— Era para ser uma tarde qualquer - Mas como sempre, os estraga-prazeres de Konoha tinham que interferir em alguma coisa.  Um dia inteiro já havia se passado desde o cumprimento de minha última missão, e por conta de meu desempenho em relação a mesma, decidiram me convocar para mais duas de Nível C. Ao invés de ser convocada ao gabinete do Hokage, um shinobi mascarado me entregou um pergaminho contendo as informações. Ao desfazer o selo simples que ali havia sido posto, joguei olhares fixos no papiro, a fim de absorver as informações que ali foram descritas. Para a minha sorte, nenhuma das missões envolviam combate, e sim infiltração. Meus objetivos eram bastante simples: Me infiltrar em uma pequena vila inimiga de Konoha que está ameaçando declarar guerra e roubar suas informações mais importantes, bem como eliminar silenciosamente o líder da rebelião contra a folha. Era dito que eu não poderia ser vista de maneira alguma pelos adversários e que a missão deveria ser cumprida durante a noite, onde os espiões verificaram que a segurança se encontrava mais fraca. Simplesmente coloquei o papel no oblso e retornei para a minha casa, a fim de me preparar para o que viria e também descansar um pouco.

— "Mas que merda, esses caras não podem dar um único dia de descanso pra mim não? Mó chatice..." — Diria, suspirando.

Após isso, me direcionaria ao quarto e me jogaria na cama, colocando as mãos atrás da cabeça. Era uma missão relativamente complicada, espionagem era um método que apesar de se provar eficiente, também é muito mais difícil do que confrontos diretos. Por conta disso, eu deveria estar preparada para tudo o que viesse. Não estava acostumada com esse tipo de coisa, e aprenderia da pior maneira. De qualquer forma - Desde que não envolvesse combates, eu já estava um pouco aliviada. Utilizar da minha força em combates desnecessários era reservado aos brutos desprovidos de intelecto. Não me importava com quem fossem estes rebeldes, por mim, eram só mais degraus que me ajudariam a subir na minha carreira...Sendo pisados.

Informações:

— As horas pareciam dias, de tão lento que o tempo se passou. Aguardar até o cair da noite em minha casa havia sido um verdadeiro inferno e me deu preguiça, mas eu estava em missão, e não poderia simplesmente me deitar ali, como queria. Me levantando quando a luz do solar estivesse proeminente nos céus, deixaria a moradia e partiria em direção aos portões do vilarejo, me recordando da localização da tal vila inimiga. Sudoeste de Konohagakure, ao lado de uma floresta em terreno montanhoso. Era dito que o lugar era conhecido pelas suas armadilhas e defesas naturais eficientes, mas que guardas humanos eram poucos. Isso talvez pudesse me dar alguma vantagem sobre os meus adversários em minha investida fantasma, mas eu não poderia garantir a vitória. Deixado os arredores de Konoha com rapidez e tomando uma rota alternativa para alcançar o caminho até este vilarejo com velocidade. Sabia que se demorasse demais, os resultados da missão poderiam se alterar, e para evitar este tipo de problema, decidi apressar o passo e alcançar a localidade antes de qualquer coisa desse errado. Caso houvesse um único deslize ou falha, eu poderia pagar com minha vida. O que acontecesse com Konoha não era da minha conta e eu não me importava...O que de fato estava em jogo ali era a minha integridade, e isto deveria ser colocado acima de tudo. Afiando os olhares, levei o palmo esquerdo até a bolsa de armas, de onde tirei um cigarro. Em meio a escuridão da noite iluminada por uma fraca lua minguante entre as nuvens carregadas de chuva, me preparava para relaxar um pouco, ao fumar. Talvez, desta forma, eu pudesse aliviar um pouco da pressão e stress.

Informações:

— O caminho a minha frente era obscuro e tortuoso, eu mesma me perguntava como diabos poderia ter qualquer referência para encontrar aquele vilarejo remoto, mas logo a resposta felizmente se fez óbvia: Lâmpadas extremamente potentes que poderiam ser vistas a distâncias consideráveis me guiaram no horizonte de escuridão. A luz do luar não me ajudava em absolutamente nada, e as armadilhas pareciam muito mais mortais do que antes ditas. Desde buracos enormes, bombas e animais selvagens - Tive que lidar até mesmo com ataques aéreos de lanças primitivas. Por sorte e habilidade, fui capaz de evitar e até mesmo descobrir a grande maioria das armadilhas antes que fosse tarde demais, então acabei saindo no lucro. Não haviam guardas humanos, e meu caminho até os arredores do vilarejo estava livre. Levando o cigarro até a boca para fumá-lo, percebi que as muralhas ao redor da vila deveriam ser penetradas em um ponto fraco, já que passar pelo portão da frente seria basicamente assinar um suicídio assistido. Afiando os olhares e me focando na estrutura das muralhas, rapidamente me esgueiraria através das árvores para alcançar o lado direito do muro protetor, indo diretamente para trás do mesmo, aos poucos. Sempre agachada e tomando cuidado para não fazer barulho, pensava nas possibilidades e métodos de infiltração. Primeiramente, me focaria em descobrir uma possível rachadura do muro ou abertura que me fosse útil. Caso não a encontrasse, então deveria pensar em um novo método de invasão. De preferência, um que não envolvesse cruzar diretamente o caminho de alguns dos guardas deste lugar fétido. Tinha esperanças de que este primeiro plano desse certo, então me pus a prestar bastnate atenção em cada detalhe das muralhas.

Informações:

— O resultado do plano primário não havia sido satisfatório. Aparentemente, rondas de reparo regulares alcançavam os pontos fracos destas muralhas e prontamente a fortaleciam, o que significava que muito possivelmente seria impossível penetrá-la de maneira convencional. Mas usando um pouco mais da mente, eu tive uma ideia bastante inovadora: Cavar. Apesar de ser muito alta, eu duvidava que este muro tivesse mais do que três metros de comprimento para baixo da terra, talvez nem mesmo isso. Por conta de tal suspeita, peguei os maiores e mais grossos galhos que encontrei nos arredores e me pus a prestar o serviço de cavadora, utilizando de força e precisão para cavar de maneira a não atingir o muro diretamente ou lhe causar algum dano. Uma hora inteira de trabalho incessante, e eu fui capaz de atravessar o subterrâneo para o outro lado, rapidamente finalizando o buraco que permitia a minha passagem. Quando o atravessei, a primeira coisa que percebi de interessante era que eu havia saído justamente dentro  de uma pequena propriedade a qual possuía um quintal, o que me colocava em uma situação não tão agradável. As luzes do interior da residência estavam acesas e não havia maneira de se alcançar a rua sem passar por dentro da casa. Cerrando os punhos, imediatamente saltei do buraco e me aproximei da porta dos fundos, mas não antes de analisar as proximidades para ter certeza de que não haviam perigos próximos. Então, abri a porta com lentidão e avancei para dentro do local, buscando sempre me manter fora do caminho de portas, prestando atenção aos barulhos e mínimos movimentos que pudessem ser detectados pela minha audição. Cruzando a casa, aparentemente sem dificuldades, não havia contado com um detalhe: Um cachorro que estava preso por uma coleira havia me visto, e por não reconehcer-me, começou a latir. Alguns segundos após os latidos, ouvi passos vindos do andar superior da casa. Eu estava em apuros, e deveria sair dali o mais rapidamente que pudesse...E pior: Sem deixar suspeitas de uma invasão.

Informações:

— Aquele maldito cão havia alertado seu dono, e eu estava marcada para ser descoberta a qualquer instante. Apesar disso, tive uma boa ideia: Apagar as luzes da casa, assim eles não poderiam saber quem estaria ali ou por onde iria. Imediatamente levei o palmo esquerdo ao interruptor da parede, e quando tudo escureceu, aproveitei para arrombar a porta com um grampo de cabelo comum, abrindo-a rapidamente e a fechando com força, saltando para a rua antes que pudesse ser vista por quem quer que seja o dono daquela residência. Suspirando em alívio, seguiria em direção a becos que estivessem menos movimentos e escuros, a fim de esgueirar-me até a grande casa do líder deste vilarejo, o qual deveria ser prontamente eliminado, segundo os protocolos da missão. Era um lugar cercado por grades e guardas, infiltrar seria difícil, mas não impossível. Observando a movimentação dos guardas durante alguns minutos e decorando os padrões de rondas e maneiras que eles se comportavam individualmente, montei uma estratégia relativamente eficiente em um curto período de tempo. Os dois primeiros guardas saíram do caminho após os dez minutos de espera, e então em segui para a esquerda, onde me encontraria com o guarda reserva de costas, seguindo para os fundos da casa. Não apenas isso, pegaria uma pedra e a jogaria para trás, o que foi suficiente para chamar a atenção de um segurança que vinha neste ponto, impedindo-me de ser descoberta. Então, adentrei por uma pequena janela que dava ao banheiro "de visitas" da casa, afastado da ala principal do edifício. Tudo estava escuro, e não haviam seguranças no local. Me movendo até a cozinha, tomei para mim uma faca afiada com cerca de 19 cm de comprimento e a deixei em mãos, procurando pela escadaria do casarão.

— "Muito bem...Agora eu só preciso rasgar o pescoço desse velho, e vou receber um bom pagamento. É...A vida de ninja tá compensando mesmo, deveria ter retomado ela faz tempo. Mas como vou fazer para matar esse velhote sem chamar ate nção dos guardas, e ainda roubar as informações, fugir da vila e relatar sem chamar atenção? Hm...Preciso pensar nisso depois que abordar esse cara." — Levei dois dedos ao queixo, pensativa.

Informações:

— Antes de subir as escadarias, trouxe o cigarro em mãos até a boca por mais uma vez, desta vez mantendo-o para fumar até o seu fim. Em meio a fumaça e passos, notava que a madeira parecia rangir e que o barulho poderia ser um pouco problemático, mas não dei a mínima. No último andar, em um largo corredor, deparei-me com uma porta semi-aberta. No interior do cômodo, uma fraca luz de luminária iluminava a cama onde o senhor deveria estar, mas ao adentrar o local, percebi que ele estava morto. O peito estava rasgado, e o sangue estava em todos os lugares, até mesmo nas paredes. Alguém havia chegado antes de mim, mas não poderia estar muito longe. Se matou o homem e não roubou nada, é porque deveria ter um plano contra mim em mente. Então, divergindo entre os pensamentos e alcançando diversas possibilidades, instintivamente girei ao redor de meu próprio eixo, com a faca em mãos em um movimento giratório. Quando percebi, foi cravada no pescoço de um homem mascarado, que estava prestes a me atacar. Nem mesmo olhei para quem havia acabado de assassinar, apenas foquei-me em recuperar as informações confidenciais do velho. Para isso, vasculhei todos os cômodos e gavetas. E para meu azar, antes de falecer, quem levou a facada no pescoço destruiu uma janela, o que chamou a atenção de todos os guardas, que prontamente invadiram a casa na intenção de descobrir o que estava a acontecer em seu interior.

- "Mas que merda! Preciso sair daqui o quanto antes, ou eu vou ser a próxima a morrer." - Pensei, deixando suor escorrer do rosto.

Informações:

— Cuspi o cigarro antes de terminar a vasculhar o local, percebendo que uma espécie de "deck" - Um monte de cartas, se encontrava nas mãos do assassino. Imediatamente as agarrei e percebi que se tratavam de registros confidenciais de Konoha e informações de shinobis da vila. Guardei as cartas em meu bolso e então deixei o quarto, já tendo noção de que os guardas estavam no primeiro andar. Para escapar, tranquei-me no banheiro e tomei o tempo para retirar os pregos da janela manualmente por meio de objetos pontudos que ali estivessem. Trancando a porta e apagando a luz, apenas os reflexos da lua minguante me permitiam enxergar através das barras da janela, que dentro de pouco tempo, se encontrava destravada. Jogando a barra para fora e me esgueirando através do pequeno espaço, caí para o gramado do local, onde me deparei com um cerco de guardas. Eles estavam por todos os lados - No claro, no escuro, entre os becos. Aparentemente, toda a força de segurança daquele velho havia sido acionada para verificar o que estava a ocorrer, e por conta de tal, eu teria dificuldades em escapar. Deveria montar um plano se quisesse sair dali ao menos inteira. Sim - Retornar para a mesma casa que invadi antes de chegar até esse local, passar pelos guardas em segredo e alcançar o buraco cavado seria a situação mais conveniente para mim, mas sabia que as chances deste plano dar certo da maneira que planejei eram mínimas. Neste momento, eu deveria me preocupar somente com o mais primitivo dos instintos humanos: Sobreviver.

Informações:

— A Sensação de perigo constante era o que verdadeiramente estava me colocando em um estado de desconcentração total. Mesmo sob inimaginável pressão mental, fui capaz de bolar uma nova estratégia para fugir do local. Com uma pedra em mãos, arremessaria-a em direção a uma janela no lado contrário onde eu me encontrava. Quando o fiz e o vidro se estilhaçou, os guardas atentaram seus olhares ao local, e em seguida, arremessei uma outra pequena rocha por trás dos mesmos, atingindo uma roupa suspensa em um varal em um local ligeiramente escurecido. Quando o pano fora derrubado, deu a impressão de ser uma espécie de manto. Alertando os seguranças que imediatamente correram até a localização para verificarem se aquilo se tratava de uma tentativa de fuga por parte do suposto assassino, aproveitei a rápida brecha para deixar o local às pressas, correndo em alta velocidade pelas ruas escuras em direção a casa inicial. Havia escapado do raio de visão dos seguranças da mansão e estava com as informações em mãos, mas ainda existia um último obstáculo: Re-invadir a moradia e alcançar o quintal sem ser detectada. O dono da residência estava em alerta, e sabendo que sua casa havia sido previamente invadida por um desconhecido, tomaria medidas para se proteger de um possível novo ataque. Eu já sabia disso - Bem como sabia exatamente o que fazer contra este fútil preparo. Quem não tem cão, caça com gato, afinal de contas.

Informações:

— Me aproximei da casa que já havia sido alvo de minhas ações há pouco tempo, enquanto levava um cigarro até minha boca. O acendendo e então voltando a fixar olhares na residência, abria a porta com relativa paciência, adentrando o local escuro sabendo que muito possivelmente o seu proprietário estava em algum lugar, aguardando para me aplicar um golpe destruidor. Mas antes que pudesse descobrir onde eu estava, tive uma ideia: A casa era feita de madeira e haviam tapetes em diversos pontos. Então, deixei que o cigarro cair ao lado do cão, onde os tapetes da sala principal começaram a pegar fogo. O choro do cachorro foi o suficiente para o homem abandonar sua posição e ir em direção ao animal para tentar salvá-lo de uma morte inevitável, caso ali permanecesse. Aproveitei-me desta pequena distração para então arrombar a porta da cozinha, então visando adentrar no buraco que utilizei para atravessar a muralha. Felizmente, ninguém havia visto meu rosto durante a missão, e com as informações em mãos, já poderia retornar a Konohagakure com segurança, bastava não baixar a guarda ao considerar que aquilo já se tratava de uma vitória certa. Sabia que talvez viessem me procurar a partir das pistas deixadas para trás, afinal de contas, era impossível não perceberem o buraco cavado na terra. Porém, caso eu tivesse sorte, quando decidissem vir atrás de mim, já estaria bem distante deste local. E por conhecer o caminho, não teria dificuldades em meu retorno.

Informações:

— A Mente brilhante aqui já havia pensado em tudo, até na hora de escapar. Alguém tentou cruzar o buraco antes cavado por mim para escape, mas foi pego desprevenido por uma armadilha que casou o desmoronamento da terra a sua frente, selando o buraco com  solo por mais uma vez e impedindo que pudessem me perseguir a parir daquele ponto. Com um leve sorris no rosto, continuei meu caminho até que enfim alcançasse os arredores de Konohagakure pro mais uma vez, na intenção de entregar tais informações obtidas do corpo do velho.  Com passos velozes e sem ter utilizado uma única técnica durante toda a missão, minha mente estava verdadeiramente aliviada. Fora um confronto mental, e não físico. Com pensamentos e estratégias rápidas, havia sido capaz de atravessar as barreiras e dificuldades ali impostas, e até que com bastante facilidade. Os portões de Konoha já estavam em vista, e agora apenas me restava cruzá-los. Quando o fiz, imediatamente segui em direção ao gabinete e relatei os acontecidos da missão a atendente que ali se encontrava no momento, entregando-lhe as informações das cartas obtidas  encerrando a missão de uma vez por todas. Não apenas isso, mas aguardei pelo pagamento do objetivo realizando, agora sendo dispensada para retornar até minha moradia. Enfim, descansar. Para quem não pôde dormir a noite inteira por conta desta maldita missão, aquilo soava divino aos meus ouvidos.

Informações: