Rudeus estava no hospital, bastante machucado pelo que ocorreu na batalha que o fez cair. Não tinha conseguido fazer nada além de ser um grande peso, o que o fez pensar um pouco mais. Olhava para o teto branco enquanto recapitulava os acontecimentos, notando que se outra pessoa tivesse em seu lugar, certamente teria conseguido fazer mais do que ele fez. —‌ Eu sou fraco, completamente fraco. ‌— Uma lágrima escorria por seu olho direito, descendo pela pele até encontrar o travesseiro embaixo da cabeça. Se sentia um inútil, mas ao mesmo tempo uma vontade de crescer fluia em seu interior.

Se deparar com inimigos formidáveis como aqueles abriu sua mente, pois notara o quão fraco ele era. Era um gennin, é claro, e conseguiu ficar de pé por um tempo com a ajuda de outros, mas precisava do próprio poder para não cair novamente. Era imortal, mas ainda assim não foi capaz de chegar ao fim e ajudar os companheiros de batalha. Ele sabia bem o que fazer dali em diante, então precisava apenas se recuperar para retornar a rotina de treinamento. Tinha o nome da família para levar, e não poderia deixá-lo cair na lama. Precisava se reerguer e superar sua fraqueza, para que pudesse se tornar um ninja poderoso, como aqueles que lutou ao lado.

Considerações:

Os olhos de Torū se entreabririam com certa dificuldade, ainda sob o torpor da batalha épica que havia se desenrolado. Piscando, flashes da intensa cena se entrelaçavam em sua mente, fazendo-o questionar se aquilo tudo seria de fato realidade ou mera quimera onírica. Não, aqueles eventos definitivamente haviam ocorrido; era a única conclusão plausível para que se encontrasse naquele lugar. As paredes da câmara onde repousava eram pintadas num suave tom pastel, conferindo uma atmosfera serena ao ambiente. Escassos móveis compunham o recinto, limitando-se a um modesto criado-mudo ao lado de sua cama, no qual repousava uma bandeja contendo um bauru apetitoso e um copo com suco de laranja. A cama, adornada por lençóis imaculados, refletia o brilho da luz solar que esgueirava-se pelas cortinas alvas. As vestes que envergava eram inconfundivelmente hospitalares, denotando-o como um paciente em recuperação. Ele havia falhado, não por fraqueza, mas por depositar confiança naqueles que, por algum tempo, julgara serem seus aliados na grandiosa empreitada. Não se via como um indivíduo frágil derrotado em combate; ao contrário, sentia-se como alguém que se permitira ser vencido por suas próprias indecisões, hesitando em confiar exclusivamente em suas habilidades e adotar a atitude estoica de que controlava somente suas ações, o que o teria preservado de delegar sua segurança a outrem. Seus punhos se cerraram com firmeza ao agarrar a colcha da cama onde jazia. Decidia-se, decididamente, que não mais se colocaria em situações que sugerissem fraqueza. Ele não era alguém frágil; era o protagonista de sua própria narrativa, e estava pronto para reescrever seu destino. Pela primeira vez desde que despertara, uma das enfermeiras da instituição hospitalar adentrava o quarto, encontrando Torū de pé, imerso na contemplação da Aldeia da Nuvem com seus olhos azuis flamejantes, infundindo-a com certo ressentimento, porém, um ressentimento que não se voltava contra o lar que amava, mas contra suas próprias hesitações. Alarmada, a enfermeira exortou-o a retornar à cama e repousar. Contudo, ele girou-se, ignorando-lhe as palavras, e com voz firme e direta solicitou que lhe trouxesse suas vestes, pois sabia que tinha obrigações e responsabilidades a cumprir, e não estava disposto a permitir que nada o detivesse.


Torū; 2575/2575; 4975/4975; 350/600; 0/8;

Considerações:

Equipamento:

Usados: