— Em Kumogakure se fazia uma bela manhã, com o glorioso sol resplandecendo sobre nós. Apesar das temperaturas se manterem baixas durante boa parte deste período do dia, não me incomodava. Enquanto a maioria das pessoas dormia ou aproveitava os momentos de descanso antes de cumprirem com suas obrigações, eu já estava acordada há muito tempo. Desde o fim da madrugada, quanto despertei a fim de vasculhar alguns livros antigos que haviam sido deixados para trás pela minha mãe. Naquele dia tinha como objetivo aprimorar meu controle sobre a natureza elemental dos raios, mas algo em minha cabeça me dizia para procurar por um daqueles livros, como se fora verdadeiramente importante para o prosseguimento de tais objetivos os quais tinha em mente. Após vários minutos de uma procura relativamente cansativa, enfim havia encontrado um antigo livro de folhas já amareladas e capa rasgada, sem nenhum título aparente. Ergui a sobrancelha esquerda antes de abrir a primeira página. Aquele era o livro que minha mãe carregava para todos os lados, então a curiosidade falou mais alto - Principalmente pelo fato dela nunca ter permitido que ninguém o tocasse. Lendo as primeiras páginas do antigo item, percebia do que aquilo realmente se tratava.

— "Um pacto de sangue com demônios?! Mas o que diabos minha mãe estava pensando?" — Passei as mãos pelos cabelos. — "São criaturas gigantescas e inumanas vindas de um outro plano. Invocações? Não...Que besteira." — Finalizei, soltando uma única risada.

Apesar disso, mantive o livro comigo. O guardei dentro de uma bolsa e suspirei, deixando minha residência a fim de alcançar os portões do vilarejo. Tinha como objetivo treinar minhas habilidades ao ar livre, onde existiram mais obstáculos a serem feitos de cobaia para meus experimentos de força. Mesmo assim, focando-me totalmente no treino em relação aos Ninjutsus, não conseguia me esquecer das palavras que havia lido naquele maldito livro.

— "O que diabos aquela velha estava pensando quando comprou esse livro? Não - Eu me lembro dele quando era menor, ela nunca o deixou para trás, e sempre me manteve longe dele. Por que tanta preocupação, se não passa de histórias fantasiosas sobre criaturas malígnas? Meu pai, no entanto....Eu sei que ele detestava aquele livro, já tentou queimá-lo várias vezes, mas foi impedido. Deve haver algum segredo...Vou pensar nisso mais tarde." — Finalizei.

Já estava no caminho em direção a uma das florestas próximas de Kumo. Sempre a visitava quando era menor, então também seria uma boa hora para matar a saudade de algumas coisas que há tanto tempo já não via. A vida é como uma montanha russa, mas algo que eu certamente não queria era ficar na descida.

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— A Floresta se encontrava da mesma maneira como na última vez em que a visitei. As flores espalhadas pelo chão, o pequeno lago ao centro...Tudo era mágico, ao menos para mim. Um gracioso refúgio da natureza o qual sempre utilizei para escapar dos problemas da vida real. Já pensei por muitas vezes em permanecer neste doce recanto para sempre, mas existe algo que ainda me faz seguir em frente como uma shinobi. A vontade de me tornar a mais forte era insaciável, e muito provavelmente também a minha única motivação para ter retornado a esta carreira. De qualquer forma, deveria manter meus esforços e atenção ao treinamento que tangia o Raiton. Sentei-me de pernas cruzadas, suspirando enquanto concentrava o chakra por todo o meu corpo, a fim de enviá-lo às mãos. A natureza instável do relâmpago o tornava o elemento mais perigoso e difícil de ser dominado, pois as chances do usuário acabar causando danos a si mesmo com as destrutivas técnicas em área que a eletricidade lhe proporciona são altas.

— "Vou me focar em criar faíscas elétricas nas mãos, e em seguida irei fortalecê-las. Vou refazer esse processo de novo e de novo, até que meu corpo possa se acostumar com a criação de raios, independentemente de qual local do corpo eles se originarem. Enfim, vamos lá..." — Estiquei o braços, ainda com as mãos em vista.

Enviava quantidades súbitas de chakra envolto na natureza elétrica para a ponta dos dedos, a fim de criar pequenas fagulhas de eletricidade que não tivesse força o suficiente para se tornarem instáveis. Apesar das primeiras tentativas terem sido um sucesso, ao tentar criar raios maiores com mais força, eles simplesmente se desfaziam em minhas mãos, detonando em um fraco clarão seguido por sons de curto circuito. O controle ainda era precário e pouco eu conseguia fazer com a natureza em meu nível atual. Deveria me esforçar mais, caso quisesse evoluir como uma shinobi respeitável.

— "Não está nem perto de ser o suficiente, os raios não possuem consistência alguma. Preciso aprimorar o meu controle, caso contrário eu também vou acabar me ferindo. Não posso me proteger só com força de vontade, afinal de contas. Enfim, preciso tentar de novo..." — Ditei, afiando os olhares.

Após isso, de volta ao treinamento, procurei limpar minha mente de quaisquer outros pensamentos que cruzavam minha mente naquele momento, a fim de dedicar todo o meu tempo somente ao que estava fazendo naquele momento. Apesar disso, as palavras lidas por mim naquele livro ainda pareciam ecoar no fundo de minha mente, e por mais que eu tentasse resistir, era como se ele chamasse por mim...

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— Permaneci com uma vontade inabalável, com o objetivo de dominar o meu próprio poder, que tangia a eletricidade. Não sabia quanto tempo havia se passado desde o início do exercício, mas tinha certeza de que estava aprimorando minhas próprias habilidades ao fazê-lo.   Os raios gerados a partir de minhas mãos já conseguiam tomar uma forma mais consistente e potente. Apesar de serem inofensivos a meu corpo, ainda sim o ambiente era levemente afetado pela presença da descarga elétrica portátil - Que parecia exercer certa influência sobre folhas próximas. Os icônicos sons da eletricidade se tornavam cada vez mais altos e agudos, indicando que o controle estava se aproximando da perfeição. Porém, por mais que eu fosse capaz de moldar e controlar os raios criados a partir de meu corpo, ainda sim estava distante do potencial máximo de um usuário de ninjutsu elemental. Mas não estava pensando tão longe - Queria me especializar na área, mas sabia que existia um tempo para todas as coisas. Segui com a concentração de energia elétrica pelo corpo, infundindo ainda mais chakra e utilizando uma manipulação que consistia em gerar raios poderosos a partir das mãos, que então viajariam por todo o corpo, como se o envolvesse. Era um exercício complicado, mas no fim havia sido capaz de manter o protótipo de armadura elétrica improvisada por um tempo considerável, e sem utilizar tanta energia. Levantei-me com um impulso único e utilizei uma segunda manipulação, concentrando uma pequena bola de energia na ponta do dedo indicador direito, mantendo-a pelo maior tempo que fosse possível. Apesar disso, a instabilidade de concentrar tanta energia em um único ponto acabou por terminar em uma explosão de raios elétricos que se espalharam para todos os lados, inclusive atingindo o antigo livro, que pareceu reagir ao impulso de chakra elétrico. Sua capa parecia brilhar por um instante, como se um mecanismo tivesse sido destravado. Joguei olhares ao mesmo, mas aparentemente, foi apenas uma impressão errônea.

— "Que estranho, achei que o livro tivesse reagido com o impulso de chakra elétrico, mas deve ter sido apenas a força de impacto do relâmpago. Que droga, tenho que tomar mais cuidado da próxima vez, ou eu vou acabar eletrocutando a mim mesma com estes raios. Mas que pé no saco é dominar este elemento...." — Dizia, suspirando e revirando os olhos.

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— Talvez o sobrenatural realmente existisse, afinal de contas. Tinha minhas dúvidas quanto a veracidade de quase tudo naquele livro, mas um determinado evento foi suficiente para me tirar o fôlego. Enquanto aprimorava meu controle sobre a natureza elétrica, acabei por  dar origem a um único relâmpago de alto nível, tão instável que saiu de meu controle, por mais que eu estivesse em um modo de total concentração naquele momento. O relâmpago destruiu uma árvore por completo e cruzou vários metros, antes de retornar e colidir contra o livro, que saltou de onde estava de tamanha energia. Suas páginas se abriram e começaram a passar rapidamente, sem ninguém estar as tocando. As inscrições em sua capa e nas folhas brilhavam de acordo com o chakra que ali fora posto, dentro de instantes dando origem a uma nuvem de fumaça arroxada. Quando a nuvem se desfez, as páginas do livro voaram por todos os lados, indicando que o mesmo havia sido destruído. E naquele ponto, nada pude fazer além de simplesmente observar o que estava acontecendo, instintivamente levantando minha guarda, como se já soubesse que algo fosse acontecer. Quando a poeira baixou, uma figura humanoide com chifres grandes escondia-se por trás da fina camada de fumaça, dando seus primeiros passos em minha direção. Quando finalmente a atravessou, seu corpo deformado foi apresentado. De aparência inumana, pele esverdeada e emanando uma aura que me fez tremer, eu sabia que havia mexido com algo que não deveria. A criatura possuía dentes extremamente afiados e uma língua alongada, e seus olhares penetrantes pareciam condenar minha alma.

— "Eu fui convocado a este mundo sujo novamente? - Quem diabos é você? Pensei que todos os livros proibidos houvessem sido destruídos!" — O ser exclamou, com um tom de voz demoníaco.

— "Que porra é essa? Quem diabos é você?" — Ditei, dando vários passos para trás.

— "Astaroth, filho do Rei Demônio! Você deve ter sido a humana que aqui me trouxe, então vamos acelerar isso! Me dê seu sangue, é hora de firmar o pacto. Não vá choramingar, se você realizou a invocação, é porque tinha total certeza e conhecimento do que estava fazendo." — Ditou.

— "Dar o sangue? Rei Demônio? Do que diabos você está falando? - Não...Está tentando me enganar." — Pensei.

Medo era um sentimento comum que todos carregavam, e também um mecanismo de defesa do próprio corpo. No entanto, o que ali senti não foi medo...E sim o desespero e terror em sua mais pura forma. Estava preparada para o combate contra o desconhecido. Humano ou não, eu não havia opções se não simplesmente encarar o que ali me aguardava.

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— A Questão era que não estava raciocinando direito. Me deixei levar pelo impulso, e talvez este instinto de sobrevivência fosse ser aquilo que me levaria a minha própria ruína. Concentrando o chakra sem me preocupar com o controle sobre os raios, moldei diversas fagulhas de eletricidade na mão direita, rapidamente estendendo-a para lançar uma rajada de raios que viajaram contra Astaroth. Apesar disso, por conta da distância entre nós, o auto proclamado demônio foi capaz de se esquivar com certa facilidade, bufando de maneira violenta e avançando em minha direção. Seu punho cerrado mais se parecia com um gigantesco martelo, que utilizou para desferir um golpe direto contra mim. Me afastei com velocidade enquanto canaliza os raios por mais uma vez, esquivando-me do ataque iminente da criatura enquanto desferia um contra-ataca certeiro com um único raio perfurante, mirando contra as costas de meu adversário ,que foram capazes de suportar o poder da eletricidade. Virou seu rosto lentamente em minha direção e agarrou o braço antes utilizado para criar o raio, atingindo minha barriga com um chute de seu pé esquerdo, forte o suficiente para arremessar-me a diversos metros de distância.

— "Não consigo nem pensar direito...Que força é essa?" — Pensei, levando a mão direita a testa.

Percebi que um ferimento na barriga havia sido criado, e estava sangrando. Apesar disso, não me dei por vencida. Aquele cara era forte -  extremamente forte, por sinal. Não era só uma montanha de músculos que se prendia somente a seus instintos de combate primitivos, ele realmente parecia ter algo a mais. Estava apenas brincando comigo, como se não me visse como nada mais do que um verme a ser esmagado pela sua força avassaladora. Porém, me levantei. Ofegante por conta da violência do golpe anterior mas concentrando o chakra por mais uma vez, estava pronta para ativar minha carta na manga - A última coisa que me restava a fazer, recorrer a transformação inerte de meu clã, o Senninka completo.

— "Eu não tenho opção se não fazer isso, esse cara vai acabar me matando se eu não fizer nada a respeito. Vou mostrar pra ele do que nós, os Jugo, somos feitos. Se não dá pra vencer de maneira  justa, então acho que eu vou ter que apelar para a minha forma mais poderosa..." — Pensei, concentrando o chakra por todo o corpo. Era aquele momento, ou nunca mais. Afinal de contas, aquela poderia ser a última vez que veria a luz do dia, afinal de contas.

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— Era um último recurso extremamente arriscado, mas necessário, a julgar pela situação. De um momento para o outro, todo o meu corpo foi tomado por uma pigmento acinzentado, que pouco a pouco o modificava. Abrindo um sorriso no rosto de ponta a ponta, Astaroth poderia observar a transformação brusca de meu corpo. Toda a pele se enrijecia como placas de aço, criando garras amedrontadoras e levemente aumentando o tamanho. Além disso, os olhos se tornavam completamente negros - Bem como as pupilas brilhavam e o cabelo cresciam de maneira considerável. Um par de chifres recurvos para trás também se criava nas laterais da cabeça, sendo dois pares do mesmo. Todo o corpo estava revestido pelo chakra natural inato dos Jugo, a transformação completa do Senninka enfim surgia. Cerrando os punhos e avançando com toda a minha força e velocidade, que haviam sido aumentados de maneira drástica. Astaroth parecia admirar o que havia acabado de presenciar, mas sabia que era um combate. Por conta disso, levantou sua guarda quase que imediatamente e cruzou os braços na forma de um X, para defender-se do golpe direto que ali se sucederia.

— "Segura essa!" — Exclamei.

O Tom de voz estava distorcido, soava como um verdadeiro demônio. Concentrando o chakra no punho direito e gerando raios a partir do mesmo, enfim havia percebido que também obtive um certo domínio sobre a natureza dos relâmpagos, sendo capaz de mantê-la ativa junto ao Senninka. O punho eletrizado então foi de encontro direto com a defesa erguida pelo suposto filho do Demônio, gerando um grande impacto seguido por uma explosão elétrica que ecoou por todo o local, provando a diferença de minha força como uma pessoa normal e no modo berserk do Senninka. O poder do golpe foi suficiente para fazer Astaroth ser arremessado a vários metros, destruindo árvores em seu caminho antes de se chocar com uma rocha. Ferido e ofegante, ele ainda parecia alegre, no entanto. Rapidamente se recuperou do impacto e baixou a guarda, gargalhando. Talvez fosse uma das poucas vezes que ele teve a oportunidade de encontrar um oponente a sua altura, afinal de contas.

— "Mas o que é isso? Eu nunca vi um humano capaz de se transformar em algo assim. Este chakra...Esta forma...Você é como nós! Não há necessidade de lutarmos, eu sei...Você está confusa, mas creio que no fundo da sua alma, você saiba quem sou eu de verdade. Vamos resolver isso, venha comigo, garota!" — Ele oferecia sua mão, como se houvesse encontrado um irmão.

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— Aquilo fez-me rir durante alguns instantes, antes que eu enfim moldasse uma espécie de canhão a partir de minha boca, concentrando uma grande quantidade de chakra, disparando relâmpagos concentrados na direção de Astaroth, que por pouco não fora atingido pela enxurrada elétrica. Apesar disso, desta vez ele parecia não ter vontade de contra-atacar. Ao invés disso, manteve-se na mesma posição, ainda oferecendo sua mão. Apesar de ter obtido o domínios dos raios durante tal batalha, ainda sim...Não conseguia escapar dos efeitos da insanidade do Senninka. Sentia todos os meus músculos tremularem por conta da pressão imposta, efetivamente me obrigando a desativar a transformação sábia do clã Juugo. Retornando a minha forma humana original enquanto mantinha os olhares fixos naquele que se dizia um demônio. Com o semblante sério, questionava-o.

— "Me diga de uma vez quais são suas intenções, criatura. Se você não veio até aqui para lutar, então por que ainda permanece? Se não houver nada para ser feito, é melhor que saia daqui logo antes que eu perca a paciência de uma vez. Não é necessário resolver tudo pela violência, mas você está pedindo por isso..." — Ditei.

— "Não seja boba, mulher." — Ele riu, materializando um pergaminho em sua mão e o deslacrando, então o jogando no chão. — "Eu sou um Demônio da Podridão. Fazemos parte de um outro plano, e por você ter me impressionado, creio que não seja problema oferecer a nossa ajuda a ti com o pacto de sangue de nossa raça. Eu não sou o único desta família, meus irmãos e pais...Todos estão no aguardo. Basta escrever seu nome naquele espaço em branco com o seu sangue..." — Finalizou, apontando.

Então aquele era o segredo que a velha tentava esconder de nós a tanto tempo? Seu nome ainda estava presente na lista mostrada pelo demônio, então não havia como ser mentira. De qualquer forma, eu não possuía muitas opções, além de que um pacto de sangue é algo raríssimo, ainda mais com criaturas tão...Incomuns. Me aproximei do pergaminho, mordendo a ponta do dedão direito, então levando-o ao espaço em branco indicado por Astaroth, a fim de colocar meu nome e firmar o pacto de sangue de uma vez por todas. Com calma e sem desviar os olhares, escrevia meu nome completo no local, sendo que o demônio parecia ter entendido de onde eu tinha pego aquele livre, mas nada comentou. Quando enfim estivesse terminado o firmar de laços com a espécie do plano demoníaco, levantaria meu rosto e fixaria os olhares no filho de Fujo, aguardando por uma resposta

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— Astaroth, após perceber que eu já havia finalizado a escrita sangrenta no papiro, tomou-o de volta para si. Após utilizar-se de um fuinjutsu para selar o pergaminho por mais uma vez, o fez simplesmente desaparecer em meio ao ar, provavelmente o enviando de volta para o local onde o próprio demônio vive. Achei no mínimo estranho que alguém como aquele meio-homem oferecera sua mão a mim por simples e puro interesse após ter se admirado com minhas habilidades em combate. Minha mãe já tinha um histórico com tais criaturas, então isso provavelmente contribuiu para que pudéssemos firmar o pacto mais rapidamente. Estalando os dedos, criei algumas fagulhas elétricas, verificando se ainda possuía energia para retornar a Kumogakure ou se eu deveria permanecer por aqui mesmo. Os raios, apesar de serem inofensivos e extremamente pequenos, ainda sim me davam um boa noção não só da minha reserva de energia - Como também do domínio sobre a natureza elemental da eletricidade, agora quase tão natural quanto respirar.

— "Você também deve saber dos selos necessários para realizar o Kuchyiose no Jutsu. Agora que você possui um pacto com nosso povo, poderá realizar os selos e invocar nossos representantes. Quando houver uma boa batalha onde sua força não for o suficiente para acabar com o inimigo, faça o favor de nos chamar. Se há algo que gostamos mais do que a própria carnificina, é o próprio combate. Toa a nossa família viveu eras e eras, passamos por incontáveis batalhas...Não subestime nossa força, mocinha." — Astaroth disse, bufando.

Após isso, o demônio deu uma leve risada, antes de desaparecer em uma nuvem de fumaça, desta vez branca. Observava seu desaparecimento com atenção, bem como meus arredores. Após a nuvem se dissipar, nada podia fazer além de jogar olhares aos céus, contemplando a magnífica vista que se fazia acima de mim. Os céus alaranjados indicavam que a tarde estava chegando ao fim e que logo mais a escuridão da gélida noite cairia sobre todos nós. Suspirando - Dei as costas para a belíssima floresta onde me encontrava no momento, a fim de retornar para a grande vila do relâmpago. Estava satisfeita com os resultados obtidos naquele dia - Não apenas obtendo o domínio sobre os raios da natureza elétrica, como também firmando laços com criaturas que nunca pensei que realmente pudessem existir neste mundo. É como dizem: A vida é uma grande caixinha de surpresas, afinal de contas. Agora me restava saber o que o destino me guardava...Claro, além de sucesso.

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— Talvez eu simplesmente estivesse caindo em armadilha, afinal de contas, Astaroth é um demônio, e estas coisas não são retratadas como seres de confiança ou bondade nas histórias em que aparecem, e sim espíritos malignos que anseiam por destruição e carnificina. De qualquer forma - Não era hora de questionar, e sim de seguir em frente. Deixando a pequena floresta para trás, agora me encontrava completamente irradiada pelos últimos raios de sol que se faziam resplandecente nos céus limpos do País do Relâmpago, enquanto meus passos se direcionavam a estrada principal que levava aos portões de Kumogakure no Sato, para que eu enfim pudesse retornar a minha tão amada casa. As primeiras estrelas já brilhavam aos céus, e eu sentia que meu corpo a qualquer momento poderia simplesmente desmoronar de cansaço, então deveria me apressar para chegar a tempo antes que eu simplesmente colapsasse no chão como um saco de batatas murchas.

— "Não importa quem eles sejam, se agora fazem parte de meu arsenal, é apenas mais um passo para que eu me torne ainda mais forte.  Vou dar uma boa descansada quando chegar em casa e me preparar para o próximo passo. Este é apenas o começo, afinal de contas. Não vou permitir que eu mesma fique para trás dos outros, sou destinada a grandeza!" — Pensava, em meio aos passos.

Abrindo um leve sorriso no rosto, por mais uma vez criava diversas fagulhas elétricas ao redor de meus braços, uma manipulação simples que eu manteria até que enfim alcançasse Kumogakure no Sato. Cerrando os punhos e arremessando os raios criados para cima, corria cada vez mais rápido em direção aos portões da vila oculta do relâmpago. Um misto de alegria e fadiga extrema, mas eu ao menos sabia que agora estava em casa.

— "Os próximos dias que me aguardam serão muito mais produtivos do que este. Vou fazer de tudo para alcançar aquilo que almejo, nem que para isso eu tenha que pagar o mais alto dos preços. Não aceitarei ficar em segundo lugar, eu nunca me perdoaria por perder uma única luta. Devo me manter acima de tudo e todos, independente do que me aguarde no futuro." — Finalizei o pensamento, sorrindo.

Após isso, enfim cruzava os portões do vilarejo o qual vivia, a fim de alcançar minha casa. Aquele seria um dia para ser lembrado por muito tempo...O início de uma jornada épica - De uma história que se tornaria lenda, após tantos anos. O mundo saberia meu nome e meus feitos. Quando não houvesse mais ninguém para eu enfrentar, talvez...Eu pudesse enfim considerar que havia cumprido minha missão.

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— Talvez eu realmente estivesse cega por poder, alheia a verdade que ainda se esconde no mundo. Mas mesmo que minha visão fosse de túnel e tudo o que eu buscasse fosse para nada além de um sonho egoísta e mesquinho, contanto que eu estivesse feliz, pouco me importava o que se ocorria nos arredores. Com passos elegantes e relativamente lentos para evitar uma fadiga adicional desce que alcancei os portões de Kumogakure pro mais uma vez, imediatamente me direcionei a minha própria moradia, a fim de descansar. Passava por multidões inteiras que se divertiam nas ruas da capital do relâmpago, enquanto eu só queria um pouco de silêncio, pensando em meu próprio futuro. Sob forte vigia dos shinobis guardiões do local, ultrapassei diversos bairros e quando enfim alcancei minha casa, destranquei sua porta e adentrei-a quase como uma verdadeira zumbi. os olhos cansados eram seguidos por diversos bocejos, e ali tudo o que eu mais queria era apagar de uma vez.

— "Finalmente, em casa. Mas que droga, acho que usei muito mais energia do que o planejado. Não consigo nem concentrar meu chakra corretamente no estado em que me encontro, melhor eu me preparar para dormir logo antes que eu acabe desmaiando por aqui mesmo. Sinto todos os meus músculos se contraírem, meu sangue deve estar fervendo. É isso que dá ir além do planejado sem nenhuma preparação prévia..." — Ditava a mim mesma.

Trancando a porta logo após dar entrada na casa, imediatamente me direcionei ao banheiro, para tomar um bom banho de água quente. Após finalizado - Troquei as roupas e desci as escadas para preparar um pouco de comida, afinal de contas, fiquei o dia inteiro fora sem me alimentar uma única vez até então. Me colocando à mesa e finalizando o jantar, esperei um pouco antes de finalmente ir até o quarto e me jogar na cama, espreguiçando de maneira bastante desleixada. Me cobrindo com os lençóis que ali se encontravam próximas, pouco a pouco fechava os olhos.

— "Finalmente, um pouco de sono. Mas é melhor eu limpar minha mente antes de qualquer coisa, ou a cara daquela coisa vai ficar na minha cabeça por um bom tempo. Ah...Mas quem liga? É melhor eu só...Dormir de uma vez. Se eu ficar simplesmente pensando nessas coisas e me desconcentrar, é capaz até de eu perder o sono...Enfim, me pergunto: O que será que  o dia de amanhã me guarda? Heh...Como eu posso saber?" — Disse, enfim fechando os olhos e pouco depois, adormecendo.

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