Tornar-me um Jinchūriki me trouxe a possibilidade de me tornar mais forte. Escolhas são feitas de consequências, e assim como eu escolhi me tornar o receptáculo de uma Besta com Cauda, eu escolhi carregar seu fardo. Kumogakure já contemplava cicatrizes ainda expostas depois da última guerra que vivenciamos. A liderança do Raikage nos colocou em uma situação controlada, mas ainda assim, haviam muitos pesares. Eu sempre recebi olhares, de todos os tipos, apenas por estar vivo, apenas por andejar pelos arredores de minha vila. Quando criança, eu apenas era julgado, um jovem de vocábulo grosseiro. Quando adulto, fui admirado, um sobrevivente da Grande Guerra, que lutou pela derrota do vilão do mundo ninja. Hoje, posso ver, como se pudesse ler o julgamento alheio apenas pelo vislumbre, que as pessoas me temem. Sou um instrumento bélico ambulante, tendo uma das criaturas mais poderosas do mundo presa em meu corpo, apenas aguardando pelo descontrole para se liberar. A tempos, Saiken não se comunica comigo. Para dizer a verdade, ele nunca fez isso, fui sempre eu que busquei encontrá-lo dentro de mim mesmo. Como o invólucro, ou um aprisionamento, sinceramente, eu imagino que ele anda tenha certo receito de comunicar-se comigo, ou então preferência ao silêncio. Consigo entendê-lo.

Após uma caminhada despretensiosa uma figura aproxima-se ao longe, recoberta por um manto longo e uma máscara branca. Ao encontrar-se comigo, ela estende sua direita, fazendo menção de entregar-me um pergaminho. Abrindo-o, aparentemente, minha presença havia sido solicitado pelo gabinete em um local específico demais, sob justificativa de que eu estava sendo enviado para uma missão sigilosa e de extrema necessidade. Não fiz questão de questioná-lo, apenas assenti com a cabeça e segui em direção ao local indicado. A chega não foi difícil, mas me estranhava a quietude. Como o pergaminho não tinha descrito a missão em si, acreditava que o cliente, ou algum superior, estaria lá para me receber e explicar-me o motivo de minha ida. Era uma casa simples, a porta estava aberta e a sala de estar vazia, ou ao menos, era o que eu acreditava. Usando o meu Akagan, pude ver que diversas pessoas estavam escondidas, todas observando meus movimentos: — ...Normalmente eu esperaria algo mais furtivo quando em descrevem uma missão como "sigilosa". — Entoou em voz alta, para denunciar que suas posições foram comprometidas pelo meu dōjutsu. É então que uma música começa a ressoar pelo ambiente. A princípio, aquilo me intriga, mas em um único instante, sou arremessado para o outro lado da sala, colidindo contra a parede e perdendo a consciência. Eu nem mesmo pude ver o ataque chegando.

Considerações:

Eu desperto após um tempo. Consegui sentir algo pegar-me pelos membros inferiores e me arrastar para fora da casa, mas apenas pude sentir pelo tato, eu mal conseguia me manter consciente. Quando despertei em fim, meu corpo estava dormente, minha cabeça latejando, e meus ouvidos sangravam. Eu conseguia apenas ouvir um zunido de alta frequência e minha própria respiração. Após recobrar os sentidos e entender minha situação, tendo me levantar, apenas para perceber que meus pés não alcançavam o chão. Tento me debater, mas minhas mãos estavam atadas ao que pareciam correntes. O lugar que eu estava era escuro, e eu não sentia meu samisém roçando minhas costas.  O óbvio a deduzir-se é que fui vítima de um sequestro arquitetado justamente para me aprisionar, agora restava-me descobrir o que fariam comigo. Talvez fossem criminosos que reconheceram meu rosto e pretendiam roubar meus pertences, mas não seriam pessoas comuns que conseguiriam me derrotar. Seria requerido um plano mais estratégico, e com os recursos que eles aparentam ter, são muito mais do que simples criminosos. Era melhor eu me concentrar, não havia espaço para pânico, eu precisava respirar e manter o controle de minhas ações. Quanto antes eu encontrasse uma forma de me livrar dessa situação, mais rapidamente eu poderia enfrentá-los, mas sem meu samisém as coisas serão difíceis.

Considerações:

Com uso do Nawanuke no Jutsu, pude desatar as correntes, e com o desvencilhamento, usei do meu Akagan, despertando-o e usando-o para investigar o lugar que eu me encontrava. Era uma sala pequena, de aproximadamente dez passos de largura e comprimento, por dois metros de altura. A única passagem visível era uma porta de aço revestida, sem nenhuma abertura. A única fonte de luz no ambiente era uma vela no canto direito da sala. Nenhum dos meus equipamentos encontravam-se naquele lugar. A labareda consumia a parafina a um tempo, mas ainda restava bastante material para que o fogo permanecesse aceso. Se eu estivesse nessa sala a muito tempo, o fogo já teria se extinguido, então ou eles a colocaram assim que me prenderam no teto, ou eu permaneci inconsciente por tempo demais, a ponto deles reporem uma nova vela. Sua chama era o único alívio que me restava naquela prisão mórbida. Fazendo uso do Chidori, atravessei meu palmo destro pela porta, na tentativa de destruí-la. Os relâmpagos ressoavam como águias voláteis, e com o encontro, o aço se distorceu, formando rachaduras em formato dos raios do ninjutsu. Com a fissura, pude facilmente abrir a porta com o menor toque. Abrir a passagem me liberou para um corredor longo, e paralela a minha sala, haviam outras semelhantes ao vislumbre aparente. Todas estavam nitidamente trancadas, e eu não tinha a chave para nenhuma de suas fechaduras, mas acredito que minha liberação de raio bastará para abri-las.

Considerações:

Repito o mesmo processo na sala mais próxima, dentre as várias que ali encontravam-se, abrindo-a com um Chidori, atravessando-a para enfim poder abri-la. Para minha sorte, o lugar estava vazio, e podia confirmar tal através do meu dōjutsu, que podia ver até o final do corredor, onde mais uma porta de ferro encontrava-se. De frente para a parede paralela a minha sala, haviam apenas dois sentidos, direita e esquerda. A esquerda era um corredor sem saída. Destruindo então a passagem, pude perceber que a sala em questão era idêntica a que eu me encontrava, com as mesmas medidas aparentes, além de uma pessoa ali pendurada por correntes. Não parecia ser um ninja, tanto pela ausência da bandana, quanto também pela presença de uma pessoa. Diferente de mim, ela estava sentada, voltada para a parede, em silêncio. Vestia um quimono kuromontsuki branco, e em suas costas, havia três traços estampados em preto. Ele parecia completamente imerso em seus próprios pensamentos, e suas mãos faziam sombra na parede, com a vela em suas costas. Apesar de sua aparente distração, não fazia sentido que ele estivesse tão inerente ao ponto de não ouvir tanto a destruição da porta, quanto de minha chegada, afinal, o Chidori é uma técnica conhecida por seu som. Eu decido me aproximar cautelosamente, usando de meu poder ocular para prever seus movimentos. Tocando-o pelas costas, ele parece corrigir a postura subitamente, e então vira-se para mim. Ele parece suspirar, e então levanta-se. A princípio, esse seria o momento em que eu saco uma kunai e atravesso seu pescoço rapidamente, mas ele não parecia ter intenções hostis, muito pelo contrário. Ao ver meu rosto, ele esboça surpresa, e tenta fugir, desviando-se para a direita. Eu interrompo seu movimento, e ele então joga-se contra o chão, tentando se proteger: — Acalme-se, tá tudo legal. Só tenta maneirar nos movimentos bruscos porque meu corpo inteiro tá doendo que nem o inferno. — Eu digo, segurando meu corpo para amenizar a dor, por pouco eu ainda me mantinha de pé. Ele continua sem entender a situação, e então, começa a gesticular com as mãos. Podendo tratar-se de um jutsu, eu então uso do Utakata para colocá-lo em uma sonolência profunda. Com ele vulnerável, eu tive tempo de me afastar e então, repensar minha abordagem.

Considerações:

Eu pego o homem e levo-o em meus ombros para fora da câmara. Deixa-o deitado de costas para a parede, e então, sigo para a direita do corredor. Haviam várias salas idênticas, mas não havia nada audível mesmo encostando meus ouvidos contra as portas de aço. De uma forma ou de outra, elas eram espessas demais, mas ainda era estranho aquele homem ter demorado tanto para reagir após eu adentrar sua cela. O corredor era iluminado por luminárias suspensas no teto, então caminhar não foi difícil a priori. Ao chegar no final do corredor, mais uma porta. Novamente, uso o Chidori para atravessá-la bruscamente, e então, rasgo o ferro o suficiente para que eu possa derrubá-la. A porta levava para uma escadaria espiraliforme, nenhuma janela também. Antes de subi-la, faço uso do Akagan na tentativa de ver o final daquela escadaria, evitando qualquer risco. Ao fim, ela levava para uma sala circular, com vários equipamentos dispostos, desde espadas a um conjunto de pequenos instrumentos ninjas, ao lado de um samisém: — Vem pro papai, coração de mi vida~. — Digo, enfim aliviado. Eu me aproximo, mas não desprecavido, atendo aos meus arredores, usando de minha inteligência aguçada na tentativa de perceber qualquer armadilha arquitetada na sala, e também usando meu poder ocular para notar qualquer assinatura de chakra, caso houvesse um fūinjutsu gravado em algum lugar e que pudesse me aprisionar, inclusive usando do Fūinjutsu: Kai, por viés de dúvidas. Ao entrar e perceber qye o lugar estava vazio, visto minha bolsa de equipamentos e seguro meu instrumento.

Considerações:

Com meus equipamentos em mãos, me restava apenas uma última passagem, também trancada. Haviam muitas armas ali, o suficiente para um grupo grande, de trinta a quarenta pessoas. As lâminas pareciam afiadas, preparadas para qualquer ocasião, e com maior atenção, era perceptível alguns resíduos de sangue no gume, mas pouco. Se pudesse deduzir, foram lavadas após terem sido usadas, ou seja, havia uma manutenção constante do equipamento. Por fim, decido retornar para baixo, para averiguar a situação do homem que havia encontrado, ainda respirando. Eu decido levá-lo em meus ombros até o andar de cima, colocando-o próximo das armas, amarrado por alguns metros de arame de aço. Comigo empunhando uma das espadas, aponto-a para seu pescoço para que ele pudesse sentir o corte e a frieza da lâmina. Por fim, aguardo pacientemente até que ele acorde. Ao abrir seus olhos e perceber-me, ele faz menção de levantar-se, apenas para ser impedido instantes antes de ser atravessado no pescoço pela espada. Uma pequena gota de sangue escorre, a arma definitivamente estava afiada, talvez um manejo adequado pudesse decepar uma cabeça com um único ataque: — Ouça atentamente. No momento, você poderia sufocar em seu próprio sangue apenas por levantar sutilmente sua cabeça. Seu corpo está atado fortemente, e qualquer movimento brusco resultará em uma morte, com essa espada te empalando ainda vivo. Eu apenas quero saber seu nome, não há motivo para desconfiança ou medo. Me chamo Kaonashi, e não faço ideia do porque estou aqui ou como vim parar aqui. Você tem um nome? — Questiono-o. Ele apenas balança a cabeça em afirmação, assentindo, mas ainda em silêncio: — Ouça atentamente. No momento, você poderia sufocar em seu próprio sangue apenas por levantar sutilmente sua cabeça. Seu corpo está atado fortemente, e qualquer movimento brusco resultará em uma morte, com essa espada te empalando ainda vivo. Eu apenas quero saber seu nome, não há motivo para desconfiança ou medo. Me chamo Kaonashi, e não faço ideia do porque estou aqui ou como vim parar aqui. Você tem um nome? — Questiono-o, também com a mesma resposta, um movimento com sua cabeça: — Você... Não pode dizê-lo? Pode dizer alguma coisa? — Prossigo. Ele nega com a cabeça: — Você não consegue falar? — Finalizo. Ele assente com a cabeça.

Considerações:

— Bom, eu não sei como posso mais te ajudar, mas você parece me entender com clareza. Eu vou desamarrar você, mas prefiro que continue imóvel, até que eu me afaste. Segurança em primeiro lugar. — Entoou ao mesmo. Eu desvencilho-o das amarraras e tomo distância, recuando alguns poucos passos e então lançando a espada para longe, me desarmando para afirmar minha rendição: — Você estava dentro de uma cela assim como eu. Sabe de alguma coisa sobre nossos sequestradores? — Questiono-o. Ele nega com a cabeça e gesticula com sua mão, o que parecem serem libras, mas eu não consigo entendê-las: — A comunicação vai ser difícil pelo visto. Nossos santo não se bicam carinha,  pelo visto vou ter que pensar em uma forma de te entender, mas por enquanto, vamos dar uma procurada melhor por esse lugar. — Prossigo, aproximando-me da saída única daquela sala, um portão também trancado. Antes que pudesse agir ele segura-me pela manga do meu quimono, e então gesticula o que assemelha-se a um selo de mão. Ele entrelaça os dedos e eleva apenas os indicadores, o selo do tigre: — Você também é um ninja? — Pergunto enquanto analiso seu gesto. Ele nega com a cabeça, e aponta para meu samisém, e então dedilha: — Meu instrumento? Porque você quer ele? — Novamente. Mais uma vez ele nega com a cabeça. Ele sucede apontando para a linha de seu sistema circulatório de chakra, que pude ver através do meu dōjutsu, e então ele aponta para o próprio cérebro, balançando sua cabeça: — ...Olha cara eu vou ser bem franco, eu não tive amigos na infância para aprender os macetes da mímica. Eu não faço ideia do que você tá falando. — Digo. Ele parece irritar-se, e então abre sua boca, fazendo alusão a uma palavra. Com muita atenção, tendo entender sua labial, e não teria conhecido se não tivesse ouvido tanto essa palavra a ponto de ser impossível desconhecê-la: — G-A-O-N-A... C-A-O-N-A-S... Kaonashi! Meu nome... Pera, você falou o meu nome. Como diabos... Ah, eu sou famoso, acabei de me lembrar. E você tá me pedindo para usar um genjutsu, matei. — Termino. Ele assente com a cabeça. Eu me aproximo dele, na tentativa de usar o Jigyaku no Jutsu para forçadamente reviver suas memórias, na tentativa de extrair a identidade desconhecida dos nossos sequestradores, fato que aparentemente o alvo da técnica desconhecia.

Considerações:

Atravessando o limiar de sua mente, busco pelas informações que me faltavam. Sua mente parecia conflitante no que poderia acreditar, mas haviam lacunas em branco que poderiam ser acessadas. Primeiramente, questionei-o quanto a identidade dos responsáveis, e permiti que ele usasse sangue para escrever. Usei da espada para fazer um corte mínimo em meu corpo, o suficiente para que respingasse sangue, mas que causasse uma dor desprezível. Com isso, ele poderia escrever suas memórias ao invés de dizê-las, devido a sua mudez: — Faça seu melhor, e me avise se quiser romper a ilusão, porque não sei se você conseguirá quebrá-la por si só. — Entoou. Ele assente com a cabeça em afirmação e seguimos o interrogatório. Voluntariamente, ele parecia não lembrar-se de muitas informações, e o máximo que consegui foi o tamanho e uma vaga impressão da aparência dos sequestradores. Eles eram um grupo de vinte pessoas, cada um deles especializados em técnicas de Juinjutsu. Eles haviam criado um selo amaldiçoado próprio, e com isso, usufruíam da influência do selo sobre a mente da vítima para manipulá-la e forçá-la a obedecer suas ordens. Foi isso que aconteceu com esse homem, também aprisionado. Infelizmente o selo desfaz as memórias da vítima, então não havia como eu alcança-las, mesmo com uso da ilusão. Eu desfaço a ilusão, não havia mais o que eu pudesse fazer. Me restaria agora uma forma de combatê-los, e impedir que o uso daquele selo amaldiçoado chegasse a se tornar um problema para Kumogakure. Por mais que eu acredite em minha força, seria necessário maior poder de fogo para enfrentá-los, e só me restava uma alternativa de como me tornar mais forte: — Ei, rapazinho, me dá um segundo, vou chamar um amigo meu para nos ajudar. — Digo. Ele parece confuso, mas aceita. Peço para que ele aguarde na sala, enquanto eu descia até minha cela. Eu me sento cruzando as pernas, e então, vou atrás dele: — Lesminha, consegue me ouvir? — Questiono.
— ...
— Lesminha?
— ...
— Eu sei que você tá me ouvindo. Me responde logo Lesminha.
— ...
— Porfavorzinho~...?
— ...
— LESMINHA PORRA!
— O MEU NOME É SAIKEN! SUA CRIANÇA INEPTA E PETULANTE! EU SOU A CRIATURA MAIS PODEROSA VIVA NESSE MUNDO. POSSO DEVASTAR NAÇÕES INTEIRAS APENAS COM MINHA PRESENÇA. MEU. NOME. É. SAIKEN!
— Se você tava me ouvindo, poderia ter me corrigido na primeira vez. Que inferno. E não grita no meu ouvido subconsciente.
— Apenas... Me diga, o que lhe traz aqui de novo. Só seja breve, antes que eu decida impedi-lo de continuar com essas visitas incômodas.

Considerações:

— Seguinte meu querido, vou explicar a situação. Aparentemente, eu fui sequestrado.
— ...Bom, e?
— Sem me interromper. O grupo é consideravelmente grande, vinte pessoas, todas habilidosas com técnicas ninjas. Eu, por mais que acredite que possa derrotá-los, sua ajuda seria excelente. Que tal a gente colaborar e fazer aquele empréstimo d-
— Não. — Interrompe-me: — ...Tá de brincadeira?
— Eu não sou um objeto ou o seu estoque inesgotável de ajudas emergenciais. O que você quer? Eu já te ensinei a usar do meu chakra. Você não está em posição de exigências. — Saiken entoa. Ele estava certo em seu ponto, ele já havia ensinado-me a usufruir de seu chakra para fortalecer-me: — Escuta, eu tô ligado que você é o todo poderoso e todo o resto, mas independentemente disso, você e eu estamos presos no meu corpo. Eu apenas estou pedindo por mais poder, e em troca, bom, a gente não morre.
— Eu sou feito de chakra. Minha forma corpórea é uma representação da vastidão de minha reserva de chakra. Minha presença é eterna. Mesmo que você morra, isso resultaria em uma morte a curto prazo. Eu retornaria eventualmente, liberto, e você não é dotado dessa perpetuidade que eu possuo. Sua morte é a forma mais rápida de eu me livrar dessa prisão que é sua existência. — A besta prossegue, com um tom presunçoso. Sua voz denotava a seriedade em sua ameaça: — Você não entende isso, Kaonashi, mas eu sou a pior maldição que um ser de sua espécie poderia almejar. Eu sou uma doença incurável para seu corpo frágil, e pelo que vejo, você morrerá por me portar. Um destino trágico, assim como o de todos os Jinchūrikis, e eu não poderia me importar menos.
— É engraçado. Você fala como se sua vida fosse melhor do que a que você tem agora. Se eu não estou enganado, desde que vocês foram criadas, tudo o que os humanos fazem com vocês é lhes usarem. De fato, se eu morrer, você sairá, se tornará livre, ao menos pelo que você diz, e advinha o que acontecerá? Você voltará, em uma prisão diferente, mas do mesmo jeito.
— O que você está insinuando?
— Insinuo que você é a droga de um iludido. Eu achei que, de todas as pessoas, você, que sempre foi visto como arma, entenderia a diferença entre uma pessoa e outra. Entre todas as pessoas e, bom, euzinho, que estou tentando fazer diferente. Faz o que você achar melhor. — Termino, cessando a comunicação, retornando a meus sentidos. O homem mudo estava de frente para mim, com uma expressão que esboçava dúvida, talvez questionando-se do significado daquela pose reflexiva e de meu repentino silêncio. Eu apenas me levanto um tanto constrangido: — É carinha, somos só nós dois contra os vinte. Até que eu gosto dessa desvantagem. Sabe me dizer pelo menos se temos mais presos ou se tem um lugar para a gente dormir até que aqueles idiotas voltem? Eu meio que estou sentindo um parto no meu corpo todo.

Considerações:

Ele me explica que estávamos em uma base subterrânea ao que ele crer ser a dez mil léguas de distância de Kumogakure no Sato. O corredor principal abriga cerca de cinquenta celas paralelas, todas com espaço suficiente para aprisionar um homem adulto. As operações de abate, quando eles trazem novos prisioneiros, ocorre durante as segundas e terças feiras, enquanto o restante dos dias da semana eles organizam as próximas operações. O objetivo primário do grupo é atacar a colônia de Otogakure e culpar Kumo como responsável pelo atentado, evidenciado pelo sentimento de revanchismo sentido em qualquer canto do mundo ninja. Nós teríamos uma semana para conseguir impedir que o selo amaldiçoado formasse um exército e também, precisávamos impedir a morte de todas as vítimas do selo, na medida do possível. Ele me disse que não se passaram mais do que dez horas desde eu fui capturado e deixado inconsciente: — ... Que fita. Aliás carinha, você sabe se algum daqueles idiotas sabe alguma outra técnica ninja além do Juinjutsu? Eu fui trazido para cá com um jutsu violento. — Questiono-o. Ele hesita por um instante, desviando o olhar, até que retoma a seriedade e diz que um dos sequestrados é nascido em Otogakure, pertencente a um clã chamado Clã Shiin. Eles eram capazes de manipular o chakra através da sonoridade de uma flauta demoníaca, semelhante a minha técnica de manipulação sonora, mas mais refinada e hábil: — Seria melhor que aquele fodido ao menos se apresentasse. — Termino, suspirando profundamente. Após algum tempo, o homem me diz que ele se chama Takuya, mas a apresentação é breve, ele já sabia meu nome. Dificilmente alguém não saberia. Nós então limpamos o sangue que usávamos para nos comunicarmos, e então, eu peço para que ele vigie o local para que eu possa descansar e recuperar meu fôlego.

Considerações:

Enquanto dormia, repentinamente desperto em um lugar escuro, com uma tênue penumbra acima de minha cabeça, como se uma luz fraca iluminasse o alcance do meu toque. Eu começo a vagar despretensiosamente, em busca de qualquer coisa que pudesse me orientar de onde eu estava, até que então, ouço uma voz ecoar: — Você... Você me disse ser diferente de todos aqueles que me portaram. Me diga então, o que te torna tão diferente de qualquer um de sua espécie?
— Me chamou até aqui para me perguntar esse tipo de coisa?
— Responda a pergunta.
— É porque eu sou um dos poucos boca virgens de trinta anos em Kumogakure.
— Me faça o favor de me poupar de seu senso de humor.
— Você quer que eu responsa seriamente uma pergunta como essa?
— Só... Me diga logo.
— ... Bom, vamos lá. Eu gosto de pensar que, quando me perguntam do que eu sou capaz, sou simplesmente alguém bem criativo. Eu sinceramente sou bem confuso quanto a minha índole, no geral mesmo. Eu salvaria pessoas mas estaria disposto a matá-las apenas para roubar delas seu poder e ter mais poder para, é, salvar mais pessoas. Eu gosto de conversas mas só com pessoas iguais a mim ou que pensem iguais a mim. Eu gosto de criar músicas sobre sentimentos que sinceramente, nunca senti na vida, ou se quer vivenciei com outra pessoa. Eu sou bem confuso, mas ao menos, tem algo que eu sempre fui fiel a respeito. Eu... Eu amo viver, de verdade. Eu amo poder praticar meu dedilhado, de cantar sobre o amor, de  proteger Kumo. Todas essas pequenas coisas fazem minha vida mais feliz. Eu posso ser contraditório, mas eu acho que essa é a forma mais real de sentir coisas. É cometer erros, agir que nem um imbecil e no final do dia, arranjar um motivo para sorrir. E eu reconheço que você me veja como um insetinho minúsculo que só te inferniza a vida, mas eu quero aprender a conviver com você. No final do dia, eu fiz uma promessa para mim mesmo. Um dia, eu vou escrever uma música que toque todos os corações, e se você tiver um coração lesminha, então eu também quero saber sobre você, porque também quero criar uma música para você. — Respondo-o. A escuridão dissipa-se enquanto uma figura surge, o próprio Saiken, que hesita momentaneamente, sem saber como responder, e então, ele toma a palavra novamente: — Você, de fato, é no mínimo, diferente, Kaonashi.
— Esse é meu jeito ninja, garotão. Eu não posso morrer antes de deixar esse pequeno legado para esse grande mundo ninja, a música que toca todos os corações.

Considerações:

— Está bem, está decidido, eu irei testar seu potencial. Preste atenção no que lhe digo, não vou explicar uma segunda vez.
— Sou todo ouvidos lesminha.
— Você poderia parar com esse apelido ridículo ao referir-se a mim?
— Não.
— ... Pois bem. Como Jinchūriki, você pode tomar porções maiores do meu próprio chakra, e essas porções aumentaram suas capacidades físicas. Como você já sabe, nós, bestas de caudas, somos organizadas em uma hierarquia que restringe-se a quantidade de caudas que possuímos. Você deverá domar meu chakra em seu corpo, e então, minhas caudas se manifestarão em seu corpo. A partir desse ponto, a cada cauda, seu controle sobre seu corpo diminuirá, enquanto seu poder aumentará drasticamente.
— Quanto mais rabos, maior a frenesia e maior o poder.
— Exato.
— Soa como rosas. — Entoou. Saiken então começa a transformar-se em uma substância líquida, que toca meus pés e começa a borbulhar, até que ela começa a rastejar pelas minhas pernas e subir até meu abdômen, contornando o fūinjutsu de selamento. O líquido enfim chega em meus olhos, consumindo-os em um formato espirálico, enquanto meu dōjutsu de coloração vermelha se mescla ao rubro do chakra da besta: — Atente-se a minhas orientações. Meu chakra dominará sua mente, e a partir desse ponto, eu não vou interromper o fluxo de chakra. Ou você o controla por completo, ou eu tomarei controle de seu corpo, matarei você, e me libertarei voluntariamente. Entendido?
— Não leva pro coração meu querido, mas isso soa como se eu tivesse sendo ameaçado por uma lesma.
— Não foi uma ameaça.
— ... Cê tá falando sério?
— Mortalmente sério.
— Que inferno. — Termino. Eu desperto do sono, retorcendo-me pelo comprimento da parede da cela. Eu estava envolto de um manto de chakra avermelhado, minha mente parecia ser preenchida de pensamentos enquanto meu comportamento aproximava-se ao de uma criatura feral. Eu rapidamente me movo para fora da cela: — Controle-se Kaonashi. A partir daqui, não haverá retrocesso. Ou você aprende a controlar esse chakra, ou eu matarei você.
— Sem pressão nenhuma né seu filho de uma puta? — Digo, arranhando as paredes enquanto caminhava adiante, subindo as escadarias e retornando para a sala, onde estava Takuya, que assusta-se com minha forma. Eu dissipo a intenção assassina enquanto respirava profundamente para manter a sanidade: — Não tem porque ter medo carinha, relaxa. Eu estou legal, e estou pronto pra sentar o cacete nesses idiotas. Vamos nessa.

Considerações:

A pressão era insana. A cada instante, num momento efêmero entre o inspirar da minha respiração e o expirar, eu sentia minha própria consciência sendo brutalmente dilacerada. De uma forma de outra, eu precisava resistir a tentação de deixar de resistir, pois como Saiken mesmo disse, a partir daquele ponto, a transformação não cessaria enquanto eu não pudesse controlar todas as caudas da forma, ou seja, eu precisava resistir a seis níveis. Takuya disse que a instalação subterrânea possuía quatro níveis. O último era onde nós nos encontrávamos. O terceiro era onde nós estamos nesse exato momento. Restavam dois níveis. Ao abrir a portão principal do salão, havia um grande corredor com diversas passagens laterais, todas paralelas entre si. Haviam pares de colunas de sustentação no limiar entre uma passagem e outra, e no final do corredor, havia apenas uma grande estatueta de pedra de uma figura que me surpreendeu a primeira vista. Era Kagaya Ubayashiki, o Raikage ao que eu acreditava. Ele foi esculpido desembainhando suas espadas enquanto esboçava raiva, como se estivesse a instantes de um combate. A arquitetura eclética daquele ambiente fazia parecer que Kagaya era praticamente reverenciado como uma própria divindade: — Gosto peculiar para uma religião. Eu conheci esse carinha pessoalmente, e ele não era tão grande assim. — Comento com Takaya. Ele parecia atordoado perante aquela monumental escultura: — Sabia que uma vez eu já mandei ele calar a boca? Doidera, né não? Acho que eu só não morri porque ele estava confuso demais com alguém tão incrível estando contra ele. Sacanagem. — Continuo, acertando a testa do homem com um peteleco para que ele retome a concentração. Haviam muitos caminhos, então decido usar do meu Akagan para ver seus desfechos antes da travessia: — Ai carinha, você sabe que dia é hoje? Quando você disse que, sem ser segunda ou terça, os nukenins organizam planos, eu achei que eles fizessem isso por aqui, mas esse lugar tá mais com cara de cripta do que base de operações.

Considerações:

Cada uma das seis passagens paralelas a sala levavam a um cômodo distinto daquela base subterrânea. A primeira que adentramos havi uma série de mapas geográficos e políticos do País do Relâmpago, além de tracejados com indicações de vilarejos colonizados por Kumogakure, e em um dos mapas, um recorte do mapa de Otogakure, com indicações de pontos estratégicos para a neutralização da guarnição, formada pelas forças regulares de Konoha e também da própria aldeia, e locais cuja destruição é prioritária para a tomada da vila. Em seguida, a sala ao lado levava a uma espécie de forja, onde diversos armamentos estavam sendo forjados, e levas de matéria bruta para processamento e desenvolvimento. A sala no lado oposto levava a uma espécie de laboratório, com alguns esquemas em pergaminhos sobre o Juinjutsu e suas aplicações. Se eu detivesse maior conhecimento, talvez especialização nessa técnica, pudesse desenvolver uma contra-medida ao selo, mas não tenho esse tipo de conhecimento. Em resumo, todo aquele local parecia uma base de operações com proporções muito maiores do que eu gostaria. Os nukenins estavam realmente desejando formar uma nova guerra, e não mediam esforços ou recursos. A única forma de conseguirem juntar tanto em tão pouco tempo seria se estivessem atuando nas vilas mais afastadas, ou talvez tivessem infiltrados dentro do governo de Kumo, que pudessem auxiliá-los a formarem esse preparamento. De uma forma ou de outra, tudo estava encaminhado. A invasão aconteceria em menos de uma semana, daqui a alguns dias, e isso precisava ser eviado, a todo custo. Me pergunto apenas onde esses criminosos estão, já que a base está completamente vazia.

Considerações:

Tendo procurado por todas as salas, enfim restava apenas uma última passagem, uma escadaria retilínea atrás da grande estatueta de Kagaya Ubayashiki, que levava para um dos últimos andares da construção. Eu me viro para Takaya, que continuava a averiguarar os arredores com atenção. A todo momento, ele parecia ser atento a detalhes, inclusive percebendo pequenas marcas de impressões digitais nos encostos das portas e na empunhadura das armas: — Ei carinha, perguntinha rápida. Eu reparei que você não fala e tudo mais, mas quando te vi pela primeira vez, você estava tão inerte de tipo, tudo. Porque você estava virado para a parede, em silêncio? Eu mesmo usei o que eu tinha a minha disposição para escapar. A quanto tempo você está, bem, aqui? — Questiono-o, indagando-me suas intenções e suas capacidades. Ele gesticula com sua mão, mas decidimos que o método de conversação mais eficaz seria a escrita propriamente. Usando o verso dos mapas e documentos que encontramos, além de uma caneta tinteiro, ele começa a escrever para se comunicar comigo:

"Fazem alguns vários dias que eles me sequestraram. Eu sinceramente não sei o porquê do meu sequestro, eu não sou tão habilidoso quanto você, mas de uma forma ou de outra, eu acho que apenas fui azarado demais."

Escreve Takaya: — Bom, eu sinceramente não tenho ideia também. Para mim é fácil, eu sou um Jinchūriki e o homem mais lindo do mundo ninja, mas no seu caso é um mistério. Quando encontrarmos os arrombados a gente faz umas perguntas, mas por hora, fica na contenção, fechou? — Digo, com ele assentindo com a cabeça em entendimento:  — Aliás, você é bom de meditação. Quando eu te encontrei na sela, você nem se mexeu. Bom, até eu acabar tocando em você e tudo. — Continuo, com ele voltando-se para mim e escrevendo em seguida:

"Eu não ouvi você chegar, eu sou surdo."

— Pera. Quê? Cê tá brincando comigo? Você então é surdo? — Prossigo perguntando-o. Ele assente com a cabeça:  — Mas cacete, como diabos você tá me ouvi-Leitura labial, saquei. — Digo. Takaya apenas sorri, tocando seu queixo como entretido com minha surpresa:  — Meu deus, que, sei lá, diferente. Eu nunca na vida tinha conhecido alguém que lê tão bem os lábios. Ainda mais ler meus lábios, eu falo rápido pra caramba e você nem pestaneja. — Termino. Novamente ele assente. De fato, sua surdez havia surpreendido-me, mas eu não queria que meu espanto chegasse a ofendê-lo. Decidimos então continuar, após a surpresa momentânea, aproveitando para estudar a estrutura daquele local antes da nossa investida, ao mesmo tempo que procurávamos pelos nukenins, que ainda não apareceram, mesmo que estêjamos em sua base.

Considerações:

Subindo a última escadaria para o quarto nível, enfim encontramos a saída para aquela instalação subterrânea. O local era menor do que o esperado, uma espécie de cratera convexa, onde atrás de nós encontrava-se a passagem para a base e no exterior, havia apenas uma grande muralha de rochas circundando. Haviam algumas raízes de árvores espalhando-se. Estávamos finalmente no último andar, e nenhum sinal dos nukenins: — Talvez eles tenham saído para algum lugar em especial? Reunir recursos? Recrutamento? Bom, enquanto não soubermos que dia é hoje, acho que podemos apenas torcer pelo melhor. — Digo. Takaya tateava o solo, reunindo uma porção de pequenos pedregulhos e soltando-os vagarosamente, como em profunda instrospecção. Decido deixá-lo aproveitar sua liberdade para reunir informações. Caminhando para fora daquele lugar, vejo apenas uma grande planície, e mesmo com meu dōjutsu, todo o arredor parecia vazio a princípio: — Preste atenção. Usar excessivamente seu Akagan pode retardar seu controle de chakra.
— Relaxa, eu sou bom em manter o fluxo funcionando. Aliás, eu achei que o aumento da dosagem de chakra seria mais bruto, mas até que tá sendo fácil controlar.
— Você ainda está manifestando a primeira cauda somente. Eu posso fazer até seis caudas, cujas quais você usufruirá gradativamente. Por hora, eu acredito que esteja na hora de aumentar a quantia. Lembre-se, não sucumba, não haverá retorno do contráro.
— ...
— Kaonashi?
— Tem alguém vindo. — Entoou a Saiken ao perceber uma aproximação em meu campo visual estendido. Aparentemente era apenas um único indivíduo. Ele movia-se rapidamente e com movimentos que, percebendo a concentração de chakra em seus pés, podendo ver seu sistema circulatório de chakra, pudi deduzir tratar-se de alguém versado nas artes ninjas: — Já que você tá aumentando o nível, vamos aproveitar a ocasião para testar meus limites. Bora ir com tudo Lesminha.

Considerações:

Uma nova cauda surge por detrás de mim, com duas borbulhando em uma assinatura de chakra que assimila-se a minha constituição física. Minha aparência começa a tornar-se mais feroz, uma voracidade incontrolável, que eu retenho por pouco, mesmo que estivesse tentado a sucumbir a frenesia, a ira de Rokubi: — Essa parada é o barato mais insano que eu já vivi... — Entoou, enquanto retorcendo-me, me curvando e contraindo vigorosamente meus músculos. Eu pressiono a terra abaixo de mim, enfiando meus dedos contra as pedras e arranhando-a, e assim, retomo a concentração a aquele que aproximava-se rapidamente. Meu akagan tornava seus movimentos perceptíveis, mesmo em alta velocidade, e na tentativa de evitar um confronto direto, eu uso do Meisaigakure no Jutsu para refletir a luz através de uma camada de chakra. A invisibilidade proporcionada pela técnica me permitira, caso obtivesse êxito, evitar que o indivíduo em questão pudesse me perceber ou sentir meu cheiro, devido a minha habilidade em ninjutsu. Com minha presença camuflada, aguardo pacientemente por sua aproximação, movendo-me para a intersecção de onde acreditava ser sua trajetória. Eu aproveitava aquele momento para a paciência e a respiração me ajudar no controle das caudas de Saiken: — Está indo bem, mas esse ainda é o começo. Não perca o controle. Em momento nenhum perca-o, isso custará um preço do qual você jamais poderá pagar.
— Já pensou em ser coach quântico?

Considerações:

Eu comecei a contar os segundos na tentativa de estimar a velocidade daquele indivíduo enquanto o mesmo aproximava-se. A aproximadamente cinquenta e nove segundos exatos, pude vê-lo então. Era um homem de estatura alta, vestindo um casaco evasê de gola alta aberto a nível do seu torso. Era vísivel pela abertura de sua roupa seu corpo atlético e as fórmulas de Fūinjutsus, com uma em destaque na lateral esquerda de seu pescoço. Ele usava uma calça longa e um pano por cima, presos em uma corda de cânhamo, shimenawas. Ele possuia uma máscara preta que expressava olhos brancos lacrimejantes, o símbolo de Otogakure estampado na costura de seu casaco e por fim, brincos com o símbolo de Kyokujitsu-ki dourado, a representação do sol nascente, em um plano preto. Devido a sua máscara, suas intenções eram indecifráveis, e sabendo que Takaya poderia ser alvo do homem mascarado, decido atacá-lo previamente. Fazendo uso do Myūjishan no kyūden, o palácio do musicista, tento desestabilizá-lo. A perturbação em seu chakra decorrente da sonoridade do meu samisém seria o suficiente para desnorteá-lo em um único instante, e caso obtivesse êxito, buscaria continuar com o Raiton: Raijū Tsuiga. A liberação de relâmpago serviria unicamente para paralisá-lo, visto que focaria meu ataque em sua perna esquerda precisamente, fazendo uso da velocidade e precisão das presas relâmpagos. Caso todos os meus ataques fossem bem sucedidos, o genjutsu e o raiton sequencialmente, moveria-me para suas costas e então, acertando-lhe com uma lâmina em seu pescoço, faria uso de meus conhecimentos anatômicos para cortar-lhe superficialmente, mas o suficiente para que um mísero gesto pudesse degolá-lo. A força e velocidade que a transformação me proporcionava era quase estimulante, me fazia crer que não havia desafio que pudesse ser vencido. Por fim, eu precisava anunciar minhas intenções para tranquilizá-lo e evitar ações imprudentes: — Silêncio. Um único gesto e você não verá o sol nascer na manhã de amanhã. Eu não quero, mas posso ferí-lo mortalmente. Eu apenas quero informações, e sua colaboração é mais do que suficiente no momento. — Entoou, sem nenhuma intenção assassina, de forma audível para o homem, aproximando-me de seu ouvido.

Considerações:

O homem a princípio permanece em um silêncio ininterrupto, ao mesmo tempo que imóvel perante minha ameaça. Sua condescendência me soava como se ele estivesse planejando uma tática de retaliação mediante minha ofensiva, mas planejar adiante seria impossível desconhecendo as habilidades dele: — Posso facilitar as coisas para você se decidir cooperar, tudo dependerá de sua decisão nesse momento. — Prossigo, mantendo a seriedade no tom vocal, mesmo que na tentativa de apaziguar a situação. Em um momento, eu decido que seria mais eficiente pressionar o gume da kunai o suficiente para que ele pudesse sentir o peso da lâmina, sua frieza e hostilidade, um alarde do quão mortífera é a situação em que ele encontra-se, e nesse momento, vejo que um dos símbolos marcados em sua pele começa a brilhar em uma tonalidade púrpura, e então, correntes de chakra formam-se, aprisionando-me em uma espécie de fórumula de aprisionamento, uma técnica de fūinjutsu notavelmente bem executada. Ele vira-se em minha diração, com meu corpo completamente imobilizado, pegando a kunai de minha mão e apontando-a para meu peito, meu coração, mas antes que pudesse perfurar-me em seu movimento de estocada, eu decido fazer uso do Fūinjutsu: Kai, na tentativa de liberar-me das amarras. Caso obtivesse êxito, moveria-me rapidamente para a direita com um passo, rotacionando meu corpo para que a estocada passe rente a meu peito, e em seguida, segurando seu pulso, uso da minha canhota para não somente atingí-lo com um ataque em seu estômago, como também faço uso da liberação de relâmpagos, o Raikiri. Entretanto, mesmo fazendo uso da liberação de selos, o Fūinjutsu: Kai não surte efeito. A técnica em questão era poderosa demais para ser descodificada, faltava-me habilidade com esse tipo de selamento. A figura agora estava em vantagem, e parecia ter ciência disso. Ele então faz menção de perfurar-me, e eu começo a sentir meu próprio sangue escorrer por debaixo de minhas vestes. Aquele poderia não ser um golpe fatal caso ele não detivesse dos conhecimentos necessários, mas seria tão letal quanto, independentemente. Eu deveria ter sido mais prudente.

Considerações:

Antes que ele pudesse terminar o ataque, ele é golpedo em sua cabeça por Takaya. O golpe foi forte o suficiente para que tenha me dado a impressão de ouvir a estrutura óssea de seu crânio fraturando-se. Momentâneamente, ele perde a consciência temporariamente mediante a intensidade do ataque, o que me permite o contra ataque. Na tentativa de fazê-lo desmaiar, eu acerto um ataque em seu pescoço, fazendo uso de minha velocidade aprimorada e conhecimentos anatômicos para a execução da técnica. Caso obtivesse êxito, ele terá sido derrotado. Com seu corpo imóvel e com sua queda, eu percebo que fui bem sucedido. Takaya havia acertado-o com uma força impressionante, avaliando seu porte físico, mas com meu dōjutsu ativo, pude perceber que ele havia sim concentrado chakra em seu ataque para obter aquele resultado. Ou ele havia concentrado seu chakra nos punhos inconscientemente, o que seria um feito notório e que poucos ninjas foram capazes de atingir, ou ele conscientemente usou de seu próprio chakra para tal, o que significa que no mínimo, ele é capaz de dominar técnicas ninjas. De uma forma ou de outra, minha imprudência quase custou minha vida naquele momento. Eu usei um genjutsu tão poderoso que poderia ter encerrado o combate naquele momento se tivesse esperado um pouco mais. Se tivesse focado em nocauteá-lo para na sequência, usar do Fūinjutsu: Shishi Heikō, poderia não somente impossibilitá-lo de usar seu chakra, como também, teria evitado toda aquela situação desvantajosa. De uma forma ou de outra, eu estava muito desatento, e talvez o chakra de Saiken esteja me afetando mentalmente mais do que eu gostaria. Eu desativo todas as técnicas que estava fazendo uso naquele momento, enquanto começo a ouvir vozes distantes uníssonas em um sussuro, perdendo a concentração. Talvez fosse fruto da minha esquizofrenia, mas eu não conseguia me concentrar em nada além dessa vontade de atacar instintivamente: — Valeu pela ajuda carinha.

Considerações:

Ele assente com a cabeça, um movimento bem recorrente. Considerando a situação como um todo, agora temos a chance de interrogar o homem propriamente. Eu peço ajuda para Takaya para que ele carregue o corpo do homem mascarado ao meu lado. Nós nos guiamos por através das planícies do País, uma longa caminhada, mas aos passos rápidos. Ao fim de algumas horas, nos encontramos com uma hospedaria. O sol já estava se pondo, provavelmente a noite cairia em mais alguns minutos. O proprietário da pousada questionou-nos quanto ao homem que carregávamos em nossas costas, e apenas dissemos que haviamos voltado de uma convenção de festa a fantasia, e tive a sorte de não ser reconhecido, apesar de minha fama. Alugamos um quarto para pouco menos de dois dias, o suficiente para que nos preparemos, e pela proximidade com a instalação subterrânea, poderíamos retornar para o local para futuras investigações. Primariamente, seria necessário garantir a seguridade, apesar dos pesares, de Takaya. Na tentativa de impedí-lo de usar os selos gravados em seu corpo, uso do Fūinjutsu: Shishi Heikō, escrevendo a fórmula entre ambas as camas, minha e do meu aliado, e também amarro seu corpo com alguns metros de arame de aço. Por viés de dúvidas, instruo Takaya a, caso ele faça menção de desvencilhar-se das amarras, que esconda-se e me alerte com uma Kemuridama, lançando-a contra o chão. Meu Akagan me permitira ver a formação da cortina de fumaça no quarto mesmo a uma longa distância. Com todos os preparativos, peço para que ele aguarde fora do quarto, enquanto eu dou início ao interrogatório.

Considerações:

Assim que o homem despertou, fiz questão de remover sua máscara. Ele tinha algumas poucas cicatrizes, uma que atravessa a lateral direita de seu lábio e sobre até sua sobranchelha. Ele morde os lábios, e esboça uma expressão de descontentamento. A pressão de ter que suportar o chakra de Saiken estava afetando meu raciocínio, mas não seria o bastante para me impedir de pensar com clareza. Eu tenho que manter a concentração, ou então, seguindo as próprias palavras da besta, seria um caminho sem retorno, ele tomaria meu corpo, transformaria-se, e isso poderia custar vidas. Essa responsabilidade me mantém forte, é meu dever proteger aqueles que eu puder. Decido fazer uso do Interrogation Genjutsu, na tentativa de forçá-lo a responder-me, e pelo fūinjutsu aplicado, ele não teria capacidade de livrar-se da técnica, pela vedação do chakra em seu sistema circulatório. Paulatinamente, começo a obter algumas respostas. Aparentemente, o homem que eu estava interrogando é um dos vinte nukenins. Esses nukenins foram parte da força responsável pela tomada do poder em Otogakure, e que enquanto colônica de Kumogakure, a vila perdeu não somente prestígio, como foi tratada apenas como um poderio bélico para as cinco grandes nações ninjas. Eles pretendiam atacar a colônia e culpar Kumo, para assim, uma nova guerra, muito mais violenta surgir, e a partir do uso do selo amaldiçoado, poderiam infiltrarem-se nas esferas políticas das nações e assim, tomá-las de dentro para fora. Uma guerra para o enfraquecimento dos fortes e o empoderamento dos fracos. Um plano como esse só poderia ser arquitetado por uma mente incrivelmente aguçada, um estrategista como poucos no mundo, e ele nesse momento, era meu principal inimigo. Não me restava muitas alternativas, o restante do interrogatório não me permitiu ter muito mais informações. Os membros usavam mascaras, e nem mesmo eles reconheciam-se por nome ou aparência. Todos usavam selos em seus corpos como técnicas de combate, ou seja, não era uma característica única deste. Não tendo mais para onde seguir, questiono-o da localização do restante, e eles dizem estarem na travessia de Shimogakure no Sato. A marchada duraria pouco, e eles já haviam recrutado vários soldados através do selo nas vilas menores do país. Aquilo me surpreende. Segundo Takaya, somente algumas horas haviam se passado desde meu sequestro. Eu decido encerrar a sessão na tentativa de executá-lo com uma estocada em seu olho direto usando uma kunai, alcançando o córtex frontal do cérebro e assim, finalizando-o: — Ei, Saiken, aumente a intensidade da transformação.
— Com isso, mais uma cauda surgirá.
— Foda-se, anda logo.
— Você ainda tem um tempo, isso pode ser uma mudança intensa demais para-
— ACELERA ESSA PORRA! Eu disse que preciso de mais. Anda logo e me faça isso.
— ... Está certo. É melhor estar certo do que está fazendo.

Considerações:

— ARGHHHHH! — Brado, ao sentir o chakra da Bijū assimilar-se a mim. Como Jinchūriki, esse era o meu poder, minha habilidade que me distinguia daqueles ao meu redor: — Você está perdendo o controle. Acalme-se, isso não é uma brincadeira.
— Não me lembro de ter pedido alguma opnião sua Saiken. Agora cale a droga da boca e me deixe continuar meu trabalho. — Termino. Eu acreditava veementemente que Saiken estivesse dominando minha mente, mas eu estava enganado. Seu poder é a única coisa que pode impedir esses lunáticos de arruinarem o relacionamento das grandes nações ninjas. Eles nunca viveram uma guerra, não sabem o que é passar por uma, e eu já estive em duas, e sinceramente, gostaria de ter entregado minha vida pela dos milhares que tiveram as vidas ceifadas.  Agora, a úncia diferença que posso fazer depende dessa monstruosidade presa em meu corpo: — Você não é quem dá as ordens aqui. Posso eu mesmo, se assim desejar, terminar com isso de uma vez. Sua vida está em minhas mãos, e não o contrário.
— Então que tal me matar de uma vez seu desgraçado? Você ladra que nem um vira lata, eu já estou cheio, você me dá nos nervos.
— ...
— É o ditado, quem cala consente. Aceite logo, você não tem poder nenhum em mim, e no final das contas, se eu morrer, vou te levar junto pro inferno ao menos por um tempo. Agora cala a boca aberração, eu tenho mais o que fazer. — Termino, voltando a atenção a Takaya, que aguardava-me no final do corredor da pousada. Ele parecia questionar-se sobre o que aconteceu, eu permaneço em silêncio, partindo para Shimogakure.

Considerações:

A viajem é longa, e conforme nos aproximamos, a temperatura ambiente torna-se mais frígida, um vilarejo nas regiões mais gélidas do mundo ninja. A transformação da Bijū me tornava praticamente um alvo diante daqueles humanos miseráveis. Não, daquelas pessoas. Eu continava a andejar silenciosamente, e meu comportamente parece incomodar Takaya. Ele me toca no ombro, esboçando certa inquietação. Eu apenas respondo assentindo com a cabeça e com um sorriso, evadindo-me da real questão. Eu, por mais que sinta pessoalmente que não há nada de errado comigo, sei que estou agindo de forma diferente. É como se minha mente estivesse lentamente sendo invadida por esses pensamentos. De uma forma ou de outra, eu tenho um objetivo. Saiken pode estar bagunçando minha mente, mas isso não pode me impedir de neutralizar a ameaça. Esses nukenins não merecem nada além da morte. Não, eles... Eles devem ser punidos, Kumogakure tem sua jurisprudência. Esse é o dever de um Tokubetsu Jōnin. Como não temos com exatidão a localização dos exércitos dos nukenins de Otogakure, decido usar meu Dōjutsu Akagan, na tentativa de ampliar meu raio de alcance visual e assim, encontrá-los. Caso não obtivesse êxito, diria a Takaya que precisamos procurar em outros locais. Shimogakure é uma colônia de Kirigakure, e um ninja de Kumo em território estrangeiro sem autorização pode acarretar em complicações diplomáticas, então evito olhares das forças regulares dos vilarejos ocultos. Eu continuo na busca até encontrá-los.

Considerações:

Passamos o restante da madrugada na busca. Takaya me auxiliava perguntando aos moradores do vilarejo sobre qualquer atividade suspeita nas proximidades, enquanto eu, no topo das construções e residências, usava meu poder ocular. Eles estavam na fronteira de Yugakure no Sato, e iriam aparentemente contornar Konohagakure, na tentativa de enfim chegarem em Oto. Considerando que um dos vinte principais nukenins já havia sido abatido, restavam apenas dezenove, mas ao chegar, me deparo com quase cinquenta pessoas, sendo a grande maioria destes homens e mulheres de aparência trivial, trajando roupas comuns de camponeses. O nukenins eram liderados por uma figura central, um homem musculoso e alto, de cabelos loiros e olhos de íris prateada, com um grande símbolo nas costas, gravado em sua pele, não um fūinjutsu de fato, mais semelhante a uma grande cicatriz no formato do símbolo de Otogakure. Ele portava consigo um grande pergaminho preso na cintura com as mesmas cordas de cânhamo, shimenawas. Ele parecia aguardar de braços cruzados, e pelo que acredito, eles aguardam pela presença do homem que havia matado, que durante o interrogatóro, introduziu-se como Shihai Mizushima. Considerando as habilidades daquele homem, talvez ele estivesse retornando para colocar não somente eu, como Takaya sob controle do selo amaldiçoado e então, nos forçar a juntar-se ao exército. Aquilo me enfurece, saber que a vida daquelas pessoas seriam sacrificadas em prol da soberania, em prol da dominância sobre os fracos. Aqueles malditos serão exterminados, eu desmembrarei eles e colocarei seus braços e pernas em estacas e marcharei com eles até as mulhares de Oto e as mostrarei como um estandarte de batalha: — Takaya, ao meu sinal, saia daqui imediatamente. — Entoou, fissurado nos nukenins. Takaya demonstra certo incômodo, mas acata com minha ordem. Agora me restava apenas reduzí-los a cadáveres.

Considerações:

Primeiramente, eu precisava imobilizar o exército como um todo. O selo amaldiçoado parecia servir unicamente para controlar a mente do alvo, logo, por não causar nenhum aumento das capacidades físicas ou intelectuais, eles não comparam-se as habilidades de um ninja treinado, entretanto, ainda são vermes miseráveis... Pessoas comuns. Ferí-los não é a solução e as consequências podem ser devastadoras. Na tentativa de neutralizá-los temporariamente, ou pelo tempo necessário para derrotar os nukenins, faço uso do Nehan Shōja no Jutsu, em conjunto com um Kage Bunshin no Jutsu, para ampliar o alcance da técnica. Caso obtivesse êxito, então todos serão vítimas do movimento ilusório das penas, que aplicariam um estado de sonolência induzida. Tendo sido bem sucedido, Takaya imediatamente afasta-se. Estavamos em um relevo um pouco acima dos demais, e atrás de nós, encontrava-se uma floresta de pinheiros, e adentrando a mata, ele pode esconder-se de todos. Restava agora matá-los, um por um. A transformação ainda estava em andamento, restavam três caudas para a posse parcial do chakra de Saiken. Até o momento, ainda estava consicente de minhas ações e possuia ainda meu julgamento, mas ainda assim, não me parecia certo a forma como eu agia: — Se vocês se renderem agora, posso dar-lhes uma morte misericordiosa. Recusem-se ou lutem contra minha vontade e ceifarei suas vidas de forma dolorosa. Vocês presenciaram a ira de um Jinchūriki. — Entoou as dezenove figuras que ali pairavam. Suas vestimentas assemelhavam-se a de Shihai, e todos usavam máscaras, uma alegoria ritualística. Alguns sacam suas armas, equipamentos marciais como aqueles que havia encontrado no segundo nível da instalação, enquanto outros preparavam-se realizando selos de mão. Somente uma única figura permanecia i: móvel, o que eu acreditava ser o líder da organização: — Como desejarem, seus vermes malditos. Vocês morrerão diante da minha fúria.

Considerações:

Eles avançam, cada um em uma direção distinta, mas focalizando um ataque em conjunto contra um único alvo, eu mesmo. Fazendo uso dos fantasmas de chakra do Akagan, crio cinco réplicas a minha frente, com o intuito de ludibriá-los, e fazendo uso do Shunshin no Jutsu para aumentar minha própria velocidade, em conjunto com o chakra de Saiken, para me mover em um movimento circular, contornando-os instantes antes de ser atingido. Caso fosse bem sucedido, terei me esquivado dos ataques principais. Tendo sido bem sucedido, os primeiros a avançarem foram surpreendidos por mais cinco clones, além de terem me perdido de vista mediante a velocidade que atingia, imperceptível a aqueles com a acuidade visual mais tardia. Na sequência, decido fazer uso de minha força física aprimorada. Dos dezenove, apenas cinco de fato haviam deslocado-se para a ofensiva, e como contra-ataque, faço uso do Raikiri, enquanto simultâneamente o clone realizava o mesmo ataque. Na tentativa de atingí-los em um ataque cruzado em sentindo cortante, avançando em direções contrárias com os braços estendidos para acertar todos em uma única rajada, ambos liberamos os relâmpagos. Caso fôssemos bem sucedidos, o ataque seria teria um poder destrutivo aprimorado devido a transformação da besta com caudas. Ambos os ataques obtêm êxito na tentativa, e os cincos foram não somente paralisados, como cortados ao meio pelo corte relâmpago. Restavam catorze. Apesar de estarem em maior número, eles aparentavam não serem mais competentes do que um chūnin. Eles compensavam a ausência de habilidade com quantidade, e aquele foi o erro deles. Um grupo de agora seis avança, enquanto quatro recuam, realizando uma sequência de selos de mão, enquanto sincronizam-se na formação de um selo que formula-se no solo. Aparentemente eles preparavam um konbijutsu, e talvez fosse mais apropriado evitar aquela técnica: — Saiken. Mais uma cauda, agora.
— Não precisa me alertar... Como desejar.

Considerações: