— Finalmente, finalmente eu vou conseguir resgatar aquelas garotas. Não importa o que eu tenha que fazer, eu juro que vou traze-las de volta.  — Essa era a única coisa que se passava na mente de Fudo enquanto ele saltava, a toda velocidade (10 m/s), entre os galhos das árvores.

A princípio algo que deveria ser relativamente fácil de se fazer, de repente tornou-se um dos desafios mais difíceis na careira do genin, afinal de contas, ele achava que aquelas garotas desaparecidas tinham apenas fugido de casa, ou pelo menos era o que ele queria acreditar. — Droga, quem diria que a missão de achar um bando de jovens desaparecidas daria tanto trabalho assim, mas relaxa Fudo tá quase acabando. Se aquele bandido que interroguei estiver certo, só vou precisar correr por mais alguns minutos pra chegar lá.

Quanto mais próximo do lugar o genin estava, mais a sua mente ia perdendo o foco, até que ele percebeu o real motivo por trás da sua estranha vontade de salva-las a todo custo. — Parece que isso não é necessariamente sobre elas, mas sim sobre mim. Olha só como eu estou abalado, será... que é porquê... — A surpresa que sentia nesse momento ao ver aquele acampamento improvisado, era tanta, que foi capaz de interromper prontamente o seu raciocínio.

Mesmo com a sua visibilidade reduzida pela falta da luz solar, ele jurava podia sentir no fundo da sua alma que aquele era o lugar certo. E não demorou muito até Fudo perceber que tinha algo de errado acontecendo. — Que estranho... esse lugar tá quieto demais. — Com a sua curiosidade crescendo exponencialmente, o genin decidiu que era hora de averiguar aquela única barraca que tinha no acampamento, que era bem grande por sinal, tendo cerca de 9 metros quadrado.

A hora enfim tinha chegado, finalmente Fudo poderia confrontar toda aquela situação de frente. A fim de acabar logo com todo aquele mistério, assim que se posicionou frente à entrada, resolveu abrir sem nenhum tipo cerimonia aquele pedaço de pano que servia como porta.

Junto com uma brisa gelada que tocava o seu rosto, finalmente a verdade era exposta, mas... só que de um jeito trágico. A visão ali dentro era monstruosa, algo que nem o pior dos animais seria capaz de fazer. E, assim que Fudo se deparou com aquela cena entrou em colapso, pois bem diante dos seus olhos estavam vários corpos que foram brutalmente estraçalhados.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. — A única coisa que o genin conseguiu fazer diante tamanha atrocidade foi gritar.

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As paredes da tenda que uma vez já foram marrom agora assumiam uma tonalidade de vermelho bem vivido, e o chão de terra em que pisava estava parecendo mais um lago do que qualquer outra coisa, além dos corpos retalhados que tomavam o papel principal nesse horror. E, assim os seus gritos cessaram foi surgindo uma forte ânsia de vômito nele, pois era a primeira vez que o genin via uma pessoa morta, mas nesse ponto o medo já era mais poderoso do que qualquer outra coisa que Fudo viesse a sentir.

— Eu... EU NÃO QUERO MORRER! —  Nesse momento nada mais importava para Fudo, nem a missão, nem o que tinha acontecido ali, a única coisa que realmente importava nesse momento era a sua sobrevivência.

Ainda sem conseguir raciocinar direito começou a correr desesperadamente rumo a saída, com a esperança de deixar tudo aquilo pra trás, fazendo com que esse dia fosse apenas um borrão em sua memória. Enquanto corria, já do lado de fora, achou ter visto alguém atrás de uma das árvores que ficavam bem de frente pra entrada da tenda. O susto que havia tomado foi tamanho, que Fudo tropeçou no seu próprio pé e caiu de cara no chão.


Bastou apenas um segundo pra Fudo sentir uma presença bem na sua frente, mas como ainda estava no chão, só conseguiu ver o calçado daquela pessoa, que parecia ser uma bota preta de couro que se estendia até sua canela. Não demorou muito até aquela figura misteriosa resolver atacar, ele levantou o pé a alguns centímetros do chão e depois tentou esmagar a cabeça de Fudo, era como se naquele momento o genin fosse apenas um inseto prestes a ser esmagado.

Ao observar o movimento de subida do pé de seu oponente Fudo começou a se sentir ameaçado, então como defesa ele rolaria no chão caso fosse atacado, para que assim pudesse tentar desviar da ofensiva de seu inimigo. E se o golpe fosse desviado com sucesso, Fudo sem se levantar, apenas levantando a cabeça, arremessaria pequenas senbons no seu inimigo, que seriam moldadas a partir do chakra dele transformado em água.

Pro azar de Fudo, mesmo ele conseguindo desviar do primeiro ataque, aquele homem encapuzado desviou facilmente das suas senbons e logo em seguida com uma kunai em mãos mirou no pescoço do genin, tentando mata-lo com um corte na garganta. Porém um pouco ante de ser atingido, como sua última esperança, Fudo ativou seu jutsu ocular proveniente da sua linhagem sanguínea (ketsuryugan). Foi nesse momento que aquela figura misteriosa freou seu ataque e deu um pequeno sorriso de canto, enquanto desferia um soco, no rosto, que deixaria Fudo desacordado.

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Assim que Fudo recobrou a consciência ele se viu algemado em uma cadeira de madeira. Sem entender nada do que estava acontecendo apenas começou a percorrer aquele lugar com os olhos. O cômodo em que o genin estava era bem aberto e com formato circular, o chão sob os seus pés era majoritariamente de terra e as paredes de pedra a sua volta eram bem irregulares, era como se todo aquele lugar não tivesse sido feito pelo homem.

— Onde que eu estou? Espera um pouco, porque é que eu não tô morto? O que diabos tá acontecendo? — Nesse momento Fudo começou a perceber que estava mais fraco e cansado do que o normal, parecia que ele tinha corrido três maratonas seguidas.

— Parece que você finalmente acordou. — Falou aquela figura misteriosa de capuz, enquanto se aproximava lentamente do genin. Quando se aproximou o suficiente, pegou uma seringa que escondia em sua mão esquerda, e aplicou no braço direito de Fudo. — Não precisa se preocupar, essa é a última dose que vou te dar.

Enquanto aquele homem aplicava o remédio em Fudo, gritos começaram a ecoar pela caverna, provavelmente devia ser de uma daquelas meninas que tinham sumido.

— Ah, por favor não se incomode com isso, é só mais uma cobaia que não aguentou passar pelo processo. — O que mais deixava Fudo impressionado com a situação era a calma com que ele dizia esse tipo de coisa, era como se aquilo não fosse nada pra ele.

— Do que ele tá falando? Cobaia? Ela é só uma garota, não um rato de laboratório, SEU DESGRAÇADO — Aqueles gritos de agonia foram deixando pouco a pouco Fudo com medo, até que chegou no ponto em que ele começou a se balançar de todos os jeitos possíveis para tentar se libertar e acabar com o sofrimento daquela jovem.

No ápice do seu medo de morrer Fudo começou a lembrar de sua mãe, e de como a voz dela era linda, principalmente quando ela cantava para ele. Porém, essas memórias tão boas foram logo substituídas por medo, raiva, desespero, frustração e muito, muito ódio.

— Merdaaaa, isso não é justo... não é... não é... NÃO É. Na minha vida toda eu só me ferrei, esse mundo já tirou coisa demais de mim. Já chega, eu não aguento mais. — Foi a partir desse momento que lagrimas começaram a escorrer pelo rosto de Fudo, e em um repentino acesso de raiva ele começou a se debater, gritar e a bater o pé incessantemente no chão. Finalmente Fudo tinha chegado no seu limite. Daquele momento em diante morrer já nem pareceria mais uma ideia tão ruim assim.

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Nos primeiros minutos, logo após Fudo começar a se debater, aquele homem apenas se afastou um pouco e ficou observando. — Que decepção... sabe, eu achei que você fosse um ninja, mas pelo visto você é só um bebê chorão. — Enquanto dirigia a palavra ao genin, ele sutilmente tirava um pergaminho de dentro da sua túnica.

Agora com aquele objeto já em mãos, ele daria início ao ritual. — Vamos começar. — Depois de abrir o pergaminho, ali mesmo no chão, aquele homem repousaria todos os seus dedos da mão esquerda sobre algumas inscrições presentes no artefato. Após recitar algumas palavras confusas de se entender, seus dedos começariam a emanar um tipo de chakra.

Sem demora ele começou a se dirigir até Fudo, que nesse momento ainda estava em estado de frenesi, e quando chegou bem próximo do genin, cravou as suas unhas no ombro dele. Naquele momento as algemas já nem eram mais necessárias, pois, Fudo estaria sentido tanta dor nesse exato momento, que seria incapaz de fazer qualquer coisa contra o seu sequestrador.

— Se você quiser sobreviver, lute, apenas lute, pois a sua vida depende disso. — Após dizer essas palavras, ele daria as costas para Fudo e sairia dali.

— VAI A MERDA! SEU DESGRAÇADO. — Essa foi a única coisa que Fudo conseguiu dizer ao ouvir o conselho daquele homem.

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Dor, dor e mais dor, era a úncia coisa que restava naquela sala, pois nem era mais possível dizer que Fudo estava lá, já que o genin teve seu espirito completamente destruído. E pra piorar ainda mais aquela situação, até o tempo começou a corre de forma diferente, 1 hora ali era como se equivalesse a 5 anos. Depois daqueles primeiros minutos, seriam mais 3 dias, ou melhor, 360 anos de mais dor e sofrimento.

Os dois primeiros dias foram exatamente iguais, era como se ele estivesse vivendo o mesmo dia de novo e de novo. Até que no terceiro dia, Fudo finalmente tinha conseguido achar algo em que poderia se agarrar, naquele ponto a única coisa que mantinha o genin vivo, eram as memorias que ele tinha de sua mãe.

A vontade de manter tais memórias vivas era tamanha, que foi capaz de fazer Fudo começar a ganhar aquele cabo de guerra que ele travava contra a marca em seu ombro. —JÁ CHEGA, PORRAAAAAAA. — Pouco a pouco a dor ia diminuindo, para que assim algo novo surgisse, algo que faria Fudo se sentir de certa forma... bem. E, antes que ele pudesse perceber, metade do seu corpo tinha sido completamente tomado por algum tipo de poder, que por consequência deixava marcas pretas em sua pele.

Então soltando um poderoso grito, Fudo agora seria capaz de forçar aquelas algemas que restringiam seus movimentos, e tudo isso graças a súbita variação de poder que ele tinha recebido.

Ainda incrédulo com tudo aquilo, ele apenas ficava encarando as suas mãos, tentando de algum jeito entender o que estava acontecendo. E, mesmo se sentindo muito fraco, pois já fazia dias que não comia nem bebia nada, Fudo não hesitou em se levantar o mais rápido que pôde.

Quando Fudo começou a correr rumo a única saída que tinha ali, o que ele mais temia aconteceu. Novamente seu caminho iria se cruzar com aquele homem encapuzado, mas agora pela primeira vez eles estariam cara a cara.

E não demorou muito, até aquela figura que escondia a sua identidade sacar uma kunai. Ao ver isso, Fudo logo entendeu o que iria acontecer, mas só que dessa vez as coisas seriam bem diferentes, pois agora Fudo sentia um poder incrível fluindo pelo seu corpo. Então dobrando um pouco os joelhos para pegar impulso. o genin que estava de punhos fechados, finalmente partiria pra cima daquele homem, onde por sua vez tentaria retribuir o soco no rosto que tinha recebido dele a alguns dias atrás.

Contudo, instantes antes de partir pra cima, Fudo sentiu uma forte pontada no seu ombro direito, que logo fez ele ficar de joelhos. — Droga, agora não. — Antes mesmo que o genin tivesse a chance de se levantar, aquele homem começou a correr usando toda a sua velocidade. Quando Fudo acho que estava tudo acabado, e que ele iria morrer, uma voz começou a ecoar pela caverna.

— OZ, JÁ CHEGA! — Assim que aquele homem encapuzado ouviu isso, ele parou imediatamente a sua investida. Logo após escutar isso Fudo desmaiou, afinal de contas, o seu corpo já estava completamente desgastado.

Ao acordar, percebeu que estava naquele mesmo acampamento em que tinha sido sequestrado, e não demorou muito até alguns ninjas de konoha que estavam procurando por ele, aparecerem para resgata-lo.

— Oz... parece que esse é o nome da pessoa que eu irei caçar e matar.

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