sinto que aumentarei minhas habilidades e meu caminho ninja se tornará mais único. Soube de mais informações expostas nos jornais, terminando a limpeza e foi para o quarto. Seu dia fora cheio e precisava descansar para dar um novo passo ao amanhecer.
O amanhã chegou mais rápido do que queria, com as luzes solares sendo obstruídas pela névoa espessa, até mesmo andar pelas ruas era difícil. Por já conhecer o caminho, não teve problemas em encontrar o hospital, mas não havia quase nenhum caminhante.
'É como se todos sentissem inconscientemente a tensão. Algo está prestes a explodir, e preciso estar preparado.' Sempre foi uma pessoa curiosa e precavida, e querendo estar pronto para tumultos e para auxiliar o vilarejo, Kōji não ficará parado no tempo. É um jōnin, e mesmo com a pouca idade, precisa ser um pilar para a Névoa.
— Kōji? Uma voz familiar chamou pelo párvulo.
— Dr. Baraka? O que o sr. faz aqui fora? Precisou se aproximar um pouco para perceber a figura do médico pesquisador.
— Você consegue sentir não é? Esse clima... Deixou subentendido, sem terminar o pensamento. Os olhos do homem estavam fixos no nevoeiro, mas parecia estar vendo algo que não estava realmente ali.
— Sim, é estranho. Mas vim por outro motivo, gostaria de me tornar um ninja médico completo e um pesquisador, como o sr. Aquelas palavras retiraram o homem do estupor mental, gargalhando alto suficiente para as poucas pessoas na entrada do hospital o olharem curiosos.
— Isso é ótimo! Venha, venha! Vamos falar com Ash. Baraka o pegou pelo punho e puxou energeticamente. Entrando no hospital fazendo um alarde, com as enfermeiras rindo e suspirando ao ver o pequenino recorrente sendo puxado. No rápido passar, escutou algumas palavras.
Ele realmente aceitou ser médico? Aqueles dois vão fazer uma festa! Tadinho! Será bom tê-lo no hospital, é tão fofo! [...] Na sala do diretor geral do hospital, Ash e Baraka mal conseguiam conter seus sorrisos. Eles tentarão por muito tempo tornar o párvulo em um médico, notaram rapidamente o talento dele para a medicina e desde que o ensinaram nas artes médicas, tentavam recruta-lo. Sem sucesso.
— Esse é um ótimo dia. Baraka, eu disse que um dia ele acordaria e descobrira o que um médico pode ser um fator diferencial no mundo. Agora temos que ensiná-lo com o melhor que sabemos e assim, criar um Iryō-Han jamais visto. Ash estava mais empolgado que o próprio jōnin.
— Sim, e não poderia ter professores melhores. O que me diz, você começa ensinando-o sobre o mundo da medicina e tudo sobre a profissão e depois eu complemento com o mundo das pesquisas e experimentos? Deixaremos com a maior quantidade de conhecimento desse mundo. Eles são renomados em sua área, e querem deixar Kōji ser a junção dois. O pequeno podia sentir uma dor de cabeça vindo e dias e mais dias cheios de serviços e conhecimentos. Mas não poderia negar, estava bastante empolgado.
'Isso é contagiante.'Com o acordo firmado entre os dois médicos, o jōnin não teve o que argumentar. Mas concordou em aprender a medicina tradicional antes de se aventurar pelas pesquisas, criando um background bem fundamentado e aprendendo com maior facilidade os conceitos e ensinamentos de dr. Baraka. Ash levou o párvulo para um tour no hospital, mesmo já o conhecendo foi bom revisar as diversas áreas. Desde do pronto atendimento até a ala cirúrgica, manteve-se atento a toda explicação, essa que fora bem didática e com muito conteúdo.
— Os chamados iryō-nin se especializam no tratamento médico e uso de técnicas medicinais para curar os outros, como já sabe. O que talvez seja desconhecido para você, é que somos treinados para evitar se machucar de alguma forma, pela razão de que, se estivermos feridos não haveria ninguém para curar os outros membros da equipe. Somos os suporte de todos, e sempre é preciso ter um acompanhando outros ninjas em missões de ranking elevados. Somente dessa forma podemos ajudar a aumentar a taxa de sucesso e de sobrevivência da equipe em geral. Mesmo sendo proficiente na arte médica, não estava tão familiarizado com a função dos médicos nos pelotões. Como uma nova porta de conhecimento sendo aberta, o pequeno se sentiu maravilhado e com muitas coisas a perguntar.
— Então, o que pretendo ter ensinar é como aliar seu Hiraishin no Jutsu com as técnicas e conhecimentos médicos para não ser apenas um suporte, como um pilar no qual seus companheiros possam confiar e descansar. Ash conhece muito sobre o kiri-nin, como também sua habilidade especial. Com isso, sua pretensão não é deixá-lo como um mero curador, e sim um suporte ofensivo capaz de mudar o rumo de batalhas sendo útil de várias maneiras.
— Estou em suas mãos e confio totalmente nos senhores. Começou a decifrar um pouco o significado por trás das palavras dos dois homens ao firmarem o acordo sobre transformá-lo em um iryō-han renomado.
Diferente de tudo que presenciara antes, o tempo pareceu correr vagarosamente enquanto estava imerso aos ensinamentos transmitidos concomitantemente com as transformações acontecendo dentro da Névoa e todo o mundo ninja. Kōji passava seus dias dentro do hospital, aprendendo tudo que dr. Ash tinha para ensinar, sendo um estagiário nas mais diversas áreas e sendo bem sucedido na maioria delas. Quando começou a acompanhar procedimentos cirúrgicos mas podia se conter par estar no controle das ações, mas como fora lhe dito —
Contenha-se. Espere, veja e aprenda com os outros. Absorva o máximo que puder para só então nos mostrar o que aprendeu. Meses passaram sendo um mero estagiário observador e estudioso, e deixou de apenas observar para ser o médico auxiliar. Muitos procedimentos teve sua participação, lembrando do transplante que executou em Altria e Emiya, podia agora comparar as ações e como fizera tudo intuitivamente com os amigos e muitas coisas poderiam ter dado errado. Suspirou aliviado com a lembrança. Os dois estavam bem e fora de risco algum.
'Como eles estão?' Permitiu-se pensar. Após decidir ser um médico, nunca mais teve tempo livre e/ou perambulou pela vila. Até mesmo suas missões haviam dado um tempo, pois estava totalmente focado em graduar-se como um iryō-han o mais rápido possível. Porém, no meio do percurso percebeu que se acelerasse as coisas, não poderia absorver e por em prática tudo que era ensinado. Desperdiçaria o seu tempo e o dos dois médicos, que tanto se empenhavam para educa-lo.
A rotina do pequeno era de casa para o hospital e vice-versa. No entanto, não estava alheio aos acontecimentos presentes. Kirigakure passou a se tornar movimentada principalmente por novos moradores do clã Senju, assim como suas fronteiras estarem abrigando fugitivos e criminosos. Ao totalmente sem sentido, com o poderia militar do vilarejo, colocar bandidos no ambiente vai totalmente contra a lógica racional. Algo estava por trás disso, eis o pensamento do jōnin, porém, não pretendia intervir. Por ora. Com o novo Mizukage, acreditava que o companheiro Guardião da Paz tem planos para conter e/ou até mesmo erradicar tais malfeitores. Só que o objetivo principal de Kōji é o de ser um médico reconhecido, por tal, ficou enfurnado no hospital e só sairia para o "mundo real" após concluir essa etapa. [...] Naquela manhã, ao chegar no hospital, a recepcionista o informou que dr. Ash o chamara em sua sala e ao entrar na saleta viu dr. Baraka sentado confortavelmente em uma das poltronas.
— Bom dia, Kōji. — Como está, garoto? Os homens o cumprimentaram.
— Bom dia! Estou bem, apesar da vila... Não terminou a frase, mas foi compreendido.
— Não se distraía com isso. Dr. Ash queria mudar o foco da conversa.
— Hoje faz dois anos que está estagiando como médico, e agora deve ir aprender com Baraka sobre pesquisas e medicamentos. A partir de agora pode se considerar um iryō-han, mas tem um longo caminhar a percorrer, ainda. Baraka levantou-se energeticamente após Ash terminar.
— É isso mesmo! Agora você e eu passaremos bastante tempo juntos, mas não começaremos do zero porque nos últimos meses eu e Ash colocamos você para pesquisar e ter contato com medicamentos para que fosse aprendendo devagar e ter uma base. Então considere agora o início do segundo módulo! O adolescente sorriu. Sabia que não devia ser em vão aquelas idas a farmácia do hospital.
'Então era isso.' Despediu-se do dr. Ash e seguiu dr. Baraka para os andares superiores do hospital, que é onde ficam os laboratórios.
O trabalho nos laboratórios é muito diferente das outras áreas do hospital, assim como os aparelhos. Dr. Baraka não conseguia conter sua empolgação ao apresentar seu local de trabalho e nomeou rapidamente os equipamentos que serão usados por eles na nova etapa.
— Aposto que não conhece quase nenhum desses não é? Venha, vou mostrá-los! Um pouco confuso por não saber quais são e para o que servem, apenas seguiu o pesquisador.
— Temos tudo que precisamos e que um laboratório de ponta necessita, desde de microscópios, colorímetro, analisador de bioquímica, agitadores, estufa, balança, capela, cabine de segurança, destilador de água, deionizador, centrífugas, contador diferencial de células, pipetadores e pipetas e placa aquecedora. Como Baraka pensara, o jōnin realmente não conhece nenhum desses equipamentos e diferente da rápida nomeação das ferramentas, o médico passou dias apresentando-os individualmente e esmiuçando os pormenores de suas funções e como usá-los da maneira corretamente buscando sempre o maior e melhor resultado. O primeiro mês no laboratório foi basicamente assim, observando e estudando sobre os funcionamentos não só dos equipamentos como as normais das áreas do laboratório.
Com tanto conhecimento sendo transmitido as horas passavam rapidamente e o menino sentia que o fluxo temporal era deveras rápido demais e não conseguiria absorver ou ter o tempo necessário para aprender tudo que era ensinado. Baraka por vezes precisou acalma-lo, dizendo que terão todo o tempo do mundo e como é novo demais, não deveria se preocupar tanto com isso.
— Venha aqui, sente-se. Hoje vou ter ensinar sobre desconstrução. O termo é auto explicativo, mas não entendeu como seria usado em um laboratório.
— Veja, tudo que é criado no laboratório segue processos. Começamos pela teoria e essência do que queremos criar, tentamos descobrir o que precisamos de materiais para gerar o produto e depois definimos o plano de ação/criação. Dr. Baraka repetiu o processo de criação de soluções, e isso já está impresso no íntimo do menino.
— Sim, como o sr. vem me ensinando nesse último ano, podemos chamar esse processo de construção. Indo por essa vertente, desconstrução será pegar algo que existe e desconstruí-lo para descobrirmos suas propriedades? Baraka nunca deixava de se surpreender de como o párvulo compreendia rapidamente o que lhe ensinavam.
— É exatamente isso, mas te mostrarei como fazer usando os instrumentos e como aumentar a taxa de sucesso das descobertas. Homem e adolescente passavam horas e horas dentro do laboratório, esquecendo do mundo exterior.
A vida dentro do hospital e laboratório fora cercada por desafios e aprendizagem, com dois mentores Kōji evoluiu bastante na área médica e como um iryō-nin. E o período de quatro anos passou rapidamente, com o jōnin sabendo das transformações do mundo ninja através de pequenos informativos e de sua mãe, que continua sendo uma bibliotecária da vila, e sempre atenta as informações. Aquele seria seu último dia de estagiário/estudante. Após muito tempo, Ash e Baraka acreditavam tê-lo ensinado tudo que podiam, e agora o párvulo precisava voltar para o mundo real e se adaptar como um novo ninja devido ao crescimento de suas habilidades.
— Kōji, estou muito feliz por poder dizer isso, mas hoje estamos certificando-o como um médico de Kirigakure... Ash estava um pouco emocional, algo visto raramente, mas fora interrompido pelo intempestuoso Baraka.
— E não só um médico qualquer. Os últimos dois anos dentro do laboratório lhe mostraram diversos processos químicos e de construções de pílulas e mais componentes que o ajudaram a ser um grande farmacêutico. Orgulho, batia firmemente no peito para mostrar quem havia ensinado o adolescente.
— Só tenho a agradecê-los. Sinto que estou saindo daqui hoje muito mais preparado do que há anos atrás, e promete não decepcioná-los! Com a benção dos mentores, o jōnin concluiu seu último dia e voltou para casa, realizado.
Ano 5 — Mostre quem você é!Dois meses passaram após o intenso aprendizado no hospital da Névoa, Kōji estava recluso em casa absorvendo todos os conhecimentos que lhe foram transmitidos assim como as mudanças no mundo todo. O adolescente ainda não conseguia acreditar em como o vilarejo havia decaído tanto nos últimos cinco anos, não fazia sentido nenhum. Kirigakure era a vila oculta mais forte dentre as cinco maiores, e acolher pessoas após Chozen se tornar o líder dos Senjus e Mizukage parece ser algo humano e normal, e como deixaram criminosos se instaurar no país. Isso só mostrou para o jōnin que os que estão no topo do comando não se importam tanto com o lugar que vivem, ou que algo por trás e que não é de conhecimento geral esta acontecendo. Seja qual for o motivo, ou motivos, o Yuki estava um pouco cético em ser um kiri-nin, como se ele e seus iguais estão sendo colocados a margem e usados para benefícios de poucos. Um sentimento negativo em relação ao seu lugar de moradia começou a nascer e crescer dentro do pequeno, quase como se não tivesse certeza se realmente deveria estar ali. Vagando em pensamentos, a presença de um homem mascarado foi percebido tardiamente, com ele atrás de si, cinco metros os separavam.
— Yuki Kōji, você esta sendo convocado para executar uma missão de alto risco e sua presença é requisitada imediatamente. A voz grave soou no quintal da residência, obrigando o kiri-nin a se virar para seu interlocutor.
Suspirou, observando a máscara que omite a identidade do homem.
'ANBU. Tenho certeza que ele tem acesso às informações que só posso supor. Talvez entrar em um grupo tão seleto, possa me ajudar a descobrir o que realmente a Névoa é, e me decidir o que é melhor para mim e para a mãe.' Tentando traçar um caminho, a mente do párvulo sempre ativa procurava por meios para cumprir seus objetivos.
— Para onde? [...] A missão designada esta intimamente ligada à nova profissão do jōnin, como se tornara um iryō-han e o aumento de crimes tanto no perímetro interno quanto externo da Névoa, ninja médicos são designados para dar suporte para os grupos de contenção e supressão desses crimes. O adolescente não esta em um time específico e sim, teria que correr por vários lugares para auxiliar os diversos times que estão executando as mais diversas missões. Quando foi informado, o kiri-nin soube que terá um cansaço físico e mental elevadíssimo pois também precisará presumir quais grupos estão em pior situação e traçar uma rota que torne capaz sua ajuda chegar mais rápido neles sem que o atrase para que alcance os outros ninjas. Além de ter que evitar os criminosos no caminho para que não seja machuque ou mesmo, que não permita-se ser obstruído para prestar suas habilidades.
— Esse lugar se tornou caótico. Expressou sua insatisfação com o período atual. O descontentamento evidente não só em sua voz, como em todos os seus comportamentos. Kōji não pretendia se deixar ser obstruído, decidindo eliminar qualquer ameaça que se coloque entre ele e os times de Kirigakure.
A respiração ofegante e as madeixas negras grudadas em seu pescoço suado e fronte denunciavam o cansaço sentido pelo kiri-nin. O mapa do país estava aberto no chão à sua frente com algumas marcações em forma de X, mesmo conhecendo a geografia da Água e do mundo, não queria correr o risco de errar. Esse informe foi dado pelo ANBU, e mostrava as últimas localizações dos times de supressão. As marcas eram onde o Yuki tinha ido, ajudado alguns dos companheiros da vila enquanto descobriu que dois times haviam sido aniquilados totalmente.
— Não são simples criminosos. Os dois grupos eram liderados por tokubetsu jōnin e completados com chunins, não tem como terem sidos mortos por civis ou bandidinhos de estrada. Kōji estava ficando com raiva da situação. Os quatro anos dentro do hospital o fizeram ficar alheio aos acontecimentos no mundo, mas agora vendo por si mesmo, sentia que seu rosto havia sido acertado em cheio por um soco.
— Tem mais três times para receberem suporte, e eles foram mortos aqui... O dedo indicador direito traçava uma linha enquanto tentava entender o mapa e os caminhos utilizados pelos times. Kirigakure havia traçado um plano de ação de modo que todos os times reagrupassem próximos a margem da floresta após eliminar as ameaças conhecidas, mas um pensamento sombrio estava assombrando o jōnin.
— Parecem que eles estão em rota de colisão, quase como se eles soubessem onde estão os times e sua força. A hipótese pensada é simples e terrível —
Existe um traidor de alta graduação que revelou o plano de ação, entregando as informações. 'Eles serão aniquilados também.'Sons de lutas ecoavam através da neblina a cada passo dado por Kōji, após analisar o mapa decidira se deslocar de um jeito que interceptaria o avanço, seja do time de Kiri ou dos assassinos, caso seu pensamento estivesse correto.
'Eles se moveram mais rápidos do que pensei.' Não precisou pensar muito para saber que os grupos haviam se esbarrado e o combate iniciado imediatamente, o problema foi percebido quando o párvulo saiu de dentro da floresta e alcançou as imediações da estrada. Mesmo com a névoa, pouco espessa, sua visão conseguiu perceber todo o cenário. Os shinobis estavam em menor número, quatro, com dois tokubetsu jōnins e dois chunins enquanto os malfeitores tentavam os sobrepujar com a quantidade.
'Dez! Eles montaram um grupo enorme, agora sei porque os outros dois times não tiveram chance.' Porém, um sorriso brotou em seus lábios quando notou os ferimentos nos bandidos. Os outros times, mesmo perecendo não sucumbiram sem ajudar os futuros alvos. Kōji deslizou as mãos até a bolsa ninja retirando kunais com marcas de seu
hiraishin impressas, lançando-as nas mais variadas direções. Cinco delas próximas aos kiri-nins e a outra metade no solo em meio aos bandidos. Os ninjas perceberam rapidamente a aproximação, e não reagiram as armas lançadas devido a saberem, com um simples olhar, quem era.
Kōji, o Guardião. Os chunins suspiraram aliviados. Por serem os mais fracos, estavam na retaguarda da formação, tentando apoiar os dois tokubetsus na vanguarda. Esses dois estavam com cortes e sangramentos ativos, porém se mantiveram firmes. Do outro lado, apenas dois reconheceram o jōnin, mas antes de poderem proferir qualquer ordem, o chão no meio dos dois grupos e abaixo deles partiram ao meio quando inúmeras estacas de gelo emergiram violentamente.
As ações se desenrolaram de forma insana. O menino sentiu seu ombro ser perfurado por algo desconhecido quando seu corpo desapareceu de onde estava para surgir imediatamente entre os dois tokubetsus jōnins.
— Foquem seus ataques naqueles dois, eu cuidarei dos outros e darei suporte. Com os olhos focados nos líderes dos bandidos e nos que o reconheceram, ditou suas ordens. Dos outros 8 malfeitores, três haviam sido empalados pelas estacas e estavam fora de combate, quiçá, mortos.
— Tudo bem, Kōji-san. Mas não consigo me mover tão bem. Um dos tokujos ditou, mostrando um corte em seu braço direito que o impossibilitaria de usar selos. O outro apenas concordou com a cabeça e avançou. Mesmo com os outros sete inimigos não terem sido pegos em cheio pela técnica hyōton, haviam sido atingidos.
— Apenas o segure por dois segundos. Bradou ao desaparecer e reaparecer bem no centro dos inimigos. O ar à sua volta congelou imediatamente em formas de agulhas translúcidas e avançou contra os inimigos. [...] Kōji estava terminando de curar os ninjas da Névoa enquanto todo o cenário estava um caos. A batalha entre eles e os assassinos estava finalizada. Sem perdas de vida do seu lado, o kiri-nin só precisa se preocupar em auxiliar seus companheiros. Os malfeitores haviam sido aniquilados, assim como fizeram contra os outros dois times, tendo apenas um deles vivo, sendo suprimido por um dos tokubetsus enquanto o jōnin finalizava sua ajuda.
— Obrigado sr. O tokubetsu com o braço, outrora dilacerado, estava apto a voltar a lutar com toda sua força agora que fora curado. Após findar o suporte, o adolescente se levantou e caminho em direção ao cativo. O homem estava de joelhos e cabeça baixa, mas ao escutar os sons dos passos do iryō-han, levantou a cabeça. A expressão de medo e desespero estava em evidência.
— SE AFASTE! SAÍ DAQUI, SEU FANTASMA! FANSTAMA DE GELO! Os kiri-nins não poderiam deixar de concordar com o homem. As técnicas e forma de ser mover do jōnin o faziam parecer um fantasma.
Estava aqui, ali, em todo o lugar. E o gelo e frio estava presente em todo o campo, como se não pudessem se mover de forma livre. A batalha se tornou unilateral com a chegada de Kōji, que impiedosamente matou a maior parte dos inimigos.
— Acho que você não tem nada para me dizer. Uma lâmina de gelo se formou à frente do párvulo, decapitando o homem com um movimento.
'O que eles estão fazendo pra deixar Kirigakure cair tanto.' Não podia deixar de sentir aversão a alta cúpula do vilarejo. Seus companheiros ninjas morrendo devido aos criminosos livres, e nada parecia estar sendo feito de fato para contê-los. O Yuki não queria aceitar, mas talvez tivesse.
A Névoa está sucumbindo! — 22OO • 22OO
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— O2 • O7
— O8 • 5O