Brakios Sarutobi, 17 [Genin]

Status: HP: 275/275 CH: 275/275 ST: 00/04

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[Filler] Cada Sarutobi no seu galho

O chão estava completamente forrado pelas folhas secas de outono, ainda era manhã quando Brakios finaliza seu treinamento espiritual no Coração da Pedra, local de contemplação da família Sarutobi. Usava um roupão cinza, um ou dois tamanhos maiores que seu corpo infantil, mangas largas e pesadas e o símbolo da Pedra ao lado da marca do clã em suas costas. O homem mais velho se aproximava do menino segurando um cajado, era rústico, feito de madeira de carvalho e fina como um cabo de vassoura.

— Pegue! Hoje treinaremos na floresta — disse Barutos, entregando o cajado a Brakios, seu filho.

— Mas não foi o senhor que disse para não treinar com armas até me formar Genin? — retrucou Brakios, pegando o cajado com as mãos. Ajeitou a postura, ficando em frente ao seu pai.

Barutos sorriu.

Parecia contente que seu filho levava as regras a sério, mesmo sabendo que ele já havia quebrado essa regra escondido.

— Não se preocupe, o cajado será apenas uma ferramenta — disse Barutos —, e você deve tomar muito cuidado para não o perder. Ou será completamente derrotado! — advertiu.

O jovem estudante ainda estava tentando entender qual era desse treinamento que seu pai havia preparado. Prestou atenção em seu pai, mas não estava preocupado, qualquer que fosse a lição, Brakios sempre foi capaz de cumprir com sucesso, ficando cada vez mais arrogante e confiante. Quase perdeu de vista os movimentos de Barutos, o homem havia realizado alguns selos de mão, fez um corte no dedo que sangrou, por fim, pousou a mão no chão em uma postura dramática. A fumaça branca cobriu o ar, quando desfez, algo impressionante havia acontecido.

— Veja filho, esse é o Rei Enma! — disse Barutos, apontando para o enorme macaco que havia aparecido do nada ao seu lado.

Brakios se esforçou para não parecer surpreso, mas dessa vez seu pai realmente se superou. Nunca tinha visto um jutsu tão curioso. O macaco era tão grande quando seu pai, parecia forte e também segurava um cajado. Encarou o rei Enma por alguns segundos e novamente foi pego de surpresa.

— Esse pirralho é muito mirradinho, Barutos! Tem certeza que ele conseguirá participar da coleta? — disse o rei Enma, com tom de zombaria apontando o dedo na fuça de Brakios.

Barutos sorriu, confiante.

— O moleque da conta, afinal, é um Sarutobi! — afirmou Barutos, confiante. — Além do mais, vamos apenas pegar algumas frutas, o que há de difícil nisso? — Barutos deixou continuava sorrindo, havia uma certa maldade naquelas palavras.

— Hey! Quem esse macaco pensa que é para me chamar de pirralho? — perguntou Brakios — Você não está procurando briga, está?

— Haha! Assim é bem melhor criança! Achei que ia ficar me olhando com essa cara de bocó o dia inteiro! — caçoou rei Enma.

— Muito bem! A regra é o seguinte! — interrompeu Barutos, enquanto sinalizava com a mão. — Manga vale 3 pontos, mamão vale 5 e melão vale 8. Não importa os métodos, quem conseguir fazer mais pontos até o final da tarde, vence!

— Ok! Isso é fácil! — concluiu Brakios.

— Yelena está aguardando na entrada da vila com 3 cestos de fruta, um para cada um de nós! E mais uma coisa — pausou Barutos com um sorriso maléfico. — É permitido roubar as frutas do seu adversário, porém, deve-se utilizar o cajado, nada de Jutsus ou contato físico. Quando as frutas forem colocadas no cesto, ninguém poderá mais removê-las.

— Então era para isso o cajado? — perguntou Brakios.

— Também pode usá-lo para se defender de um roubo — completou Rei Enma —, mas não quer dizer que você será rápido o suficiente para me ver chegando.

— Eu jamais perderia para um macaco em uma competição tão simples! Eu estou há dois anos na academia, além de conhecer essa floresta muito bem — Brakios respondeu a provocação, contava com seu conhecimento e habilidades aprendidas na academia.

— Que tal uma apostinha? — Rei Enma continuou com a provocação. — O perdedor terá que servir os demais durante o resto do dia, além de uma massagem nas costas. Acho que estou precisando de uma.

— Nessa estou dentro! — disse Barutos.

Não havia outro caminho a não ser aceitar a provocação de Rei Enma. Brakios foi o primeiro a correr em direção a floresta, usava seu cajado para se livrar nos galhos das arvores mais irritantes e contornava os pontos conhecidos, dedicou-se a explorar próximo aos monólitos de pedra que demarcavam as trilhas de coleta. Sem sinal de seus adversários, o rapaz já havia coletado mangas o suficiente para ficar cada vez mais difícil de carregar, achou melhor leva-las de volta. Saltou do galho mais alto e foi em direção a trilha. Antes mesmo de chegar na próxima árvore, sentiu sua cabeça latejar, sua cara havia esbarrado com muita força em um cajado, que apareceu absurdamente rápido na sua frente, ficando impossível de desviar. Rei Enma estava pendurado na arvore com as pontas dos pés enquanto ria do rapaz desajeitado que havia derrubado boa parte das frutas no chão.

— Cuidado pirralho! É melhor prestar atenção! Huhaha! — gargalhou o macaco, pegando metade das frutas e sumindo nas sombras das árvores.

— Desgraçado! — vociferou Brakios, colocou a mão na testa que imediatamente havia levantado um calo enorme. — Volte já com minhas mangas!

— Você nunca vai alcança-lo assim — advertiu Barutos.

Brakios se assustou com a presença repentina de seu pai, então prestou atenção das palavras do homem mais experiente.

— Você precisa chamar a atenção dele com algo, e depois ataca-lo. — continuou Barutos. — Ninguém experiente será pego tão facilmente quando seu inimigo o ataca de maneiras tão óbvias.

As palavras de Barutos entraram na mente do garoto. Refletiu as palavras de seu pai e começou a pensar em um plano. Barutos pousou a mão na cabeça de seu filho, um carinho afetivo de seu pai.

— Aliás! Obrigado pelas mangas! — disse Barutos, enquanto se afastava rindo histericamente com as frutas de seu filho.

— Ah! Seu velho maldito! — gritou Brakios, derrotado.

A competição foi de mal a pior, havia passado cerca de três horas e Brakios ainda não tinha conseguido guardar uma fruta se quer no cesto. Seus adversários foram implacáveis, moviam-se entre os galhos como se fossem fantasmas. Seu movimento havia melhorado bastante, agora estava prestando atenção ao seu redor sem precisar olhar para as frutas, trocava o cajado de mãos sempre que precisava cobrir uma abertura na sua defesa, mas em nenhum momento conseguiu superar em velocidade.

O sol começou a ficar mais forte, já estava na altura da cabeça, aumentando consideravelmente a temperatura, embora já estivessem acostumados com o calor, o menino já havia demonstrado grandes sinais de cansaço. Era meio dia, então Barutos resolveu dar a competição por encerrada. Yelena cuidou dos ferimentos de Brakios. Não eram muitos, a pior parte era suas mãos, cheias de calos por segurar firme o cajado. Sua testa ainda estava inchada, mas não havia o que fazer, a não ser esperar diminuir. Barutos iniciou a contagem das frutas.

— Barutos Sarutobi, 76 pontos; Rei Enma, 68 pontos; Brakios Sarutobi, 0 pontos — contou Barutos. — E o vencedor é... — Pausa dramática.

— Barutos! — disse Yelena, sorrindo de felicidade.

O resto da tarde serviu apenas para prosseguir a humilhação da derrota completa de Brakios. O garoto havia feito uma certa amizade com o Rei Enma, não esperava que o macaco poderia ser tão forte quanto seu pai. Após se alimentarem com as deliciosas frutas da colheita, Brakios cumpriu com o prometido. Serviu as melhores frutas para seu pai, cuidando para que ele tenha as melhores opções do cesto de frutas, então iniciou a massagem, suas mãos ainda estavam doloridas, mas não tanto quanto poderiam estar se sua mãe não tivesse passado uma pomada de cura.

— Até que suas mãos são boas para isso, Brakios! — brincou Barutos, enquanto recebia uma massagem de seu filho.

— Droga! Não fosse seu último ataque, eu teria ficado em primeiro e com a massagem do pirralho. — lamentou Rei Enma.

— Espero que aproveite! Será a última vez que perco para vocês dois — respondeu Brakios, ácido.

— Há derrotas que são importantes, garoto. E você precisava dessa — disse Rei Enma, se aproximando do rapaz e apertando seus antebraços. — Veja! Estão mais firmes, você melhorou sua defesa em pouco tempo de treinamento, além de conseguir usar ambas as mãos enquanto pegava o cajado e as frutas.

— Você ainda é só um pirralho, garoto! — completou Barutos. — Não se cobre tanto! Terá muito mais tempo para adquirir mais experiência no campo de batalha. Por enquanto, concentre-se mais no lado direito que está muito bom.

Brakios continuou a massagem irritado, estava um tanto humilhado, mas não perdeu a postura. Refletiu um pouco mais sobre o que o Rei Enma e seu pai havia falado. De fato, sentia um pouco mais de confiança para usar a mão esquerda. Talvez isso pudesse ser útil.

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