O dia amanhecia por todo o mundo ninja, o inverno agora já tinha feito grandes mudanças por todos os lugares, os animais hibernam escondidos em cavernas e alguns se arrependem por sua preguiça, mesmo ainda estando bem gélido o ar, talvez fosse o dia mais quente do inverno até agora, chegando por volta dos 12°C, aqueles cristais de neve já não estavam dominando alguns lugares, mas mesmo assim nuvens cinzentas se formavam por todo o céu.
Aproveitando que não tinha mais tanta neve por toda Kumo, fui dar uma passada nos campos de treinamento para melhorar um pouco o domínio das minhas sombras, então assim o fiz. Após alguns minutos treinando, podendo fazer intervalos menores agora que minha resistência havia mudado, estava pensando sobre a história do clã novamente, mas desta vez um pouco mais da história de minha família, então passei alguns minutos lembrando e me veio à memória de quando aprendi o jutsu das sombras, naquele dia…

Oito anos atrás…

Era verão, o Sol brilhava com toda a sua intensidade pelo mundo devido às poucas nuvens espalhadas naquele céu azulado, as folhas das cerejeiras que deixavam uma cor rosa voando por todo o mundo, um dia belo, pássaros cantando para seus filhotes e as flores amarelas por todo aquele campo faziam a verdadeira cor da natureza.
Meu pai estava me levando para uma viagem, minha mãe não poderia ir com alguns assuntos do seu trabalho de escritora, então eu e meu pai fomos andando até um lugar um pouco mais distante do país do relâmpago. O caminho foi tranquilo, só foi demorado pra chegar lá, estava ansioso, ir a uma viagem com o meu pai não ocorria com tanta frequência ainda mais para tão longe, levei aquele livro de ciência comigo porque iria ler ele um pouco quando a gente chegasse lá, eu precisa ler ele inteiro, essa vontade crescia dentro de mim então não podia deixar ele largado lá em casa, passamos por algumas cerejeiras no caminho, aquelas flores rosas eram hipnotizantes misturado com o próprio verde das árvores perto dela fazia uma junção de cores muito bonita. Após uma hora de caminhada, finalmente chegamos no lugar, as flores ficavam cada vez mais amareladas conforme nos aproximavamos do local, a quantidade de árvores crescia com o passar do tempo, até formar uma floresta densa mas com um caminho completamente livre de obstáculos para pessoas poderem atravessar livremente, uma construção era possível de se contemplar de longe assumindo a forma de uma torre e chegando perto dessa torre, um enorme campo com uma escadaria levando a esta torre alta, algumas escrituras estavam escritas em pedras em alguns kanjis que talvez eu ainda não conhecia - Bem vindo de volta filho! Foi tudo bem na viagem? - Era um senhor de idade, usava um kimono laranja, me lembrava um pouco o meu pai - Opa, fui tudo tranquilo sim, esse pequeno aqui é o Dazai - Bom talvez porque ele fosse o pai do meu pai, nunca tinha falado com o meu avô antes, provavelmente porque é uma hora de pura caminhada para vir até aqui - Ah deixa disso, claro que eu me lembro dele! Eu sou o vovô Hiashi, talvez você não se lembre de mim porque era bem pequenininho - O que ele falava é verdade, não tinha memórias dele antes de ir para esse templo, talvez porque eu era muito pequeno ou ele não ia para casa muito frequentemente - Oi senhor Hiashi… - Disse um pouco tímido, até porque para mim era um completo estranho, ele dá um sorriso e chama a gente para dentro do templo. Lá dentro, estava infestado de estátuas do buda, algumas maiores e outras menores, diversas pessoas andavam pelo templo também, algumas vestidas com um rakusu laranja e outras com kimonos mais grossos com um chapéu de palha e bambu cônico em suas cabeças, algumas destas pessoas estavam reverenciando umas das estátuas do buda, outras orando para o mesmo em uma espécie de altar com várias e várias mãos ao redor da estátua, toda aquela ambientação era muito estranha para mim que estava acostumado com aquela região montanhosa de Kumo, meu pai segurava minha mão e andava atrás do vovô, seguindo ele para onde quer que ele vá. Entramos em uma sala, talvez o quarto do Hiashi, lá tinha uma mesinha , uma cama, estante e outras coisas que normalmente ficam em um quarto normal, ele se senta no tatame do quarto e provavelmente espera a gente se acomodar também, e assim meu pai se senta e eu fico do lado dele - Bom, primeiramente me desculpem por não estar presente na infância do Dazai, administrar este templo não é algo fácil, mas vou ser direto ao ponto, agora que ele possui a idade mínima da academia, já pode aprender a técnica do nosso clã, não acha? Meu pai no começo pareceu não gostar muito da ideia, mas disse em seguida - Não concordo muito com essa ideia, mesmo todo mundo do clã tendo aprendido o Kagemane no Jutsu muito cedo, ele não precisa seguir esta regra - Nunca tinha ouvido falar desta técnica, na época não sabia o nome dela, apenas a imagem de meu pai usando este jutsu algumas vezes, então estava meio confuso em relação a isso, mas a ciência me fez um favor naquela hora, sendo sincero eu não queria aprender esse jutsu, ainda não tinha ideia da importância dos ninjas e tudo mais, queria viver uma vida pacífica com uma grande família, então eu estava tendendo a não querer aprender a técnica, mas aquele livro abriu toda a minha curiosidade para o mundo e dentre todas as coisas que habitam na ciência o próprio chakra, e foi aí que eu decidi virar um ninja - Vovô, por favor me ensine essa técnica! - Estava cheio de medo camuflado de vontade e determinação, ainda não sabia ao certo que futuro eu queria para mim, mas algo no fundo do meu coração dizia isso para mim, seguir em frente rumo a esta vida de ninja, meu pai parecia surpreso com a resposta mas deu um sorriso para me apoiar, meu vô estava orgulhoso com a minha resposta, e eu só confuso mesmo e foi nesse dia que eu aprendi a controlar as sombras e o que queria para a mim, a ciência fez a minha ser o que é hoje, não só construindo todo o universo mas abrindo essa porta da curiosidade que fez eu me tornar o ninja que sou hoje, eu quero crescer com ela, descobrir cada vez mais e mais que ela consiga me oferecer, mesmo que para mim esteja nublado para a ciência é só uma nuvenzinha.

Nos dias atuais…

Estava sentado no chão dando uma pausa após treinar um pouco do meu ninjutsu, minha mãe tinha feito uma marmitinha para eu comer durante o treino e não morrer de fome, estava pensando nesta lembrança e no que a ciência é para mim, eu enxergo ela como uma direção, algo que consegue me guiar para onde quer que eu vá, isso foi assim com eu descobrindo sobre os dragões que habitam o mundo e tudo que eu sei hoje é graças a ela, claro que meu pai e mãe sempre me auxiliam muito e eu amo muito eles do fundo do meu coração, a ciência não é uma pessoa, é a minha bússola do destino que vai para sempre me guiar mesmo quando eu não souber onde ir e todos aqueles que me apoiam são os que me empurram para esta direção que a ciência aponta, acho que isso é o que eu sinto em relação a tudo isso.

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