Em uma manhã, onde não havia aparecido os primeiros raios de sol, estava Taiga, com sua cama abarrotada de coisas, roupas e até mantimentos, olhando fixamente analisando se não estava faltando algo, ao se virar para sair de seu quarto deu de cara com seu pai.

— O que a senhorita está aprontando tão cedo? — perguntou o senhor com uma voz sonolenta.

— Eu estou me organizando Papa, irei passar uns dias em missão, vou para o longe, em uma aventura, desbravar as florestas e pegar a flor purpurina, capaz de ajudar os médicos de nossa vila — colocou as mãos no rosto de seu pai, enquanto imaginava sozinha o que estava falando.

— É púrpura. — o senhor a corrigia, enquanto tirava as mãos da menina, sorrindo.

— Serve. — Taiga dava de ombro e foi até suas melhores amigas; — plantas, contar o que estava a acontecer

Colocou tudo o que precisava em sua mochila, levemente exagerada, deu um abraço em seu pai e seguiu viagem.

Taiga começou a ir em direção as montanhas, não as que costumava ir, que era onde gostava de relaxar  e assoprar dandelions, era mais longe, poucas pessoas sabem daquele local ou o quê costuma habitar ali, mas era o local propício a nascer uma flor, com uma coloração incrivelmente diferente do que já se havia catalogado.

Estava extremamente ansiosa, e em seu caminho havia um riacho, olhou em torno e não avistou nenhuma passagem, porém conseguiu ver um caminho de pedras e arriscou a ir por eles, iria testar a sua destreza em equilíbrio, afinal, havia um pouco de musgo sobre as pedras, o que as faziam ser escorregadias.

— UM! — Pulou sobre a pedra com o pé direito, enquanto utilizava os braços e a perna esquerda para de equilibrar.

— Do.. o.. o.. ois — Pulou sobre a segunda tendo um pouco mais de dificuldade, a segunda pedra parecia ser mais lisa e escorregadia.


— Respira, Ufa! — suspirava — Quase vou pra água... mais uma e, é um, é dois, é...

Não conseguiu concluir sua contagem, Taiga se desequilibrou e foi parar na água, por sua sorte, não era tão fundo quanto pensava, com um pouco de dificuldade a menina tentava ir até o outro lado. Ao alcançar a borda, puxa um respiro fundo de alívio e ao sair abre os braços agradecendo ao Criador do mundo pela oportunidade.

— Quase morro... — Dizia levantando uma das mãos para o céu enquanto se recuperava.

Depois do susto, Taiga se recupera tirando um breve cochilo. Acorda ao sentir uma brisa um pouco mais fria, será  que poderia mudar a temperatura? Aqui não é comum chover..... Levantou, mesmo que com o corpo úmido e seguiu viagem, adentrando agora por uma floresta um pouco mais densa que era se seu costume, percebeu que estava sendo observada pela fauna local, então procurou andar minuciosamente com cautela.

O céu era quase impossível de se observar, pois as copas das árvores tomavam conta, e o que se via era os raios alaranjados que atravessavam as folhagens, e era possível perceber que a tarde do dia, já chegará ao fim e como não conhecia o local, andar a noite não era uma opção. Taiga andou até procurar um local com aparência tranquila para passar a noite, sem sucesso, sua opção foi ficar entre as raízes de uma árvore, afinal, as árvores eram tão grandes que suas raízes eram saltadas e pela estatura de Taiga, facilmente viravam abrigo. Cobriu-se com uma manta e esperou o dia clarear.

— Sou muito corajosa, só uma ninja igual a mim conseguiria realizar tal feito — dizia com ar de soberba, encolhida entre as raízes com a cabeça coberta pela manta.

Ficou observando a escuridão e não era difícil ver os olhos brilhosos dos pequenos animais que ali viviam. Taiga facilmente caiu no sono, até que a floresta começou a deixar os primeiros raios de luz adentrar novamente.

Se espreguiçou e seguiu viagem, até sair da densa floresta e se deparar com um caminho de tamanho tão extenso que fez cara de choro ao começar a ir por ele. Quanto mais subia mais a paisagem ia ficando encantadora pois uma infinidade de flores e frutas tomavam conta daquele lugar parecia ser impossível algo tão colorido em uma vila tomada por pedras.

Chegando no topo, Taiga conseguiu ver todo o caminho que havia percorrido, e o rio que atravessou parecia ser apenas uma linha no meio de uma imensidão de árvores, conseguia ver um campo repleto de flores silvestres, mas nada que se assemelha a flor púrpura, olhou em volta e nada, e ficara chateada, porque não a encontrava, e ela estava onde haviam lhe dito que encontraria, e novamente o dia ia sido tomado pela escuridão da noite, e Taiga novamente se preparava para deitar, olhou o céu extremamente estrelado e se apaixonou pelo que viu, até que percebeu que um brilho diferente começou a aparecer.

— Eu ENCONTREI — Disse ela gritando e levantando e ao mesmo tempo desacreditada.

O brilho nada mais era que a flor púrpura, de dia apenas um botão fechado, pois ela abria apenas de noite, e não era uma flor qualquer, ela tinha um brilho que era um pouco diferente. Imediatamente Taiga com muito cuidado começou a retirar as flores e colocá-las em um pote para preservar as propriedades das flores.

Taiga passou a noite admirando a beleza daquelas flores, com pétalas delicadas e brilhantes. Ao raiar do dia, os botões novamente iam se formando e as flores sumindo aos olhos, Taiga tomou o rumo de volta, feliz pela oportunidade de ver o que poucas pessoas veriam.