Após a realização de sua última missão rank D, o gerente do gabinete de missões da Academia resolveu recompensar o ânimo da kunoichi com um desafio, no dia seguinte – hoje – lhe seria designada uma missão de uma escala ainda maior, e animada para realizar a tal, Saigo deixou sua ilhota sagrada cedo após o sol nascer (mesmo que não o tenha visto, pois ele o fez por trás das brumas), entoando uma cantiga religiosa que lembrava dos cultos de quando haviam cultistas além dela, Saigo atravessou o mar calmo em sua canoa até a Vila da Névoa, a garota trajava suas vestes negras cobrindo todo seu corpo lhe permitindo mobilidade, seu cabelo estava trançado para trás, sua testa coberta pela bandana da vila e seus braços enfaixados a partir dos pulsos, em seu pescoço o cordão prateado de Jashin.

A garota achou a missão peculiar, seria dado a ela a função de cobrar um dinheiro de uma dívida não paga, aparentemente a Academia via Saigo como assustadora o suficiente para realizar essa função, e por isso a garota era grata, com o pergaminho da missão em suas vestes que lhe protegiam do frio daquela manhã a jovem Sai foi até as docas, encarando a todos os homens buscando as descrições que lhe foram dadas, resolveu abordar primeiramente um pescador que já via por vários dias naquela praia buscando seu alimento, parecia um homem bisbilhoteiro o suficiente para poder lhe dar informações, Sai usou de toda sua inocência (já perdida) para soar como uma garota de 12 anos buscando ajuda.

- Bom dia moço, você por acaso viu meu tio? Ele tem cabelos pretos como o meu, olhos castanhos, é mais alto que o senhor e pele pálida, ele provavelmente está com uma expressão assustada pois está me procurando, viu alguém assim? - questionou com expressão perdida - Deve estar vestido de marrom... Ou vermelho... Eu não lembro bem...

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O velho pescador titubeava ao tentar explicar as direções, parecia meio nervoso ao lidar com uma garota, como se não soubesse o que fazer, e ao mesmo tempo seus olhos apalpavam a garota, que ouvia com atenção e aparência sempre ingênua e necessitada enquanto o velho corcunda andava um pouco ao lado de Saigo, lhe apontando as ruelas que levariam até o "tio" da garota, que logo se despediu do homem e sumiu rapidamente nas névoas da ruela de pedras, guardou sua bandana em suas vestes, caminhou e caminhou até encontrar o galpão que havia sido descrito, e só poderia ser esse, uma velha estrutura pedindo urgentemente por reformas, algumas de suas pilastras eram de madeira podre, o pó dos cupins era evidente no chão, e o interior era escuro e úmido,
Havia no centro do local uma mesa de alumínio enferrujada, onde três homens de meia idade (um aparentemente mais velho, fumando um cigarro) jogavam alguma coisa enquanto discutiam em tom baixo, o homem do meio era o que a garota procurava, supôs pela sua aparência, a menina aproximou-se lentamente, olhando para baixo como uma criança abandonada, suas mãos atrás das costas, em silêncio pôs-se diante da mesa entre ela e a entrada do galpão, há poucos metros de distância dos homens, encarou-os com seus lábios segurando um choro falso, encarou por alguns segundos o homem endividado, buscando ver o que seus olhos diriam.

- Tio... Você pode me ajudar com uma coisa? Eu estou perdida, e preciso de algum dinheiro para voltar pra casa... Você tem algum dinheiro pra me emprestar? - seus olhos mudavam, agora eram sérios e fatais - Eu juro que eu pago pra você, eu cumpro minha palavra, eu sei bem o que acontece quando alguém não paga suas dívidas... Você também sabe, certo? - um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios.

Com as mãos ocultas atrás de suas costas, Saigo realizou calmamente alguns selos enquanto falava, seu objetivo era impor uma ilusão contra o endividado, a ilusão faria o homem ver o pior de seus medos na garota, acreditava que aquilo junto com suas indiretas seria o suficiente para que o homem fosse convencido a cumprir com suas palavras e pagar à garota o que devia ao agiota, mesmo assim após os selos Saigo segurou o cabo de uma kunai que estava oculta em suas vestes, pronta para qualquer atitude irreverente do homem, mantendo-a oculta atrás de si.

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Saigo encarava o homem prazerosamente, via uma gota de suor brotar de sua testa, crescendo conforme o coração do homem batia mais forte em seu peito, seus olhos estavam arregalados enquanto encarava algo além de Saigo, seus dois amigos covardes logo se retiraram enquanto o devedor tremia e berrava horrivelmente no chão sujo do galpão úmido, chorando como uma criança, pessoas na rua botaram suas cabeças curiosas no portão do galpão para assistir ao espetáculo, Saigo estava em êxtase, passou seu polegar direito pela lâmina afiada de sua kunai e o fez sangrar até o osso, a garota logo lambeu o sangue após a prazerosa dor, sorrindo, e guardou a lâmina enquanto ouvia as promessas do pobre coitado arrependido ajoelhado ao chão como se visse um mensageiro de algum deus, Saigo sentiu vontade de cortar seu pescoço ali e agora, pela graça de seu deus Jashin, no entanto queria seguir adiante com sua missão, podia matá-lo mais tarde de qualquer forma... A garota então fez um laço com seu fio de aço e o amarrou no pescoço do homem.

- Siga-me. - disse, fúnebre.

E então iria puxar o homem até seu destino final, o gabinete de missões, onde o devedor iria pagar pelo que comprou.

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