— Aquele seria meu último dia em casa, por mais que eu realmente estivesse hesitando em deixar meu vilarejo natal. Mas algo vem me incomodando há algum tempo - E enfim acabei por descobrir o motivo. Uma energia sinistra, que aparente só eu conseguia sentir, se encontrava em algum ponto do país. Todos os dias, a noite, um calafrio e sussurros mortais me alcançavam, e pareciam se tornar cada vez mais fortes. O chamado do abismo, uma premonição de meu fim. Não apenas aquilo - Mas o repentino desaparecimento do Raikage me deixou bastante perturbada e temerosa quanto a meu próprio lar.

— "Essa energia...Essa presença, idênticas ao que meu pai apresentou antes de ser morto por aqueles malditos nukenins. Isso me soa mal, algo muito ruim está prestes a acontecer e eu certamente não quero ficar perto deste tipo de coisa. Que droga...Tenho que sair daqui logo." — Dizia a mim mesma, arrumando as malas.

Selava alguns objetos de maior importância, já outros eram colocados em malas e semelhantes. Apenas me focava em tomar tudo o que era de mais importante a mim, para que eu pudesse levar somente o necessário. Sim! - Havia enfim finalizado a arrumação, e enfim poderia seguir o meu próprio rumo. Com tudo em mãos e utilizando de minha velocidade e força para me forçar a alcançar os portões o mais rapidamente que pudesse, busquei esperar por momentos de distração dos guardas para me esgueirar até a saída e deixar o local com bastante pressa, alcançando rotas alternativas  e atalhos, até que então alcançasse um dos portos locais. As horas se passavam como se fossem dias, a sensação de estar sendo constantemente observada e seguida me consumia, mas deveria lutar contra estes sentimentos maléficos que me amaldiçoavam no momento. Buscando incansavelmente por pontos de referência para que pudesse alcançar as fronteiras do país dos relâmpagos, quando enfim alcancei meu destino final, mirei os olhares e direcionei os passos a um dos portos mais antigos da região, me aproximando dos donos do estabelecimento.

— "Quero uma viagem para Kirigakure no Sato. De preferência, a concluir o mais rapidamente possível. Pago bem, então não precisam se preocupar. Eu sou originária daquele país e estou em missão de retorno, então, por favor, me auxiliem neste caso. Além disso, não posso permanecer aqui durante o Shiken que está prestes a ocorrer." — Diria.

— "Muito bem, entre no barco. Já iremos zarpar." — Um dos homens ditou.

Era impossível o que estava a ocorrer. Quando estávamos prestes a deixar o local, joguei olhares para as águas cristalinas do mar, e o que vi foi escuridão. E em meio a toda escuridão que ali se fazia, um rosto sorridente com semblante maléfico e olhos completamente negros com tatuagens representando inscrições antigas me encarava fixamente. Imediatamente afastei os olhares e quando voltei a observar o mesmo local, tudo havia voltado ao normal. Ao longe, uma leve risada poderia escutar - Mas apenas eu, e mais ninguém. Deixei gotas de suor escorrerem enquanto adentrávamos a neblina, rumo a Kirigakure no Sato. Mais algumas poucas horas se passaram até que enfim alcançamos os domínios do selvagem país das águas - Onde a Vila Oculta da Névoa se ergueu. Imediatamente, após pararmos, os homens exigiram o pagamento. Sorrindo para ambos, apenas fiz um leve gesto com as mãos, deixando o local com velocidade enquanto os mesmos gritavam com ódio, exigindo o dinheiro. Não tinha tempo a perder, eu precisava fugir daquele Requiem macabro, e me acostumar com a nova vida nos domínios da névoa. Perdida na densa neblina e observando o que podia em meus arredores, enfim alcançava os portões do vilarejo oculto central. Adentrando as estruturas pela primeira vez e jogando a bandana de Kumogakure no Sato para longe, deveria me passar como uma refugiada ou algo do tipo, para que então pudesse ser acolhida no local como uma cidadã de Kirigakure no Sato.

— "Então é esse lugar que será minha nova casa, afinal. Preciso me acostumar logo...De qualquer forma, vou buscar abrigo e mantimentos...Não dá pra me passar por uma mendiga qualquer. Eu sou uma mensageira do Lorde dos Mortos - Não uma qualquerzinha jogada no mundo sem qualquer propósito. Enfim...Me pergunto: O que diabos foi aquilo, afinal?" — Perguntava a mim mesmo, me misturando a multidão, em busca de um espaço naquele vilarejo. Uma nova casa e vida...Mas o mesmo destino.

Eu não sabia o que me aguardava no futuro, além de que aquilo, em algum momento, voltaria para me atormentar. Suspirava enquanto fixava meus olhares no gabinete, que se encontrava ao extremo horizonte que meus olhos podiam alcançar. Lentamente andejando até o local com uma manta ao redor de meu corpo, tinha planos. Mas todos eles pareciam inalcançáveis - Uma nuvem de escuridão bloqueava meu futuro. Era só questão de tempo...Até que aquilo se manifestasse.

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