Vou ser bem sincero, não sou um cara que busca poder, eu prefiro prosseguir com a obtenção de conhecimento, alguns dizem que conhecimento é poder, eu discordo, acredito que a sabedoria é o poder, o conhecimento é só uma desgraçada de uma caralhada de informação criada por idiotas que se autodenominam: ser humano. Cara, se eu digo isso para uns manos da minha quebrada, certeza que vão me classificar como usuario de drogas, porém, enrtetanto, todavia, isso é diferente quando se trata com os anciões da vila… bando de velhos maconheiros, hahaha.

Enfim, cá estou eu, sentado adiante daqueles peles enrugados, os anciões do clã parecem maracujás com roupas, seus tamanhos - pequenos - fortalecem ainda mais a minha breve comparação. Gorudoba parecia ser a mandachuva do clã, pois se sentava em uma poltrona escurecida - cheio de detalhes pomposos - no centro dos demais anciãos ― Chokorabu Maukudaneru - assim que ela ditou meu nome, com aquela voz envelhecida de fumante - parecendo que tá precisando tomar uma água - os demais marauj… anciões, se retiram do recinto, nós deixando a sós naquela estranha sala subterrânea do território do clã Izuno.

― Olha só velhota, não sei qualé a desse suspenso todo, mas não to gostando desse clima. Não curto mulheres da sua idade não e creio que mesmo se rolar algo, vai dar merda pra senhora eim… - eu disse para ela, me afastando lentamente para trás, a fim de aproveitar a porta aberta nos fundos, em que os demais estavam saindo.

― Não é nada disso moleque pervertido! - não sei se ela ficou nervosa, mas dava para ver a tempura na sua testa e seu semblante um pouco avermelhado, apesar de já ser quase o tom da pele dela em si ― O que estou prestes a te propor, é algo importante para a vila, para o clã e possivelmente para você, principalmente por sua personalidade imatura!

― Ufa, fico até mais aliviado, achei que tinha outras intenções, já estava me preparando para fugir, hehehe! - disse, mas estava me sentindo um pouso sem graça e com receio ainda ― Mas o que tá pegando? Porque, o suspense todo?! - indaguei, enquanto olhava de relance para trás e vejo que a porta foi fechada e aparentemente trancada, pois escutei um estrondo vindo dela.

― Choko, tenha mais maturidade! Você irá precisar e muito para o que está por vir, sua decisão irá selar, literalmente, o seu futuro, possivelmente a do clã e de Konoha. - ela bradou e eu rapidamente tratei de ficar quase que imovel, igual uma estátua, apesar de ter certa intimidade com a velhota, eu sabia que não podia se brincar com ela, principalmente pela surra que levei durante o seu treinamento ― Aqui na minha mão, possuo o poder de uma criatura muito antiga e poderosa!

― Mas antiga que você velhota? Impossivel! - disse e gargalhei brevemente, até ela fixar aquele olhar em mim, que eu conhecia muito bem o que significava, então tratei permanecer calado.

― E sim, apesar da sua pergunta conter certo sarcasmo, ela faz sentido, pois esta criatura é muito mais velha que eu e possivelmente mais velha que as demais nações. - ela retira dentre suas vestes - o manto - uma pequena jarra marrom - que não consigo distinguir o material - com alguns selos que pareciam estar segurando a tampa ― O nosso clã vem guardando essa criatura a algum tempo, o que tem selado aqui dentro de simples vaso, é uma besta com caudas, sendo uma forma de chakra vivas, por vezes referidas como "Besta de Chakra. Pouco sei sobre ela, mas quem recebe a Bijuu em seu corpo é chamado de Jinchūriki, ou seja, Poder do Sacrifício Humano.

― Olha velhota, não sei bem se é isso mesmo que entendi, mas tu ta querendo enfiar um bicho que tá dentro da jarra, dentro de mim? Tipo, quer me fazer sacrifício? Se sim, para quem e porque?! - se antes estava recuando em passos lentos, desta vez fazia questão de acelerar os passos, enquanto questionava a velha “doida”.

― Sim e não seu idiota! Quem conseguir controlar essa criatura dentro de si, pode ganhar até poderes extraordinários. Esta decisão não foi somente minha, mas de todo o clã e … um pedido de Biorana. - ela fez uma breve pausa, antes de ditar o nome do meu antigo mestre.

― Não confio em você velhota. Biorana não iria querer algo assim comigo, ele mal me conheceu direito, cê ta fumando muito velha, deveria parar com esse troços ai - disse com certa irritação, apesar da tentativa de disfarçar com sarcasmos, enquanto viro as costas e sigo em direção a saída do local, pensativo.

― Choko… na época, eu também neguei o pedido dele, mas diante da catástrofe que ocorreu recentemente em Konoha… com este poder, poderíamos ter evitado menos perdas… - a situação mencionada pela velha, creio que seja algo que mexeu com todos na vila.

― Ah, vai! O que tem que fazer, bebe o que tem nessa jarrar?! - indaguei, ainda pensativo sobre o assunto.

Gorudoba me conduziu até uma sala aos fundos do local, levando consigo a jarra com a tal da besta dentro ― Como que pode algo assim ser tão forte e não consegue sair de uma simples jarra?! - pensei durante o caminho. No local, a velhota pede para eu retirar a camisa e me deitar uma espécie de cama de pedra com algumas correntes, que se encontra no centro do local, aquilo parecia uma mesa de tortura.

― Vamos Choko, não tenha medo. Essas correntes…digamos que… são para a sua e minha proteção, e provavelmente proteção para a vila - disse ela, com serenidade na voz.

Eu não era besta, fiquei desconfiado o tempo todo, mas é aquele velho ditado, tá na chuva, é porque é trouxa e não levou um guarda chuva, hehe. Seguindo as orientações da anciã, tirei a camisa e me deitei sobre a pedra, deixando-a me prender com as correntes ― Isso aqui eu consigo quebrar facilmente - pensei comigo, enquanto puxava levemente as correntes, para testar a sua resistência.

A anciã assumiu um semblante diferente, sua capa subia diante de alguma força que parecia emanar dela, enquanto segurava e chacoalhava seu cachimbo com a mão esquerda, como se fosse uma espécie de ritual xamânico, além do forte cheiro de incenso que emanava no local, era tão forte que me sentia um pouco tonto, na realidade, não entendia muito bem o que estava pegando, notei um pentagrama surgindo no chão, ao meu redor, ou seja, ficando no centro dele, não sabia muito bem o que seria aquilo e se realmente estava ocorrendo, pois minha visão está turva, mas mal tive tempo de pensar e de repente tudo ficou escuro. Confesso que não estava com tanto medo, apenas com receio inicialmente, mas de repente, senti uma pressão violenta emanando ao meu redor, eu me senti paralisado e com muito medo, mas de repente escuto um barulho de metal, como se estivesse encarcerado alguém na cadeia e o medo desaparece.

Despertei com uma puta dor de cabeça, olhei ao meu redor e aos poucos vou recordando onde estou, as correntes não estavam mais em meus braços e pernas, estava livre deitado sobre a mesa de pedra. Me levantei e fiquei sentado, com as pernas abanando no alto, por não conseguir alcançar o chão, não avistei a velhota, mas sinto um certo desconforto na região do peito, quando notei um estranho símbolo no centro do meu tórax, que mais parecia uma tatuagem.

― Maneiro! Sempre quis ter uma tatuagem, mas se soubesse que ela ia fazer uma, podia me deixar escolher pelo menos… se bem que curti esse troço, parece um tribal e ao mesmo tempo não… - disse, enquanto tentava decifrar que troço era aquele.

― É o selamento que fiz em você, para alocar a criatura dentro de si, ou seja, hoje você
acaba de se tornar o jinchuuriki das quatro caudas - escuto uma voz de fundo, de uma mulher fumante, que não foi difícil de reconhecer.


― Quatro caudas? Olha, se trocar caudas, por rabo, em outro contexto soa estranho, hehehe! - ainda que fosse confuso, era engraçado.

― Choko, espero muito que você consiga dominar este poder e a partir de agora, é com você. - a anciã se aproxima e permanece à minha frente, cerca de uns 5m de distância, ela parecia estar triste, devido a sua expressão cabisbaixa e seus olhos que lacrimejavam.

Eu não conseguia dizer nada, apenas fiquei olhando para ela por alguns instantes, até que esta se retirou do recinto e disse que eu deveria retornar a vila, pois podem estar precisando de meus serviços. Tentei questioná-la sobre algumas outras questões, tanto relacionada a besta de quatro caudas e do clã, mas ela parecia se esquivar, não como se estivesse evitando, mas demonstrando estar cansada.

― Quer ajuda velhota? - perguntei, enquanto caminhava ao lado dela, já nos corredores do térreo da casa do clã.

― Só preciso descansar um pouc… -ela bocejava e se despede com um simples aceno de mão, seguindo para o lado oposto, enquanto eu me dirijo a saída, pensativo ― De todas as paradas que já passei, creio que esta foi a mais louca!.