— Me encontrava em casa quando fui convocada por um pássaro mensageiro, que consigo carregava uma mensagem para que eu me direcionasse ao gabinete do Raikage. Suspirando e já esperando que fosse algum tipo de missão, fiz questão de me arrumar o mais rapidamente possível, seguindo meu caminho em direção ao já mencionado gabinete. Ao chegar no local, logo seria recebida pela recepcionista, que não só me cumprimentava como também questionava se eu era a shinobi que acompanhou Takae na última missão. Acenei com a cabeça em sinal de concordância, aguardando o restante de sua fala. Ela então logo revelou que na verdade era a irmã do rapaz, e parecia ter concordando com a demoção do mesmo - Que agora retornou a seu estado inicial como um ninja de nível genin.

— "Com o tempo ele aprende." — Diria, recebendo o mapa.

Ela então detalhava meu verdadeiro objetivo - Que se tratava de recuperar uma relíquia de um templo de uma antiga divindade relacionado aos raios e ventos, Seth. Já havia lido sobre diversos deuses de tal religião - Filhos de Rá, Osíris e Hórus. Eram histórias interessantes, mas nunca pensei que realmente houvesse pessoas que os cultuassem até os dias de hoje. Não sabia se roubar um objeto considerado sagrado para algum povo era algo moralmente correto, porém eu não estava no direito de questionar. Simplesmente acenei com a cabeça em sinal de concordância, então dando as costas a mulher para me retirar do gabinete com o objetivo de me direcionar ao objetivo, iniciando a busca pelo artefato divino.

— "Seth é uma divindade por muitas vezes ligada a eletricidade e vendavais, não me impressionaria se houvessem guardiões que dominam estas naturezas elementais. Tenho que tomar cuidado, e além de tudo, não faço ideia do que pode ser essa relíquia ou qual é seu  valor para Kumogakure, mas não devo ficar pensando nessas baboseiras no momento. Vou focar em simplesmente encontrar a localização deste tal templo, antes de qualquer coisa. Se eu cometer algum tipo de deslize, é capaz das coisas não acabarem muito bem pra mim. De qualquer forma, vamos lá..." — Pensaria, suspirando.

Então, cerraria os punhos enquanto cruzava as ruas de Kumogakure, buscando encontrar o portão de saída mais próximo. Quando enfim o fizesse, optaria por deixar os arredores da vila o mais rapidamente possível, para que então pudesse ter a total liberdade de buscar pelo templo sagrado, com o objetivo de recuperar a relíquia misteriosa e entregá-la a meus superiores, de volta a Kumogakure no Sato.

Informações:

— Era no mínimo estranho que por mais de quatro horas de viagem seguindo o percurso que por mim fora escolhido, não tenha me deparado com nada. Apesar de ser gratificante não ser emboscada por adversários poderosos, ainda sim aquela viagem parecia ser extremamente entediante. Com os olhos cansados e pensando em outras coisas durante a corrida, logo perceberia que talvez eu não estivesse sozinha A aproximadamente trinta metros de distância de minha pessoa - Entre rochas, matos e arbustos, uma pequena figura se escondia. Imediatamente me virei e direcionei os passos para a última localização do misterioso ser, a fim de descobrir do que se tratava. Ao me aproximar, no entanto, me deparei com um animal que mesclava partes de outras espécies, ainda que em tamanho reduzido e também possuindo a capacidade de falar.

— "Esse negócio é uma invocação ou algo do tipo? Que bicho mais esquisito, mas depois do Astaroth, acho que nada mais me assusta. Que anatomia mais bizarra, não era para algo deste tipo existir nesse mundo, mas fazer o que, não é? Vamos ver o que essa coisa tem a dizer." — Pensei, fixando os olhares na pequena criatura.

Ela possuía várias perguntas a meu respeito, e inclusive cogitou me escravizar ou até mesmo...Trocar de corpo? Não havia entendido muito bem esta parte em específico, mas não importava muito. Não apenas isso, mas seu sorriso maléfico e as faíscas elétricas que rodeavam seu corpo faziam daquele ser verdadeiramente amedrontador. Não sabia o que responder - Nem se deveria respondê-lo. Talvez a melhor opção fosse de fato ignorar o bicho e dar as costas, porém isso poderia me levar a consequências mais graves. Então, para não correr riscos desnecessários, decidi por responder os questionamentos do ser.

— "Meu nome é Kamuy, sou uma kunoichi do País do Relâmpago e atualmente me encontro em missão. Agora se afaste, bicho esquisito. Você parece ser uma invocação perdida...Tem certeza de que seu invocador não está por aí? Melhor ir procurá-lo, ou você pode acabar não conseguindo voltar pro Reino Lendário da tua espécie. De qualquer forma, eu preciso ir...E não, você não vai me tocar, ou eu te mando de volta a força." — O responderia, com frieza.

Após isso, faria um rápido gesto de despedida e daria as costas. Eu tinha total certeza de que ele tentaria me atacar pelas costas ou no mínimo continuaria me seguindo. Por conta disso, caso ele realmente continuasse com este comportamento estranho, pararia minha corrida de maneira abrupta e cerraria os punhos, entrando em posição de combate. Questionaria os motivos daquele ser incomum para continuar na minha cola, e que caso ele não respondesse ou possuísse intenção secundárias, não hesitaria em atacá-lo caso ele continuasse a ser um incômodo.

Informações:

— Mas ao contrário do que eu pensava, o ser não me seguiu. Ao invés disso, ditou palavras verdadeiramente ameaçadoras, como um presságio de minha própria ruína. Aquilo me enfureceu, havia ousado me desafiar. Minha vontade era de simplesmente saltar e pegá-lo de porrada, mas consegui me controlar - E mesmo que não conseguisse, ao jogar olhares para trás, a criatura já teria desaparecido, como uma miragem. Então, continuei meu caminho, cruzando planícies e terrenos montanhosos com velocidade e olhares focados, até que enfim cheguei as ruínas do Templo. Na minha cabeça, a imagem que possuía de como seria a estrutura era bastante deprimentes. Achei que estivesse completamente destroçado e que não fosse lá tão grande, mas a realidade me chocou. Quase fiquei boquiaberta, contemplando a glória daquela magnífica estrutura assentada sobre as montanhas de Kumogakure. Era gigantesca e extremamente bonita, o povo da antiguidade era verdadeiramente devoto a suas crenças. Logo mais então passaria pelo caminho de pedras rudimentares até enfim alcançar uma espécie de vão, por onde me esgueirei para conseguir adentrar na estrutura colossal de uma vez.

— "Que construção mais intrigante...Há quanto tempo isso existe?" — Me perguntava.

A luminosidade dentro do local era bastante fraca e isso chegava a ser bastante incômodo, mas não me impedia de identificar os principais detalhes no interior do templo sagrado de Seth. As laterais são precedidas por uma galilé de sete arcos redondos que se intercalavam com pilastras semicirculares recheadas de outros detalhes. Era luxuoso, uma arquitetura verdadeiramente impressionante. Direcionei meus passos para a direita, a fim de encontrar a área central do templo. Moldada com minérios raros e bastante valiosos, uma estátua de um homem com a cabeça de animal - Um antropomórfico, como havia visto em livros. Desta forma os deuses eram representados, e como já sabia, esta era uma estátua de Seth. E acima da estátua, pequenas esculturas representavam a evolução genética de criaturas que possuíam semelhança com a estátua.

— "Me pergunto se esses caras realmente existiram. Será mesmo que compartilhamos nosso mundo com seres sobrenaturais? Se demônios existem...Então eu não me surpreenderia se estes aqui também já houvessem partilhado do mesmo terreno que nós." — Dizia, enquanto observava a fixamente a estátua.

Após os momentos de reflexão e contemplação da estrutura ao meu redor, suspirei e iniciei a busca pelo tal artefato. Não sabia do que se tratava - Seria a própria estátua? Tentaria buscar por passagens secretas, fundos falsos ou aberturas em qualquer lugar próximo. Provavelmente não estaria a mostra, então eu deveria procurar não apenas com cuidado, mas também com bastante atenção. Focaria todos os meus esforços no único intuito de tentar identificar um possível candidato a artefato místico desta antiga divindade.

Informações:

— De fato, a contemplação foi a minha maior falha. Não havia identificado o artefato a ser recuperado, e por conta disso acabei caindo em uma armadilha. Ao pisar em um determinado ponto do solo, o mesmo afundara alguns centímetros e eu seria capaz de ouvir diversos ruídos mecânicas, que ecoavam de maneira bastante aterrorizante por todo o templo sagrado. Imediatamente realizei selos manuais e concentrei o chakra ao redor de meu corpo, criando uma armadura elétrica com a finalidade tanto de me proteger como aumentar a minha velocidade geral. Não apenas isso, mas propulsores também foram criados em minhas costas. Após perceber que algo estava prestes a surgir por baixo do chão, utilizei da modificação corporal nas costas para me impulsionar ao ar a cerca de dez metros de altura, logo visualizando as lanças que dali haviam saído, com intenção de empalar o meu corpo. Não apenas isso, mas também notei o estranho sumiço da estátua de Seth. Apesar de tal ocorrência, tive de voltar minhas atenções as chamas que viajavam em minha direção, me defendendo ao utilizar do Chidori Nagashi para criar uma grande quantidade de eletricidade ao redor de meu corpo, na intenção de me proteger e impedir os avanços da armadilha ígnea. Não havia tempo para pensar em uma estratégia de defesa ou algo do tipo, os ataques eram todos seguidos uns dos outros, não davam a mínima chance de defesa para quem estivesse no alcance. Caso conseguisse me defender das chamas com o Nagashi e pousar em um local que fosse relativamente seguro, logo perceberia a aproximação repentina de diversas lâminas de vento invocadas a partir de outros mecanismos. Realizando selos em alta velocidade e conjurando o Chidori Senbon para criar incontáveis agulhas elétricas, utilizei da técnica em várias direções na tentativa de neutralizar o futon inimigo. Caso fosse capaz de efetivamente me defender de todas as investidas que a armadilha do templo me proporcionou, buscaria pelo totem moldado por minérios, a fim de recuperá-lo a julgar que aquele item poderia ser o artefato. Tentaria também me manter no ar com o Jet Booster durante todo o tempo, na  tentativa de não ativar mais nenhum armadilha.

— "Merda, merda! Eu preciso achar essa coisa e sair daqui de uma vez, ou caso contrário eu vou estar completamente ferrada. Esse templo não tá pra brincadeira...Essas armadilhas com certeza teriam me matado se eu não possuísse a capacidade de voar com a técnica Juugo. Enfim...Vou ficar atenta, não posso permitir que aconteça novamente." — Diria a mim mesma, afiando os olhares.

Informações:

— Assim como eu esperava, os mecanismos de defesa logo baixariam. Quando finalmente retornassem ao solo, suspiraria, voltando ao mesmo.  Sabia que segredos desagradáveis talvez ainda pudessem  existir ocultos pelo templo, então decidi tomar bastante cuidado em minha busca pelo totem. Ainda com a armadura elétrica e propulsores ativados, utilizei de toda a minha velocidade atual para avançar na direção correspondente a do item lendário da divindade dos raios. Apesar disso, logo quando me aproximei para tomá-lo como meu e assim retornar para Kumogakure no Sato, algo estranho ocorrera. Coloquei os braços a minha frente em X no momento em que esbarrei com uma estranha figura humanoide, sendo jogada a vinte metros de distância da mesma após a colisão. Baixando a guarda defensiva para saber o que havia acontecido, não pude conter a minha surpresa. A Estátua de Seth antes decorativa havia ganhado vida e inteligência, destroçando o totem com suas próprias mãos. No entanto, a frase que ele ditou me recordava daquela pequena criatura do início da jornada. Não tinha certeza de nada, mas sabia que se nada fizesse, morreria. Afiei os olhares e deixei a raiva fluir, não só pela insanidade, como também para que eu pudesse utilizar de meu máximo.

— "Cai dentro, seu merda." — Ditei.

Logo depois, veria a veloz aproximação de diversos raios laser disparados a partir dos olhos do ídolo divino, que viajavam na intenção de me atingirem. Realizando selos manuais, estenderia o braço direito e concentraria o chakra no palmo de mesmo lado, disparando uma espécie de lança elétrica com o Chidori Eiso, que tinha como objetivo colidir com o primeiro dos lasers e neutralizá-lo. Em seguida, ainda me mantendo no lugar, criaria raios roxos na mão esquerda, avançando contra o segunda laser carmesim disparado pela estátua, na intenção de cortá-lo com o poder do Shiden, ao mesmo tempo em que dois grandes moldes eram formados por cima de meus pulsos. Concentrando chakra raiton em ambos, dispararia um grande feixe elétrico na intenção de combater diretamente os dois lasers restantes. Caso minhas atitudes fossem o suficiente, imediatamente avançaria ao pular no ar, realizando selos para criar uma grande quantidade e eletricidade em minhas mãos, sendo disparada na forma do Raiton: Ibuki. A técnica era poderosa o suficiente para causar uma grande explosão elétrica, mas talvez não fosse o suficiente. Por conta disso, concentrando o chakra na mão direita para formar um enorme Rasengan, caí sobre a estátua com o intuito de destroçá-la com o poder total do Odama Rasengan, que talvez fosse capaz de causar grandes danos até mesmo a própria estrutura do templo.

Informações:

— Apesar da primeira investida ter essencialmente sido um fracasso, a criatura parecia não contar com a surpresa do Odama Rasengan, que destruiu boa parte do corpo - Principalmente o dorso, revelando uma pequena pedra na cor de uma esmeralda, que parecia agir como o coração da estátua. Se energizando, raios logo reconstruíram o corpo da criatura, dobrando seu tamanho. Imediatamente me afastei, ouvindo as palavras daquela coisa.  Logo depois do bla bla bla, ele começou a esmurrar o chão, gerando fissuras magmáticas que elevavam a temperatura do local. Imediatamente utilizei dos propulsores nas costas para me manter no ar, afastando-me o máximo que podia no intuito de escapar das ondas de impacto iniciais dos golpes do ídolo animado. Ele então disparou mais uma sequência de lasers, desta vez esverdeados e mais poderosos do que os anteriores. Com um sorriso no rosto, concentrei o chakra por todo o corpo. A pele tornava-se cinzenta, dois pares de chifres surgiam nas laterais da cabeça enquanto os dentes se tornavam mais longos e afiados, como os de uma besta. Os olhos negros revelavam a perda da alma e sanidade, bem como os cabelos crescentes. Toda a estrutura corporal aumentava, os músculos agora eram tão duros quanto aço, possuindo uma aparência demoníaca. O sorriso constante e macabro combinava com as garras que surgiam no lugar dos dedos das mãos e pés, enfim concluindo a transformação completa do Senninka.

— "Eu nunca...JAMAIS VOU PERDER PRA UM LIXO COMO VOCÊ!" — Gritaria, com a voz distorcida.

Com o aumento súbito de todas as minhas capacidades físicas, me aproveitaria do momento para demonstrar ainda mais poder do que antes. O chakra roxo maléfico do Senninka transbordava de meu corpo, e o concentrando em ambos os punhos, dispararia dois projéteis poderosos de Raiton, na intenção de que colidissem contra os lasers da criatura, para que assim pudesse neutralizá-los. Caso fosse um sucesso, avançaria sem medo, moldando dois canhões a partir dos chifres em minha cabeça, que disparariam um grande fluxo de energia elétrica nos dois lasers restantes. Tinha confiança de que aquilo talvez fosse ser o suficiente. Caso sim, nem mesmo desviaria o olhar, utilizaria do Estilo Um diretamente contra o peito da criatura.  Caso o golpe aprimorado fosse o suficiente para romper seu peito, abriria o mesmo palmo, concentrando chakra através de um molde na mão.

— "Deus fraco." — Diria, moldando o Shiden.

Com o Shiden, tentaria destroçar a esfera esmeralda no centro da criatura, com o intuito de derrotá-la de uma vez por todas. Porém, caso não fosse o suficiente, colocaria meus pés para frente e com os propulsores, investiria para trás, na intenção de me afastar pelo menos quinze metros do ser, a fim de ter noção de seus próximos passos e assim armar uma nova estratégia de combate. Sabia que deveria terminar com ele o mais rapidamente possível mas não sabia se minha força atual era o suficiente para levar o titã moldado a imagem de Seth ao chão.

Informações:

— A sequência de ataques que foram desferidos contra o guardião de pedra foram um sucesso, mas logo perceberia que a pequena pedra esmeralda já não mais se encontrava no centro do peito da criatura. Havia mudado o seu centro de energia de lugar, o que foi uma surpresa para mim. Mesmo assim, não tirei o sorriso no rosto. A cada segundo que se passava, mais insana me tornava. A sanidade se esvaía como água sob um sol quente, era apenas questão de tempo até que a loucura me consumisse por completo. Afiei os olhares quando percebi a aproximação dos ataques do ídolo de pedra, após ouvir as palavras de Seth. Parecia ter um complexo de superioridade e superconfiança, mas se ele realmente fosse um ser divino, talvez ele tivesse razão em pensar desta forma.

— "Ele deve ter mudado a posição do seu centro de energia para a cabeça ou ao menos a parte superior do peito. Se realmente for assim, creio que posso alcançar!" — Pensaria.

Logo depois, concentraria o chakra para criar o Chidori Nagashi em um raio de cinco metros a partir de meu corpo, com a intenção de danificar toda a estrutura da estátua - Bem como também enfraquecer os ataques iminentes. Logo depois, moldaria um grande braço a partir da manipulação dos Jugo, e com o estilo um, desferi um golpe direto contra a parte mais alta da estátua que pudesse alcançar, de dentro da mesma. Minha intenção era enviar uma grande onda de chakra e impacto na esperança de ecoar por todo o corpo da mesma e destruir o centro de energia, ou ao menos o expor. Logo após isso, giraria em torno de mim mesma e utilizaria do mesmo estilo um para combater o golpe iminente que me deixaria presa dentro do ídolo. Caso fosse capaz de me livrar do aprisionamento, imediatamente me impulsionaria para fora e me manteria atenta, com a guarda levantada. Aguardaria a reação do guardião, e caso houvessem fendas em seu corpo, buscaria também pelo mínimo resquício da pedra esmeralda que lhe dá vida.

— "Você se acovarda por trás de guardiões inanimados? Talvez só seja um covarde qualquer brincando de ser um deus. De qualquer forma, vou acabar com isso de uma vez. Esteja pronto para ver esse seu guardião de merda virar poeira." — O provocaria, caso ainda estivesse de pé. Sabia que não poderia perder mais muito tempo e que minhas energias já estavam se esvaindo, então, de fato, teria que terminar com isso o mais rápido que pudesse, ou caso contrário, eu que viraria poeira.

Informações:

— Apesar de tudo, no fim, eu me saí vitoriosa. Minhas investidas foram mais do que suficientes para levar o guardião de Seth direto para o chão, onde se despedaçou de uma vez por todas, afundando na lava. Enquanto isso, a vários metros de altura, a pedra verde-esmeralda caía. Logo ao perceber a presença do objeto, avançaria em velocidade contra o mesmo, na intenção de pegá-lo em meio ao ar. Caso fosse capaz de fazê-lo antes que tocasse ao chão, imediatamente desativaria o Senninka. A Sanidade estava quase se esvaindo, era óbvio que eu não poderia manter a transformação ativa por muito mais tempo sem prejudicar o restante da missão. Olhando ao redor, percebia que, apesar de tudo, não estava livre. Precisaria me livrar das paredes de terra maciças que ali foram convocadas ao ativar das armadilhas de mais cedo. Observando com cautela, poderia perceber algumas fissuras entre elas que permitiam a passagem de luz. Com um leve sorriso de canto, me propulsei até a fissura mais próxima.

— "Essas fissuras...Creio que as paredes devem ser mais frágeis nestes pontos. Mesmo que sejam bastante pequenas e haja uma camada extremamente grossa de terra, é muito fácil atravessar este tipo de material com os raios. Enfim, vou me focar nas fissuras para conseguir me livrar daqui, ou caso contrário vou permanecer muito mais tempo do que o necessário neste local pútrido. Vamos lá, não deve ser muito difícil me livrar disso, não é mesmo?" — Diria a mim mesma.

Cerrando os punhos e concentrando uma grande quantidade de energia - Mais especificamente no direito, mais uma vez convocava o Raiton Dan: Ibuki. Minha intenção com a técnica era bastante simples. Ao lançá-la contra a fissura, possuía o objetivo de desestabilizar a estrutura das paredes e enfraquecê-la por completo, para que eu tivesse mais facilidade em atravessá-la com a próxima investida. Ainda com a mão direita, relâmpagos começaram a surgir. Dentro de poucos instantes, então, uma grande massa elétrica e disforme cobria todo o meu punho. Com toda a minha velocidade e força, avancei contra as muralhas de terra que me impediam de voltar ao mundo exterior, com a intuito de atravessá-las com esta única e suprema técnica.

— "CHIDORI!" — Exclamei.

Levando o punho carregado com a eletricidade do chidori a frente, colidiria contra a parede, a fim de atravessá-la para enfim escapar do local. Caso fosse capaz, me propulsionaria no ar para ter certeza de que não cairia de uma altura perigosa, em seguida jogando olhares para frente, a fim de encontrar o caminho de volta a Kumogaure no Sato.

Informações:

— Apesar de meus esforços para escapar do local com a utilização das técnicas de Raiton, tudo fora inútil perante o poder de uma estranha barreira elemental.  Uma parede translúcida energizada que bloqueava quaisquer ataques direcionados contra a mesma, o que essencialmente me aprisionava dentro daquele local maldito. Rangi os dentes com raiva, observando meus arredores. Voltando os olhares para o altar, percebia que ali se encontrava uma pequena cavidade  com o exato formato da esmeralda. Mesmo não tendo certeza do que aquilo poderia ser, decidi por colocar a rara joia no local, o que culminou na desativação das paredes de terra. Após baixarem, me virei e percebi que a única coisa que ali restava era a barreira elétrica. Por conta disso, sem hesitar, por mais uma vez acessei todo o poder dos Juugo. Transmutando meu corpo de maneira monstruosa e recriando o mesmo semblante demoníaco de alguns minutos atrás, abria um grande sorriso. Cerrava os punhos em meio a transformação do Senninka Completo, pronta para avançar contra aquilo que me separava o mundo exterior.

— "Isso não é nada pra mim!" — Exclamei, avançando.

Transformando ambos os braços para a utilização do Estilo Um, apliquei o golpe duplo com minha força máxima, causando um impacto que talvez fosse poderoso o suficiente para detonar até mesmo o chão abaixo de mim e ao meu redor. Após isso, continuaria as investidas violentas com uma veloz sequência de dez golpes centralizados no mesmo ponto, enquanto canhões de energia se criavam a partir de meus palmos, disparando duas rajadas extremamente poderosas de Raiton. Caso ainda não fosse o suficiente, utilizaria dos moldes naturais restantes para criar um martelo no lugar de meu braço e no outro diversas lâminas que sairiam da ponta de meus dedos e do antebraço, aplicando diversos ataques físicos com o intuito de enfim atravessar aquelas malditas barreiras. Não sabia como eu iria me sair com tais investidas, mas tinha confiança de que peria mais do que o suficiente para me livrar daquele maldito templo.

— "VAAAAAAAAAAAAAAI!" — Exclamava, em meio aos golpes.

Eu tinha noção de que aquela seria minha única chance, e que se caso não fosse capaz de atravessar a barreira naquele instante, talvez não houvesse outra tentativa. Mas naquele momento, eu não pensava em tentar de novo e de novo...E sim em conseguir atravessar a barreira elétrica, a qualquer custo. Não existia tentativa, e sim sucesso. De qualquer forma, me mantinha firme e de cabeça erguida, aplicando golpes em um estado de frenesi.

Informações:

— A pancadaria centralizada contra a barreira energizada parecia não ter fim. Soco após soco, técnicas após técnica - Até que enfim meus esforços combinados deram o resultado esperado: A Barreira, agora destroçada. Enfim liberta, a primeira coisa que fiz foi desativar todas as técnicas que se encontravam ativas naquele momento, voltando para a forma humana e suspirando de alívio, logo depois tomando o artefato sagrado em mãos para retorná-lo a minha vila natal. Ainda sorridente, voltaria para Kumogakure com passos elegantes e bastante calma, processando o que verdadeiramente havia encarado naquela missão. Cheguei a conclusão de que realmente estive errada por muito tempo. Talvez isto fosse obra do destino para que eu presenciasse as consequências de meus erros - Encarar uma antiga divindade há tanto tempo tratada como uma lenda. Carregaria este evento para sempre por toda a minha jornada, para que eu me lembrasse de que eu não era ninguém neste mundo. Existem lutas que não se podem ganhar e coisas que são inevitáveis. Mesmo assim, não poderia me render aos apetrechos do destino - E sim seguir em frente, até que minha vida enfim terminasse. Alcançando Kumogakure, imediatamente direcionaria meus passos até o gabinete do  Raikage, onde por mais uma vez me encontraria com a irmã de Takae, que parecia ter assumido o posto de recepcionista do gabinete de uma vez. Entregando-lhe o artefato pedido e ouvindo suas palavras, responderia em bom tom:

— "O que aconteceu? Você não acreditaria se eu te contassem, mas agora sei que as histórias não eram só lendas. Eu vi algo...Que ninguém pôde ver nos tempos atuais. Estive errada sobre isso durante muito tempo, mas agora acho que realmente existe algo que nos observa a todo instante, seja bom ou mau. De qualquer forma, o artefato é este." — Apontaria ao mesmo, dando as costas.

Logo depois, me despediria e deixaria o gabinete, jogando olhares aos céus. Permaneceria reflexiva durante algum tempo, uma vez que as informações que adquiri eram muito preciosas - Além de claro, reveladoras. Retornaria para casa com um semblante sério, talvez realmente tivesse que escolher um ídolo para seguir. A questão era: A Destruição ou a Criação? Por quem, de fato, meu coração chamava? Eu não tinha certeza, mas ao menos teria bastante tempo para pensar a respeito. A descoberta e confirmação de divindades antigas apenas levantavam as hipóteses de um mundo politeísta regido por diversos seres sobrenaturais. Sendo algo bom ou ruim, eu não poderia fazer nada a respeito além de simplesmente aceitar e seguir aquilo que me fora destinado.

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