[Capítulo - Solo] ▸ Sangue e Chakra.

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[Capítulo - Solo] ▸ Sangue e Chakra.
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Tokubetsu Jonin

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YUKIKITSUNE.

Os Kumenses deleitavam-se no aconchego de suas casas durante a frígida noite que se alastrava pelos arredores de Kumogakure no Sato. É em uma noite como essa que me encontro sentado sobre a mesa de um bar — cercado pela clientela do lugar enquanto eles degustam um copo de saquê — dedilhando em meu shamisen. Restavam-me alguns poucos minutos antes do bar fechar, e é nesse momento que me despeço, brindando em nome da prosperidade do vilarejo com as pessoas que prestavam atenção em minha música. Em minha visita anterior a esta, estava com Nitta Akari, uma professora da Academia que também, me ajudou a me tornar professor, e também, foi em meu retorno para casa após a noite de bebidas, que me comuniquei com Saiken.

Eu andejo pelo vilarejo, passando pelas diversas pontes e túneis que atravessam as montanhas que compõem Kumo. Abaixo de nós apenas as nuvens, e dizendo desta forma, mais parece com um vislumbre cotidiano. Apesar disso, já desci essas montanhas e cruzei muitas fronteiras. Acredito que em meus anos de vida, restaram poucos lugares que ainda não tenha visitado. O que outrora pareciam tão longínquas distâncias, mais parecem circunvizinhanças, cercando o coração da vila das nuvens. Ao término dessa caminhada contemplativa, me sento em um banquinho, enquanto leio um folheto jornalístico da estação de primavera. As manchetes roubavam facilmente a atenção, e tudo estava relacionado a Hydra e a Liberty. Aparentemente, não eram somentes ninjas de Kumo que se encontravam dispostos a apoiar as causas.

É durante a leitura que ouço sua voz: — Estava tentando chamar minha atenção? — Questiona a besta: — Uma boa noite para você também, lesminha. — Respondo, virando a página do jornal e cruzando minhas pernas: — Achei que nossa conversa seria mais pontual. Você está claramente tentando me deixar inquieto.
— Não sabia que era tão óbvio. É, eu gosto de fazer as pessoas pensarem em mim, é justamente por isso que estava te fazendo toda essa enrolação.
— Eu acredito que sua petulância não tem limites, Kaonashi.
— A gente já é amigo, lesminha. Que tal você me dar um apelido fofo que nem eu dei pra você? — Entoo, fechando o jornal: — Eu detesto seu "apelido", detesto sua mera presença e detesto tudo que você representa. Não somos amigos.
— Que amor. Bom, então me ajude a ser seu amigo. Hoje, o dia é para nós dois. Um brinde. — Termino.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Ter 13 Set - 1:10

YUKIKITSUNE.

Ao término, eu retorno para casa, lá, eu fecho a porta do meu quarto, cubro a janela com as cortinas e ascendo algumas velas, além de colocar sobre minha cama algumas delas, mesmo que sobre pequenos vasos. Por fim, eu cruzo minhas penas e me sento no edredom da cama, fechando os olhos e colocando as palmas das minhas mãos sobre os joelhos: — Eu queria conversar com você, pessoalmente. Me permite? — Questiono-o. Ao cerrar os olhos, me vejo imergindo, como se a cama se tornasse volátil como as águas de uma correnteza. Nela, eu me deixo levar, até que as águas me levam a um outro lugar. Minha consciência já não alcançava meu corpo, eu estava nos domínios da Bijū Saiken, sob a autoridade de um Jinchūriki: — Eu acho que isso é um sim. A quanto tempo, lesminha. — Entoo, afofando minhas vestes e ajeitando as mechas de meu cabelo enquanto as águas secam: — Ver-me deveria ser uma raridade incomensurável. E mesmo assim, vejo você desafiar os limites de minha autoridade.
— Parte dos privilégios de ter você no meu corpo é te perturbar. Difícil alguém me escutar por tanto tempo. E lá no fundo você adora minha presença. — Prossigo, desbravando a escuridão que recobria aqueles domínios. Subitamente, como se estivesse regressando das profundezas, uma criatura imerge da escuridão como se fosse feita das mesmas águas que me trouxeram. É então que a escuridão se desfaz em meio a luz, o chakra de Saiken se forma, e vejo-o atrás de longas barras de ferro. Aprisionado no âmago de minha consciência...

[Capítulo - Solo] ▸ Sangue e Chakra. Saiken11

— Saiken... Eu vim barganhar.

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Tokubetsu Jonin

Qua 14 Set - 2:01

YUKIKITSUNE.

— ... Tudo bem. Me diga sua proposta, Kaonashi. — Vocifera a criatura: — Se não me falha a memória, tu havia dito da possibilidade de me emprestar ainda mais do seu chakra. Bom, tô mirando nessa possibilidade. — Respondo-o: — ... Sim. E o que eu recebo em troca? — Prossegue a Bijū: — Qual foi. Você sabe que eu não tenho nada que seja do teu interesse. Não rola aquele lance de "Beleza, vamos ver até onde você aguente"?
— Acredito que minha benevolência quanto a seus pedidos tenha lhe dado uma má impressão quanto a minhas capacidades. Você não compreende inteiramente o que me pede, e não sabe as consequências de seu pedido, tamanha a sua imprudência. — Retorque, aproximando-se das grades, as segurando com seus tentáculos: — Você sabe que não me importe em fazer seu pedido, contanto que entenda que, se você entrar nos portões da morte, não farei nada a respeito. Assistirei você morrer enquanto aproveito a oportunidade para me libertar. Se tiver entendido isso, e souber que, com um mísero descontrole, eu tomarei seu corpo e manifestarei por inteiro, então aceito seu pedido. — Termina: — Bom, nada nessa vida vem de graça, eu acho. E se sabe que tá suave por mim. 'Cê já meteu essa nas outras vezes, e deu nada. Acho que meto um duro de matar de novo e saio vivo dessa. — Termino também. Ao me virar, algo começa a gotejar em meus ombros. Ao olhar para cima, vejo aquelas águas ressurgirem, preenchendo aquela imensidão vazia. Dos meus pés a minha cabeça, eu fecho meus olhos enquanto tudo é consumido. Ao fim disso, me vejo novamente sobre a cama, ainda sentado, e com a respiração, outrora sempre eufórica quando o vejo, agora calma. Eu, lentamente, estou me acostumando.

Considerações:

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Tokubetsu Jonin

Dom 18 Set - 5:04

YUKIKITSUNE.

— Para que possamos fazer isso, você precisa encontrar um lugar seguro. Seria um desastre catrastrófico para Kumogakure se você perdesse o controle. — Sugere Saiken: — Agradeço pelo toque, mas já era minha intenção. — Respondo-o. Devido a minha posição, não como Tokubetsu Jōnin, mas como professor da academia, não posso sair do vilarejo sem que haja uma justificativa coesa e a aprovação de alguém em maior patente dentro das forças regulares. O Raikage em pessoa poderia ser uma dessas pessoas, mas ele não estaria de acordo, creio eu, com minha partida repentina, considerando os recentes eventos. Tendo ciência de que deveria permitir que Saiken agisse dentro dos domínios da vila, minha prudência deveria ser maior que minha ousadia, ao menos, por hora. Apenas um único lugar era apropriado, o campo de treinamento da vila, e para lá que parto.

Eu procuro por um canto imperturbável, onde não poderia acabar ferindo alguém acidentalmente, enquanto me escondo por entre os vários rochedos, para evitar que minha presença atraia a atenção indesejada de outrem. Depois de um tempo, me vejo afastado de tudo e todos, nas condições perfeitas para permitir a passagem de chakra de Saiken: — Você deve saber que nós, Bijūs, somos inteiramente feitos de chakra. Podemos reencarnar após a morte de nossos Jinchūrikis ou mesmo, após a nossa própria. As bestas, quando seladas dentro de um hospedeiro, ele se torna receptáculo de uma grande reserva de chakra, e para que possamos aumentar suas forças, meu chakra se fundirá a seu sangue. — Elucida Saiken: — Você deverá manter sua mente concentrada em um nível extremo. Uma mísera distração pode resultar no descontrole total, e consequentemente, na minha tomada do controle. Você está tentando atravessar um abismo em uma corda fina muito fina, mas conhecendo-o bem, você não se importa. — Termina.

— Não lembrava que você falava tanto. Manda bala, estou esperando. —

Considerações:

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Tokubetsu Jonin

Qua 21 Set - 17:11

YUKIKITSUNE.

A sensação de recebê-lo era familiar, apesar de única. Como uma memória muscular, é como se meu corpo reagisse por si só ao chakra de Saiken. Eu fecho os olhos e me deixo levar, não queria impedí-lo, mesmo que a nível inconsciente. Respiro fundo, e então, começo a sentir meu corpo se transformar. Como uma metamorfose, não é como outrora. O chakra não me envolve, como um manto, ele se mescla a minha pele. Sinto como se meu sangue entrasse em ebulição, borbulhando para além da minha derme e formando uma estrutura muscular própria. É um processo doloroso, mas inusitadamente prazeroso. Mas enquanto meu corpo parecia resistir, minha mente tinha de travar seu próprio confronto contra a influência da Bijū. Ao abrir novamente meus olhos, eu não estava no campo de treinamento. Talvez nem mesmo estivesse em Kumogakure. Acredito que ele estava usando de minhas memórias para me atormentar, e pude deduzir tal porque reconheceria esse lugar de qualquer forma, seja em uma memória ou através de meus próprios olhos.

O lugar estava em chamas, não havia uma única alma viva sequer. Apenas corpos, sendo vagarosamente consumidos pelo fogo. Alguns eram menores, outros maiores, mas todos, inevitavelmente, iriam queimar. Ao longe, via uma grande casa, mas alcançá-a não era possível. Sua entrada era obstruída, e o fogo pareciam se extender para além das janelas. Não deveria haver nada lá dentro, de qualquer forma.

Por fim, apenas uma única presença habitava aquele pesadelo. Eu a conhecia, já havia a visto, mas agora, nosso encontro era inesperado para mim. Ele existe apenas para me atormentar. Minha pior versão, ou talvez, uma versão que se recusa a mudar. Um eu que se aprisionou dentro da própria máscara. O verdadeiro Kaonashi.

[Capítulo - Solo] ▸ Sangue e Chakra. Kaonas10

Considerações:

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Tokubetsu Jonin

Qui 22 Set - 0:42

YUKIKITSUNE.

Meu último encontro com ele havia sido a, talvez, alguns anos atrás. Foi quando aprendi a dominar minha segunda transformação, eu tinha acabado de me tornar o Jinchūriki de Saiken. Ele é como um eco de minhas memórias, uma cicatriz de quem eu fui, ou quem eu poderia ser. Ele se recusa a se desvincular de minha mente, reverberando com meu shamisen, pelos corredores da minha mente. Em nosso primeiro encontro, ele tentou usar de minhas memórias para me fazer desistir e ceder a influência de Saiken, mas desta vez, ele parece nem mesmo se virar para mim. Seu olhar me atravessa, ele apenas observa as chamas atrás de mim, consumirem a tudo que podem tocar: — Achei que tinha me livrado de ti. — Entoo, palavras em vão, não conseguem alcançá-lo. Eu me aproximo, e me pondo ao seu lado, e também observo as chamas: — Olha, da última vez a lesminha usou você pra me afetar. Eu confesso que foi por pouco que eu não desisti. Muito pouco. Mas da última vez você era mais falador. — Prossigo. O silêncio perdura por alguns instantes, mas com o estalar das brasas, ele suspira.

— Nós dois somos muita coisa, mas não somos estúpidos. Até mesmo eu tenho consciência de que nada que eu fizer fará você parar. Eu não estou afim de continuar sendo a porra do teu "espírito zombeteiro" ou tua "maldição assombrosa", ou sei lá que porra 'cê decidiu me tratar. Tô de boa. — Responde: — Se você não está tentando me deixar para baixo, porque 'cê escolheu esse lugar pra gente trocar ideia?
— Você fala como se eu tivesse escolha. — Continua: — Eu existo aqui, e somente aqui. Sou a sua pior parte, como você gosta de chamar. Nada além de um pesadelo. E é por isso que eu estou aqui. — Termina.

Considerações:

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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Qui 22 Set - 9:47

YUKIKITSUNE.

— Você se lembra de nome deles? — Questiona a figura: — Não. Não consigo me lembrar, e talvez nunca me lembre. — Replico: — Engraçado... Mesmo assim, eu ainda tento desesperadamente lembrar. Não consigo reconhecê-los ou discerní-los, e ainda assim, to me lamentando por esse bando de cadáveres. É bem a nossa cara. — Prossegue.

Ambos continuamos a apenas observar as chamas. Eu aguardava pacientemente pelo momento em que nos confrontaríamos, mas ao que aparentava, ele se mantinha fitar o fogo e vê-lo como uma tragédia. Esse momento de minha infância, outrora, eu nem mesmo me recordava, mas agora, a visão era nítida. Quando despertei meu dōjutsu Akagan, minhas memórias retornaram, um garoto que vivia nesse lugar, debaixo dessa nevasca incessante sob as ordens de adultos. O irônico é que mesmo como Tokubetsu Jōnin, minha vida não é tão diferente, mas tenho certeza de que tenho mais princípios, e que me orgulho muito mais do caminho que tomei. Se hoje sirvo a Kumogakure, isso foi uma escolha minha, ao contrário do meu eu de anos atrás, forçado a seguir em um caminho que nem mesmo conseguia compreender para decidir se estava de acordo.

Eu era apenas uma criança quando esse lugar foi reduzido a cinzas. As chamas se alastraram até onde minha vista alcançava. Nem mesmo a maior das técnicas de Katon chega perto de como minha memória se lembra desse incêndio. Mas eu não quero acreditar nas visões de uma criança: — Se você continuar aqui, vai acabar apodrecendo sua mente. Vem, vamos dar um passeio. — Termino, agarrando-o pelo braço e caminho para além das fronteiras daquela lembrança.

Considerações:

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Tokubetsu Jonin

Seg 26 Set - 20:47

YUKIKITSUNE.

Imagine-se dentro de uma verdadeira espiral. Mesmo que capaz de transitar entre os círculos externos, sua linha, tão infinda quanto anacrônica, mantém-se interminável. É cansar, ao invés de findar, fugir de uma espiral. É por isso que não desejo mais despender meu tempo olhando para o reflexo de um momento inoportuno. Uma lembrança soturna, intangível e inalterável. Minhas memórias devem ser como uma linha. Intermináveis, mas que eu possa escapar delas através de suas bordas, e continuar vivendo por elas, não através delas. Nós dois vamos para além daquela trágica lembrança, que se desfaz em chamas. Novamente, a imensidão do vazio preenche as paredes da minha percepção, e enfim, uma brisa agradável balança as mechas do meu cabelo.

Estamos em um lugar cercado por montanhas, o coração de Kumogakure no Sato. Lá, nós dois andejavamos por entre as diversos kumenses. A princípio, parecia que estavamos despretensiosamente caminhando pelos arredores: — Me explique essa porra.
— Meu deus, você gosta de palavras ácidas, né não?
— To tentando dar uma luz nessa porra toda. Você me tira do meu lugar, e fica me levando de um lado e para o outro como se eu fosse uma vagabunda.
— Eu tô te transformando em uma pessoa melhor, considere como uma cortesia. Vem pra cá, quero te mostrar algo.

Considerações:

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Dom 2 Out - 20:12

YUKIKITSUNE.

Os kumenses passavam por entre nós, como se fossemos fantasmas, ou talvez eles fossem. Era reconfortante vê-los por inteiro, de seus braços a seus rostos. Em tempos passados, um outro Kaonashi nem mesmo teria visto-os passar para conseguir tê-los em sua lembrança. É então que no fim de tudo, vejo a mim próprio, em um bar local, bebendo saquê e acompanhado de Akari Nitta. Era uma noite agitada, onde todos bebiam em comemoração a minha recente admissão como professor da academia: — Ela me ajudou a completar um pequeno sonho, e eu não poderia ser mais grato. — Entoo, me sentando em uma cadeira, ainda observando por através das faixas da porta de entrada: — Eu não tenho muitas memórias que valham a pena reviver, mas essa em especial acredito que nunca vou esquecer. — Continuo: — Você se lembra, não? — Questiono-o: — Do que você tá falando:
— O motivo que nos tornamos ninjas. O porquê disso tudo. No começo era tudo por alguns ryōs, arcar com os custos de ficar trancado no quarto e praticando com o shamisen. Hoje, eu não consigo me ver como alguma coisa além de um shinobi. É algo pessoal, mas é por um bom motivo. Eu finalmente sinto que estou trilhando um caminho que possa me orgulhar. — Prossigo, me jogando para trás enquanto folgo os braços, apoiando-os abertos no encosto do banco: — Eu quero mudar o mundo através dos sentimentos. Vou usar da música para inspirar, e fazer o melhor que posso para me tornar um grande musicista. Alguém que tocará todos os corações com um único acordo. Esse é meu jeito ninja. — Termino.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
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Yukikitsune Kaonashi

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Tokubetsu Jonin

Ter 4 Out - 19:45

YUKIKITSUNE.

Ao fim, me deleito da vista por mais alguns poucos minutos. O silêncio era tomado pelas vozes que de dentro do bar ecoavam, todas em entonação agradável, era como uma melodia improvisada: — Eu não sei se você é uma manifestação da Lesminha, criada para me atormentar. Se você é parte dos meus problemas mentais ou se você é um fragmento vivo da minha personalidade, mas eu sei quando alguém está com problemas, e seja você meu amigo imaginário ou não, eu quero tentar te ajudar. É tudo que eu quero. — Entoo. É então que aquela sombra mascarada suspira, e toma a palavra para si ao se sentar ao meu lado: — Quando nos conhecemos, nem mesmo eu sabia quem você havia se tornado. Tudo que eu sou é a sua pior parte, aquilo que Saiken projeta sobre si. Uma parte que se recusa a mudar, ou se preferir, uma parte que deseja destruir todos aqueles que fizeram mal a você. — Responde: — Eu não poderia me importar menos com tudo isso. Você, Saiken, suas memórias e sua vida como um ninja de Kumo. Tudo isso para mim é irrelevante. Mas, é nítido que você não tem intenção de me machucar. Nem poderia, mesmo que tentasse. Mesmo assim, está disposto a fazer uma trégua... — Prossegue, paulatinamente, como se pensando cautelosamente em suas próximas palavras. Essa consciência acerca de sua própria influência em minhas emoções não existia outrora. É como se ele estivesse tentando amenizar o que sente para não me decepcionar: — Mas eu não existo por esse motivo. Eu sou o Kaonashi, e você é um outro Kaonashi. Ambos podemos compartilhar o mesmo nome, mas não somos iguais. De qualquer forma, você já teve o que queria. Saiken está nesse exato momento a alguns passos de tomar o controle. Volte pra terra carinha.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (01 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Dom 9 Out - 19:45

YUKIKITSUNE.

— Me deixa tentar te ajudar. Eu não quero que você fique vagando pela minha cabeça como se fosse a merda de um vírus. — Retruco. Ele se levanta, pondo-se em minha frente e me segurando pelos ombros. Eu ajeito a postura, fitando-o pela máscara, mas observando-o por através dela: — O tempo que você tá perdendo tentando me ajudar é segundos de vantagem que você tá dando pro Saiken. Vai chegar em um ponto onde esse parquinho de memórias vai virar sua prisão, sem escapatória. Tô te dando a visão verdadeira da coisa. — Entoa. Ele coloca suas mãos em meu rosto, tateando minha face como se não pudesse vê-la, talvez não pudesse: — Eu não vou abandonar você dentro da minha cabeça. — Termino.
— Não te te pedindo. Você vai embora, e eventualmente, você vai me destruir, ou o contrário. — Intimida. É nesse momento que ele me arremessa para longe, me forçando pelas minhas vestimentas. Eu colido contra o chão, até bater contra uma parede, que se distorce, como se minha memória sofresse uma rachadura: — Mesmo as suas memórias tem bordas. Eu vou te fazer voltar, e ai, você me agradeçe depois. Considere como cortesia, por você ser legal demais para ser um babaca.
— Ainda bem que eu sou um babaca persistente. — Entoo. Me levantando, avanço contra ele no ápice de minha velocidade. Ao tentar concentrar o meu chakra para a formação de uma técnica, ela surge em minhas mãos como se nenhum chakra fosse despendido: — Aqui é parte da sua memória. Tudo aqui é algo que você se lembra. Essa luta nem faz sentido, não tem como você me vencer aqui dentro. — Continua. Em minha destra, os relâmpagos se concentram em uma única lâmina elétrica, o Raikiri. Apesar da velocidade e poder destrutivo, a técnica o atravessa sem causar danos. É então que a forma daquele homem se desfaz como líquido, envolvendo meu braço, com apenas seu rosto se mantendo inteiro. Ele me pressiona, ao ponto que me sinto imobilizado. Ele me puxa para baixo com sua força, e me envolvendo pelo pescoço, retoma sua forma original, me levantando apenas para me lançar contra o chão violentamente. Ao colidir, o chão se racha, novamente a memória se fragmentando: — Desiste logo e volta, cacete.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (01 • 12).
Rokubi. (4000 • 4000).

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Qua 12 Out - 17:31

YUKIKITSUNE.

Eu me solto de sua agarrada, recuando alguns vários passos, enquanto me desvio de alguns cacos da minha memória que se soltaram e caiam em meu alcance. Novamente, mesmo que tentasse concentrar o meu chakra, naquele lugar, a intenção de usar uma técnica era o bastante para executá-la, e com esse princípio em mente, ativo meu dōjutsu akagan. Meus olhos são tingidos em rubro, e com ela, parto novamente em direção a sombra. O outro Kaonashi parece manter uma postura desleixada, como se eu não representasse um perigo real, e mesmo que eu tente perfurá-lo ou cortá-lo com o corte-relâmpago Raikiri, ele apenas se reestrutura, como se reprogramando sua própria existência a partir da forma como eu o vejo: — Você tem mais algumas poucas tentativas. 'Tô te dando o benefício da tentativa porque você está nitidamente tentando me ajudar. Eu simplesmente não consigo entender o quão burro eu me tornei depois que comecei a fazer amig-
— -Quem? — Interrompo-o com mais um ataque: — Tu, imbecil.
— Te perguntou alguma coisa? — Respondo, terminando a sequência de ataques com um corte vertical, saltando e partindo-o ao meio, apenas para vê-lo recuperar-se em um instante do suposto ferimento. Nada parecia o bastante, ou ao menos, continuar o atacando faria com que ele mudasse: — Tá legal, já chega dessa coisa toda. — Termina a sombra. Ele surge em minha frente em menos de um piscar de olhos, me segurando pelo pescoço e desferindo um golpe em meu plexo solar. Um ataque devastador, que racha toda a memória em um único instante. Meus pés tocam por um último momento o chão de Kumogakure em minha mente e então, eu estou a mercê da sombra, que levita no vazio, enquanto aos poucos minha existência naquele lugar se desfaz: — Me agradeça depois, bacaba persistente... E valeu, foi até engraçado te ver tentando tão loucamente. Legal da sua parte.

Considerações:

━ Número de palavras: 317.
━ Número de publicações: 12 • 15.

Considerações narrativas:

Aparência:

Considerações adicionais:

Técnicas usadas:

Bolsa de armas:

Code:

HP. (1025 • 1025).
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ST. (01 • 12).
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Sex 14 Out - 19:28

YUKIKITSUNE.

Ele me solta, e enquanto despenco, meu corpo deixa de existir naquela lembrança, e minha mente enfim deixa de se tornar palco daquele encontro. No próximo instante, meu corpo inteiro parecia borbulhar, como se meu sangue estivesse em ebulição. As caudas de Saiken se tornavam mais evidentes, e meu corpo era recoberto pela camada de chakra vermelho da Bijū. Algumas partes de meu corpo pareciam se liquefazer, tal qual o próprio corpo de Saiken, e sua viscosidadade parecia levemente corrosiva. Meus arredores pareciam devastados, com marcas de garras nos rochedos e no solo. O outro Kaonashi não estava mentindo, eu estava lentamente deixando que Saiken detivesse controle das minhas ações. Entretanto, minha frenesi se cessou, e com ela, a voz dele ecoa: — Como eu disse a você, não seria fácil. Onde você esteve? — Questiona a besta. Eu não a respondo de imediato, tomo alguns instantes para recuperar o fôlego, enquanto me concentro na liberação do chakra da besta: — ... Eu estava com ele, de novo.
— ... Eu estou realmente falando com você?
— Ninguém mais te chamaria como eu te chamo, lesminha. Tá ai a constatação. — Termino. Se pudesse vê-lo, imagino que ele arqueou um sorriso em seu rosto: — Consegue se mover?
— Estou bem afim de descobrir. Se segura! —Entoo, partindo em maior velocidade por entre o campo de treinamento. Deslocar-me era reconfortante, poder sentir a brisa em vez de como eu me lembro dela. Minhas habilidades eram aprimoradas através do consumo do chakra de Saiken, e minha velocidade atingia com facilidade algo que eu precisava despender em técnicas ninjas para alcançar. Seja saltando por entre as rochas, ou escalando-as, aos poucos, aquilo se tornava natural para mim.

Considerações:

━ Número de palavras: 278.
━ Número de publicações: 13 • 15.

Considerações narrativas:

Aparência:

Considerações adicionais:

Técnicas usadas:

Bolsa de armas:

Code:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (01 • 12).
Rokubi. (2800 • 4000).

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Dom 16 Out - 21:16

YUKIKITSUNE.

Por fim, eu me vejo com os pés na borda de um grande precipício, uma das últimas construções na fronteira de Kumogakure. A minha frente, apenas o grande horizonte, enquanto que abaixo de mim, o resto do mundo ninja, bem abaixo das nuvens: — Matenha a concentração. Um jinchūriki que atinja esse estado de transformação é recoberto pelo meu chakra, mesclando-se ao seu próprio sangue. Você tem que manter o foco, pois estamos no limiar. Um passo em falso e está tudo acabado para você, Kaonashi. — Entoa Saiken: — Acho que nunca estive tão concentrado, lesminha.
— Sua mente não está focada. O que é que está te desconcentrando? — Questiona a Bijū: — É, é aquela coisa na minha cabeça. O outro eu. — Elucido a besta: — Essa deve ser a segunda vez que me encontro com ele. Ou talvez a terceira. Sinceramente, eu não sei o que pensar sobre tudo isso. — Prossigo, em um tom pesaroso: — Eu achei que ele fosse uma versão minha influenciada por você, a sua forma de me afetar. Ou talvez, fruto dos meus problemas de cabeça, eu sou quebradasso, mentalmente falando, lógico. Mas ele... Ele não é meu inimigo, ou ao menos, eu prefiro acreditar nisso.
— O que quer dizer?
— Ele é como eu, uma pessoa que viveu a vida inteira sem entender o que sente. Que nunca recebeu algo de alguém que não tenha o feito se sentir uma pessoa pior. Que teve que aprender a conviver com a vontade de chorar, porque sabe que chorar não fará nada mudar. Ele é como eu, e eu quero tentar ajudá-lo. Aliás, você sabe porque aquele carinha existe?
— Muitos outros Jinchūrikis descreveram vivências semelhantes enquanto desenvolviam seu controle de suas Bijūs. Ele existe como um reflexo daquilo que nos forma, uma parte de sua índole caso se perdesse diante do poder de uma besta com caudas. Você deve ter cuidado ao confrontá-lo. Muito cuidado. — Termina Saiken.

Considerações:

━ Número de palavras: 322.
━ Número de publicações: 14 • 15.

Considerações narrativas:

Aparência:

Considerações adicionais:

Técnicas usadas:

Bolsa de armas:

Code:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (01 • 12).
Rokubi. (3000 • 4000).

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Yukikitsune Kaonashi

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Revouv

Tokubetsu Jonin

Seg 17 Out - 2:03

YUKIKITSUNE.

— Deixa que eu decido isso. Se eu estiver certo, então eu vou ajudá-lo porque sei melhor do que qualquer pessoa como ele se sente. Se eu estiver errado, então eu não vou ser mais seu Jinchūriki. De qualquer forma, você só tem a ganhar. — Entoo: — Deixa que eu decido isso. Se eu estiver certo, então eu vou ajudá-lo porque sei melhor do que qualquer pessoa como ele se sente. Se eu estiver errado, então eu não vou ser mais seu Jinchūriki. De qualquer forma, você só tem a ganhar. — Prossigo. Eu então me concentro em retomar a minha forma, com o chakra da Bijū se desfazendo, e com o que outrora era uma forma bestial, com algumas partes da estrutura óssea de Saiken sobre minha coluna vertebral, agora retomava a uma aparência humana. Dos meus pés, cabeça e braços, até o centro do meu abdômen, onde o fūinjutsu de selamente se concentra. A forma estava dominada, e o poder da besta permanecia contido dentro de mim, comigo no controle de minhas ações: — Você se encontrará com ele, inevitavelmente. E acredite em mim, ele não será tão misericordioso. Você deve destruí-lo, mas eu não posso ajudá-lo nessa tarefa.
— Aprecio a tentativa lesminha, mas eu também não me lembro de pedir ajuda pra ti. — Digo: — Sua ousadia realmente não tem limites, Kaonashi.
— Yep~, esse sou eu! Vamo nessa, não tem mais porque nós continuarmos aqui, bora pra casa. — Termino, me encaminhando de volta para casa.

Considerações:

HP. (1025 • 1025).
CH. (3225 • 3225).
ST. (00 • 12).
Rokubi. (3200 • 4000).

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Yukikitsune Kaonashi

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Bloodlad

[Capítulo - Solo] ▸ Sangue e Chakra. 76139df0c00970d1b7071220d0743c2a

Seg 17 Out - 18:50

Situação: Aprovado
Considerações: Narração sempre agradável, o humor do Kaonashi é fresh, não é forçado, ele é genuinamente engraçado, e a interação dele e da Saiken é muito fluída. RP boa.
Recompensa: Transformação V2 da Bijū Saiken.

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