PARTE I
Eu estava me dedicando as atividades mais simples da vila, as que geralmente são destinadas a nós genins. Passar os meus dias e noites realizando tarefas tão simples e insignificantes pareciam fazer com que minha jornada a glória e ao poder fossem uma mera chacota. De qualquer forma, concentrei-me em realizar essas tarefas mesmo que suas recompensas não fossem um terço do que eu achava que merecia ganhar.
Uma dessas tarefas era a entrega de mensagens e pacotes em nome da folha. À medida que mergulhava nessa tarefa aparentemente trivial, encontrei meu próprio caminho para transformá-la em algo que combinasse com minha abordagem apática da vida. Minha indiferença, geralmente um fardo, tornou-se uma arma secreta para realizar as entregas com uma velocidade implacável. Sem enrolações, sem palavras desnecessárias, eu pegava os pacotes, seguia a rota mais eficiente e os entregava sem hesitação.
Enquanto os outros genins poderiam ver essas entregas como um fardo, eu encontrei uma estranha satisfação em sua simplicidade. Sem expectativas elevadas ou aspirações grandiosas, eu me tornei um mestre da entrega direta. A cada missão, meu rosto impassível permanecia inalterado, enquanto eu executava as tarefas com a eficiência de um relógio bem regulado.
Mas havia algo mais acontecendo, algo que se desenrolava nas reações dos moradores da vila. Alguns olhavam para mim com confusão, tentando entender por que eu parecia tão desapaixonado por uma tarefa tão básica. Outros demonstravam surpresa, suas expressões de incredulidade misturadas com um toque de admiração. Alguns riam, talvez porque minha abordagem desafiava a norma e os pegava de surpresa.
Minha excentricidade, no entanto, não atrapalhava a eficácia das entregas. Pelo contrário, as entregas eram concluídas rapidamente, meu ritmo constante de movimento singular garantindo que o trabalho fosse feito sem atrasos. E assim, enquanto os outros se esforçavam para impressionar ou se destacar de maneiras convencionais, eu encontrava minha própria maneira de deixar minha marca no mundo das tarefas rotineiras.
Enquanto eu continuava a percorrer as ruas da vila, entregando mensagens e pacotes com meu ritmo constante e minha expressão impassível, percebi que mesmo nas tarefas mais simples e mundanas, havia espaço para inovação e autenticidade. A ironia, a indiferença e a abordagem apática se fundiram de uma maneira surpreendentemente eficaz, mostrando-me que às vezes o valor está não apenas nas tarefas que executamos, mas na maneira como as executamos.
Quando a responsabilidade de ajudar os idosos de Konoha com suas tarefas diárias caiu sobre mim, minha abordagem peculiar mais uma vez entrou em cena. Ainda que minha natureza apática pudesse sugerir o contrário, eu estava disposto a encontrar uma maneira de fazer essa tarefa um pouco mais interessante. Em vez de oferecer a ajuda tradicional, decidi deixar minha paixão por plantas guiar o caminho. O jardim, com suas cores vibrantes e a natureza resiliente das plantas, sempre havia sido um refúgio para mim. Então, enquanto executava as tarefas dos idosos, decidi adicionar um toque especial. Sempre que me envolvia com a jardinagem, meus movimentos adquiriam um caráter dramático, quase como se estivesse em uma performance teatral. Com gestos exagerados e movimentos estranhos, eu me dedicava a cuidar das plantas e do ambiente.
Os idosos, que inicialmente poderiam ter esperado uma ajuda tradicional e silenciosa, foram recebidos por minha excentricidade em ação. Enquanto eu executava minhas tarefas de jardinagem, minha abordagem incomum ganhava vida. Plantar uma flor se tornava uma dança elaborada, podar arbustos era acompanhado por um gesto teatral de corte imaginário no ar. Eu transformava o ato rotineiro de cuidar das plantas em um espetáculo cativante.
Surpreendentemente, em vez de receber olhares perplexos ou desaprovação, os idosos pareciam se encantar com minha abordagem única. O que poderia ter sido apenas uma série de tarefas monótonas se transformou em algo que trazia um toque de alegria e vitalidade ao seu dia. Eles riam das minhas esquisitices, às vezes até mesmo se juntando a mim nas performances teatrais improvisadas. Minha apatia não impedia que eu trouxesse uma dose de entretenimento, e o fato de que eu me envolvia em minhas tarefas de maneira tão intensa e dramática parecia trazer um brilho de novidade para suas vidas.
PARTE II
Durante aquele período, minha rotina como genin seguia seu curso, envolto nas tarefas mundanas que compunham o cotidiano de um ninja em formação. Entre missões e treinamentos, uma experiência singular marcou minha trajetória, reforçando minha abordagem incomum em todas as situações. Em uma missão de treinamento, onde outros genins focavam em aprimorar suas habilidades de combate com movimentos fluidos e precisos, eu escolhi seguir um caminho divergente e peculiar. Enquanto os outros realizavam sequências de ataques e defesas coordenadas, eu decidi criar uma série de movimentos totalmente únicos. Minhas investidas de defesa pessoal eram coreografias estranhas, quase desengonçadas, e meus ataques pareciam retirados de um espetáculo de circo. No início, minha abordagem bizarra poderia ter parecido ineficaz e até mesmo prejudicial, mas algo em mim sentia que havia uma lógica singular em meio àquela estranheza aparente.
Buscava em minha abordagem não convencional um objetivo: confundir os oponentes. Tentava fazer com que meus movimentos fossem tão imprevisíveis e únicos ao ponto de deixar os adversários sem saber como reagir. Minha estranheza não apenas tiraria sua concentração, mas também abriria brechas em suas defesas. Seria um aprendizado que aconteceria gradualmente, um entendimento e noção corporal que só surgiria apenas após inúmeras tentativas e erros.
Nos meses que se seguiram, minha rotina permaneceu ancorada nas tarefas diárias de um genin, mas agora eu as abordava com um senso renovado de propósito. Conforme o ano chegava ao fim, uma revelação surpreendente tomou conta de mim. Minha peculiaridade havia se transformado em parte intrínseca da minha identidade como shinobi. Minha abordagem única para as missões e o treinamento era o que me distinguia dos outros, e minha estranheza tinha evoluído de uma mera característica para uma vantagem real. Eu percebi que não havia necessidade de me encaixar nos moldes convencionais; a minha singularidade era meu trunfo.
Minha vida como genin havia se transformado em uma série de tarefas simples e monótonas. Eu empurrava os dias sem muita perspectiva de evolução, realizando missões que, apesar de necessárias, pareciam vazias de significado. Minha abordagem apática e alheia aos sentimentos dos outros me ajudava a manter uma distância segura das complicações emocionais que os outros ninjas pareciam tão dispostos a enfrentar.
Mas então, após anos sem contato, minha irmã mais velha, Kokona, apareceu em Konoha. Ela era o oposto de mim: amável, bondosa, carinhosa e caridosa. Enquanto eu me contentava em vagar sem rumo, ela encontrava propósito em ajudar os outros e fazer a diferença no mundo. Sua visita inesperada trouxe uma lufada de ar fresco para a minha rotina monótona. Sentados na varanda, observando o pôr do sol tingir o céu de tons alaranjados, Kokona olhou para mim com um sorriso suave.
—
Mugen, faz tanto tempo desde que nos vimos. Ela disse com sua voz carregada de calor e afeto.
—
Sim, acho que sim.Kokona suspirou, olhando para o horizonte. —
Eu sabia que você estava seguindo seu próprio caminho, mas ver você aqui, tão distante... Eu sinto sua falta. Eu evitei seu olhar, sentindo-me desconfortável com a abertura emocional que ela estava trazendo para a conversa. —
Eu estou bem, Kokona. Apenas fazendo minhas tarefas.Ela balançou a cabeça com um leve sorriso triste. —
Você merece mais do que apenas passar os dias empurrando a vida com a barriga. Eu sei que você tem um potencial incrível, maninho, mas você precisa encontrar um propósito real.—
Propósito? Eu repeti a palavra, como se fosse algo estranho e distante. Suspirei, olhando para o chão. A verdade era que eu nunca havia parado para considerar essa pergunta. Eu estava tão envolvido em minha apatia e alheamento que nunca me dei a chance de pensar em como eu poderia contribuir de maneira significativa.
Aquelas palavras ecoaram em mim enquanto a noite caía sobre Konoha. Eu olhei para o céu estrelado e comecei a ponderar sobre o que Kokona havia dito. Talvez fosse hora de sair da minha zona de conforto e buscar um senso de amadurecimento que eu nunca havia considerado. Talvez fosse hora de começar a procurar um propósito real, algo que pudesse me motivar a buscar o poder e a glória que sempre desejei, de me senti vivo. Enquanto Kokona compartilhava histórias sobre suas próprias jornadas e realizações, percebi que estava começando a sentir um desejo profundo de algo mais. Era como se um novo capítulo estivesse se desdobrando diante de mim, cheio de possibilidades emocionantes e oportunidades de crescimento. A presença amorosa e compassiva da minha irmã havia me acendido uma centelha de amadurecimento que eu nunca havia sentido antes.
PARTE III
Desde o último dia em que vi minha irmã, algo dentro de mim começou a mudar, como uma semente de inquietação plantada profundamente. As missões rotineiras já não eram suficientes para preencher o vazio que crescia em mim, uma fome insaciável por superação, desenvolvimento pessoal e glória. Meu anseio por algo mais significativo se intensificava a cada dia, e finalmente, como se em resposta a esse chamado interno, as oportunidades bateram à minha porta. Nesse período, Konoha estava sofrendo com uma série de roubos misteriosos que ameaçavam a tranquilidade da vila. Como se fosse um destino preordenado, fui designado para uma missão de investigação em equipe. Minha relação com os sentimentos alheios sempre foi fria e distante, mas eu estava determinado a mostrar minha habilidade e destreza.
Unidos como uma equipe improvável, começamos a vasculhar as cenas de crime, cada um trazendo suas próprias perspectivas e conhecimentos para a mesa. Enquanto não era um prodígio, minha atenção aos detalhes se provou valiosa na identificação de padrões ocultos em cada local de roubo. Ainda que eu não fosse um comunicador nato, a precisão com que processava informações muitas vezes nos guiava para as pistas mais cruciais.
Contudo, trabalhar em equipe não era uma aptidão minha. Minha indiferença aos sentimentos dos outros muitas vezes gerava conflitos e desconfiança. Minhas interações eram curtas e diretas, e isso causava atritos com os membros mais emocionalmente conectados da equipe. Mas, mesmo que minha falta de empatia me afastasse dos outros, a determinação ardente de resolver o caso se tornou um fio condutor que nos uniu.
Enquanto as investigações avançavam, meu tique irritante de enrolar os dedos nos cabelos se manifestava cada vez mais. Cada vez que minhas mãos se moviam involuntariamente em direção aos meus cabelos, eu sabia que minha concentração estava sendo prejudicada. Eu não conseguia evitar a sensação de irritação ao perceber que esse tique estava atrapalhando meu trabalho. Respirando fundo, fechei os meus olhos por um momento na tentativa de bloquear a sensação de irritação. Naquele instante eu lembrei do conselho que minha irmã sempre me dava de apertar os punhos com força sempre que o tique quisesse me irritar. Sentindo a tensão nas mãos, mantive os punhos cerrados enquanto continuava a examinar a cena. Cada vez que sentia o impulso de enrolar os dedos nos cabelos, mais eu apertava os punhos. Estava me esforçando a manter as mãos longe dos cabelos, concentrando-se apenas nas pistas diante dele. O tique persistiu por um tempo, mas minha determinação para a superá-lo seria maior.
Com o passar do tempo, a vontade de enrolar os dedos nos cabelos começou a diminuir. Eu finalmente estava conseguindo controlar o tique. Foi aí que percebei que a autodisciplina era a chave para superar esse hábito irritante e que isso estava ajudando a melhorar minha concentração na investigação. Depois de um tempo finalmente conseguiu examinar a cena sem que o meu tique estivesse atrapalhando. Encontrei algumas pistas importantes em algumas cenas de crime, como marcas de sapatos no chão e vestígios de fibras de tecido. Meu esforço em superar o tique valeu a pena, pois as descobertas contribuíram significativamente para finalizar a investigação com sucesso.
Essa experiência foi uma marca gratificante em minha busca por engrandecimento pessoal. A partir dela, pude perceber que mesmo com toda a apatia em relação aos sentimentos alheios e até mesmo aos meus próprios, a autodisciplina e determinação seriam poderosas ferramentas para enfrentar obstáculos pessoais que viriam. Continuei a aplicar essa lição nas missões que seguiram com o decorrer do ano, buscando sempre melhorar e crescer como genin sempre alinhando os interesses da folha ao meus interesses pessoais.
PARTE IV
A noite estava agradavelmente fresca, com a brisa suave de Konoha soprando pelas janelas semiabertas do apartamento. As lâmpadas de papel espalhadas pelo cômodo lançavam uma luz suave e convidativa sobre a mesa de madeira, onde eu e meus colegas de longa data, Kaito, Ryu e Taro, nos reuníamos para mais uma noite de jogatinas.
O som das cartas sendo embaralhadas e as risadas abafadas preenchiam o ambiente enquanto jogávamos uma partida animada de truco. Comentários zombeteiros e brincadeiras amigáveis voavam de um lado para o outro, criando uma atmosfera descontraída e acolhedora. No entanto, entre as jogadas e as conversas, algo começou a se insinuar em minha mente: a estagnação de minha carreira como ninja.
Kaito, o falante do grupo, lançou mais uma piada envolvendo minhas habilidades como jogador, e todos riram. Mas naquele momento, meu riso foi acompanhado por uma onda de pensamentos sérios. Com quase vinte e três anos de idade, eu ainda era um genin, um nível muito abaixo do que eu esperava estar a esta altura de minha vida. Sempre fui capaz de reprimir meus sentimentos, de mascarar minhas inseguranças sob uma fachada de calma e despreocupação. No entanto, naquela noite, enquanto segurava as cartas em minhas mãos, percebi que a situação estava afetando meu ânimo mais do que eu estava disposto a admitir.
Enquanto o jogo continuava, minha mente se desviava cada vez mais das cartas e se concentrava em minhas próprias ambições e descontentamento. Os momentos de treinamento que eu tinha desperdiçado, as oportunidades que eu havia deixado passar, tudo isso parecia pesar sobre mim como uma sombra silenciosa. Eu não podia mais ignorar o fato de que meu crescimento como ninja estava congelado no tempo, enquanto meus colegas da época de academia avançavam para posições mais altas e desafiadoras.
Taro, sempre observador, notou a mudança em minha expressão. Ele baixou suas cartas por um momento e me encarou com um olhar de compreensão. —
Tudo bem, Mugen? Você parece um pouco fora de si.Engoli em seco e dei de ombros, tentando afastar os pensamentos sombrios. —
Estou bem, só cansado, acho.Sua expressão me dizia que ele não estava convencido, mas ele deixou passar. Enquanto o jogo prosseguia, meu desconforto interior só crescia. A noite avançava, e à medida que as risadas se tornavam mais frequentes, meus pensamentos se tornavam mais silenciosos e introspectivos.
Finalmente, quando o jogo chegou ao fim e os outros começaram a se despedir, Ryu me pegou de lado. Ele era o mais quieto do grupo, mas também o mais perspicaz. —
Mugen, eu percebi que você não está realmente aqui esta noite. Alguma coisa está incomodando você, não é?Encarei o chão por um momento, antes de finalmente ceder e soltar um suspiro. —
Tenho pensado muito ultimamente sobre minha carreira como ninja. Sinto como se estivesse preso, sem progresso.Ryu assentiu, seu olhar compassivo. —
Eu entendo como você se sente. Todos nós temos nossos próprios desafios. Mas você não está sozinho nisso. E se você está insatisfeito com onde está, só você tem o poder de mudar isso.Aquelas palavras ressoaram em mim enquanto eu retornava para os meus aposentos vazio. Ryu estava certo. Eu precisava tomar as rédeas da minha vida e buscar minha própria evolução. Não importava que eu já não fosse um jovem, o tempo ainda estava ao meu lado.
Nos meses seguintes, eu me lancei em um intenso treinamento. Cada manhã antes do nascer do sol, eu estava no campo de treinamento, aperfeiçoando minhas habilidades, aumentando meu conhecimento e buscando o avanço que tanto desejava. Meu corpo estava cansado, mas minha determinação era mais forte do que nunca. A partir desse momento eu estava disposto a me entregar completamente ao meu desejo de alcançar o infinito como um shinobi e me tornar uma lenda.
HP: xxx/xxx • CH: 475/475 • ST: 00/05Post: 01/01 • Palavras:2674- Informações:
Objetivo: Filler de TimeSkip
OBJETIVOS POR PARTES
PARTE I - 2 Missões rank D - [687 palavras]
PARTE II - 1 Missão rank D & 100 pontos de Status [752 Palavras]
PARTE III - 1 Missão rank C [606 Palavras]
PARTE IV - 200 pontos de Status [629 Palavras]
OFF: Peço que o querido avaliador considere a quinzena de UP para as possíveis recompensas <3
—Falas dos NPCS—Falas de Mugen
- Bolsa de armas:
+3 Kunai (03)
+5 Shuriken (05)
+4 kemuridamas (04)
+10m fio de arame (02)
+12 kibaku fūda (03)
- Jutsus utilizados: