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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
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Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
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Havilliard
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Suspirei profundamente, respirando com alívio, enquanto os magníficos portões de Kumogakure apareciam no horizonte, com os últimos feixes de luz do pôr-do-sol se esvaindo por trás das montanhas e nuvens.

Me aproximava lentamente, coberta de suor, sujeira, terra e sangue – muito sangue. Atrás de mim, alguns pobres e inocentes guardas do vilarejo a que fui enviada me seguiam, com mentes vazias e manipuladas por mim para carregar os quatro corpos – dois deles mortos, e dois deixados nocauteados, por minha segurança.

E, bom, tinha que admitir que se ver uma garota atravessar os portões da vila neste estado, acompanhada por o que certamente deveria parecer como quatro cadáveres sendo carregados por mentes manipuladas, não causasse um impacto nas mentes de quem o visse... Não sabia o que iria fazer. Mas, não tive que esperar muito tempo para descobrir que, de fato, gerava impacto.

Os olhos que viravam em minha direção eram vários, e enquanto ser reconhecida pelos meus feitos era algo que eu almejava, não tinha vontade em particular de ser conhecida, nem ser o centro das atenções... Bom, é um sentimento estranho, mas acredito firmemente que seja um sentimento válido.

Cruzando boa parte do vilarejo a pé, em uma velocidade razoável, finalmente havíamos chegado à frente de meu destino final, para finalmente concluir toda essa problemática. Com a torre do Raikage e outras partes de controle militar e administrativo em nossa frente, apontei para a direção do centro policial. – “Os mortos deixem no mortuário, Os outros deixem no recebimento. Eles vão saber o que fazer.” – Orientei, ligeiramente pulsando meu chakra sobre o Cajado de fênix, alterando as propriedades do Genjutsu que já afetava as mentes dos policiais. – “Após deixarem-nos lá... Estão liberados, voltem para suas casas.”

É claro, certamente já estariam fatigados, e a viagem daqui até o vilarejo de origem deles era pelo menos algumas horas de caminhada..., mas a conclusão dessa missão era certamente mais importante do que as outras tarefas rotineiras deles.

Já eu, por minha parte, comecei a caminhar em direção ao mesmo escritório onde a missão foi entregue a mim. Retirei meus óculos, rapidamente os polindo, também tentando limpar um pouco da sujeira no meu rosto. Eu iria lidar com toda essa... Sujeira, um pouco mais tarde. Agora era hora de dar as boas notícias.

Mas, enquanto eu por mim acreditava que as noticias seriam boas, talvez outros não iriam ver com tais olhos... Continuei a descer pelas entranhas da montanha, cruzando corredores escuros e salas vazias. Eventualmente, cheguei até o mesmo escritório onde fui encaminhada para a missão, no mesmo estado – quase vazio, contendo apenas uma mesa e duas cadeiras. Cheguei no local e aguardei alguns momentos, e quase como preternatural, o homem apareceu logo em seguida. Sem me dar tempo para falar nada, já começou as acusações.

- “Durou um dia lá?” – Falou, me fitando dos pés a cabeça, notando a disposição ensanguentada e suja do meu corpo. – “Deixa eu adivinhar, falha catastrófica, teve que fugir? Em menos de um dia... Deve ser um novo recorde.”

As palavras do homem certamente acertavam os nervos mais doloridos, mas vinham de uma origem tanto... estranha. E, além disso, eu sabia que neste caso eu havia sucedido plenamente. Era minha vitória contra as palavras dele. – “O que define derrota permanece aos critérios de cada um. Eu consideraria este dia como uma grande vitória. Alias, Nora Kumori se apresentando para entregar o relatório de missão.”

A feição fechada do homem passou a apresentar um pequeno sorriso, mas mesmo com a feição disposta em minha frente, os sentimentos e intenções do homem permaneciam um completo mistério para mim. Quem é esse cara?

- “Ótimo. Você ultrapassa todas as expectativas, Garota... Mas sua missão não terminou ainda.” – Afirmou, já virando as costas e começando a andar. Eu, vendo que não havíamos terminado por ali, comecei a seguir o homem, já questionando o que poderia ser que ficou a ser feito.

- “Não tenho gosto por deixar quaisquer atividades minhas incompletas.” – Afirmei, seguindo o homem alguns passos atrás. – “Gostaria de me informar sobre o que seria que deve ser feito?”

O homem apenas levantou uma mão, sinalizando para com que eu o seguisse. Permanecemos em silêncio, eu entendendo a mensagem subliminar para me manter quieta. Andávamos calmamente, mas após alguns momentos eu já sabia que nosso destino não era de volta para a superfície. Mais corredores estreitos e escuros, bagunçados como se fossem um labirinto, espaçados por diversas salas decoradas de forma espartana...

E, uma quantidade de tempo indeterminável depois, cruzando uma grande porta feita de ferro, estava de frente com os dois capturados da missão – Hina e Tenkari – deixados amarrados e inconscientes em minha frente.

Em que será que eu me meti agora?


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Era mais um teste por fogo – Esse, mais um entre tantos outros. Assim, jogada em uma situação problemática, inesperada e complexa, deixada a sós para que eu descobrisse como agir e quando agir, seja isto por instinto, intuição, habilidade ou sorte. Resultados tinham que ser proferidos, e nessa assim como em todas as outras vezes, a Fortuna estaria ao meu favor.

Aqui estava eu, deixada nessa câmara escura e abafada, com apenas as paredes cinzas e portas de aço reforçadas. O som de gritos de dor distante ecoava pelos corredores vazios. A minha frente, duas portas. Aqui tinha sido deixada pelo homem que anteriormente me orientava, e a orientação era simples e vaga: ‘Faça tudo o que puder fazer’. Sem mais nenhuma orientação, dica ou direcionamento, era somente eu e meus dois... experimentos.

Comecei a andar em direção a primeira porta, a da direita, mas travei em meu passo. Sabia quem estava atrás da porta. Sabia que não poderia fazer mal algum contra mim. Por que eu hesitava? Era medo? Alguma ânsia? Eu não sei. Parei no momento, respirei profundamente. Fechei meus punhos e fiz a mesma coisa que sempre fiz – me preparei. Mentalmente, emocionalmente, espiritualmente. A falha, a derrota... Não eram resultados aceitáveis.

Decidi, finalmente, adentrar a sala. Mal iluminada e abafada, assim como a sala anterior. No centro, uma cadeira onde um dos capturados durante minha última missão estava – Doutor Tenkari. O homem que se rendeu, implorando misericórdia. De fato, ter obedecido minhas ordens já deixava o homem em melhores olhos, ao meu ver. Cooperação era algo que eu apreciava em tais momentos. O homem ainda permanecia desacordado, com olhos entreabertos, mas definitivamente inconsciente.

Me aproximei da cadeira de onde estava amarrado, por trás, e com a parte de trás da mão, dei alguns tapas leves no lado do rosto do homem, para acordá-lo – e assim o fez, pulando em espanto.

O homem acordou assustado, já tentando se movimentar e escapar das amarras, e quando notou que era impossível, começou a gritar – mas os sons rapidamente acalmaram quando encostei uma das minhas lâminas contra seu pescoço. – “O-onde estou? Quem é você?” – Perguntava, ainda tentando virar a cabeça em minha direção.

- “Creio que isso não seja muito importante agora, não acha?” – Falei em um tom baixo e severo, evitando o olhar frenético do homem. – “Essa voz... Halno?” – Veio a resposta. Perspicaz. – “Pode usar meu nome real. Nora Kumori.” – Falei, finalmente rodeando a cadeira, me colocando na frente do homem, braços cruzados e olhar entediado.

- “Nora... Nora. Certo... Nora, eu juro, juro do fundo do meu coração que eu não queria estar envolvido.” – Falou o homem, engolindo seco. – “O Filho da mãe do Rikaro estava me manipulando... E tenho duas filhas da academia, eu estava com medo de que-“ – Interrompi o homem, levantando uma mão.

- “Não se preocupe, Tenkari. Eu acredito em você, e te garanto que sua família está segura,” – Suspirei, balançando a cabeça. – “Mas, ainda assim, cometeu crimes gravíssimos contra o povo de Kumogakure, e mesmo não querendo cometê-los, falhou em impedir que acontecessem. Como um Shinobi e Iryonin formalmente reconhecido por Kumo, isso é inaceitável, e seu julgamento virá por corte marcial.” – Conclui, ainda levantando um dedo, para indicar que não tinha terminado. – “Contudo, esse julgamento não cabe a mim, e como você decidiu me escutar, diferentemente daquela vadia gorda, eu serei piedosa em meus tratamentos. Agora, vamos ao que me interessa. Quero saber tudo – absolutamente tudo – de quem estava envolvido, por que estava envolvido, quais eram os seus motivos, e como os ataques foram feitos. Não deixe nenhum detalhe de fora. Agora, Interrogation Genjutsu!”

O doutor iria piar igual um canário a noite inteira.


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Minutos se tornavam horas, e com uma caneta e pedaço de papel, eu anotava aquilo que era mais importante saber. De fato, Tenkari brilhou uma luz forte sobre o caso, iluminando alguns aspectos que ainda permaneciam desconhecidos – Mas, é claro, com todos os perpetradores do crime mortos ou capturados, a importância desses conhecimentos já não era tão grande.

Rikaro era, como já sabia, o culpado principal. Aparentemente não havia motivo para seus ataques, mas o que indicava seu histórico, suas primeiras décadas como Shinobi mostravam o homem como um artista rejeitado, extremamente violento, que tomava prazer em fazer seus oponentes sofrer. Durante a vida adulta, deixou de lado sua arte e a violência, e se tornou um tutor de Genjutsu, mas parece que voltou aos seus velhos hábitos.

Hawks era o segundo maior culpado, tendo o nome manchado vez após vez por erros, crimes e outros pequenos e grandes delitos que havia cometido no passado, todos eles escondidos por lençóis soltos. E, para sua sorte, Rikaro sabia de todos eles, e como arruinar completamente a vida do diretor. Para o Diretor, alguns assassinatos a mais em suas mãos eram um risco menor para a vida dele do que deixar os esqueletos no armário a mostra.

Tenkari, Tenkari era o mesmo de antes. Não queria estar envolvido, mas o homem era um enorme covarde – talvez seja por isso que se relegou a se tornar um médico e ficar fora das linhas de frente, apenas prestando suporte para aqueles que voltavam feridos. E, com as duas filhas jovens do homem frequentando a academia, foi fácil fazer o homem implorar de joelhos por misericórdia e concordar com tudo que Rikaro e Hawks planejavam.

Agora as intenções de Hina eram um pouco mais misteriosas. Não tinha nenhuma grande motivação aparente, mas aparentava seguir os outros três homens com um pouco de obsessão, antes mesmo da trilha de assassinatos ter começado. Era estranho, certamente, e Tenkari não soube me dizer os motivos pela mulher ter ajudado a planejar os assassinatos.

Que ótima oportunidade. Eu sorri, lambendo os lábios, enquanto deixava o doutor na sala, ordenando que ele ficasse em completo silêncio até que fosse retirado dali. Virei o corredor, saindo da sala, e fiquei de frente com a outra que foi me indicada, fechada por uma porta grossa de metal assim como a outra.

Calmamente, pus a mão na maçaneta, girei ela, e entrei na sala, com passos firmes e lentos. Imediatamente fui recebida por Hina – consciente, me olhando com um olhar de puro ódio e desdém, deixada amarrada e imóvel, com um pouco de sangue seco ao redor das incisões que fiz para... ‘desabilitar’ a mulher.

Com uma pequena risada, ligeiramente me curvei. – “Boa noite Hina. Que bom que já está acordada, podemos ir direto para o assunto-“ – E, não inesperado, fui imediatamente interrompida pelos gritos de ódio e ameaças de morte da mulher.

- “Sua vadia descarada! Galinha usada inconsequente! Quatro-olhos vagabunda! Só espere eu sair daqui! Vou arrancar seus dentes e enfiar eles na sua bu-!” – E, bom, como eu não queria ficar escutando insultos alheios, tomei minha própria iniciativa. Enquanto rolava os olhos, ligeiramente bati o meu cajado contra o chão, lançando um Genjutsu que iria amplificar a dor ao máximo, ao mesmo tempo que enfiei uma kunai no joelho da mulher, torcendo-o.

Os gritos de dor eram música para meus ouvidos. – “Já estou vendo que não vamos ter nenhuma conversa amigável. Vamos direto ao que importa. “ – Saquei a lâmina do joelho da mulher, guardando-a novamente na minha bolsa de armas. Enquanto era tentador testar minhas habilidades garantidas pelo lorde Jashin, eu tinha completa certeza de que estava sendo observada – rangi os dentes com raiva. Já era hora de fazer um pouco de sangue correr.

Usaria dessa raiva. Larguei da minha mente todas as perguntas que teria que fazer – não, eu iria fazer essa mulher sofrer. Somente quando ela implorasse pela morte é que eu iria considerar suficiente. Olhei a todos os implementos deixados ao meu redor – correntes, lâminas, agulhas, ferramentas de todos os tipos. Sim, isso ia prestar. Deixei um sorriso macabro preencher minha visagem quando olhei mais uma vez para o rosto aterrorizado de Hina.

É hora de fazer o sangue escorrer.


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Ciclos de torturas, repetidos por horas e horas e horas... Afogamentos, Torções, Perfurações, Esmagamentos, Cortes, Queimaduras, Congelamentos. Tudo aquilo que estava a minha disposição havia sido usado. Respingos de sangue contidos apenas pelo objetivo de não matar a mulher em minha frente. Pedidos de socorro e misericórdia afogados no silêncio profundo dos corredores mais escuros das montanhas de Kumogakure, ecoando para o vazio.

Agarrei o cabelo da mulher, levantando a cabeça dela do balde de água onde já a havia deixado por vários segundos. Engasgava e tossia, desesperadamente tentando recuperar seu fôlego, enquanto ficava jogada contra o chão frio, apenas podendo se debater e espasmar inutilmente devido aos cortes precisos e medidos em todos os tendões de seus membros.

Bocejei. Levantei meus olhos para o relógio – convenientemente deixado fora do campo de visão da minha prisioneira. Parece que o sol logo iria nascer, e tal conhecimento finalmente fazia o cansaço começar a me tomar. Comecei a me retirar, ajustando minhas vestimentas – agora completamente manchadas por respingos de sangue. Isso seria algo difícil de limpar... Eu merecia um bom descanso.

Após sair da sala, enquanto trancava a pesada porta de aço, escutei os chios desesperados da mulher, implorando, sem fôlego – “Onde... Onde você está indo...?” – E, ali eu a deixei solitária. Tomei a noite para me recuperar – afinal, ainda não havia feito um descanso próprio após a longa missão, e tortura dificilmente se encaixava como trabalho leve.

[...]

Horas se passavam. O novo dia – agora, já quase noite – marcava a continuação das tarefas do dia anterior. Descansada, leve e calma, saciei minha mente com um copo quente de café. Calmamente me desloquei pelo vilarejo, até a torre de comando, retornando para as entranhas das montanhas. Supreendentemente, os corredores estavam completamente vazios – ou será que apenas se mantinham fora de vista? Os sutis sons sortidos vindos da escuridão traiam quaisquer ideias.

Destranquei o cadeado e rodei a maçaneta, fazendo a porta pesada ranger, imediatamente acordando minha vítima – deixada exatamente onde eu havia deixado, com os vários ferimentos já secos e começando a cicatrizar, coberta nos próprios dejetos, com o rosto manchado de lágrimas. Que patético.

Olhos aterrorizados se encontravam com olhos endurecidos. Fixei meu olhar contra ela, através dos óculos, e me pronunciei – “Bom dia. Onde paramos?” – E, apenas essa curta frase foi suficiente para fazer com que a mulher completamente trincasse, com o seu rosto se retorcendo com medo e desespero. – “P-por favor! Por favor! Eu imp-ploro! Não me m-machuque mais!” – chiou a mulher, com a voz rouca. – “Eu te conto t-tudo! Eu prometo!”

Estralei a língua ao escutar aquilo, rolando os olhos. – “Não acha que está um pouquinho tarde de mais para isso?” – Resmunguei, olhando profundamente nos olhos da mulher, que agora se fechavam, tentando recuar, balançando a cabeça. Pequenos soluços escapando por entre seus lábios.

Devia admitir que, após uma longa noite (ou dia,) de descanso, um banho longo e quente e um copo de café fresco, agora estava me sentindo mais... piedosa. Me encostei contra a parede, sacando a caderneta e uma caneta. A mulher estava sobre meu total controle agora, hora de acabar com isso logo de uma vez. – “Então vá em frente. Pode começar a falar.”

E, certamente, a mulher sabia encaixar os fatos que me faltavam. Com um sorriso macabro no rosto, comecei a anotar tudo que ela falava, que por vezes, era desconecto, mas ainda assim pude construir uma trajetória de todos os eventos e como eles se interligavam, através das revelações de Hina. Já havia obtido mais do que necessário para criar uma história reta – Rikaro, o Maniaco. Hawks, o Desgraçado. Tenkari, o Covarde; e é claro, Hina, a Invejosa.

Os cantos dos meus lábios subiam em uma fachada arrepiante de um sorriso. Sim, agora tudo se encaixava.


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UnnamedEnder

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⬧ Personagem: Nora Kumori
Ficha  ⬧ GestãoBanco  ⬧ Mod AGInventárioCJ

ItsHalno
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ItsHalno
Tokubetsu Jonin
[Cena] ⬧ Quando o Sangue Escorre (+16) TqHE5wX
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5/5⬧ Quando o Sangue Escorre ⬧



HP [ ——— ] ◆ CH [ 4250 / 4450 ] ◆ ST [ 3 / 8 ] ◆


Respirava fundo, ruborizada, limpando o suor que pingava do meu cenho. Algumas longas árduas horas consecutivas depois, eu agora tinha Hina completamente quebrada, com cada última gota de informação possível sendo extraída da boca da mulher. Largada em frente a meus pés, humilhada, quebrada e derrotada. Uma mera fração do ser humano que um dia já foi.

Pensava no que falar, para finalmente concluir todo aquele capítulo, mas as palavras secaram na ponta da minha língua. Nem mesmo sei se a mulher realmente estaria escutando o que eu falasse, com seu olhar abatido e distante. Falei apenas aquilo que surgia como emoção – “Você sabe, Hina... Não vou te matar. Não, isso seria uma piedade. Você vai ficar aqui pelo resto da sua vida, pagando pelos crimes que cometeu. Você não merece uma vida. Você não é um ser humano. Apodreça aqui, e saiba que jamais verá a luz do sol novamente. Passar bem, Hina.” – E, com isso, me virei abruptamente, saindo da sala e fechando a porta de aço atrás de mim com uma batida forte, ecoando pelos corredores silenciosos.

Suspirei, profundamente, já imediatamente dando de encontro com o homem que havia me entregue a missão. Com um simples balançar da cabeça, ele já havia me dito que eu precisava segui-lo. Por através dos corredores escuros, chegamos até uma sala – essa nada diferente do que a primeira vez que nos encontramos. Mal iluminada, simples. Espartana, até, com apenas uma escrivaninha e duas cadeiras.

Dado o sinal de mão do homem, me sentei, enquanto esse mesmo apenas fechou a porta, e se encostou contra a escrivaninha em minha frente, braços cruzados, me olhando de cima. Momentos passaram em total silêncio, com os olhos do homem perfurando meu cenho, até ele balançar a mão e fazer uma simples pergunta – “E então?”

O olhar do homem era realmente aterrorizante. Vindo de cima de uma forma tão intensa... Eu mesma gostava de me considerar como um tanto implacável, mas certamente ele havia muito mais experiência nesse campo do que eu. Pensei em responder à pergunta rapidamente, mas antes de começar a falar sem nexo, fechei a boca mais uma vez. Tomei alguns segundos para pensar, e então abri a boca mais uma vez. – "Nora Kumori, Genin, Número de registro 602413, se apresentando para entregar o relatório de missão." – Indiquei, formalmente, ligeiramente curvando a cabeça, aguardando mais uma vez o sinal para continuar.

O olhar do homem continuava fixo em mim, sua expressão calma agora apresentando o mais ligeiro sinal de um sorriso no canto dos lábios – "Muito bem, Nora Kumori, Genin, Número de registro 602413" – Falou, com tons claramente sarcásticos na voz – "Imagino que é esse o momento em que você me explica o porquê de ter uma mulher mutilada na sala ao lado."

Nesse momento, virei meu olhar para a direção da sala que havia acabado de sair. Sim, é claro, talvez tenha ido um pouco longe demais com as minhas ações. Como sempre, ações tinham consequências, as minhas inclusas..., mas as dela também.

- "É claro. Hina Akimichi, Chunin, Quarenta e dois anos. Professora de Taijutsu. Como o senhor deve ter imaginado, ela esteve envolvida nos assassinatos das garotas. Se recusou a se render, e também tentou me matar durante a missão. Além do motivo vigente, este sendo utilizar a tortura como um método de aquisição de informações para fazer a conclusão definitiva do caso, creio que, como uma traidora ao corpo militar de Kumo, Hina perdeu seus direitos a dignidade e valor humanos garantidos pela constituição do vilarejo, e a tortura foi uma maneira válida de fazer com que ela começasse a encarar as consequências dos seus atos."

Cruzei os dedos das mãos, voltando meu olhar para o homem e tentando o encarar com a mesma intensidade – provavelmente falhando – mas ainda confiante de que estava certa nas decisões que havia tomado.

Por alguns instantes, pude observar uma certa fagulha queimando por trás dos olhos do homem quando concluí esse relato. O peito dele estava inflado, e as sobrancelhas franzidas. Uma parte do lábio estava levantada. Uma postura típica para um superior que se preparava para disciplinar um subordinado, e eu havia visto tal postura muitas vezes antes.

- “Então, você, uma pirralhinha novata que mal saiu da Academia, decide arbitrariamente utilizar métodos de tortura física contra uma cidadã do vilarejo sem se importar em como isso poderia repercutir entre a população e a imagem que o novo governo tenta passar? Então, Nora Kumori, Genin, Número de registro 602413, antes que eu te encaminhe para receber sua correção disciplinar na corte e relate sua conduta para o Raikage, vou te explicar uma coisinha: Confissões obtidas sob tortura tem tanta validade quanto um pedaço de merda. Arranque as unhas de uma pessoa e ela se torna uma assassina. Quebre os braços, pernas e ameace arrancar os olhos, e irá descobrir que foi ela quem assassinou o Nidaime.” – Falou, desencostando da escrivaninha, e chegando um pouco perto demais. – “Então, me diga, novatinha, e eu vou perguntar uma única vez: Você ao menos conseguiu provas da participação de Akimichi Hina nos assassinatos?”

Novata. Novata, novata, novata! Essa palavra, essa infernal palavra que não parava de me perseguir! Como a odeio. Não fiz questão de tentar esconder o olhar de raiva e o rosnado em meus lábios. Meu cotovelo ligeiramente encostou contra o cajado, e eu tive uma ideia – Arriscada? Definitivamente, mas eu não estava prestes a ficar aqui e ser tratada como mais uma zé ninguém por mais um dia sequer na minha vida! Esse filho da mãe quer saber tudo, então? Vamos mostrar pra ele tudo, então!

- “Por que não deixa com que eu te mostre, então!?” – Exclamei, e com um potente fluxo de Chakra pelo cajado, lancei no homem uma das mais potentes ilusões que eu conseguiria criar, com um objetivo simples, repassar, em forma de ilusão, todo o conhecimento que eu havia obtido durante a missão e as interrogações diretamente ao homem: A chegada na academia, O suicídio de Hawks, a captura de Hina, a rendição de Tenkari, e o assassinato de Rikaro, assim como tudo aquilo que eu havia extraído de Tenkari e Hina durante as interrogações. Menos de dois segundos depois, já haveria terminado. – “E então, achou que foram provas o suficiente!?”

O silêncio que permeou a sala era... ensurdecedor. Em um momento de impulsividade, eu acabava de fazer erros... terríveis. Acabava de lançar um Genjutsu contra um superior em situações questionáveis. A raiva e impulsividade rapidamente saiam da minha cabeça e eram substituídas por medo – o que eu havia acabado de fazer? E fiquei esperando pela resposta do homem naquele silêncio, e tantas coisas que pudessem ter vindo – Ele poderia me acusar de tentar atacar um oficial, poderia me contra-atacar, poderia por um fim as minhas capacidades motoras assim como fiz com Hina, ou simplesmente ter anulado a ilusão desde o início, mas a resposta que veio foi muito mais aterrorizante.

Ele riu.

Uma gargalhada seca e ruidosa, quase como uma fera selvagem rugindo entre a mata, pronta para abater a presa. Como não o bastasse, ao final da risada ele fixou os olhos contra os meus, e uma onda intensa de Sakki permeou a sala – arrancando o ar dos meus pulmões. Ele olhava diretamente dentro dos meus olhos, profundos e frios, e lentamente levantava a mão esquerda. Era nesse instante que eu estava certa que a punição viria..., mas ao invés disso, ele a estendeu para um aperto. Pasma e trêmula, eu fiquei apenas olhando a mão.

- “Você não é a primeira, nem a segunda ou a quinquagésima oitava garotinha de merda que chega até a nossa divisão..., mas é a primeira que, na primeira vez em que se vê do outro lado da mesa, não se mija de medo e começa a se desculpar por ter feito um excelente trabalho.” – A feição do homem agora mostrava um sorriso, que poderia dizer várias coisas, mas havia ali dentro um tom de presunção. – “Mas isso já estava decidido desde o início. Afinal, eu não teria perdido meu tempo te indicando pessoalmente para o trabalho se não soubesse que iria conseguir.” – Falou, e ainda sorrindo, completaria: - “Mas tente me pôr em um Genjutsu mais uma vez, e vai aprender o que eu consigo fazer com um corpo que não morre.”

Descruzei os dedos. Estava tensa. Levantei o queixo. Encarei a mão do homem estendida em minha direção. Vagarosamente me levantei do assento, e com uma mão nada pouco trêmula, a apertei.

Esperto. Muito esperto. Havia feito tudo da maneira mais certa para me encurralar, me deixar nervosa, fazer eu rachar... E eu havia caído no jogo do homem perfeitamente. Qual será o limite das capacidades desse homem? O filho da mão sabia muito mais que eu – somente poderia imaginar os limites do que ele sabe que eu ainda não sei. Havia feito eu mostrar os segredos da minha habilidade... e entrega-los de praxe a ele. Eu ainda havia muito que aprender, definitivamente. Fiquei imóvel por um momento, considerando. – “Creio que eu tenha aprendido um bom bocado, hoje. Tenho várias perguntas a fazer, mas temo as ramificações das respostas, então irei simplesmente perguntar se meus serviços ainda são necessários.”

Com isso, o homem fungou, em desaprovação, com o sorriso ainda nos lábios ao ouvir a pergunta. Ficou de costas para mim, começou a mexer nos papéis sobre sua mesa – “Será que não escutou uma maldita palavra do que eu disse? Não estaria perdendo meu tempo se não acreditasse que tem alguma sombra de potencial” – Quando voltou a me encarar, estava com dois pergaminhos em mãos, lacrados, marcados com o selo oficial da liderança máxima do vilarejo. Estendeu-os para mim enquanto completava: – “Tomei a liberdade de me adiantar, então, aqui está. Nora Kumori, anteriormente Genin, Número de registro 602413, em nome da sombra do Relâmpago, você está sendo oficialmente elevada á patente de Tokubetsu Jonin. Juntamente a isso, em recompensa aos frutos de seus trabalhos prestados a T&I e a excelência em execução das tarefas a você delegadas, superando as barreiras impostas, eu pessoalmente a nomeio como Sargento de nossa divisão de Interrogadores."

Segurei os dois pergaminhos na mão. Não eram pesados, em si, mas haviam um tal peso que era... avassalador. Era como se eu estivesse nesse momento segurando todo o meu futuro. Por trás dos meus óculos, meus olhos estavam arregalados, e meu queixo ligeiramente caído. Permaneci assim por alguns segundos até conseguir processar completamente o que havia acabado de escutar.

E assim, um sorriso largo e macabro surgiu em meu rosto - É aqui onde a diversão começa.


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Lan ShuiXian
Jōnin
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Lan ShuiXian
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