A forte ventania não era suficiente para deixar a noite em Kumogakure no Sato fria. Os termômetros registravam cerca de 22°C. Por isso, a jovem Azusa Kanie aproveitou para comprar um sorvete de chocolate e deliciar-se com ele, sentada sobre um banco localizado em uma das praças no centro da vila.

O movimento de pessoas estava grande, possivelmente devido ao horário. Porém, um grupo de mulheres lideradas por um homem de aparência esquisita chamou sua atenção. Este homem, de cabelos azulados e penteado para trás, era musculoso e estava vestido com um shorts curtíssimo, uma regata branca e apertada, e, nos pés, um tênis com uma meia de cano. Sua voz era imponente em meio as mulheres, as quais repetiam os comandos dados pelo sujeito. Aparentemente, tratava-se de um grupo de ginastas ou pessoas que se reuniam para treinar, sendo que o esquisito era o instrutor.

O grupo até se aproximou do banco onde a jovem estava e ela pode ouvir e ver com mais clareza o que acontecia. A cena era tão constrangedora e engraçada, que Azusa se divertia enquanto terminava seu sorvete. No entanto, a kunoichi foi surpreendida pela atitude do estranho homem que ao vê-la sentada e parada não se conteve em repreendê-la.

— Já cansou, garota? Vamos… levanta! — O sujeito se aproximou da jovem e puxou-a pelos braços para que ela levantasse e se misturasse com as demais mulheres. — Sem preguiça, como vai ficar com um corpão parada desse jeito? — Indagou virando as costas. — Comigo, meninas! Um, dois, três, quatro! — Sem saída, pois mal teve tempo de se explicar, Kanie apenas tentou reproduzir os movimentos do grupo. — Muito bem, muito bem! Agora para finalizar o dia de hoje, vamos fazer aquela corrida ritmada de sempre.

Seguindo atrás do instrutor, as garotas iniciaram uma caminhada que era alternada com picos de corridas moderadas em um primeiro momento e aceleradas em um segundo momento. No início Azusa conseguiu acompanhar bem, porém, ao passo que a atividade se estendia por mais tempo, a jovem começou a perder o fôlego.  No entanto, continuou a corrida até o ponto que não aguentou mais e ficou para trás.

— Outra vez? Nada disso, falta pouco. — O estranho havia notado o cansaço na garota, mas aproximou-se para motivá-la e forçá-la a terminar. — Sem dor, sem ganhos! — Disse, colocando as mãos em suas costas para que ela voltasse a correr. Mesmo que estivesse quase se arrastando, a kunoichi não encontrava palavras para dizer não ao maromba e apenas correu torcendo para que o percurso fosse finalizado o mais breve possível.

Chegando ao ponto inicial, a praça, a Kumo-nin jogou-se no chão com os braços abertos e respirando profundamente, exausta.

— O que você andou fazendo esses últimos dias? Está totalmente sem ritmo. — Balançou a cabeça negativamente. — Amanhã irei cobrar o dobro de você ou não me chamo Toduro!

Considerações: