Nathaniel estava de vigia na praça a noite, desta vez sozinho. Estava esperando o mommento certo para agir: sentado em um dos bancos, ele observava as pessoas passando de um lado para o outro, em grupo, solitárias, indo para as suas casas ou para outros locais. Ele lia o jornal que tinha notícias bombásticas sobre a fuga de um grande criminoso conhecido como Hattori Shion, cujas alcunhas tenebrosas superavam a de qualquer um. Viu a foto dele na capa do jornal, muxoxo. ― Ele pode ser maluco, mas não tem cara de assassino. ― pensou consigo mesmo. Por mais que soubesse por alto sobre os seus crimes, não conhecia o homem pessoalmente, e pelo seu histórico, ele não tinha intenção de conhecê-lo. O Grey guardou o jornal e então procurou olhar para a praça, para ver se encontrava o seu "alvo".

De repente, Nathaniel pode ver a moça que estava procurando: Rachel, sua irmã adotiva, andando os seus amigos, alguns segurando garrafas de bebidas alcoólicas e outros com alguns sacos de compras. ― Aí, vamos logo, ou vamos chegar atrasado para comprar as paradas. ― disse um dos garotos, que parecia ser o líder do grupo. Rachel parecia animada com os seus amigos, e alguns eram amizades em comum com Nathaniel no passado. Nate reconheceu alguns rostos, e percebeu que aquelas pessoas não eram gente de má índole. Imediatamente, o Grey se levantou foi em direção ao grupo, mantendo uma expressão calma, mas preparado para qualquer tipo de conflito. ― Lembre-se, garoto, sua irmã pode estar metida numa encrenca da braba. Se pegar leve demais com ele, pode acabar se arrependendo depois. ― Nate se lembrou das palavras de Ryuuzaki, e então ficou a dois metros na frente do grupo de jovens.

― Rachel, vem comigo. Já está tarde e tem um maluco a solta por aí. Está muito perigoso para você ficar sozinha. ― disse Nathaniel, chamando a irmã na frente de todos. Alguns jovens zoavam e começavam a rir. ― Nate! Não precisa bancar o irmão mais velho agora, eu sei me cuidar, e estou entre amigos, eles vão me proteger se acontecer alguma coisa. ― falou a garota inocentemente, o que fez Nathaniel balancear a cabeça negativamente. ― Tem um criminoso altamente perigoso foragido, alguém que já entrou e saiu de Konoha muitas vezes. Vamos, eu não estou perguntando. ― disse, segurando a mão da irmã e a puxando para longe do grupo, mesmo que ela não concordasse e tentasse se soltar. De repente, um dos rapazes segurou o braço de Nathaniel e o apertou. ― Ai, cara, ela disse que não quer ir! Não sabe respeitar a vontade dela? Volta pro século passado, machistinha de merda! ― falou o jovem com uma falsa autoridade, fazendo Nathaniel olhar para o rapaz por alguns segundos, e depois soltar a irmã por um momento. Naquela fração de segundo, parecia que a sua mente consciente tinha sido desligada, e o seu lado sombrio se libertou.

― Tá vendo? Só sabe crescer pra cima das minas, mas quando vê um homem, el- ― o amigo de Rachel se gabava, até que Nathaniel segurou a gola da blusa do rapaz com as duas mãos e acertou uma cabeçada em seu nariz com a força necessária para fazê-lo sangrar. ― NATE! ― gritou Rachel, enquanto Nathaniel ficava olhando para o rapaz, que começou a chorar. ― Diga alguma coisa agora... Asshole. ― sussurrou, olhando para os amigos dela, que deram um passo para trás ao mesmo tempo. ― Vamos. ― falou para Rachel, que o seguiu a contragosto. Os dois seguiram para casa da família Grey, e no caminho, o rapaz se acalmou, tentando pedir desculpas para Rachel, mas ela seguia irritada. Quando chegaram na frente da casa, a garota logo abriu a porta, subindo emburrada, sem dar boa noite para a mãe, apertando os passos. Elleanor logo olhou para a porta, vendo Nathaniel, com quem não falava a meses.

― O que você fez para irritar a sua irmã? ― questionou a mãe adotiva do garoto, que colocou as duas mãos no braço, ficando um pouco sem graça ao lembrar do que tinha acontecido. ― Bati no amigo dela. ― sussurrou, um pouco arrependido do ato. Elleanor logo abriu a porta para ele entrar, mas o jovem hesitou por um momento. ― Não se preocupe, seu pai está em Silvermoon ajudando o seu tio, e o Abraham nunca vem aqui mesmo. Entre, já está tarde. Tem um bandido perigoso a solta. ― avisou, dando espaço para o jovem entrar. A oportunidade era boa, afinal Nathaniel queria conversar com a mãe já fazia tempo, afinal tinha algo que ela poderia lhe ajudar, caso tivesse tempo. ― Aproveitando que estou aqui, eu queria saber... Se teria como ensinar o que ensinou para o Abraham no passado, sobre a manipulação plena do Plasma? ― foi direto ao assunto, enquanto ergueu o rosto para cima junto com Elleanor ao ouvir os passos pesados da irmã pelo quarto, murmurando e xingando Nate.

Nathaniel acordou no dia seguinte, depois de passar a noite no sofá. O seu antigo quarto havia se transformado na "caverna" de Solomon, o seu pai adotivo, um local que era uma mistura de salão de jogos com área de descanso, um lugar que, segundo Rachel, ele quase nunca frequentava. Para Nate, era apenas uma forma dele não ter como voltar a dormir lá. De certa, forma, o Grey entendia, pois eles nunca tiveram uma boa relação. Ao se levantar, Nathaniel foi direto para a cozinha, onde viu Rachel sentada na cadeira, virando a cara emburrada quando o viu chegando. Elleanor sorriu ao ver o filho, colocando as xícaras de café em cima da mesa. ― Bom dia, Nate! Hoje está um dia muito bom. Vamos para o campo de treinamento, lá eu poderei ensinar o que você quer aprender. Rachel, você vem com a gente? ― perguntou a matriarca, quando Rachel olhou com um jeito frio para o garoto de madeixa negra. ― Eu não vou pra lugar nenhum com esse idiota. ― respondeu ríspida, bebericando o seu café. ― Não fale assim do seu irmão. ― Elleanor lhe deu uma bronca, preparando algumas panquecas.

― Uau, falou igualzinho ao Abraham agora. ― sussurrou, sentando-se na cadeira, ficando de frente para a irmã, enquanto pegou a xícara de café e tomou um gole da bebida. ― Pelo menos ele não me faz passar vergonha na frente dos seus amigos. ― argumentou a adolescente. ― Vergonha maior é ficar andando com esse bando de idiota que se acham os maiorais, mas não passam de um bando de vagabundos que ficam se drogando por aí. ― respondeu de forma calma, bebericando o café, ouvindo Elleanor mandar ele tomar cuidado com as palavras. ― Alguns deles eram os seus amigos no passado! ― a garota queria ganhar no argumento. ― Eram, não são mais. ― sussurrou de uma forma distante, quando a menina se levantou. ― Claro que não, né? Agora você só anda com uns caras esquisitos pra caramba, para cima e para baixo. Ninguém sabe o que vocês fazem por aí. Você não tem o direito de me julgar, Nathaniel, nem de aparecer DO NADA para controlar minha vida! ― depois de falar aquelas palavras pesadas, ela saiu andando em direção a escada, subindo para o seu quarto.

[...] Nathaniel e Elleanor caminharam em silêncio até o campo de treinamento. Quando faltava alguns passos para chegarem, a mãe resolveu tratar do elefante branco entre eles. ― Sua irmã está bem chateada com você, mas ao mesmo tempo, ela sente muito a sua falta. Ela queria que você estivesse mais presente na vida dela. Aliás, que história é essa de estar andando com uma turma nova? Quem são os seus novos amigos? ― ela quis saber, erguendo a sobrancelha direita, mas Nathaniel logo a cortou. ― Podemos falar sobre isso depois? Quero melhorar a manipulação do Plasma logo. E só pra saber, não é com quem eu ando que você deveria se preocupar, mas com quem a Rachel está. ― ponderou o shinobi, olhando para o campo de treinamento vazio. ― Eu posso muito bem me preocupar com vocês dois. Mas vamos lá... O que você precisa saber sobre o poder de manipular o Plasma...

Na Academia Ninja, tudo o que vocês aprendem é sobre como canalizar o chakra das diversas naturezas para conjurar técnicas de vários tipos. Se você aprende a controlar o seu chakra e se torna mais hábil em Ninjutsu, isso se torna fácil. Mas você se tornar um mestre do elemento demanda muito mais do que um simples controle normal. Você basicamente se torna um com a técnica. Você não precisará de tanto esforço para conjurar as técnicas, nem de selos de mão. Tudo o que precisará fazer é pensar na técnica, e deixá-la fluir. ― ela esticou a mão para a frente, mirando numa árvore, e então criou uma esfera de plasma que seguiu em linha reta, até atingir a árvore, destruindo-a em segundos, deixando o homem impressionado. ― Você precisa deixar a energia do plasma fluir sobre o seu corpo. Não é difícil, afinal é o elemento principal da nossa família, no qual você já tem muito conhecimento. ― complementou.

Ao pensar como começaria o treinamento, Nathaniel se lembrou de algo que poderia lhe ajudar e muito não só no seu aprendizado sobre o que a sua mãe chamava de Maestria Elemental, mas também a sua carreira ninja, no geral. ― Eu criei uma técnica nova faz uns dias atrás. Estou aperfeiçoando ela ainda, mas está ficando muito boa. Só usei ela efetivamente uma vez. ― comentou, deixando de lado o fato de ter usado aquela técnica para matar um cara, um ninja corrupto de Konoha. Sua mãe abriu um sorriso animado com a notícia de que o filho estava criando suas próprias técnicas. ― Então me mostra ela. ― pediu, e então Nate preparou selos manuais. Elleanor logo segurou o pulso do filho, e com a outra mão gesticulou negativamente. ― Não, não, não. Sem selos manuais. Faça tudo o que eu te expliquei. Isso é, se você prestou atenção no que eu falei. ― orientou, erguendo a sobrancelha direita para o garoto. ― Eu prestei, oras! ― afirmou, mas Elleanor não levou as suas palavras a sério. ― Vocês nunca prestam atenção no que eu falo. ― disse emburrada, colocando as duas mãos na cintura.

― Ela vai dar uma de mãe coruja agora? ― pensou Nate, com uma cara um pouco azeda. Voltando a sua atenção para o seu treinamento, Nathaniel usou todo o poder mental para fazer com que a energia de natureza elemental fluísse pelo seu corpo e se dirigisse para os seus olhos, semicerrando os olhos, para que assim ele conseguisse conjurar a técnica conhecida como Plasma Eyes. Porém, depois de uns cinco minutos de tentativa, ele não chegou a lugar nenhum. ― Que droga! Achei que seria molezinha! ― bradou o garoto, continuando a tentar por mais uns dez minutos. Ele gritava palavras de motivação, tentava controlar a respiração, mas não alcançava nenhum resultado. Elleanor, diferentemente dele, apenas ficava observando e analisando cuidadosamente os atos do filho adotivo, esperando o mesmo terminar de tentar para então fazer as suas ponderações. ― Estou vendo onde você está errando. Você está tentando forçar o elemento sobre o seu corpo, quando deveria fazer isso de forma natural. Toda vez que você tenta forçar algo acontecer, dá tudo errado. ― aquelas palavras faziam sentido na cabeça de Nate.

Ele se lembrou de que já forçou muitas coisas em sua vida, e por isso tudo tinha declinado. Mas as vezes, até quando tentava deixar as coisas fluírem, ele era visto como forçado. Isso o fez tomar uma atitude mais distante das coisas, vindo a aceitar o mundo e a vida como ela era. ― Assim como é em cima, é embaixo. Eu preciso deixar a energia fluir sem impedimentos, assim como eu faço com as coisas que não posso controlar. ― disse para si mesmo, em pensamento. ― Me mostra como você faz. ― pediu Nathaniel, olhando para a mãe quase como uma suplica. Não tinha ficado nem uma hora ali, e já estava cansado de tentar. ― Quando você era pequeno, eu nunca fazia as coisas para você, lembra? Eu sempre mostrava uma vez, depois deixava você fazer, e você sempre encontrava uma maneira de fazer. Se eu fizer por você, como irá aprender? Como o seu pai diz, a gente não tem que dar o peixe, tem que ensinar a pescar. ― afirmou Elleanor. ― Esses discursos e frases de efeito que ele arruma são ridículos. ― comentou, revirando os olhos.

― Limpe sua mente de todo e qualquer pensamento que não seja o plasma em seu corpo. Pare de pensar e comece a sentir a energia se movimentando em seu corpo. Você adquiriu muitos conhecimentos sobre o elemento, está na hora de colocar tudo isso em prática. ― disse Elleanor, e então Nathaniel fechou os olhos, acalmando a mente e sentindo a energia fluir pelo seu corpo, inspirando e expirando fundo. Era difícil e um processo demorado, mas aos poucos, ele conseguia diferenciar a energia normal do seu corpo da energia elemental. ― Acho que agora estou começando a entender como funciona isso. Até que você tinha razão nessa coisa de tentar forçar as coisas. ― disse com um sorriso rápido, ainda de olhos fechados. ― Eu sempre tenho razão! Ou eu vou ensinar algo para os meus filhos que eu não sei? Eu sei também que estamos aqui faz um bom tempo. Precisamos voltar para casa, para assim você se recuperar. ― avisou a mãe. ― Eu posso aguentar mais um pouco. ― tentou argumentar, ainda em estado de meditação. ― Nós podemos treinar em casa. E lá, você vai me contar direitinho sobre esses seus novos amigos. ― ela logo o lembrou do assunto de outrora, o fazendo abrir os olhos. ― Não pode deixar isso para lá? ― questionou o Grey. ― Pode o vento apagar o fogo? Então pronto! ― ela avisou, o fazendo respirar fundo.

Nathaiel continuou treinando por mais alguns minutos, começando por meditar na posição adequada, buscando entrar em contato com a sua energia elemental, deixando ela fluir por todo o seu corpo. Sua mãe ficava observando tudo em silêncio, observando o filho treinando e demonstrando um grande orgulho do fato dele estar se dedicando a vida ninja. Porém, depois de um tempo treinando, Nathaniel voltou para a casa de seus pais adotivos junto com Elleanor, onde ela começou a fazer a comida para o almoço. Os dois almoçaram juntos, comentando mais sobre o treinamento e como ele seria bom para a sua evolução, e então voltaram a praticar o controle absoluto do Plasma durante a tarde. Nathaniel tentou exaustivamente conjurar o Plasma Eyes, sua técnica, para mostrar a sua mãe o que tinha criado, mas o máximo que conseguia fazer era fazer com que os seus olhos brilhassem, não disparando nenhum raio de energia.

Quando chegou em casa, já de noite, a mãe logo foi preparar o jantar, esperando que Rachel voltasse para casa quando fosse lá pelas oito horas, o que não aconteceu. ― Estou ficando preocupado com a sua irmã. Agora ela só vive na rua e só volta tarde, andando com uma turminha de arruaceiros. O seu irmão prendeu uns três deles outro dia, pichando muro e causando confusão na rua. Dizem até que eles andam usando drogas por aí. ― comentou Elleanor, mexendo na panela de arroz, planejando fazer algo com carne de porco e alguns legumes para eles (e Rachel, quando voltasse). ― É o V-49. ― Nathaniel disse, fazendo Elleanor se virar para fitar o filho. ― É exatamente o motivo pelo qual eu pedi para que me ensinasse a contolar melhor o Plasma, e também o motivo pelo qual eu fui buscara a Rachel na praça. Eu vou atrás dos caras que tão vendendo essa merda por aí. ― avisou, mantendo uma certa postura. ― O Hokage ou alguém te indicou essa missão? ― perguntou Elleanor, ficando curiosa sobre aquela missão do filho. ― Não exatamente. Na verdade, é algo meu. Algo que só estou contando para a senhora. Ninguém mais pode saber disso. ― ele disse com uma certa tranquilidade, fazendo Elleanor bater com força na mesa.

― Que droga, Nathaniel Grey! Você acha que pode sumir por tanto tempo, e depois voltar do nada com todas essas informações, e ainda por cima andando com um bando de gente que eu não conheço? Você passou meses sumido, sem mandar uma carta, sem deixar a gente entrar na sua casa. Não passou pela sua cabeça que estávamos com saudades de você? Eu, Rachel, até mesmo o seu pai falava de você as vezes. Eu sei que a vida aqui em casa nunca foi fácil, mas o fato de ter ido embora só complicou tudo! Sua irmã agora anda por aí com um bando de arruaceiro, tudo para compensar a ausência do irmão dela em sua vida. Abraham nunca foi presente na vida dela como você foi, e quando você foi embora, ela sofreu muito! Se você quer proteger a sua irmã, não faz ela passar vergonha na rua, nem machuque os amigos dela, mas seja um irmão presente. É tudo que ela mais precisa agora. ― afirmou Elleanor, fazendo Nathaniel refletir sobre todos os seus atos. Sua rebeldia acabou gerando consequencias sombrias na vida das pessoas que ele amava, algo que ele sabia, mas resolvera ignorar. A vontade de Nathaniel era de se curvar e dizer o quanto sentia muito, mas ele não estava arrependido. No final das contas, o Grey tinha os seus motivos.

De repente, alguém bateu na porta. Nathaniel se levantou da cadeira e foi em direção a ela, abrindo-a e vendo Ryuuzaki, B.A, River e Kimiko do lado de fora. Elleanor veio logo atrás dele. ― Olá, Elfo. Olá, mãe do Elfo. Somos amigos do seu filho. ― disse com o seu habitual sorriso sombrio. B.A acenou com a mão direita, dando um sorriso pequeno, enquanto River e Kimiko permaneceu com os rostos fechados. ― O que foi, Ryuuzaki? ― questionou Nathaniel. ― Encontramos o idiota que fornece o V-49. Ele está lá na fábrica abandonada. ― Ryuuzaki logo revelou, deixando Nathaniel surpreso. Ele logo virou o rosto para trás, fitando sua mãe. ― Vá buscar a sua irmã, meu filho. Lembre-se de tudo o que aprendeu hoje. ― sussurrou Elleanor, e assim o quinteto partiu em direção ao local indicado por Ryuuzaki.

Era uma noite fresca em Konoha, onde a maioria das pessoas estavam em saus casas, prontos para descansarem, enquanto alguns os arruaceiros, drogados, notívagos e boêmios saiam para se divertir. B.A, Nathaniel, Ryuuzaki, Kimiko e River caminhavam lentamente pelas ruas de Konoha, um do lado do outro, com a expressão séria em seus rostos, chamando atenção de algumas pessoas, até chegarem próximo da fábrica abandonada, onde os jovens iam para se divertirem. O Grey estava preocupado com a Rachel, olhando para o ruivo, que acenou para ele, como se dissesse para que não se preocupasse, pois iriam resgatr a sua irmã. Assim que chegaram, Ryuuzaki deu um passo a frente, vendo alguns rapazes vestidos de preto na porta, com uma atitude punk. Os garotos tentaram parecer durões, mas Ryuuzaki os intimidou com a sua expressão sombria, deixando o quinteto passar, chegando na área externa da fábrica.

― É o seguinte: B.A, River e Kimiko, cerquem o lugar. Fiquem atentos se algum Zé Bunda sair correndo. Eu e o Nate vamos entrar lá e achar o drogado, e a Elfinha também. Vamos lá ― sussurrou, e assim Nathaniel seguiu com Ryuuzaki para a parte de dentro do local, enquanto os outros três se espalharam pelo lado de fora. Os dois chegaram na parte de dentro, onde os jovens bebiam, fumavam e se beijavam. Naquele local, todo conservadorismo ia embora. ― Que porra é essa, velho? ― disse para Nate, até subirem as escadas do local. Eles olhavam de sala em sala, mas não achavam nada, apenas interrompiam certas coisas. Com isso, o coração de Nathaniel já acelerava, imaginando se encontraria a sua irmã ali ou não. De repente, eles foram para uma área mais silenciosa, podendo ouvir algumas risadas.

― Vamos lá, gatinha. É só uma picadinha. A balinha é boa, mas desse jeito, é muuuito mais potente. Você vai se sentir no céu depois que injetar um pouco. Fica calma, só vai doer um pouquinho. ― ele podia ouvir a voz vinda da sala sem porta, onde alguns jovens pareciam se reunir. Nathaniel e Ryuuzaki chegaram perto da entrada, onde Nate viu a cena que nenhum irmão conseguiria suportar assistir: Rachel sentada numa mesa, com o braço estendido e com um cadarço amarrado no pulso, enquanto um jovem com toda a pinta de traficante buscava espetar o seu braço. ― HEY! ― gritou Nate, assustando o rapaz, que ficou de frente para ele, a cinco metros dele, e a cinco de uma janela. Naquele momento, seu cérebro agiu automaticamente, memorizando todo o ensino e treinamento passado por sua mãe. "Deixe fluir naturalmente," foi o que sua mãe disse. Num instante, Nathaniel concentrou a natureza elemental do Plasma em seus olhos, liberando um raio de plasma dos seus olhos, atingindo o peito do rapaz, o arremessando e o fazendo sair pela janela, podendo ouvir o grito dele e dos jovens ali.

Nathaniel e Ryuuzaki correram até a janela, vendo que o rapaz tinha caído em cima de uma carroça velha cheia de feno podre. Não tinha morrido, mas estava gemendo de dor por causa da queda. River, B.A e Kimiko cercaram o traficante, que não teve para onde correr. ― Puta merda! Isso foi diabólico! ― disse Ryuuzaki, visivelmente impressionado com o ataque de Nathaniel, dando um tapinha em seu ombro. ― Vamos lá catar o vagabundo! ― chamou o ruivo, catando a seringa no chão, e então Nathaniel foi com ele, mas não sem antes buscar Rachel pelo braço. Diante do ataque de Nathaniel, ela nem foi capaz de contestá-lo, apenas esperando pelo sermão, que veio do lado de fora, enquanto os outros quatro prendiam o traficante. ― Que porra foi aquela, Rachel? Agora você deu para ficar se drogando por aí? Tá maluca!? ― perguntou com raiva da atitude da mais nova. ― Eu... Eu só ia experimentar, não é nada demais. ― tentou se explicar, demonstrando uma inocência que não era dela. ― Você sabe muito bem o que acontece quando se usa essas coisas, e você não sabe o perigo dessa droga. Você foi extremamente imprudente, e a troco de que? Pra ir na onda desses merdas que você chama de amigos? ― apontou para a janela por onde o traficante tinha voado.

― O que eu posso fazer? Eles são os meus amigos, eles me dão apoio quando eu preciso. Ao contrário de você e do Abraham, que seguiram as suas vidas e me deixaram para trás. Agora vocês querem me culpar por tentar viver a minha vida? Você é um hipócrita! ― ela começou a dar murros no peito de Nathaniel, que segurou a irmã e a abraçou, ouvindo a garota começar a chorar em seus braços, abraçando o irmão. ― Me perdoa, Nate. Eu não sei o que estou fazendo. Esse pessoal, eles me ajudam, mas eles são problemáticos demais. ― sussurrou Rachel, chorando bastante. Ryuuzaki se aproximou, ficando a uns dois metros dos irmãos. ― Leva a sua irmãzinha para casa. Nós cuidamos do idiota aqui. Você fez um ótimo trabalho hoje, Elfo. ― o cumprimentou, e assim Nate levou a sua irmã para casa, caminhando juntos. Eles ainda passaram em uma lanchonete, onde comparam algumas batatas-fritas e refrigerante, indo para casa conversando mais animosamente, chegando em casa com comida, fato que Elleanor não aprovou.

― Vocês dois na rua até tarde, nessa friagem, e ainda comendo besteira? Eu vou te falar uma coisa, no dia que eu não tiver mais aqui, vocês não vão durar um ano! ― esbravejou, sentindo o cheiro da batata-frita quentinha. ― Me dá um pouquinho ai. ― disse, e assim os três pararam para lanchar. [...] Duas horas depois, Rachel estava dormindo no sofá, e Nathaniel foi cobri-la no sofá, depois foi para a cozinha ajudar a mãe secando a louça que tinham usado. ― Você livrou a sua irmã de uma boa hoje. Amanhã eu vou ter uma conversa muito séria com ela, e vou colocá-la de castigo umas duas semanas. ― falou baixo, olhando para o filho. ― Ela só está desorientada. Mas ainda bem que o Ryuuzaki viu ela indo com os amigos dela para lá. ― sussurrou. ― E você arremessou o idiota pela janela? Sua irmã ficou chocada com o seu jutsu. Pena que eu não estava lá para ver. ― respondeu. ― Foi num impulso. Ainda vou aprimorar essa maestria, e assim poderei usar minhas técnicas com maior maestria, e assim vou pegar esses vagabundos que ficam distribuindo drogas por aí. ― afirmou o garoto, imaginando que naquele instante, os caras deviam estar arrancando os dentes do traficante. Ele sabia que precisava treinar mais a maestria, mas sabia também que já tinha a base do conhecimento para tal feito.