A voz infantil cantarolava calmamente enquanto tentava preparar um buquê de girassóis e falhava miseravelmente, havia várias flores sobre o balcão da floricultura sem clientes. Soujirō havia sido despachado para cuidar da loja enquanto a dona estava no estágio do hospital do vilarejo, e mesmo sendo enviado para uma missão mais baixa o Hyuga não parecia se importar. O sino da porta sendo aberta não causou nenhuma reação no genin. Uma mulher parou na frente do balcão e ficou observando em silêncio para a criança por vários minutos até pigarrear chamando a atenção.

— Hey, olá. — disse o menino em resposta, sem olhar para a cliente.

A senhora balançou a cabeça negativamente e passou a andar pela loja. Sua impressão do menino era precisa, não sabe nada sobre flores ou vendas, mas estava mantendo o estabelecimento em ordem. A mulher observou as mãos ágeis da criança na montagem do buquê, ficando a fitá-lo do corredor da loja.

— Vou levar esse buquê. — falou a mulher logo quando Soujirō terminou.

O Hyuga sorriu satisfeito ao olhar para as flores, e não disse nada ao deixar seu buquê sobre o balcão. Rapidamente a mulher pegou as flores e quando foi perguntar o valor, outra mulher entrou na loja. O sino chamou a atenção dos dois, e vendo uma cliente a novata correu até o balcão.

— Esse buquê fica 3OO ryos. — era a dona da loja retornando de seu estágio, concluindo a venda.

Enquanto a negociação findava o menino estava saindo da loja em direção sua próxima missão. Os cuidados sobre a loja era até a dona retornar.




O Hyuga caminhou apenas algumas centenas de metros até chegar na próxima missão. Como um vilarejo ninja considerado como grande, Kumo precisa de manutenção rotineira para deixar sempre uma boa aparência e funcionalidade da vila. Logo ao aparecer um homem de aparência rude e grosseira deu um balde com água e alguma substância de limpeza, o odor do produto fez o menino fechar o semblante por alguns segundos.

— Para pintarmos as cercas, elas precisam estar limpas. Retire todos os resíduos e considere sua missão feita. — direto e objetivo, o encarregado designou a missão para o menino e saiu para coordenar as outras pessoas.

Soujirō pegou o balde d'água levemente preenchido e uma bucha amarela sem falar nada, a tarefa é simplório e não carece de muitas instruções. As mãos pequenas e ágeis moviam-se de baixa para cima esfregando as cercas de madeiras. As primeiras passadas com a bucha encharcadas retiraram uma enorme quantidade de poeira, e por molhar bem as madeiras evitou de criar uma nuvem e suas complicações. Após passar uma primeira vez toda a cerca, o genin trocou a água do balde e repetiu o processo, agora usando um pouco mais de força para retirar as marcas na madeira.

Levou um pouco mais de tempo para retirar as manchas, porém ao finalizar despejou a água do balde e o deixou sobre a calçada com a bucha dentro. Sua segunda missão findou, e sem se despedir seguiu para o centro da vila.




O genin mal havia apontado na esquina quando outros dois genins correram até ele e jogaram um par de luvas de vaqueta, e um deles o puxou bruscamente pelo braço. Não sendo coincidência, eles haviam se formados juntos na academia e conhecem perfeitamente o estilo, ou personalidade, peculiar do Hyuga. Por isso antes que o capataz perdesse a paciência com o menino e atazanasse todos, abordaram e o levaram para executar a missão junto com eles.

— Pronto, você irá nos ajudar passando os blocos de calçada enquanto os assentamos. — disse um deles.

— Assim terminamos mais rápido, nos cansamos menos e sem nenhum problema. — ditou o outro enquanto os dois encaram um perdido Soujirō.

O trio trabalhava em coordenação total, o que os dois genins estranharam pois conheciam o outro, mas não causou nenhum problema e passava os paralelepípedos observando o desenho que ia se formando quando seus companheiros assentaram os bloquinhos.

— Não parece um unicórnio? — indagou aleatoriamente.

A dupla encarou o Hyuga e depois a calçada, não conseguindo notar nenhuma semelhança com tal animal mitológico. Na verdade, os blocos não formavam desenho algum. Porém, por conhecerem o menino, apenas concordaram e um sorriso apareceu nos lábios de Soujirō. O calçamento daquela área foi rápido, com os genins dispensando o Hyuga para a próxima missão enquanto eles foram relatar o fim da tarefa ao capataz.




Um casal de adolescentes estavam dando uns amassos debaixo da escada móvel no corredor de livros de suspense na biblioteca, não prestando atenção aos seus arredores e muito menos no alto da escada. Enquanto Soujirō arrumava tranquilamente os livros em ordem de lançamento e nem mesmo notou quando o casal se escondeu embaixo dele. O menino tem uma baixa envergadura, precisando descer até o chão para empurrar a escada para o lado, porém, o menino sentia-se preguiçoso e não queria fazer isso. Então do alto da escada começou a movimentar o corpo e balança-lo de modo a fazer as rodinhas se moverem. Mas a cada balanço sentia a escada andar poucos centímetros e emperrar. O cabo de guerra durou alguns minutos até a paciência limita do genin findar.

O casal embaixo da escada não percebeu a presença de Soujirō, e acharam que a escada estava se mexendo por eles estarem encostado nela enquanto se beijavam. E por isso não se importaram nenhum pouco, até mesmo achando graça por estarem causando na biblioteca, porém não demorou muito para um livro de capa dura cair certeiramente sobre eles e acertar a occipital do garoto, deixando-o inconsciente.

A menina entrou em desespero e correu em busca de ajuda.

Ao retornar com a bibliotecária notou que o corpo desacordado não estava debaixo da escada como relatado, e sim três metros do lado direito enquanto a escada estava afastada da posição inicial. No alto dela a figura do Hyuga podia ser vista trabalhando tranquilamente na arrumação dos livros, sem mesmo ter percebido todo o alvoroço na base da escada.

— Aquele garoto estranho... — falou a bibliotecária ao checar os sinais do adolescente, agitando-o para acordá-lo.

O menino acordou letargicamente, reclamando de dor na nuca. A funcionária pretendia repreender o genin, desistindo ao ver como os livros estavam tão bem organizados. Optou por punir o casal que usaram a biblioteca de forma totalmente errada, deixando Soujirō terminar a missão.




O genin levou mais tempo do esperado para colocar os livros organizados do modo dele, não percebendo que o dia lá fora passou rapidamente e o sol estava quase se pondo. O Hyuga puxou um papel do bolso e o leu com atenção. Restava apenas mais uma missão para finalizar seu dia, e por um breve momento sua mente pensou não ser possível executar tal tarefa.

— Alguém deve tê-lo encontrado. — pelo tempo transcorrido, o párvulo acredita que a missão fora feita por outro.

Não se importando muito com o eminente fracasso na missão, o genin caminhou lentamente para a saída da biblioteca cantarolando a mesma canção da floricultura, mas agora tentava emitir sons de percussão ao mover a cabeça de um lado para o outro. em um desses movimentos notou algo estranho, parando de andar poucos metros após passar pelo último corredor?

— Isso é... Um atentado?! — não acreditou nas próprias palavras.

O Hyuga precisou voltar e ver em detalhes a cena. Um pequeno menino estava agachado e empilhando vários livros, e em sua mão direita havia um isqueiro que não produzia fogo. O pequeno terrorista batia freneticamente no artefato e nem mesmo faísca saíam, só as ofensas.

— Como você me achou aqui? — A descrição batia exatamente com aquele pequeno.

Soujirō não pôde acreditar, e para tirar suas dúvidas arrastou o menino até a academia ninja, comprovando que se tratava do fujão.

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