O País do Trovão, e por extensão, Kumogakure, são lugares bem húmidos e com chuvas frequentes, e este era um fato histórico que continua sendo verídico até os dias de hoje, porém o volume de água da tempestade de hoje passava do normal – chuvas torrenciais desse nível eram comuns no país do fogo, onde as selvas que se estendiam por milhares de quilômetros quadrados criavam um ciclo de chuva rápido e potente. Enfim, estava refletindo sobre o estado do clima atual pois, apesar de meus desejos serem de ficar aquecida, seca e abrigada dentro do meu apartamento, eu ainda era uma Shinobi de Kumogakure e, portanto, tinha de seguir as ordens impostas pelos meus superiores.

Caminhava até o quadro de missões da vila, vestida em uma capa de chuva que cobria meu corpo inteiro, mas ainda sim a água infiltrava minhas botas e deixava meus pés molhados. Enquanto caminhava, porém, fui surpreendida por outra Kunoichi de Kumo, e está me entregou um pergaminho selado com o brasão oficial de Kumo, sem mais nenhuma palavra. E no breve momento de distração em que eu olhei o pergaminho em minha mão, esta já havia desaparecido. Interrompi minha rota e entrei em um dos pequenos restaurantes que pontilhavam as estreitas ruas de Kumo, e com um breve selo de mão, o conteúdo do selo estava disposto em minha frente, os quais eu li rapidamente antes de enrolar o pergaminho novamente.

‘Interessante, cuidar um grupo de Genins? Isso será fantástico para meu currículo quando for hora de solicitar uma promoção a Chunin’ Pensei brevemente, antes de enrolar o pergaminho novamente, abaixar o capuz de minha capa e partir em direção ao Gabinete do Raikage, onde o grupo de recém-formados estaria me aguardando.

Após uma breve caminhada, estava em um dos vários vestíbulos do gabinete do Raikage, e um dos outros Shinobis que trabalhavam no local brevemente explicou a situação – O líder do grupo destes Genins não estava disponível, e eu seria responsável pelo grupo enquanto eles realizavam sua primeira missão de Rank C. Nada muito complicado, coletei o pergaminho com as informações relevantes da missão e guardei em um dos bolsos do meu colete.

Antes mesmo de entrar na sala ao lado, onde estavam os Genins, já pensava como deveria me portar – primeiro é o fato de que muitos ninjas recém-formados tem um senso de ego... extremamente inflado. E não teria o mínimo de dúvida que quando eles soubessem que seriam liderados por outra Genin, eles estariam lívidos, e certamente iriam ir contra as minhas ordens e sugestões... Bom, um dia alguém disse que as primeiras impressões eram as mais importantes. Hora de bancar líder mau/líder bom com eles, porém nesse caso eu seria ambos a líder má e a líder boa... vamos ver.

Imediatamente ao entrar na sala onde estavam os três Genins me aguardando, iria me virar a eles, e iria sacar uma das minhas Kunais, examinando a lâmina, focando um olhar desanimado e agressivo a cada um deles, focando meu Sakki, esperando deixar eles com um pouco de medo e ansiedade. Então, iria me apresentar.

“Saudações, Genins. Nora Kumori, Registro número 602413.” Iria falar, olhando nos olhos de cada um deles novamente, guardando a Kunai e trocando minha pose para uma menos rígida e agressiva “Eu serei a líder do time durante esta missão. Eu espero de vocês disciplina, doutrina, eficiência e cooperação.” Iria pausar um pouco, esperando a tensão baixar, e iria então cruzar os braços “Eu sou adepta em Genjutsus, com um foco em interferência e sabotagem tática. Quero que cada um de vocês brevemente descreva as suas capacidades, qual o seu ponto mais forte e qual o seu ponto mais fraco. Começando com você, na esquerda.” Iria finalizar, então apontando para qualquer deles que estivesse disposto a minha esquerda.

Após suas introduções, iria ordená-los a me seguir, e então iria partir em direção ao armazém onde se encontrava nosso objetivo. “Nossa missão de hoje é fazer a ronda em um armazém abandonado onde um Nukenin supostamente está se abrigando, dentro dos limites da vila. Se ele estiver lá, é nosso objetivo subjugar este renegado e traze-lo de volta para cá. Pessoalmente, creio que seja um alarme falso, mas em qualquer caso espero que cada um de vocês cuide dos pontos cegos dos outros e estejam prontos para lutar. Fiquem de olhos abertos, Vamos.”

Escutei a breve introdução deles, notando que Fumiko parecia ser o responsável e educado da turma, Kenji era o quieto e Nami era... a problemática. Mas, enfim, cruzei meus braços e encarei eles quando falharam em seguir minha simples instrução. ‘São surdos, ou são idiotas mesmo?’ Com um suspiro, comecei a falar. “Sinto muito, vocês não me escutaram?” Iria exclamar, dessa vez deixando meu Sakki emanar de forma completa “Eu perguntei quais são suas técnicas e habilidades. Isso é algo que eu absolutamente preciso saber, pois minha função como líder do time é saber quais são os seus limites para poder então construir o melhor plano de ação, e assim garantir a segurança do time.” Iria falar, olhando para os olhos de cada um deles, “E a sua função, como Ninjas de Kumogakure no Sato, é seguir as minhas ordens à risca. Não existe espaço para o fracasso e incompetência aqui! Estamos de acordo? Agora falem! Fumiko, você é o primeiro, me diga o que você sabe fazer. Depois quero que vocês, Nami e Kenji, façam o mesmo, nesta ordem.”

Devido ao nosso próximo objetivo, já sabia que uma boa dosagem de velocidade e capacidade ofensiva potencialmente seriam necessários. Se um dos Genins possuísse conhecimentos sobre técnicas de combate, seja Ninjutsu ou Taijutsu, seria algo bem útil – Já imaginava que esta seria Nami, a garota que carregava consigo uma Fuuma Shuriken, mas está também parecia ter um foco somente em combate físico, assim como também aparentava ser mais do que um pouco difícil de se lidar pela sua postura exuberante, portanto quando está se apresentasse eu iria pedir para que explicasse todas suas habilidades. Kenji, o garoto de cabelos brancos, carregava consigo uma Katana – iria perguntar se ele realmente sabia usar a arma, e se também possuía alguma outra habilidade de combate.  Acreditava eu que Kenji e Nami poderiam ser colocados juntos para causar um estrago, caso ambos fossem capazes de combate físico. Já Fumiko era um mistério para mim, o garoto parecia estar completamente confiante de si mesmo pela maneira que se portava, mas nada em sua aparência dizia quais eram suas reais capacidades.

Depois deles terem dito suas reais capacidades, iriamos caminhar até o Armazém, onde eu iria fazê-los aguardar á pelo menos 40m do edifício e ordená-los a fazer silêncio total, enquanto eu fazia uma breve ronda ao redor do local, tomando nota de todos os pontos de entrada e saída, tomando cuidado para ser o mais cautelosa e furtiva o possível. Iria usar a informação de todos os pontos de entrada e saída para montar uma estratégia, mas antes eu precisava ter conhecimento sobre as habilidades de cada um dos Genins.

Escutei-os atentamente – bom, pelo menos o jovem Fumiko, pois apesar do fato da arrogância do garoto ser extremamente abrasiva, pelo menos ele soube repassar as informações relevantes. Nami era uma garota certamente... animada, para dizer o mínimo. E Kenji era quieto demais... por isso que eu já gostava mais dele do que dos outros dois. Enfim, já começava a bolar uma estratégia para nossa incursão no armazém.

Nami e Kenji pareciam ser os dois mais adeptos em combate manual, e certamente pareciam ser mais rápidos do que eu e Fumiko, portanto colocá-los em uma posição de retaguarda a qual eles poderiam cobrir uma tentativa de fuga parecia ser uma decisão prudente. Estava partida em dividir o grupo pois não poderia manter os olhos em todos eles ao mesmo tempo, mas esperava que a boca de Nami não fosse maior que seus músculos. Já Fumiko parecia ser alguém que prestava mais no suporte, então os dois encarregados de fazer a limpa no local seriam eu e ele, onde ele poderia passar pra mim qualquer informação a qual eu precisasse saber – falando nisso, notei a postura do garoto, que indicava que ele havia percebido alguma coisa. Iria dar uma cotovelada no braço do garoto, dando um breve aceno com a cabeça para ele, acreditava que ele era inteligente o suficiente para não deixar nenhuma informação que fosse importante passar, e esperava que se fosse necessário ele ia entender a mensagem subliminal e me dizer o que exatamente ele viu.

Kenji olhou para a janela aberta e a indicou para mim, eu acenei com a cabeça e me aproximei da parede onde a janela estava colocada. Com uma estratégia já bolada, informei-a para os genins:
“Kenji e Nami, quero que vocês dois fiquem aqui fora. Kenji, você aqui neste lado, próximo a janela. Nami, fique aí mesmo em frente do portão principal. Não saiam do campo de visão um do outro. Se ele tentar sair do armazém, vocês serão responsáveis por impedir a sua fuga. Não tenham medo de fazer bastante barulho caso vocês precisem de ajuda.”
Falei para o garoto quieto e a garota... inquieta. Iria então me virar para Fumiko:
“Você e eu, vamos entrar no armazém e investigar o local. Eu vou na frente, fique de olhos abertos. Cubra minhas costas, e eu cubro a sua. Nas palavras de Nami... Se ver alguma coisa, pode encher de porrada.”
Iria finalizar, com um piscada, antes de me virar novamente para os outros dois
“E mais uma coisa, se vocês escutarem gritos vindo daqui de dentro, quero que entrem no armazém para ajudar. Fiquem alertas”

Tendo dito isto, iria me aproximar da janela, caminhando sobre a parede para chegar até o seu nível, e iria cuidadosamente observar por qualquer armadilha que poderia estar ali, caso não houvesse nenhuma, iria sacar uma das minhas lâminas de chakra, ficando preparada para me defender, e dando um breve aceno para Fumiko me seguir, iria entrar no armazém.
Ficaria pronta para agir contra qualquer coisa que se movesse – já preparando o Genjutsu Shibari para ser utilizado contra qualquer ofensor. Iria tomar grande cuidado ao analisar meus arredores para não perder nada de vista, e começaria a investigar o local por quaisquer sinais do Ninja Renegado.

Dei um suspiro bem profundo aos termos sucesso em entrar no armazém sem nenhum incidente, e dei outro pois sabia que não seria tão fácil assim. As palavras de Fumiko não eram errôneas, eu já sabia que isso aqui era um funil, estávamos sendo levados para uma armadilha, o problema é que quem planejou ela não sabe que eu sei que ela planejou uma armadilha, então ao ficar atenta, o fator surpresa dele era zero.

Enfim, ser um pouco pessimista-paranoica tinha seus benefícios, por que sempre andava com equipamentos básicos se alguma coisa desse errada durante uma missão e eu precisasse de alguma coisa que não tivesse acesso. Por exemplo, sempre carregava comigo um isqueiro, nunca se sabia quando um pouquinho de fogo portátil seria útil – também carregava comigo um pedaço de pederneira pra erguer fogo com faíscas, mas enfim – me virei para o jovem Fumiko, gesticulando com o isqueiro na mão, e brevemente falei.
- “Fique oculto”
Iria então dar alguns passos adiantes, ainda atenta a quaisquer movimentos e armadilhas, mas me deixando mais visível – não queria que essas crianças se ferissem, e, apesar de dizer para os outros que fazia isso do bem do meu coração, na verdade estava o fazendo pois sabia que iria refletir mal em mim se elas voltassem feridas, era um dos parâmetros da missão afinal – e então iria acender o isqueiro, observando com cuidado o interior do armazém que será iluminado pela chama turva do isqueiro, para não perder nenhum movimento.

Iria respirar fundo, com uma das mãos segurando firmemente a lâmina de chakra, fluindo Chakra Suiton através dela. Preparava Genjutsu Shibari novamente para usar no momento que notasse qualquer hostil em direção a mim ou a de Fumiko. O ideal agora seria deixar o fugitivo confiante de que tinha uma luta fácil em sua frente, e então tinha que parecer mais fraca. Deixei minhas mãos trêmulas, balançado a chama em minha mão, e comecei a respirar mais fundo e mais alto, e então falei:
- “N-N-Nora Kumori! Genin de Kumo! Número de identificação 60241... 41... 413! Quem estiver ai, o s-senhor está p-preso pelas ordens do Kage! Saia com mãos pra cima, e ninguém precisa se machucar!”

Esperava que minha farsa de ser uma Genin medrosa sem experiência fosse convincente. O objetivo aqui era deixar o Nukenin – seja este quem for – confiante de que pode ganhar fácil. Para qualquer um ao redor, eu estava virando minha cabeça com medo de qualquer barulho, mas na verdade eu estava me mantendo atenta para qualquer ataque surpresa. No momento que ele aparecesse, eu estava pronto para paralisá-lo com meu Genjutsu Shibari e então desferir um ataque com a lâmina banhada por Chakra Nagashi.

Suspirei profundamente, acreditando que minha farsa seria capaz de atrair um ataque, mas não foi o que aconteceu. Precisava bolar um novo plano. Apaguei o isqueiro, mais uma vez deixando a escuridão tomar o local, e então recuei alguns passos para até onde eu havia visto Fumiko.

O plano agora era manter os Genins juntos – deixar eles fora do meu campo de visão me deixavam preocupada, mas estava confiante de que se qualquer um dos dois houvesse sido atacado do lado de fora, o outro iria ser capaz de chamar nossa atenção, e considerando que não haviam ainda feito uma algazarra (Especialmente Nami, que havia uma relação íntima com o barulho,) eu acreditava que seria prudente fazer com que Fumiko fosse buscar os outros dois.

“Fumiko!”
Iria falar, em um sussurro alto
“Vá até lá fora buscar os outros dois – eu vou ficar aqui dentro. Fale para Nami fazer a maior quantidade de barulho para arrombar o portão de entrada, e que Kenji deve acompanhar ela. Assim que eles arrombarem a porta, quero que você retorne até mim para terminarmos de fazer a limpa no local.”

Agora ficava uma questão do jovem me obedecer – devido a minha proximidade da janela por qual entramos, seria capaz de ver ele se movimentar até o lado de fora para avisar os outros dois. Nesse caso, eu iria ficar de olho no caixote que eu havia escutado barulhos – ficando preparada para desferir um golpe com minha lâmina de chakra, ou para utilizar Genjutsu Shibari. Acreditava eu que duas coisas podiam acontecer – aquela caixa era o local de esconderijo do fugitivo, ou aquela caixa era uma armadilha para um de nós encontrar. Não importava – quando Fumiko chamasse os outros dois que aguardavam do lado de fora, não seria muito prudente tentar escapar ou se esconder.

Caso Fumiko não respondesse e eu não visse ele sair do armazem... bom, então a situação acabava de ficar milhões de vezes pior. Aproveitando a pouca luz que ainda via do lado externo da construção, iria arremessar uma Kunai com um Papel Explosivo preso nele em direção ao teto para explodir um buraco, não só causando uma comoção que iria atrair os outros dois do lado de fora, mas também iria deixar a luz entrar no armazém, algo que eu iria então utilizar em minha vantagem para finalmente ser capaz de discernir tudo que acontecia dentro do armazém – não iria deixar minha missão e carreira entrar em risco pela vida de um mero Genin recém formado.

Após a explosão, o que aconteceu em seguida foi tão rápido que eu quase não tive tempo de processar o que acontecia em meu arredor – já tão próxima do meu inimigo, que certamente iria me eliminar na primeira oportunidade. Com as flechas douradas já se aproximando tão rápido, o tempo de agir era pouco, mas felizmente o garoto Kenji já havia sido capaz de destruir uma das flechas que vinha em minha direção com um golpe preciso de sua espada.

Foquei meu chakra nas minhas pernas e na Lâmina de Chakra que estava em minha mão, e me joguei ao lado, perpendicular às flechas, utilizando o Shunshin no Jutsu, esperando que o movimento acelerado pela técnica fosse suficiente para escapar das flechas, e se não fosse suficiente, iria erguer a lâmina banhada em Chakra Suiton para ir em encontro da flecha mirada em meu peito, esperando que essa fosse pelo menos capaz de mitigar o dano que a flecha poderia causar a mim.

Independente do sucesso de minhas ações, iria logo em seguida trançar duas técnicas para pelo menos tentar ajudar os Genins sobre minha direção: Kokuangyo no Jutsu, tentando cegá-lo e deixar o combate centenas de vezes mais fácil, assim como Nora no Warau Noroi, tentando deixar o renegado em um estado de risadas tão potentes que se tornaria incapaz de lutar efetivamente.

Acreditava firmemente que Fumiko não estava em grande perigo neste momento – apesar de estar completamente imobilizado pelas teias e pelo braço adicional que surgia, eu acreditava que o melhor plano de ação nesse momento era apenas deixar o criminoso aracnídeo inconsciente, que suas técnicas perderiam o efeito.

Era hora de agir. Em qualquer caso, iria abrir minha boca e erguer minha voz – agora era hora de deixar Nami e Kenji saber minhas intenções:
- “KENJI! NAMI! CAUSEM UM ESTRAGO NESSE DESGRAÇADO! FOQUEM NELE! DEIXE FUMIKO PARA DEPOIS!”

E, por fim, caso eu tivesse sucesso em escapar das flechas do Homem-Aranha, seria minha vez de dar uma investida – Com um breve peteleco, iria ativar os brincos da insanidade, e então iria sacar a outra lâmina de chakra de minha bolsa de armas: Apesar de não ser hábil em utilizar duas facas de uma só vez, minha investida seria direta o suficiente para isso não importar. Mais uma vez, iria usar o Shushin no Jutsu, desta vez para me aproximar do renegado, e banhando a segunda lâmina também em Chakra Suiton, iria começar a desferir facadas, mirando em particular nos braços do foragido, com o objetivo de causar danos severos ou até mesmo uma amputação.
E, com a impulsividade garantida pelos brincos, iria gritar em um frenesi de batalha:
- “MORRE, FILHO DA PUTA! MORRE! VOU CORTAR TODOS OS SEUS BRACINHOS FORA!”

E isso era algo que eu realmente nunca havia visto – um pouco arrepiada, notei os movimentos quase aracnídeos do par de... irmãos? Que se fundiam em um corpo só. Minha curiosidade quase era maior que minha vontade de sobreviver agora. Quais segredos será que eu podia adquirir ao investigar o corpo desse ninja?... Bom, pelo menos eu já tinha um bom conhecimento da anatomia do corpo humano, e esperava que a anatomia desse bizarro monstro composto por duas pessoas tivesse pelo menos algumas partes no mesmo local. Já não queria mais matar esse sujeito, mas sim questionar ele por cada gota de conhecimento sobre ele e qual técnica estranha é essa...

Opa opa opa, Foco, Nora! Foco! Esse cara tá tentando te matar!

Certo, certo, parece que meus adoráveis subordinados não estavam em risco de morte, e agora Fumiko estava solto e preparando uma técnica – agora estávamos em Quatro-a-um (Ou quatro-a-dois? Eu faço a mínima ideia...)

Ele era rápido – Muito rápido. Uma velocidade que eu só conseguia equiparar com meu Shunshin no Jutsu, e olha lá. Só ir para um ataque direto não seria eficaz. Eu precisava dar de suporte pros meus subordinados, que aparentavam ter um poder ofensivo direto muito melhor que o meu.

Agora me ficava uma gigante dúvida: Com duas pessoas em um mesmo corpo, ficavam dois sistemas de Chakra, ou um só? Será que eu iria precisar afetar cada um dos gêmeos separadamente para segurar eles? Só uma maneira de saber...

- “FUMIKO! NAMI! KENJI! VAMOS MOSTRAR PRA ESSE FILHO DA MÃE POR QUE KUMO É A CAPITAL DE METER PORRADA EM GIRICO!”
Iria fazer a utilização do Kokuangyo no Jutsu novamente – este previamente aparentando ser muito efetivo, mas iria fazê-lo DUAS vezes em rápida sequência, só por via das dúvidas, pensando que isto fosse capaz de, caso não cegar ambos os... irmãos? Pelo menos deixá-los desprevenidos por tempo o suficiente para termos tempo de neutralizar eles.
Logo depois iria utilizar Bimyona genso: Bunshin, fazendo a quantidade máxima de 5 clones, e os espaçando em um círculo ao redor do renegado, com o objetivo de fazer este se confundir com qual é a mim real, e ter uma boa chance de acabar tentando golpear uma ilusão. Enquanto os clones o rodeavam, tentando o distrair, eu iria tentar desferir um golpe próprio, minha trajetória seria simples – iria mais uma vez usar o Shunshin no Jutsu, desta vez tentando me posicionar logo atrás dele, tentando ferir a sua coluna vertebral próximo a última vertebra, ainda utilizando minha Chakura To infundida em Chakra Suiton, de maneira a permanentemente paralisar suas pernas (Cruel, eu sei, mas ele que começou, heim...)

Se tudo desse certo, Fumiko, Nami e Kenji também iriam fazer seus golpes contra o homem-duplo-aracnídeo, que agora estaria cego e incapaz de andar, e ao fim de tudo, seriam mais duas missões Rank-C de sucesso para Nora Kumori- Peraí eu tou só sendo paga Rank-C pra arriscar minha vida aqui!? ISSO É ROUBO!
Ahem, enfim, eu sabia que iria levar alguns golpes – isso era óbvio, mas ao fim de tudo, eu iria só ficar com umas contusões, e ele teria que ser internado em um asilo para deficientes físicos. Então quem daria a última risada? EU! HAHAHAHA!

Enquanto minha tentativa de investida nunca veio a acontecer, foi por uma boa razão – aparentava que os Genins que estavam em minha tutela haviam feito um trabalho muito bom. Certeza que eram só Genins? Suas habilidades eram explendidas... Ou era eu que era uma Genin ruim? Ah não...

Enfim, mesmo que o homem aparentasse estar completamente debilitado no momento atual, toda a precaução era pouca. Balancei minha cabeça ligeiramente quando uma pequena tontura causada pelo efeito dos brincos esvaindo me atingiu. Virei-me aos Genins e falei.
- “Muito bom trabalho! Ótimo trabalho em equipe, ótimas reações, e boa demonstração de habilidades, todos vocês. Vou deixar bem evidente que seu trabalho hoje foi exemplar. Mas, ainda assim, fiquem em alerta máximo. Se esse filho da mãe acordar e tentar fugir vamos ter certeza que ele nunca mais vai andar, certo?”
Só para exacerbar meu ponto, eu mesma dei um breve chute no homem já caído – ele merece pior por ter tentado me matar, não me julgue por ser uma vencedora ruim.

Agora só restava levar o foragido de volta ao gabinete onde recebemos á missão (Algo que eu iria fazer com grande cautela, mantendo um olhar sempre próximo observando qualquer tentativa de ataque ou fuga, com minha Chakura To com Chakra Suiton bem próxima a garganta do indivíduo), e assim podendo finalmente oficializar o fim da missão – que creio que foi um sucesso em todos os aspectos. Eu já podia ver que eu tinha um longo trabalho em minha frente para ser capaz de liderar times de outros Shinobis em batalha com total eficácia, mas eu ainda era só uma Genin, e somente o tempo iria me dizer se eu teria sucesso nisso, mas ainda assim, eu sentia que tinha aprendido muito hoje – E também aprendi que eu precisava de mais Ninjutsus ofensivos em meu arsenal, quase levar um pega duas vezes por que só sei usar Genjutsus... não é algo muito bom.

Suspirei bem fundo... Foi um dia bem interessante, isso é certo. Depois de finalmente terminar essa missão, vou ir pra casa, tomar um banho, beber um chá e ler meu livro favorito, e ninguém vai me impedir disso.