Os meninos, que não deviam ter mais do que quatorze anos, eram maltrapilhos e estavam completamente sujos de terra e lama. Uma mulher de meia idade, que atacava o jovem com palavras, resolveu atacá-lo também com bananas. Fazendo proveito das frutas que tinha acabado de comprar na feira, a senhora começa a atirar bananas na direção dos jovens. A população abraça a ideia, e frutas começam a ser atiradas para dentro da loja de quinquilharias, deixando o chão não só sujo de poeira, mas agora de lixo orgânico.

Ao perceber a sujeira, o proprietário da loja reclama com os arruaceiros, e pede para cessarem os arremessos ou limparem depois, palavras que deixam os manifestantes enfurecidos e iniciarem gritos que explicitam a ingratidão do mercador. Ele pega, então, frutas podres que estava descartando a começa a arremessar nas pessoas que outrora defendiam seu estabelecimento. Essas pessoas saem da frente da porta, deixando a passagem livre para os pequenos ladrões fugirem

Ao perceber a divisão entre o povo, os ladrões saem correndo. Quatro adolescentes magros saltam por cima das pessoas que bloqueavam a porta, já que essas não estão mais tão empenhadas em prendê-los lá, e saem correndo em direção ao norte. Os manifestantes, quando notam o ocorrido, começam os gritos.

— PEGA LADRÃO — Berravam os Kumenses médios.

— ROUBARAM DUAS ESTÁTUAS RARAS! ALGUÉM PARE ELES! — Dizia desesperado o proprietário da loja de velharias.

E os meninos desviavam com habilidade das pessoas presentes. Eles claramente não tinham treinamento ninja, por isso não eram tão velozes quanto um, mas eram esguios e ágeis, o que tornava quase impossível um cidadão comum conseguir competir com eles em velocidade e agarrá-los.

Enquanto isso, o Uzumaki albino passava a dez metros dos jovens e notava a aglomeração furiosa.

— Inferno — Sussurrou Shiso, para somente ele mesmo ouvir. Depois, seguiu atrás dos rapazes.

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Seguindo a dupla em velocidade máxima, o albino tinha muita curiosidade para ver como isso tudo terminaria. Ele não estava cem por cento interessado em capturar os bandidos. Apesar de ser o ideal, ele sabia que uma hora ou outra alguém o faria, eles não eram fortes o suficiente para ficarem impunes por muito tempo. Por outro lado, ele também não considerava os moleques perigosos o suficiente para merecerem ser presos violentamente. Por que não deixá-los se divertir um pouco? É naquela hora que ele vê que uma moça também segue os garotos. Era possível ver de maneira rápida o símbolo da folha em seu casaco, sinalizando que era uma kunoichi estrangeira. — Até onde ela iria pela justiça no exterior?. — Pensou o Uzumaki, que continuou seguindo pelas sombras os garotos e procurando se manter fora do alcance dos olhos da perseguidora.

De cima de uma construção, Shiso vê que os garotos foram encurralados num beco. Com mais atenção, ele pôde ver uma bela estátua de uma figura gloriosa exibindo os bíceps, provavelmente valendo centenas de milhares de ryous. Ao seu lado, e com certeza mais burro, um outro pivete segura uma estatueta roubada e mal feita, com um queixo desproporcional ao corpo. Que tipo de louco estragaria o ambiente de uma residência de respeito com aquela figura? Bom, a arte é relativa, e o gennin não podia desviar da missão agora.

Depois das palavras de impacto da ninja da folha, os meninos sentiram medo. Mas mais medo ainda eles tinham dos seus pais descobrirem que eles foram pegos roubando, afinal, não precisavam disso, e estavam fazendo por acharem divertido. Um deles, com o próprio pé, aciona uma bomba de fumaça que estava pronta para ser acionada com um mecanismo lá conectado. Eles, então, demonstram uma incrível habilidade de trabalho em equipe, conseguindo auxiliar uns aos outros a atravessar aquele muro que tinha mais de duas vezes sua altura de maneira surpreendentemente rápida.

Shiso pensa que é hora de ajudar, a perseguição já se estendia muito e era chegada a hora do exame. Com uma manipulação de terra rank-C ele tentaria prender a perna do rapaz que segurava a estátua do homem feio, e provavelmente menos valiosa.

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Enquanto assistiu aos pivetes pularem pelo muro, teve a visão subitamente alterada pela cortina de fumaça atirada, e o jovem Uzumaki precisou então fazer um pequeno desvio no caminho. — Talvez seja hora de eu ajudar essa menina a acabar com isso de uma vez, se esses dois conseguirem desaparecer pode ser o fim da minha carreira ninja, caso me acusem de negligência ou, pior, de ser cúmplice desses trombadinhas. Talvez eles não mereçam realmente a cadeia, mas não está nas minhas mãos julgar isso, sou um simples gennin. — Pensou rapidamente o rapaz, enquanto fazia o rápido desvio usando sua velocidade máxima.

Quando voltou a ter visão da cena, percebeu que sua tentativa anterior de prender um dos pivetes tinha sido sucessiva, e todos os outros meninos muito solidários ficaram ali para serem presos também. A visão que o gennin tem ali é estarrecedora: a menina está perto de muitas cobras, fazendo carinho numa delas, como se as dominasse. Mesmo ele, que tinha treinamento ninja especializado, tinha medo daqueles répteis ligeiramente asquerosos, como ela podia estar tão tranquila lá embaixo? Fato é que, além de conseguir recuperar a outra estátua, ela deu uma boa lição nos meninos e provavelmente um trauma para o resto de suas vidas.

Quando ele imaginava que tudo já havia acabado, os delinquentes partem para cima da jovem que ainda brinca com uma das cobras, distraída. Ela provavelmente daria conta de todos eles, já que parecia habilmente treinada e eles apenas trogloditas com pedaços de pau, mas aquele ataque sorrateiro e pelas costas mexeu com os princípios do rapaz de cabelos brancos, que agora queria puni-los de verdade. Antes que pudessem sequer se aproximar da loira, Shiso teceu os selos de mãos e fez inclinar seis estacas de terra compacta, dura como rochas (Doton: Ganchūsō), fazendo três estacas atravessarem as duas pernas de cada um, quebrando as fíbulas e deixando-os chorando ao solo. Depois, aproximou-se e, antes de pegar uma das estátuas, disse:

— Só os ratos atacam sorrateiramente. Enquanto sua perna se recupera, aproveitem para refletir e virar homens. — Depois, Shiso e Mio levaram as estacas e devolveram ao comerciante, que ficou grato.

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