— As poucas referências de paz que eu possuía eram bastante genéricas - E mesmo que eu evitasse ao máximo a vida como uma kunoichi, ainda tinha uma dívida a ser cumprida com a minha família. Ninguém em duas gerações de nossa linhagem obteve todo o potencial fornecido pela manipulação de marionetes, e agora cabia a mim desvendá-lo e dominá-lo. Chamada ao gabinete do Hokage no período de início da tarde, as mensagens que me foram passadas foram claras e diretas: Eu possuía a missão de colher uma quantidade significativa de raras flores que nasciam ao topo de uma montanha próxima de Konoha - Chamadas de "Brotos de Ouro". Só nasciam nesta estação - A Primavera, mas também haviam rumores de bandidos que se preparavam para saquear as flores quando estivessem totalmente crescidas. Meu segundo objeto era dar cabo de qualquer ameaça, e por mim, assim seria feito. A ideia de ter que confrontar diretamente algum tipo de bandido era cansativa e bárbara - As coisas talvez pudessem ser resolvidas de outra maneira. De qualquer forma, suspirei enquanto acenei em concordância com a cabeça, dando as costas para o gabinete e sua atendente ao mesmo tempo em que direcionava os passos em direção ao portão de Konoha, para que enfim fosse capaz de alcançar meus objetivos nos campos localizados aos arredores da vila da folha.

— "Uma missão de coletar flores parece ser bastante agradável, tomara que permaneça desta forma. Não quero ser obrigada a gastar energias com um monte de lixo como criminosos fajutos. Além disso, seria ruim manchar a minha imagem no vilarejo ao ser comparada aos brutos shinobis de linha de frente. Sou diferente - Superior a todos eles, para falar a verdade. Não tenho motivos para arriscar minha integridade em confrontos inúteis." — Diria a mim mesma.

Então - Após cerca de quinze minutos de busca incessante e cruzando os mais diversos caminhos que pudesse encontrar, eu enfim me daria conta de que estava muito próxima da localização dita pelo gabinete, mas nenhuma flor via. Apenas pequenos buracos na terra, e um pouco mais a frente, uma silhueta masculina um pouco menor do que o normal, que parecia estar agarrando as flores próximas, efetivamente as roubando. Eu sabia que poderia detê-lo, mas preferi uma aproximação pacífica.

— "Você...Deixe estas flores aí, são de propriedade do vilarejo de Konoha. Fui enviada para sua coleta, não me force a tomá-las de você a força." — Ditei.

Era uma adolescente, que decidiu fugir sem nem mesmo responder algo. Eu era mais veloz do que ele - Mas eu precisaria ter certeza de que ele poderia ser completamente neutralizado a partir de minhas ações. Por conta disso, passei a controlar não apenas o chakra comum nas palmas de minhas mãos, como também o transformei em elemental do vento. Nunca havia tentando manipular a minha natureza de nascença de tal maneira antes, e julguei que seria um bom momento para testar a extensão das minhas capacidades com Ninjutsus. Continuei concentrando, até que - Pouco a pouco, uma espécie de ventania pequena e concentrada surgira no palmo direito. Apesar de instável, eu era capaz de mantê-lo por mais algum tempo. Então, mirei com cuidado e lancei o orbe a frente do rapaz, que detonou, derrubando o trombadinha. E, para me garantir de que ele não poderia recuperar as flores roubadas, formei com facilidade uma irregularidade de chakra na mão esquerda, apontando-a nas costas do infante criminoso e disparando a manipulação como um projétil, que o fez ficar desacordado, mas sem nenhum ferimento. Após isso, recuperei as flores caídas e as coloquei em uma cestas, ainda brincando um pouco com a manipulação de ventos, ao levantar flores do chão e descê-las sucessivas vezes. Era um método bastante útil de lidar com as coisas, além de conceder ao usuário uma vasta possibilidade de concepção de técnicas. Quando estivesse satisfeita, retornaria para o gabinete e reportaria tudo o que ocorreu durante o andamento da missão, desde o seu início. Deixando as flores sob a mesa e com a confirmação da neutralização do trombadinha - A moça marcaria tudo como concluído, e eu enfim poderia ser recompensada pelos meus "serviços" em nome de Konohagakure no Sato. Retornando para a minha própria moradia temporária no vilarejo, me colocaria em um estado de descanso, aguardando pelos próximos objetivos que seriam indicados a mim. Era só questão de tempo até notarem meu potencial - E eu certamente não queria isso. O anonimato era o ideal, ao menos para mim.

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