[Filler de Timeskip] Primeiras Notoriedades

Angell Hyuuga Hattori
[ HP: 3500/3500 | CH: 9700/9700 | CN: 000/400 | ST: 00/22 ]
[ Byakugou no In: 500/500 | Souzou Saisei: 00/08 ]
[ Hachibi: 5000/5000 ]

Não era como se Angell não gostasse daquele clima mais descontraído – apesar de quase cômico –, porém, na primeira oportunidade que encontrou, se afastou não só dos Hattori e de Opus, mas também do castelo. Caminhou cabisbaixa e em silêncio pelos jardins, até alcançar o coreto em que, meses antes, tinha recebido influência do chakra de Okina em seus olhos. Sentou-se na mesmíssima cadeira daquela outra ocasião e se debruçou sobre a mesa, fechando seus olhos e suspirando baixinho. Lembrou-se de quando – e de como – executava todo o plano de seu pai para se infiltrar, junto dele e de sua correspondente, no Chuunin Shiken promovido por Nazjatar, e constatou que já era a segunda vez em que perdia pessoas tão importantes para si própria logo depois de ter assumido uma postura brincalhona. Não sabia se podia – ou se devia – acreditar em maldições, mas parecia que era o caso; sua seriedade não lhe trazia tantos problemas assim.

De qualquer forma... agora seu irmãozinho também estava morto. E, pensando nisso – e em como todos os seus maiores esforços para tentar trazê-lo de volta à vida não tinham chegado nem mesmo perto de funcionar –, Angell finalmente começou a derramar todas as lágrimas que havia contido durante o funeral dele e até durante o Chuunin Shiken que o matou. Por que não tinha conseguido protegê-lo? Por que sequer sabia que precisaria se juntar a ele para poder protegê-lo? Por que imaginou que só investigar Nazjatar, Lady L e o Chuunin Shiken seria o bastante? Se tivesse sido um pouquinho menos descuidada, quem sabe não tivesse sido capaz de evitar – ou talvez até efetivamente remediar – tudo que fizeram de mal a seu irmãozinho.

– Angell. – mas o hachibi a chamou de repente.

– Hm? – e ela se atentou a ele.

– Você está agindo igual ao seu pai.

– ...como assim?

– Se martirizando por um acontecimento que nem foi culpa sua. E não adianta nada você querer que ele não faça isso se você mesma faz.

– Como não teria sido minha culpa?

– Você não tinha como saber. Ou tinha e não me repassou?

– ...não tinha.

– Foi o que eu pensei.

Angell levantou um pouco sua cabeça, repousando-a pelo queixo sobre seus antebraços. Deu uma olhadela rápida de volta para o castelo, depois deixou seus olhos correrem por aqueles jardins apaziguantes ao seu redor.

– Você acha que ele está em paz agora? – ela tornou.

– Sinceramente? – e Gyuuki rebateu. – Não. Não enquanto ele souber que as pessoas que ele ama sofreram e continuam sofrendo pela morte dele.

– Como não sofrer?

– Não é questão de não sofrer; é questão de não se lembrar dele em sofrimento por causa da morte, mas em alegria por causa dos bons momentos que vocês passaram juntos e das boas lembranças que ele deixou para vocês.

Ela suspirou baixinho outra vez. Havia sentido no que Gyuuki lhe dizia – principalmente porque, mesmo depois de mortos, tantos de seus conhecidos, sobretudo de sua família, continuavam sempre se manifestando a si de alguma forma, provando-lhe que, sim, eles ainda podiam estar presentes em sua vida; então, observar-lhe e ouvir-lhe, sentir tão de pertinho tudo que ela queria transmitir, encontrar sentido no que ela fazia e entender os sentimentos que ela demonstrava não seria nada extraordinário até mesmo para Ayako. Mas ainda era doloroso pensar nele.

...quase tão doloroso quanto não saber mais se a mensagem que Lilith havia deixado aos Hattori com o sangue de Okina era para seu pai ou para si própria. Dizemos, aos poucos, a azulada começava a ter a mesma sina, a carregar o mesmo fardo de Shion – coisa que, diga-se de passagem, lhe fez, minutos antes, se martirizar por algo que não era sua culpa, como ele sempre fazia. Mas até nisso Gyuuki tinha razão; se ela repreendia Shion por ser tão injusto consigo mesmo, não poderia sucumbir igualmente.

Àquela altura, Everything e Floco de Neve já chegavam ao coreto, claramente curiosos e preocupados com a azulada. Como de costume, eles se colocaram um de cada lado dela e começaram a se esfregar nas pernas dela, pedindo e dando carinho ao mesmo tempo, além, claro, de tentarem chamar a atenção. Ela esboçou um de seus sorrisos pequenos e contidos – porém, ainda assim, um sorriso... finalmente. Acariciou o topo da cabeça dos dois lobinhos, levantou-se e foi voltando para o castelo.

“But it’s the only thing that I have.”

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