[CENA] FÔLEGO DO PARAÍSO.

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[CENA] FÔLEGO DO PARAÍSO.
[CENA] FÔLEGO DO PARAÍSO.

staz blood

Nukenin A

Ter 22 Fev 2022 - 18:47

HP: 1750/1750 - CH: 2500/2500 - ST: 00/09 - CJ: 400/400

FÔLEGO DO PARAÍSO
PARTE PRIMEIRA

ㅤㅤO silêncio daquele ambiente era reconfortante.

ㅤㅤEstava muito, muito distante de Kirigakure, para além das fronteiras do vilarejo. Próximo ao vasto oceano, numa das ilhas mais longínquas do arquipélago, Eru, prosseguia, a passos cadenciados, rumo ao que parecia ser um monte. De forma alguma aquele lugar era de acesso evidente, mas o garoto Kaguya, continuava adentrando-o mesmo assim.

ㅤㅤNão conseguiu chegar no topo antes que o céu escurecesse sobre sua cabeça. O vento frio não oscilava seu interior, por mais que tentasse. Estava obstinado em chegar até o cume.

ㅤㅤApós todo o redemoinho de acontecimentos que o acometeram, desde o surgimento da seita de Kala, até o rapto de Akemi, passando pelo desmembramento de Teri, a morte de Alexius e dos outros investigadores, desde até mesmo a grande guerra, ele precisava distanciar-se daquele vórtex monstruoso. Era demais para ele.

ㅤㅤForam meses de recorrências constantes, de atos e fatos, um somados dos outros, até que culminasse naquela escapada. A pequena montanha defrontava-o como um inimigo, mas um inimigo derrotado. Havia chegado ao topo, quase exausto porém ainda de pé. Os olhos viram toda a parte plana do lugar, e encontrou, sem querer encontrar, outros olhos o observando.

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ㅤㅤFixavam-se nele como a lua fixava-se no céu. Eru olhou de volta, e por quase um minuto inteiro não houve nada senão a troca de olhares. Os ventos vindos do mar do País da Água eram gélidos, e o Kaguya já não tinha mais a mesma resistência de quando iniciou a escalada.

ㅤㅤOuviu um sino tilintar, vindo da figura que o encarava. Da distância em que estava não era possível ver seu rosto, tornando-o ainda mais misterioso. De repente notou alguém vindo, correndo e afoito em sua direção. Era um jovem, que mais tarde o Kiri-nin viria a tomar conhecimento do nome; Ure. O menino tinha os cabelos longos, tão longos quanto os do Kaguya, mas estavam soltos naquela ocasião. Sua pressa teve resultados, pois chegou próximo a Eru com notável velocidade.

Notas:

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staz blood

Nukenin A

Qua 23 Fev 2022 - 1:18

HP: 1750/1750 - CH: 2500/2500 - ST: 00/09 - CJ: 400/400

FÔLEGO DO PARAÍSO
PARTE SEGUNDA

ㅤㅤ– Olá. Sou Ure, Ure Naoshiki. Por favor, me acompanhe. – Ure...? Curioso.
ㅤㅤ– Oi. Sou Eru. – Respondeu.
ㅤㅤ– Eru? – Desatento, não conseguiu notar que estava diante de um palíndromo ou algo próximo de um. – Belo nome. – Sorriu e sinalizou com a destra para que o seguisse. Não conseguia fitar fixamente os olhos de Eru por mais do um segundo. Era tímido, claramente.

ㅤㅤConforme andavam, a figura desconhecida não se movia, e Eru não parou de olha-la por um momento sequer. Será que é uma estátua? Acharia engraçado se fosse, mas tinha quase certeza que não era.

ㅤㅤUma estrutura ia se expondo a frente deles, mesmo completamente em breu era visível que se tratava de uma arquitetura caprichosa, com andares altos, e ornamentos trabalhados. O cheiro de incenso pairava por toda a entrada do lugar, cheiro adocicado de ervas.

ㅤㅤ– É por aqui, os outros meninos estão lá em cima. – Ure segredou-lhe sussurrando, não podia fazer muito barulho. Outros meninos...? Imaginava que aquilo fosse um templo, mas logo descobriria que se tratava de um dormitório. No segundo andar, vários quartos e cômodos estavam com as portas fechadas, já ocupados. E são muitos pelo visto... Finalmente encontraram um que estivesse disponível, e estava sem ninguém.

ㅤㅤ– Você pode ficar aqui. – Ure ajudou-o com as bagagens, nesse caso apenas sua mochila. – Tem algum problema em dormir sozinho, Eru? Eu posso dormir aqui se você quiser. – Sério?
ㅤㅤ– Não, não precisa. Vou ficar bem. – Lembrou-se de algo importante. – Eu ouvi um riacho por aqui. Gostaria de um banho.
ㅤㅤ– Sim, tem um atrás do complexo. Eu te mostro. – É só me dizer onde é, e eu vou até ele... Ure já estava no corredor à essa altura. Ao mesmo tempo que era muito tímido também era agitado demais.

ㅤㅤSaíram pelos fundos, e o riacho ficava a quatrocentos metros. Eru ouvia o som dele já daquela distância. Aquilo o acalmava.

ㅤㅤ– Existem banhos quentes lá dentro, não prefere? Aqui está meio frio. – Um banho quente realmente cairia bem, mas um banho de cachoeira cairia melhor ainda.
ㅤㅤ– Hoje não. – Avistou as cascata se chocando com o rio. A paisagem era belíssima, uma das mais bonitas que vira. – Obrigado, já me encontrei. – Avisou, na intenção de tranquilizar Ure.
ㅤㅤ– A-ah, e-eu tenho que te esperar terminar. É meu dever ser seu anfitrião. – Ta brincando...
ㅤㅤ– Tá, então. Que seja.

ㅤㅤA presença do garoto não iria atrapalhar seu banho. Não se intimidou em despir-se, mesmo com um desconhecido o observando. Ure sentou numa pedra próxima ao rio, e esperou o Kaguya terminar, desviando o olhar sempre que podia.

ㅤㅤColocou a ponta do dedão na água, e estava tão fria que ele morreria se entrasse. Bom, se for pra morrer é melhor morrer de uma vez. Mergulhou, colocando todo o corpo para dentro da água. Estava congelante, se debatia como um animal estrebuchando. Eu costumava ser mais forte para água gelada, o que aconteceu? Demorou seis minutos para que se acostumasse, e depois disso conseguiu aproveitar o lugar.

ㅤㅤ– Como descobriu nosso mosteiro? – Ure indagou, sempre desfocando as pupilas. Eru nadou para a borda do rio, para responde-lo sem exaltar demais a voz.
ㅤㅤ– Fiz um favor a um homem numa missão, e ele me indicou esse lugar. Disse que eu encontraria paz. Eu desconfiei, mas vim conferir. – Já não tremia mais, porém algumas partes da pele já estavam ficando roxas. Mergulhou a cabeça e depois a ergueu. – É bastante agradável. E silencioso. – Podia escutar grilos e cigarras cantando, tamanha calmaria.
ㅤㅤ– Sim... não sei se eu conseguiria viver em outro lugar.
ㅤㅤ– Você não pode descer?
ㅤㅤ– Não é comum. Apenas um de nós costuma descer a montanha, para apanhar mantimentos, roupas, e outros itens, fora isso praticamente não saímos do complexo. – Eru achou aquilo extremo.
ㅤㅤ– E você não sente vontade de conhecer outros lugares?
ㅤㅤ– Sinto, sinto sim. Mas não é tão simples. – Aquela ideia era incabível para ele. Se alguém tentasse me impedir de algo não se o que faria.
ㅤㅤ– Eu não conseguiria. Iria fugir.
ㅤㅤ– Aqui é muito bom. – Ele desviou rapidamente quando Eru saiu da água, completamente desnudado. O Kaguya não tinha acanhamento nenhum em situações como aquela. – Q-quer que eu pegue uma toalha – Ele não havia trazido nada para se secar.
ㅤㅤ– Seria bom. – Respondeu sem jeito.
ㅤㅤ– Vou buscar, espera aqui.

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Nukenin A

Qua 23 Fev 2022 - 12:55

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FÔLEGO DO PARAÍSO
PARTE TERCEIRA

ㅤㅤLevaria alguns minutos para que fosse até o castelo e retornasse. Os ventos frios castigavam a pele de Eru, tornando-a fria como um rio congelado. Será que ficarei doente dessa vez? Ele não se lembrava da última vez que havia pego um resfriado ou alguma enfermidade. Sua saúde era perfeita. Voltou a entrar na água num mergulho, fundo o suficiente para ignorar a temperatura e fixar-se apenas na profunda escuridão sob ele. Passou quase um minuto submerso, e quando voltou alguém na borda do riacho.

ㅤㅤ– Não conheço você. – Possuía longos cabelos cinzas e uma postura altiva, encarando Eru com certo desprezo. – O que faz aqui? Como chegou até o monte? – O Kiri-nin deu uma pequena volta, colocando-se para fora da água. Ambos tinham a mesma altura, e mesmo sem roupas Eru conseguia se manter seguro e imponente. O rapaz de cabelos acinzentados não parecia teme-lo. – E... por que está sem suas roupas?
ㅤㅤ– Isso importa? – Estava tremendo de frio por dentro, mas não demonstraria jamais.
ㅤㅤ– Sim, se você quiser voltar ao sopé da montanha vestido. – Diferente do clima, a tensão entre os dois ficava cada vez mais quente. Os pares de pupilas defrontavam-se como se estivessem em combate. E um poderia ocorrer a qualquer momento.

ㅤㅤPor sorte, Ure estava retornando. Apressou-se ao ver os dois frente a frente, temendo o pior.

ㅤㅤ– Asahi-kun. O-oi. – Asahi o olhou de relance. – Eru, aqui a toalha. – Deu ao menino, que não amarrou-a na cintura imediatamente, não deixando de encarar seu interrogador por sequer um segundo.
ㅤㅤ– Conhece este, Ure? – Desviou o olhar de Eru pela primeira vez. – Posso saber o que faz fora do castelo tão tarde da noite?
ㅤㅤ– Nos conhecemos a pouco. O mestre mandou que eu o recebesse, e ele.... quis se banhar. – Fala contida. Com medo.
ㅤㅤ– O mestre? – Asahi fez-se confuso. Tornou ao enfrentamento visual. – Cubra-se, este tipo de comportamento é repugnante.
ㅤㅤ– Se te incomoda assim, não devia olhar tanto. – Atingi-o fundo, soube na hora. Asahi, porém, era bom em ocultar seus sentimentos de seus inimigos, tal como Eru. Cerrou os olhos azuis acinzentados.
ㅤㅤ– É bom que você aproveite essa vista. Amanhã não a verá de novo. – Deixou a frase dúbia, afinal, estava se referindo a si próprio ou a vista do cume da montanha? Eru não se importou em descobrir. Verme arrogante. Foi tudo o pensou sobre ele.

ㅤㅤFinalmente envolveu-se com a toalha, e seguiu com Ure para dentro. O jovem anfitrião, desculpou-se com Eru mais de uma vez, e acabou lhe contando alguns detalhes sobre o terceiro convidado inesperado que havia chegado.

ㅤㅤAsahi de Prata, como era conhecido, era um dos alunos mais completos e poderosos da montanha. Suas habilidades em batalha eram únicas, segundo Ure, e sua calma e frieza eram tudo o que o mestre desejava em um aluno.

ㅤㅤ– O mestre preza muito por essas qualidades. Força e controle. Principalmente o controle emocional.
ㅤㅤ– Mestre? – Indagou, enquanto subiam as escadas. – É aquele que estava na entrada?
ㅤㅤ– Sim e não. Aquele que viu do lado de fora era Kardeal, o alter ego do mestre. O mestre é chamado de Hazzarath. – Alter ego...? – Acredite, é complicado para nós também. Contudo ambos são a mesma pessoa e também não são. Mas são, por via das dúvidas. – Surpreendentemente Eru entendia bem, já que dividia seu corpo com sua outra persona. – Kardeal não costuma ser visto, já o mestre está sempre presente. Você poderá conhece-lo amanhã se quiser.
ㅤㅤ– Entendo.– Não completamente, mas entenderia posteriormente.

ㅤㅤNão demorou a dormir. Torceu para que não sonhasse, mas não teve sorte.

ㅤㅤOuviu a voz dela ecoar em seu universo lúdico, como uma melodia. "Eru" ela chamava, "Eru, aonde você vai?", indagava para que todo o mundo dele ouvisse. "Por que está se afastando tanto? Não quer mais me ver...?" A voz dela se distanciava, até um ponto em que desapareceu, distante e fria como o vazio sideral.

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Última edição por staz blood em Sáb 26 Fev 2022 - 2:38, editado 2 vez(es)

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Nukenin A

Qua 23 Fev 2022 - 16:52

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FÔLEGO DO PARAÍSO
PARTE QUARTA

ㅤㅤLevantou-se já de manhã, bem disposto mas sereno. Do lado de fora, escutava sons de treinamentos. Ure havia deixado trajes para que vestisse, um quimono negro e comprido, que o ajudariam a treinar e a se misturar com os outros ali. Será que foi uma boa ideia ter vindo para esse lugar?

ㅤㅤO céu nublado e o clima quase negativo não impediu que nenhum dos alunos estivesse no pátio. Observou o complexo enquanto procurava por Ure.

ㅤㅤTreinavam as mais diversas modalidades. Os mestres marciais ensinavam movimentos que Eru nunca tinha visto nenhum ninja de vila ninja utilizar. Havia também treinos de resistência, onde os alunos seguravam a respiração enquanto batalhavam. Lutar sem respirar? Isso é possível? Num outro os alunos eram arremessados dentro do riacho - o mesmo que havia se banhado na madrugada anterior - atados a uma pesada corda, e deviam se salvar do afogamento, sozinhos. Não conseguiu tirar os olhos de um professor ensinando o controle emocional. Deu dois tapas no rosto de um mancebo, que não devia ter seis anos, e o garoto não chorou. Deu mais um, e os olhos da criança se encheram de lágrimas, porém não chorou. Isso é certo...?

ㅤㅤEncontrou Ure cinquenta metros à sua frente, sentado ao lado de duas duzias de meninos, ouvindo um homem falar sobre uma técnica de respiração. O garoto parecia ser bem relacionado com os outros aprendizes, e tinha um sorriso fácil que cativava a todos. Sorte a dele. Chegou mais próximo e as palavras do professor chegavam com mais clareza em seus ouvidos.

ㅤㅤ– O Shichi Tenkohō é um método primordialmente de respiração. Então vamos lá meninos, quero que todos inspirem fundo e expirem. Dez vezes pelo menos. – Percebeu Eru se esgueirando para ouvi-lo. – Ei rapaz, vejo que você é novo por aqui. Sente-se ali. Não precisa ser tímido, ande. – Apontou para próximo de Ure, e esse cumprimentou o Kaguya assim que o viu.

ㅤㅤO professor continuou explicando as bases para as respirações do paraíso, elucidando os questionamentos que iam surgindo com muita competência. Ele é capaz de utilizar esse jutsu? Parecia incrédulo, já que mesmo com um humor agradável o lecionador não parecia possuir grandes aptidões físicas. Mas sua análise havia sido imprecisa, e quando o professor realizou a primeira demonstração factível das Sete Respirações do Paraíso, o Kaguya não titubeou. Isso é incrível. Ele, Ure e todos os outros aprendizes estavam maravilhados. Parece até... Recordou-se da técnica que Izuku Lee havia usado contra ele, eram muito similares. O corpo do professor, assim como seus músculos eram mais definidos e os músculos eram mais aparentes. Outros alunos também vinham ver a performance do professor.

ㅤㅤ– Esse é apenas o primeiro estágio rapazes. Vou mostrar para vocês o segundo. Afastem-se por favor. – Todos recuaram pelo menos seis metros para trás. – Estágio dois. – A energia emanada foi ainda maior, suficiente para esvoaçar todas as vestimentas e as madeixas dos aprendizes. Mais alunos se aglomeravam em volta dele, embasbacados com o tal Shichi Tenkohō. Isso é... incrível.

ㅤㅤA motim aplaudiu-o assim que desativou a transformação. Ure o fazia exageradamente entusiasmado.

ㅤㅤ– Muito bom hein, Eru? – Indagou sem cessar os aplausos.
ㅤㅤ– Sim... – Respondeu perplexo, enquanto também aplaudia, contudo, muito mais contido. – Você consegue fazer isso?
ㅤㅤ– O Shichi Tenkohō? Não. Nunca! Meu corpo não aguentaria tanto poder. Ela é uma técnica oculta muito difícil de realizar. Mais ainda de dominar completamente. Aqui na montanha só quatro pessoas conseguem utiliza-la. Duas delas conseguem fazer o primeiro estágio, o professor Kawakira. – Apontou. – consegue até o segundo estágio, como ele mesmo demonstrou. E o único que conseguiu chegar ao terceiro estágio até hoje, você já conheceu inclusive. É o Asahi, aquele que estava com a gente na madrugada de ontem. Ele é uma lenda. – Verme. Foi imediato em sua mente. Se o garoto de cabelos acinzentados conseguia um estágio superior ao demonstrado por Kawakira, então havia poder nele. Poder de verdade. Quão forte esse cara é...? Sentiu um misto de ciúmes, raiva e inveja, e mais do que isso, sentiu-se profundamente ameaçado. Seria capaz de aprender...? E De supera-lo...?

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ㅤㅤ– O-onde você vai? – Ure assustou-se a vê-lo dar meia volta.
ㅤㅤ– Aprender a tal respiração. – Disse convicto.
ㅤㅤ– O-o que? Você vai tentar? – Iniciou o alerta ao menino. – É bom começar com os treinamentos de inspirar e expirar, Eru. Não é todo corpo que consegue comportar um poder tão grande. Você pode se machucar... Rinui, um antigo meu meu, tentou realizar o primeiro estágio, e bom, ele conseguiu, mas... depois que desativou ficou um mês para se recuperar. Danificou todos os músculos do corpo dele.
ㅤㅤ– Se eu me machucar deixo meu corpo em suas mãos. Você está responsável por cuidar de mim aqui, não? – Ure ficou vermelho por um instante.
ㅤㅤ– Ei, isso é abusivo da sua parte. Não pode se aproveitar da função que foi me dada dessa maneira. Seu-seu-seu... deixa pra lá. – Hesitou. – E posso saber para onde você está indo? – É verdade... para onde estou indo? Não conheço nada aqui.
ㅤㅤ– Procurar um lugar aberto e vazio para treinar. É só respirar não é? Não deve ser tão difícil.
ㅤㅤ– Você ouviu o que eu disse? As Respirações do Paraíso são perigosas para leigos, você vai acabar fazendo besteira e se machucando.
ㅤㅤ– Então me acompanhe. Pode explicar pra mim o passo a passo, e o resto eu faço.
ㅤㅤ– Não existe um passo a passo. Não é um receita de bolo! Ei, eu estou falando.
ㅤㅤ– Sim. Fala e anda, consegue?. – Não findou os passos, mas não deixou de ouvi-lo tagarelar.

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Última edição por staz blood em Qui 24 Fev 2022 - 5:00, editado 1 vez(es)

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Nukenin A

Qui 24 Fev 2022 - 3:46

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FÔLEGO DO PARAÍSO
PARTE FINAL

ㅤㅤAfastaram-se do centro de atividades do mosteiro, e seguiram para os arredores do castelo deixando a balburdia do dia rotineiro para trás. Eru encontrou um lugar silencioso próximo ao riacho que havia estado na noite anterior, porém dessa vez seguiu mais fundo quase chegando ao foz, onde ele desaguava montanha abaixo.

ㅤㅤAs tentativas dele em dominar as respirações eram primárias, e não teria grandes resultados se assim continuasse. Ure, ainda que falastrão e barulhento tinha boa noção teórica da habilidade, mas como nunca havia tentado realiza-la na prática explica-la para Eru também era um desafio.

ㅤㅤ– T-tira a roupa.
ㅤㅤ– O que?
ㅤㅤ– Só a parte superior. Vai ajuda-lo no contato com o natural. – Pra quê isso é necessário?
ㅤㅤ– Pronto. – Despiu o torso. O aprendiz notou que Eru tinha o peito e o abdômen lisos e sem cicatrizes, e atentou-se com mais cautela na estranha marca que o menino carregava no peitoral esquerdo.
ㅤㅤ– O que é essa marca? – Indagou curioso e levemente assustado. Como posso explicar...? Poderia inventar uma mentira, para evitar maiores complicações. Optou por ser honesto. Completamente honesto.
ㅤㅤ– É um jutsu amaldiçoado que foi selado em mim por uma Seita pagã que endeusa uma entidade chamada Kala. – Os olhos de Ure se arregalavam enquanto ouvia, já os de Eru se mantinham normais. – Consigo extrair poder dessa marca, mas ela também se alimenta do meu chakra, então sou obrigado a balanceá-la. E a propósito, não sou religioso. – As pupilas do menino continuavam dilatadas. Com um milhão de coisas para dizer, tudo o que conseguiu verbetar foi:
ㅤㅤ– Vocês ninjas são estranhos demais pra mim. – O Kaguya concordou mentalmente.

ㅤㅤEstava sentado sobre uma rocha dentro do rio, com ambas as pernas cruzadas e os olhos fechados. Inspirava e expirava exatamente da forma que Ure o havia orientado. Primeiro dez vezes, depois mais dez, e mais cinquenta, e mais cem vezes, e mais... Quatrocentas e oitenta e duas, quatrocentos e oitenta e três... Três horas já haviam passado, e seu processo meditativo havia lhe levado a um estado quase letárgico. Me sinto leve... Ure ficou ali, observando silencioso todo aquele tempo. Quatrocentos e noventa e seis, quatrocentos e noventa e sete... O número quinhentos chegou leve como uma pena ao beijar o solo. Me sinto...

ㅤㅤ– Como se sente?
ㅤㅤ– Relaxado... – A meditação prolongada causava efeitos visíveis em qualquer pessoa. Ure escorregou a mão pelo peito dele, para senti as batidas do seu coração. Eram remansas e padronizadas.
ㅤㅤ– Quer tentar? – Afastou-se de Eru.
ㅤㅤ– Quero.
ㅤㅤ– Inspire profundamente. – Ele fez, e sentiu imediatamente que seus pulmões agora tinham espaços muito mais avantajados para armazenar oxigênio. É isso... – Quando expirar, diga a frase de liberação: "Shichi Tenkohō Daiichi Kassei" rapidamente. – Nem foi preciso. O simples jorrar de ar de seus pulmões somados a sua intenção avassaladora de dominar a técnica foi o suficiente para ativa-la.

ㅤㅤUma aura amarelada percorria seu corpo em direção ao céu. Seus cabelos, assim como tudo o que o cercava eram arremessados para cima. Eu... consegui? Ure o fitava perplexo demais para proferir qualquer palavra. Será que eu consigo ir além...? Só saberia se tentasse. A energia que emanava dele era puramente física, resultado de um intenso trabalho realizado. Preciso tentar.

ㅤㅤForçou a respiração mais uma vez, e houve um estouro, com a energia ainda mais volumosa e radiante.

ㅤㅤOs músculos eram ainda mais visíveis e saltados agora. A pedra, que antes o sustentava, já havia sido despedaçada em fragmentos para o fundo do riacho. Após o pico de poder, a queda brusca aconteceu. O corpo começou a sentir-se fadigado, a vista a ficar turva e desnorteada. Um cansaço extremo caiu sobre ele. A técnica foi desativada forçadamente, e mergulhou involuntariamente para as águas profundas que antes o sustentavam.

ㅤㅤFoi resgatado por seu jovem tutor, desacordado e com sinais de exaustão extrema.

ㅤㅤ– Eu falei, eu falei. Que droga. Falei que era perigoso. Devia ter continuado só com o primeiro estágio. Pra que foi tentar ir além? – Dizia ao corpo desmaiado em seus braços. – Será que se afogou...? – Cogitou realizar medidas de primeiros socorros, não foi preciso contudo.
ㅤㅤ– E-eu fui... Eu preciso ir até o estágio três... – A voz fraca ainda era imponente. – Se aquele... Asahi.... e-eu também...posso. – Os olhos se fecharam mais uma vez. Ure o apoiou nas costas, levando-o de volta ao castelo.