— A Tarde já recaía sobre todos nós, e, como de costume, os shinobis de Konoha vieram me encher o saco com mais uma convocação de missão. Desta vez, eu já me encontrava com as informações em mente, tendo em vista que eu havia passado no gabinete há alguns minutos atrás a fim de comparecer a primeira convocação.  Estava com um pouco de sono - Admito, mas mesmo assim seria obrigada a cumprir o que me fora passado. Duas missões de Rank C, ambas com o mesmo propósito: Assassinato. Meu objetivo era eliminar os líderes de uma nova facção de renegados que ameaça Konoha em seu respectivo acampamento nas fronteiras do país. Uma missão para cada líder. Se eles fossem mortos, as forças da vila seriam capazes de exterminar todo o resto, pois estariam sem seus shinobis mais poderosos e importantes. Era destacado na carta que eu deveria prezar por uma missão de espionagem e assassinato, e não engajar de forma alguma em um confronto direto, pois as chances de derrota eram certas para um genin. Desde que eu não precisasse arriscar a minha própria integridade em um confronto ridículo, já estava bom. Eu poderia estar simplesmente estudando ou mesmo dormindo, mas não, eu estou servindo de capacho dessa vila de merda pra tapar os buracos que eles deixaram ser abertos. Aquilo me enchia de raiva, mas eu não iria demonstrá-la. Se o fizesse, seria muito possivelmente punida pelas autoridades do vilarejo, então, ao menos por enquanto, tudo o que eu deveria fazer era simplesmente aceitar.

— "Mas que caralho, eu realmente vou ter que fazer algo literalmente igual da última vez? Não - Tem algo a mais aí. Se são renegados, devem ser bem mais preparados do que a segurança anterior. Talvez eu realmente tenha que lutar desta vez. Aff...Só de pensar em combates, já me dá tanta preguiça. Pra que...?" — Diria, redirecionando os passos em direção aos portões da vila.

Informações:

— Sim, desta vez seria um pouco mais fácil de alcançar os objetivos, mas ainda sim minha mente continuava a ser atormentada pela possibilidade de eu cair em uma armadilha. Eram fugitivos traiçoeiros, impossível prever o que possuem em mente - Talvez eles tenham espiões na vila, talvez estejam até mesmo seguindo os meus passos neste exato momento. Eu não fazia ideia do que fazer, então, para ao menos prevenir ataques surpresas indesejados, concentrei-me totalmente em meus arredores enquanto seguia o caminho em direção a fronteira Sudoeste do país do fogo, constantemente verificando o solo, árvores e jogando olhares para todos os lados, com a única finalidade de não ser surpreendida. Vítima de uma constante pressão mental e o medo instintivo de uma possível morte, eu deveria estar com os sentidos apurados se quisesse dali sair viva. Retirando um único cigarro da bolsa e levando-o até a boca, sacaria com  a outra um isqueiro, mas não acenderia o objeto.

— "Talvez até mesmo a fumaça deste cigarro seja capaz de denunciar a minha posição ou me colocar em perigo. Não - Estou pensando demais. Se for necessário, vou matar qualquer que apareça na minha frente. É isso! - Só preciso matar, assim estarei me livrando destes problemas. Sujar minhas mãos de sangue nunca foi um problema...Mas eu também não quero que me sangue seja derramada." — Pensaria, na tentativa de me motivar. Suspiraria enquanto perdia-me em meus próprios pensamentos, seguindo o tortuoso caminho em direção ao local anteriormente apontado pelos relatórios dos espiões de vosso vilarejo.

Informações:

— Acendi o cigarro enquanto corria, novamente retornando o isqueiro até a bolsa secundária que eu carregava logo ao lado da perna esquerda. Quanto mais me aproximava do local, poderia perceber que tudo ao meu redor estava completamente diferente dos arredores de Konoha. Florestas eram raras nesta região, que era majoritariamente composta pro belíssimas planícies e lagos. Ao me aproximar de um pequeno complexo de cavernas com morros ao redor e um enorme lago ao centro do local com incontáveis árvores que cercavam o local - Com um visual divino, percebia estranhas perfurações nas paredes de um morro em específico que estava na direção contrário de onde eu me encontrava, justamente ao fim do alcance de minha visão, no mais distante morro, que tinha como base o fundo do lago. Era impossível alcançar o local sem passar pelo lago, ou talvez tivesse alguma espécie de entrada hoje inundada. Sem capacidade de moldar uma entrada através das grossas rochas da montanha, minha única opção se tornava ir até o grande lago de águas cristalinas.

— "Parece que é aqui que a diversão começa. Só espero não estar indo direto pra casa do caralho." — Diria a mim mesma, retirando o cigarro da boca e o arremessando para longe. Logo após tal atitude, inspiraria uma grande quantidade de ar, me jogando no lago a fim de alcançar a base do morro antes apontado na intenção de também descobrir seus possíveis secretos ocultos nas águas deste glorioso lago. cristalino.

Informações:

— Admito que, de início, eu não possuía esperança alguma de encontrar uma entrada oculta no interior do lago. Porém, ao mesmo tempo que senti o ar de meus pulmões de esvaindo por conta de estar há mais de quarenta segundos embaixo d'água, também visualizei uma espécie de fenda estranhamente moldada que levava para a parte inferior da montanha. Mesmo correndo risco de vida naquele momento, decidi inspecionar o local. Nadei rapidamente até aquele ponto, e percebi que, de fato, era uma entrada com uma escadaria de pedra que levava até  um ponto desconhecido do interior do monumento natural colossal. Alcançando a base da escadaria e ofegando por conta da falta de ar, logo em pus de pé e passei a subir. As roupas estavam encharcadas e eu pingava uma grande quantidade de água, o que gerava um barulho relativamente incômodo com os pingos que ecoava para alguns metros de distância de minha pessoa. Mesmo assim, continuei a subida até alcançar uma segunda entrada, desta vez na esquerda. Quando joguei olhares a seu interior, descobri o esconderijo oculto dos nukenins. Uma sala de "recepção" para visitantes, com diversas mesas e até mesmo um bar improvisado com as rochas da montanha. No entanto, estava bastante escuro e vazio, sem sinal de movimentação recente. Tomei cuidado para não encostar em nada, e apenas vasculhava o lugar com meus próprios olhos. A situação era bastante desanimadora, pois além de não possuir nada , todos os caminhos a partir dali eram totalmente desconhecidos. Se eu escolhesse o lugar errado para ir, poderia acabar em uma enrascada a qual talvez eu não consiga sair.

Informações:

— Yeah, creio que estava correta. Por conta da escuridão do local, acabei me distraindo e bati com a perna direita em um pequeno e fino pilar de rochas posicionado de maneira bastante aleatório. O impacto foi suficiente para derrubar uma das pedras menores de cima, o que gerou um barulho bastante alto, que ecoou por todos os cantos. Percebendo a merda que havia acabado de fazer, logo procurei um local para me esconder, principalmente quando notei o brilhar de uma luz alaranjada ao fim do corredor onde eu estava naquele momento. Era uma espécie de lampião portátil utilizado para a iluminação, carregado por um nukenin que não escondia seu rosto. Com expressão de cansaço no rosto, andava em minha direção, com a luz ainda não sendo o suficiente para alcançar a minha posição atual. Sem saída, me escondi atrás de uma rocha relativamente grande que estava próxima de mim e aguardei a aproximação do homem. Quando estivesse perto o bastante, saltaria da rocha e colocaria o braço direito ao redor de seu pescoço, apertando-o enquanto retirava uma faca oculta de um de seus bolsos, esfaqueando-o a sangue frio até que estivesse morto. Observei a mão suja de sangue e a faca. Era afiada e relativamente pequena, do meu gosto. Deixei o sangue escorrer e pingar, pois hora ou outra eles iriam descobrir a morte do rapaz, caso ele não retornasse para seu posto original. Assim, segui por uma escadaria que levava até um ponto ainda mais profundo da montanha, onde já era possível visualizar diversas "portas" - Entradas a cômodos especiais da base intra-montanhosa. Agora, meu objetivo seria me esgueirar através das mesmas até descobrir qual dos quartos é o do meu primeiro alvo. Caso fosse capaz de eliminá-lo por ali mesmo, o caminho estaria livre. Depois que acabasse com os dois, deveria arranjar uma maneira de dar cabo de todos os outros, ou caso contrário iriam me perseguir, ou até pior: Atacar Konoha diretamente. Se ue fosse culpada, seria punida. Por conta disso, deveria fazer um trabalho perfeito.

Informações:

— Felizmente, graças aos meus esforços, fui capaz de evitar uma dupla de renegados que por ali passava. Eles haviam sido atraídos pelo barulho de queda do homem que agora há pouco havia assassinado. Por sorte, eu possuía tempo suficiente para acabar com a vida de quem quer que estivesse dentro daqueles quartos e deixar o local antes que um dos guardas retornasse a seu posto original, o que me colocava em uma situação de vantagem relativamente gratificante. Então, esgueirei-me entre as sombras até que enfim pude me colocar para dentro do único quarto o qual possuía uma luz acesa. Quando o fiz, me vi de frente a um homem de trajes cinzentos. Sentando em uma cadeira, ele parecia estar escrevendo, e não prestava atenção em seus arredores.

— "Nossa próxima ordem está aqui. Preciso entregar isso pro Louis o quanto antes, não há mais como nos mantermos nesse lugar. Konoha provavelmente já sabe onde estamos, detectei a presença de espiões há alguns dias atrás. Está na hora de mudarmos de local antes de lançarmos nosso ultimato contra aquela maldita vila." — Ele dizia o que escrevia.

— "Que pena, pois será justamente aqui o seu local de descanso final." — Ditei.

Quando o renegado percebeu, eu já estava em sua cola. Atrás do mesmo e com a faca encostada em sua jugular direita, ele apenas congelou em terror. Após isso, seguiu-se o assassinato. O pescoço brutalmente rasgado, e o sangue jorrando da artéria partida o fizeram perder a consciência rapidamente. Dada a morte do homem, coloquei o diário o qual ele escrevia seus relatórios e ordens em minha bolsa secundária, a fim de levá-los às autoridades de Konoha. Metade do caminho havia sido cumprido...Só me restava ir até o outro. Acendendo mais um cigarro, fiz questão de tragá-lo, deixando que o cheiro de fumaça tomasse conta do ambiente, a fim de disfarçar, ao menos por um tempo, as desgraças que ali foram cometidas.

Informações:

— A Morte daquele sujeito me dava grande vantagem, apesar das adversidades que ali seriam causadas. Apagando o cigarro com um pouco de cuspe nas pontas dos dedos da mão direita, joguei-o no chão e deixei a sala onde estava. Porém, quando coloquei todo o meu corpo para fora e joguei olhares para o fim do corredor, observei a rápida aproximação da dupla anterior de renegados, indicando que já haviam descoberto sobre a morte de seu companheiro.

— "Senhor! O Wi - Espere...Quem é aquela mulher? Mate-a, rápido!" — O primeiro exclamou.

— "Com certeza não sou a vadia da sua mãe." — Respondi, afiando os olhares.

Eu havia cometido um erro de cálculo. Eles retornaram muito antes do esperado, mas eu ainda possuía controle da situação. Realizando selos manuais em rápida sucessão, observei a aproximação da dupla - Que carregavam katanas consigo. Desferindo golpes velozes em sequência, por sorte o corredor era largo o suficiente para me permitir desviar dos ataques. Quando o fiz, me afastei para cerca de cinco metros, amassando o chakra no estômago e o liberando na forma de uma poderosa barragem de ventos, com o Futon: Kami Oroshi. O impacto foi tão violento que metade do corredor desabou, soterrando os homens entre as pedras e causando destruição. A montanha perdia equilíbrio e tudo tremia. Eu tinha pouco tempo - Ou eu seria soterrada também. Imediatamente concentrei o chakra na palma da mão direita e formei um Rasengan dos Ventos, levando o braço direito a frente. A força do jutsu foi provada: Apesar do impacto inicial não ter sido muito poderoso, o choque final foi meu trunfo. Uma enorme explosão se fez a minha frente, destroçando todas as camadas de rocha da parede da montanha, abrindo uma fenda até o lago. O local começava a inundar, mas eu não me importei: Imediatamente joguei-me em direção ao lago, a fim de escapar do desabamento iminente de toda a estrutura subterrânea.

Informações:

— O desabamento colossal de terra cobriu os céus. A montanha estava literalmente desabando, a poeira se espalhava por toda a extensão do lago, e a minha visão embaixo d'água era obscurecida, enquanto desesperadamente tentava alcançar a superfície. Detritos - Desde pequenos até enormes, caíam na água e afundavam, indo até onde os olhos não mais conseguiam alcançar. Quando enfim cheguei até a superfície, arrastei-me rapidamente até a terra e ofeguei por ar, levantando-me e imediatamente olhando ao redor. Quando virei-me, percebi que havia sido seguida. Os céus estavam cobertos de poeira, tudo ali possuía um contraste amarronzado e sem vida. Não apenas isso, mas um grupo de seis nukenins se encontrava em minha frente. Alguns estavam feridos, outros conseguiram escapar do desabamento da base completamente ilesos.

— "Desgraçada, você foi enviada por Konoha para nos destruir! Mas não importa, agora que alguns de meus homens e eu conseguimos escapar...Você está morta. Da sua vida não restará traço, maldita!" — O líder exclamou, sacanado tua Tantõ.

Os outros homens também sacaram suas armas, variando desde Kunai Blades até Katanas convencionais. Se posicionavam de maneira a me deixarem cercada, formando um círculo ao meu redor. Quando a formação ofensiva dos vagabundos estivesse completa, a montanha cairia por completo, colidindo contra o lago. Uma colossal onda de água foi formada, e iria nos engolir. Quando o sol foi completamente coberto pela água, o avanço em conjunto daqueles malditos iniciou-se. O último combate - Para decidir quem era verdadeiramente digno de viver.

Informações:

— Apesar da constante sensação de perigo, eu ainda era mais veloz e possuía mais técnicas na manga do que aquele monte de fracassados. Suspirando, rapidamente analisei o campo de batalha, buscando a maneira mais eficaz de se terminar aquela missão antes que a gigantesca onda de água caísse sobre mim ao mesmo tempo em que dava cabo dos bandidos de uma só vez. Com um único selo manual, concentrei o chakra e criei um clone ao meu lado, quando todos os renegados estivessem próximos o suficiente. Após isso, colocaria meus pés nos ombros do clone e saltaria para longe, mais especificamente para cerca de dez metros do renegado mais próximo, então passando a correr em direção a mata. Quando um deles jogou olhares para o clone, decidiu espetá-lo com sua Katana, o que ocasionou na explosão da duplicata. Seus corpos foram completamente destruídos pela força da explosão, logo depois engolidos pela colossal onda gerada pela destruição da montanha.

— "E eles ainda se consideravam ninjas. Jsh...Que chatice." — Ditava.

Então, mirei o caminho rumo a Konohagakure por mais uma vez. Acendendo um terceiro cigarro, levei-o até minha boca. Uma maneira de me distrair e saciar este maldito vício em fumar. Eu sabia que um dia a vida iria me cobrar pelo uso excessivo de cigarros, mas eu não estava nem aí...Era bom demais.

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— Enfim, o término de minha missão. Nem me dei ao trabalho de olhar para trás, só o tremor de terra causado pelo total desmoronamento do local já me dizia que já não havia mais nada para ser visto por ali. Com um leve sorriso malicioso no rosto, retornava para Konohagakure. Infelizmente não poderia vasculhar o que restou do corpo do segundo líder, mas ao menos ele se encontrava enterrado sob incontáveis camadas de terra. Para nunca ser lembrado, sua história ali terminava. Cruzando os portões do Vilarejo Oculto da Folha e seguindo diretamente até o gabinete, entreguei a carta recuperada no interior da base pouco antes do assassinato do primeiro líder da organização criminosa e dei o relatório completo dos acontecidos. Quando enfim chegasse ao fim o meu relatório, seria devidamente recompensada pelas minhas atitudes e então estaria livre para retornar até minha residência, uma vez que os objetivos que ali foram propostos haviam enfim sido cumpridos com maestria. Jogava olhares para cima, pois sabia que ainda faltava algo: Marionetes. De fato, não havia como uma mestra das marionetes cumprir seus objetivos principais sem utilizar de suas principais armas, não é mesmo? Precisava terminá-las o quanto antes, ou caso contrário, eu estaria em apuros. Só me faltava realmente saber o que me aguardava no futro - Um destino claro, ou o mais obscuro dos finais?

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