Angell Hyuuga Hattori
[ HP: 3500/3500 | CH: 10300/10300 | CN: 000/400 | ST: 00/22 ]
[ Byakugou no In: 500/500 | Byakugou no Jutsu: 00/08 ]
[ Hachibi: 5000/5000 ]
Já fazia meses que a azulada não ouvia o cantarolar tragedista, debochado e provocador de Gyuuki, mas continuava passando dias inteiros enfurnada na floresta que circunda a Folha, na companhia apenas dele próprio e de quem mais conseguisse lhe encontrar por ali quando lhe procurava por qualquer motivo que fosse. Não treinava mais; descansava de seus traumas de guerra e de sua vida ninja de um pouco mais de dez anos antes e se perguntava até quando aqueles tempos de paz se perpetuariam. Não que quisesse que os ditos cujos acabassem... mas sabia que isso seria inevitável. E, às vezes, perguntava-se se não estava se tornando verdadeiramente negligente ao nem mesmo realizar missões mais básicas em nome de sua vila.
Naquele dia em especial, não saiu para a floresta assim que acordou. Na verdade, sequer saiu; ao se levantar, buscou a caixa dos pergaminhos misteriosos no porão da casa de sua mãe, para realocá-la bem no meio da sala de estar antes de abri-la e começar a procurar por algum título suficientemente sugestivo dentre os dos pergaminhos que nunca tinha desenrolado – como era o caso dos títulos “Benéfica Natureza” e “Maléfica Natureza” –, já sabendo, mesmo também não se lembrando de como, identificar ao menos o tipo de conteúdo que poderia esperar de cada pergaminho pelos próprios. Lembrava-se apenas do fato de seu pai ter sido um Sarutobi, assim como Kaden, mas imaginava que só isso já seria mais que suficiente para lhe motivar a procurar por informações acerca de uma das habilidades que sabia que o hokage tinha, mas não conseguia se lembrar de ter flagrado seu pai utilizando. Dizemos... pelo que ela deduzia, aquela caixa tinha sido deixada para si própria por seus pais, que escreveram nos pergaminhos sobre várias artimanhas ninja a que tiveram acesso ao longo de anos. Então quem sabe, se aquela habilidade de Kaden fosse inerente ao clã a que tanto ele quanto Shion pertenciam, algum pergaminho de seu pai pudesse conter dados proveitosos sobre a mesma...
“Que mal lhe pergunte...”, Gyuuki se manifestou de súbito. “o que, exatamente, você está procurando aí, hã?”
“Quero alguma informação sobre teletransporte.”, ela respondeu.
“Teletransporte? Mas só o Kaden tem essa habilidade?”
“Não. ...quero dizer, acho que não.”
“Acha?”
“É que eu tenho a sensação de já ter conhecido outros ninjas que utilizavam as mesmas preparações que ele para técnicas desse tipo, mas não consigo me lembrar de nenhuma nuance em comum entre ele e esses outros ninjas.”
“Você ao menos se lembra de quem eram?”
“Então... não também.”
“Então como você sabe o que procurar, hã?”
“Não é que eu saiba exatamente... Consigo entender que o teletransporte de Kaden não tem as mesmas características do teletransporte de Tobirama, por exemplo; desses dois eu me lembro bem e, por isso, consigo fazer aqui e agora uma interpretação rápida que prova que não se tratam do mesmo tipo de habilidade. Mas o teletransporte desses tais outros ninjas... eu tenho certeza de que era idêntico ao de Kaden... por mais que eu não possa me lembrar deles com precisão.”
“Você ainda não respondeu a minha pergunta.”
“O que eu quero dizer é que... sim, eu sei o que estou procurando: informações sobre o teletransporte que Kaden utiliza.”
“Mas você está se baseando em sensações -...”
– É a caixa de pergaminhos do seu pai? – Katsura parecia surpresa. – Há quanto tempo você a consulta?
A azulada se virou rapidamente, deparando-se com sua mãe parada no final do corredor que ligava a sala de estar aos demais cômodos do térreo da casa.
– ...do meu pai? – ela rebateu.
– Você não se lembra? – Katsura tornou, – Eu jurava que tinha te contado essa história uma vez... – e começou a se aproximar da azulada, – mas posso contar de novo. – até se sentar ao lado direito dela, diante da caixa dos pergaminhos misteriosos. – Quando nós éramos jovens, vivíamos competindo para ver quem era mais forte. Ainda estávamos no comecinho de nossas carreiras ninja, então acreditávamos que dominar muitas técnicas era mais importante que saber utilizar umas poucas delas com maestria. (Ah!, péssimos tempos!) Mas, bem, isso acabou nos levando a algum lugar: quando estávamos para nos casar e começamos a pensar em filhos, decidimos escrever nosso conhecimento sobre essas técnicas que tentamos dominar na juventude em pergaminhos e juntá-los em uma caixa para repassá-los todos de uma vez aos nossos pequeninos ninjas; mesmo que eles seguissem caminhos diferentes entre si e de nós mesmos, alguma coisa devia poder ser aproveitada, não?, já que tínhamos tentado realmente muita coisa quando jovens. Mas eu sempre fui mais prática do que teórica... então, no fim, só quem conseguiu escrever os pergaminhos foi o seu pai. E você vê como o destino sempre se encarrega de colocar tudo no devido lugar?, enquanto o seu irmão não suportava ler e tinha mais talento para o taijutsu, você adora ler e tem mais talento para o ninjutsu. Ele treinava muito comigo, e você aprende muito com as memórias do seu pai.
Angell chegou a sorrir, por mais que não se lembrasse de já ter ouvido qualquer uma das palavras de sua mãe em algum momento anterior. Tentou mensurar quanto seu pai devia estar orgulhoso dele próprio por ter guiado, mesmo que indiretamente, uma das grandes heroínas do mundo ninja da atualidade. ...e de repente percebeu que nunca tinha sequer pensado em perguntar à sua mãe sobre as habilidades dele.
– Mãe. – ela chamou. – O papai podia se teletransportar?
“But it’s the only thing that I have.”