[Cena – Solo] Wakai kōho-sha

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[Cena – Solo] Wakai kōho-sha
[Cena – Solo] Wakai kōho-sha

Narumi

Genin

Qui 3 Dez - 18:52

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

Era óbvio que quando Narumi optara por se tornar uma kunoichi de Uzushio tinha em mente grandes realizações. A morena esperava ser alguém com grandes responsabilidades desde o princípio. Queria ter de lidar com situações onde poderia expor seu valor e inteligência, porém, jamais teria imaginado que antes de atingir o reconhecimento, teria de passar por coisas tão básicas quanto a que lhe aguardava naquele dia. Por mais que sua mente estivesse preocupada com o chunnin shiken que em breve ocorreria, teria de deixar em segundo plano e atrasar seus preparativos para lidar com a tarefa que lhe fora designada: servir de babá aos aspirantes a ninjas da academia.

Os lábios da menina se contorciam apenas com a imaginação de ter que passar um dia inteiro observando aquelas pequenas criaturinhas e se dispor a ajudar caso fosse necessário. Narumi não era hipócrita ao ponto de dizer que não conseguiria suportar ou que não seria prestativa com as crianças, porém estar na academia novamente fazia com que lembranças antigas lhe assolassem e nem sempre eram boas recordações. Um breve suspiro lhe partira do peito enquanto se dava por conformada e ajeitava a bandana com o símbolo da vila sobre sua cintura. Os olhos deram uma última passada no espelho para que a mesma pudesse se espiar e enfim seguiu seu caminho pelas ruas do vilarejo com seu destino em mente.

Narumi passara boa parte do caminho focada em determinar mentalmente suas estratégias para realizar aquela missão com êxito. Aquele era o tipo de hábito que a Hyuga havia aderido para manter a mente sempre ocupada para não ter de lidar com seus fantasmas pessoais, porém vez e outra os olhos vigiavam ao seu redor se certificando de que estava sozinha, afinal de contas, aquela estranha sensação de estar sendo seguida ainda era uma amiga inseparável. Em breve teria de se livrar daquilo ou no futuro poderia ter sérios problemas. Seus passos eram dados com cautela, em alguns momentos o ritmo era aumentado, principalmente quando a sensação de perseguição crescia e apenas fora findado quando finalmente a mesma alcaçara a academia ninja.

Aquele lugar continuava o mesmo.

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NINJUSTSU 2+1	FORÇA 1
GENJUTSU 0	VELOCIDADE 2
TAIJUTSU 2+1	STAMINA 0
INTELIGÊNCIA 2	SELOS 0

Qualidades:
Grande Controle de Chakra (0)
Tipo: Inato.
Descrição: Alguns personagens demonstram uma capacidade inata de gerar o chakra sem gastá-lo exageradamente, eles apresentam isto desde a academia e muitos associam isto a inteligência de uma pessoa, mas não tem, necessariamente, uma ligação.
Bonificações¹: Redução de todos os consumos de Chakra em 25%; arredonda-se em números quebrados para o maior valor.

Inteligência Aguçada (2)
Tipo: Inato.
Descrição: Alguns personagens são considerados verdadeiros gênios em seus respectivos campos, mas somente aqueles com cérebros anormais podem ser realmente chamados assim. Eles possuem uma inteligência avantajada perante os outros e por isso conseguem realizar feitos incríveis usando somente a mente.
Bonificações: Acréscimo de 1 Ponto em Inteligência, 1 Ponto em Rastreamento, 1 Ponto em Encobrimento & capacidade de criar ou descobrir uma armadilha a mais que o limite.

Habilidade em Ninjutsu (2)
Tipo: Inato.
Descrição: Diversos personagens apresentam desde o começo de suas atividades shinobis uma enorme facilidade em um determinado estilo, estes por sua vez aprendem com mais facilidade e também desenvolvem seus poderes mais rapidamente.
Bonificações: Acréscimo de 1 Ponto em Ninjutsu & redução de dez pontos de chakra em qualquer ninjutsu que utilize chakra puro (exclui-se então elementais).

Habilidade em Taijutsu (0)
Tipo: Inato.
Descrição: Diversos personagens apresentam desde o começo de suas atividades shinobis uma enorme facilidade em um determinado estilo, estes por sua vez aprendem com mais facilidade e também desenvolvem seus poderes mais rapidamente.
Bonificações: Acréscimo de 1 Ponto em Taijutsu & redução dos custos de taijutsu* que envolvam chakra em vinte pontos.

Defeitos:

Estresse Pós-Traumático (3)
Tipo: Superável.
Descrição: Por culpa de algum tipo de acidente ou incidente causador de trauma, um personagem se vê em constantes lapsos mentais onde memórias das situações voltam à tona em sua mente deixando-os paralisados e em estado de pânico em alguns momentos.
Influências: A cada três turnos o personagem fica paralisado tendo lembranças traumáticas.

Fobia (1) [Entomofobia]
Tipo: Superável.
Descrição: Alguns personagens apresentam fobias diversas, isto é, um medo absurdo de alguma coisa, medo este que lhes causa paralisia e até mesmo crises de pânico, dependendo da intensidade. Inicialmente, um personagem poderá ter, no máximo, uma fobia, mas, ao longo da vida, pode-se desenvolver novas facilmente.
Influências: Quando em contato com o objeto da fobia, o personagem fica paralisado por 1 turno completo, e só poderá voltar a se mover se citar perfeitamente como enfrentou e venceu o medo naquele momento.

Ficha de Personagem :

https://www.narutorpgakatsuki.net/t74021-fp-narumi-hyuga#571131

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Narumi

Genin

Qui 3 Dez - 21:14

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

Narumi se encontrava parada a alguns metros de distância do portão de entrada para as dependências da academia. Seus olhos perambulavam pelo lugar enquanto aos poucos as lembranças começavam a inundar a mente. Obviamente fazia pouquíssimo tempo desde que a morena havia pisado ali como aluna, porém as memórias que lhe visitavam eram um pouco mais distantes. Conseguia recordar dos risos e burburinhos partindo de outras crianças quando a Hyuga chegava em seu primeiro ano e de fato era algo cruel. O preconceito e o medo dos outros por causa de sua diferença foram algo que deixara marcas profundas na ninja. Os braços momentaneamente se apertam em uma espécie de auto-abraço como se quisesse se reconfortar — ”Tudo bem, foi um momento complicado mas passamos por isso e você provou ser uma boa pessoa e que merecia respeito.” — Um suspiro brotava do peito enquanto se acalmava mentalmente, porém fora o suficiente para que a mesma estivesse tão distraída ao ponto de não captar uma aproximação, quando enfim se dera conta, uma mão já estava pousada sobre seu ombro esquerdo.

Em primeiro momento um frio percorreu a espinha da Hyuga, o coração disparara e seu instinto ordenava que a mesma devolvesse o ato inesperado com um golpe focado, porém felizmente fora interceptada antes que seu corpo agisse por si só — E não é que você veio mesmo… Quando disseram que mandariam Narumi Hyuga como reforço pra academia eu apostei alguns ryō que iria recusar.

A voz que soava em seus ouvidos era conhecida: Chouki. Naquele instante a musculatura do corpo da menina relaxou e a expressão de alívio tomou conta de seu rosto por alguns instantes enquanto a mesma erguia sutilmente os olhos por cima do ombro para poder ter o homem em seu campo de visão. — Chouki-sensei… — Brevemente a menina fizera uma reverência respeitosa que, por consequência do movimento de seu ombro induzirá que o mesmo parasse de lhe tocar. — Bem, agora que sou oficialmente uma genin de Uzushio, não posso me dar ao luxo de recusar tarefas. Por menor que seja, todos tem o seu valor e lamento que tenha perdido a sua "aposta” . — Um sorriso de canto lhe tomara os lábios enquanto o outro ninja apenas lhe dava de ombros concordando. Em um todo, Narumi não havia mentido em sua fala, porém o fato de ter parado em algo tão pequeno lhe incomodava, mas não poderia demonstrar isso ao sensei, afinal de contas, provavelmente um relatório seria feito a seu respeito e ter uma boa referência era importante. — Bom, a informação que me deram foi bem vaga, apenas me mandaram para cá dizendo que precisavam de ajuda com os estudantes. O que exatamente eu tenho que fazer?

A pergunta que a Hyuga fizera era genuína. Havia parado ali sem muitas informações aprofundadas e para que pudesse realmente fazer um bom trabalho alguém teria de lhe orientar. Ela esperava que as instruções partissem de Chouki. Ambos andavam lado a lado até o portão principal da Academia. Narumi na esquerda e o sensei à sua direita. — Olha, andamos tendo um certo problema com os espertinhos que querem matar aulas. Os pais mandam eles pra cá, mas acabam não entrando ou escapam no intervalo, se puder garantir que eles não escapem seria algo muito bom. Depois que todos estiverem em suas salas, se puder dar um pulo na minha, precisarei de um outro favor, mas te explico na hora. — Antes que Narumi pudesse falar qualquer coisa, o ninja partira para seus deveres deixando a menina sozinha.

Narumi engoliu a seco e ficou postada no portão observando as crianças começarem a se aproximar. Se era um guarda-costas e alguém que fizesse com que aqueles pirralhos entrassem que eles queriam, era exatamente isso que a Hyuga faria.

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Narumi

Genin

Sex 4 Dez - 1:36

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

Não tinha muito o que a Hyuga precisasse fazer em primeiro momento. Ela passara a maior parte do tempo parada ao lado do portão da academia dando breves sorrisos falsos para os estudantes que chegavam além de oferecer algumas informações de localização ao desajustados. — “Realmente, isso não é lá grande coisa…” — Em seus pensamentos era inevitável que a garota reclamasse de sua situação, afinal de contas, Narumi queria estar se aprimorando ou ao menos fazendo algo mais emocionante, algo que pudesse contar com prazer caso algum dia alguém lhe perguntasse sobre o início de sua jornada de kunoichi. Sutilmente a morena mordera o lábio inferior enquanto se dava por conformada.

Os braços se cruzaram sobre o peito enquanto se escorava no pequeno muro. Os olhos se mantinham atentos em cada um que se aproximava da academia e principalmente daqueles que entravam. Um, dois, três… dez crianças totalmente diferentes, cada uma deveria ter uma motivação diferente para estar ali e todas estavam aparentemente entusiasmadas. Onze, doze, treze… vinte uma com risos e conversas sobre até onde queriam chegar em suas vidas como ninjas, todas repletas de sonhos. Faziam com que Narumi se recordasse ainda mais de seus dias como aluna daquele lugar. Aparentemente quase todos já haviam chegado e a garota estava prestes a finalizar a contagem de “cabeças”. — “Vinte e dois, vinte e três, vinte e… Onde ele vai?” — Seu momento tranquilo fora bruscamente interrompido ao notar o fugitivo do dia. Um garotinho, cabelos escuros e que possivelmente não teria mais do que seus doze anos. Seu destino inicial obviamente era definido como a academia ninja, porém assim que os colegas que anteriormente lhe acompanhavam saíram correndo para ver “quem chegava primeiro”, sua rota mudara completamente de direção.

A sobrancelha direita da morena se arqueou, as costas perderam o apoio voltando a sua postura natural enquanto dava dois passos para frente. Sem pensar duas vezes, as veias do rosto se salientaram e logo a visão da garota se ampliara. O Byakugan estava ativo. Livre de obstáculos que fizessem com que Narumi perdesse o desertor de vista, a menina começara a acompanhá-lo mantendo uma distância de dois metros para que não fosse interceptada pelo mesmo. O menino caminhou dois quarteirões a noroeste da academia, aparentemente não tinha nenhum objetivo definido, Narumi estava pronta para acabar com aquela perda de tempo quando enfim o garoto parou em um dos becos. — ”Mas o que esse garoto está fazendo?” — A garota se manteve escondida na outra esquina apenas observando. O menino tirara de trás de algumas lata de lixo uma mochila, vestira outro casacos e trocara de touca. Narumi conseguira identificar duas garrafas de água e comida dentro da mochila. — “Ele vai fugir??”

Antes que pudesse ter tempo para confirmar os próximos passos do estudante, a Hyuga avançou pela rua em passadas rápidas e aproveitando de um momento de distração do garoto lhe agarrou o colarinho do agasalho. — Você deveria estar na academia, rapazinho. — O garoto se debateu algumas vezes tentando se desvencilhar das mãos de Narumi sem muito sucesso. — Me solta sua louca, me solta! Você não me conhece, não sabe quem eu sou! — Após soltar um suspiro, Narumi segurou o outro pelos dois ombros e o virou bruscamente para si fazendo com que o mesmo pudesse olhar para seus olhos. — E você com certeza não sabe quem eu sou, porém vai descobrir quando eu te entregar para o Chouki-sensei, seu espertinho. Por qual razão está matando aula quando deveria estar aprendendo alguma coisa?

O menino encarou Narumi por alguns instantes estranhando os olhos da menina. A Hyuga podia notar o desconforto do outro, coisa que para ela já havia se tornado natural, porém para que ele não se assustasse ainda mais, seus olhos voltaram ao seu estado mais comum. — Não é da sua conta… — Definitivamente o garoto se recusava a responder a pergunta feita pela outra e era nítido seu desapontamento, porém Narumi resolveu não insistir e apenas seguiu guiando o mesmo de volta para a academia. — Tudo bem, não quer me contar, vai acabar tendo que se explicar pra alguém pior. — Os olhos do garoto alcançaram os de Narumi por alguns minutos mas logo o mesmo voltou a fitar o chão enquanto caminhava repreendido.

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Narumi

Genin

Sex 4 Dez - 3:28

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

Alguns longos minutos foram perdidos no caminho de volta. Narumi não se atrevia a falar com o garoto, afinal de contas, apesar de ter lhe detido, não se obrigaria a invadir o espaço alheio. Se ele não queria conversar sobre os motivos que o levavam a querer fugir da academia, não iria obrigá-lo já que – no passado – ela mesma havia desejado fugir diversas vezes quando seus colegas de turma insistiam em lhe pregar peças ou fazer brincadeiras de mau gosto lhe colocando apelidos ofensivos. Um suspiro escapou pelos lábios vermelhos enquanto mais uma vez as lembranças lhe invadiam aos poucos.

O silêncio continuou imperando entre os por mais um bom tempo quando finalmente ambos chegaram no portão de entrada da academia. Narumi notou a relutância da criança em entrar no recinto e pode sentir um peso cair sobre o mesmo. Sua expressão vazia mudou e a dúvida se instalou em seu rosto. Antes de entregar o garoto para Chouki, ela se abaixou ficando na altura do garoto e sussurrou para que só ele escutasse. — O que acontece com você aqui pode ser superado, se seus amigos judiam de você prove que eles não podem fazer isso. Se acham que são melhores que você, prove o contrário disso, porém não fuja mais. — Ela não tinha certeza se o pequeno discurso motivacional serviria de algo ou se de fato encaixava no caso do garoto, porém sentira uma pontada de surpresa por parte do mesmo. Dando um leve tapa na cabeça do outro, Narumi indicou para que o mesmo partisse para dentro da sala.

Quando enfim havia cumprido com sua primeira tarefa, a Hyuga estava pronta para ter um descanso. Já conseguia imaginar a bela porção de lámen que teria como almoço e sua barriga reclamava ainda mais conforme se aprofundava no desejo. Dando de ombros a kunoichi seguiu pelo corredor rumando para a porta de saída quando fora interceptada no caminho. — Narumi-san! — A voz em si não lhe era estranha, mas em primeiro momento não fora capaz de dizer a quem pertencia. — Sim? — E então a morena se virara pra descobrir quem lhe chamava e com qual objetivo. Os olhos se depararam com uma moça, cabelos loiros e rosto corado, provavelmente devia ter a mesma idade que a Hyuga ou talvez um pouco mais velhas, mas no geral não parecia ser conhecida da mesma. Sem muita cerimônia, a outra puxara Narumi pelo braço esquerdo com muita pressa. Quase sem ter opção, a kunoichi se despedira mentalmente de seu lámen imaginário e não protestou enquanto era puxada. — Chouki precisa de você na sala, ele disse que você se dispôs a ajudá-lo, vamos rápido as crianças estão esperando!

Narumi contorcera os lábios, havia se esquecido daquela parte. Respirando fundo, a menina seguiu o caminho de volta com a desconhecida até parar defronte com a sala de aula onde Chouki aguardava do lado de fora. — Você deu um jeito naquele garoto em… Vai ter que me contar depois o que fez, Yukio hoje se tornou outro menino na sala. — Por um minuto a morena ficara envergonhada. Havia descoberto o nome do garoto que capturara e entendido que havia feito certo em ter dado o breve sermão misturado com encorajamento, mas em breve gostaria de saber o que de fato acontecia com ele. Dando de ombros, Narumi concordou enquanto a outra garota sumia tão rápido quanto havia aparecido. — Então, o que precisa de mim agora Chouki-sensei? Estava indo comer quando aquela moça me procurou. — Fora inevitável que uma careta de desgosto se formasse no rosto da menina, afinal de contas, a mesma estava com fome e provavelmente, se não comesse naquele momento, teria de esperar até o anoitecer. Se permanecesse com fome por muito tempo, seu humor seria drasticamente afetado.

Um riso escapara dos lábios do jōnin que pousara a destra sobre o ombro da garota pela segunda vez naquele dia. — Desculpe atrapalhar seu almoço, mas você vai ter que mostrar para aquelas crianças o que uma genin de verdade faz. Sabe como é né… Mostrar uns jutsus, frases de motivação e aí acabou. — Narumi não conteve o descontentamento e revirara os olhos. Não gostava de falar em público, não se dava tão bem com crianças menores e não sabia o que fazer de última hora. — Tudo bem, me dê uns minutos para pensar em algo então. — Sem dizer nada, o homem concordou e adentrou na sala. Narumi podia escutar ele anunciar que em breve uma convidada apareceria e o burburinho entre as crianças aumentara.

A Hyuga respirara fundo. O barulho vindo da sala de aula começava a lhe assustar e em sua cabeça começara a voltar no passado, para a sua época de estudante. Narumi se viu paralisada escorada na parede do lado de fora da sala de aula. Os burburinhos das crianças se transformaram nas vozes nítidas daqueles que um dia dividiram a sala com a menina e instantaneamente a morena se vira presa em seu passado.

— Flashback —

— Narumi fantasma, Narumi estranha! — As meninas cantarolando enquanto rodeavam em volta da garota no instante que Nala-sensei havia deixado a sala. Narumi se mantinha recolhida em silêncio enquanto os ouvidos absorviam a brincadeira de mal gosto. — Anda Narumi, não vai fazer nada? — Risos e mais risos partiam das outras crianças seguidos de mais brincadeiras e palavras cada vez mais pesadas. A Hyuga não conseguia dizer nada, sua voz nunca saia e apenas as lágrimas lhe escorriam — Olha só a Narumi está chorando! Que bebezinha! — Quanto mais era falado, mais as lágrimas caíam. Tudo que queria era que aquilo acabasse. Queria fugir.

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Narumi

Genin

Sex 4 Dez - 16:48

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

As vozes das crianças não saiam de sua cabeça. Quanto mais as lágrimas caiam, pior as brincadeiras ficavam e Narumi continuava sem reação alguma. Queria conseguir reagir, queria poder fazer algo para ajudar a si própria, mas a criança não conseguia, tinha a sensação de que se reagisse a qualquer uma das ações maldosas seria ainda pior do que aqueles que caçoavam de si. O soluço brotou do peito, a Hyuga estava pronta para explodir em mil pedacinhos quando uma voz diferente fora escutada no fundo de sua mente. — Ei, Narumi...Narumi, está aí?! — E a voz masculina começara a ficar ainda mais próxima e presente até que enfim a morena se vira livre das lembranças traumáticas.

Chouki estava parado encarando a kunoichi. Seu semblante era de confusão, afinal de contas, alguns minutos antes tudo estava normal e quando notara a demora da outra em aparecer na sala fora se certificar se tudo estava bem, porém se deparara com a morena paralisada soluçando do lado de fora. Após piscar algumas vezes e secar o rosto rapidamente, Narumi enfim se erguera engolindo seco antes de conseguir dizer qualquer coisa. — Me desculpe sensei, eu não sei o que aconteceu… — Era mentira. A Hyuga conhecia seu problema em lidar com o passado, porém custava em admitir. Não estava pronta. — Podemos ir logo com isso? Eu realmente estou com fome. — Ainda sem compreender o que havia acontecido com a genin, o homem concordou dando de ombros enquanto indicava para que a mesma entrasse na sala.

Ainda sentindo os resquícios do episódio anterior, Narumi adentrou da sala de aula. Como de costume, seus olhos percorreram o lugar criando um breve mapeamento mental enquanto conseguia identificar alguns rostos que haviam passado por si algumas horas antes na entrada. Um sorriso torto se formou nos lábios da Hyuga enquanto as crianças lhe encaravam com curiosidade, em especial o menino fugitivo. Novamente a kunoichi engolira a seco, não era fã de ter a atenção voltada para si, porém não havia para onde correr naquele momento. — Bem crianças, essa é a Narumi, alguns de vocês devem ter cruzado por ela hoje cedo. Ela é minha convidada hoje para contar um pouco para você sobre o que é ser uma ninja de Uzushio. — Ao finalizar, o rapaz dera vez para que a menina começasse com sua apresentação.

Por mais acanhada que Narumi estivesse, a menina tomara a frente da sala. Tentando imaginar que sua plateia estava ligeiramente reduzida, a menina conseguira fazer uma breve apresentação sobre si com sucesso. Em seu discurso contara um pouco sobre sua pouca experiência como um kunoichi além de motivá-los a darem o melhor que pudessem em cada etapa de aprendizagem. Os rostos infantis encaravam a morena com atenção extasiados com algumas das técnicas que a mesma demonstrava. Narumi nunca havia saboreado o gosto do reconhecimento e aqueles estudantes estavam lhe proporcionado aquilo.

missão foco escreveu:Evento na Acadêmia Ninja
Rank-D
Descrição: Hoje a academia ninja terá uma aula especial mostrando as habilidades dos ninjas já graduados, sua missão é ir lá, fazer uma palestra e mostrar algumas habilidades para motivar os estudantes.

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Narumi

Genin

Sex 4 Dez - 18:12

Olhos brancos em meio aos redemoinhos

O gosto do reconhecimento havia feito muito bem para o ego da genin. Narumi tinha um sorriso genuíno estampado em seu rosto de orelha a orelha quando finalmente as crianças haviam sido dispensadas para o intervalo. Na sala, permanecia a morena e Chouki que lhe encarava com certa curiosidade. — Narumi, você até que leva jeito com os pirralhos não acha? — Uma das sobrancelhas da garota se arqueou enquanto a mesma se virava rapidamente para o seu companheiro. — Eu não acho. Não sou alguém que tenha tanta paciência, sensei. Apenas fiz o que me pediu, ou seja, cumpri ordens. — De fato a Hyuga falava a verdade, em seu interior sabia que nunca viria a se tornar mestre ou professora pois caso isso ocorresse provavelmente o pouco de paciência e empatia que a mesma tinha iria ser jogado por água abaixo. Sem ter o que contradizer, o homem apenas concordou rindo.

— Chouki-sensei, estou livre agora? — Enfim a morena se permitiu protestar enquanto seu estômago voltava a reclamar. Narumi esperava que o superior lhe desse permissão para se retirar finalmente, porém não fora exatamente isso que ocorreu. Com um olhar sem graça, o jonin contorcera os lábios enquanto a destra coçava a cabeça. — Queria dizer que sim, mas você precisa garantir que eles não se matem lá fora e depois que irão para casa em segurança. Quando a aula acabar aí está livre e entregarei meu relatório ao gabinete. — Fora inevitável que a expressão de felicidade se transformasse em descontentamento, afinal, ele havia lhe dito que teria um tempo para se alimentar, mas agora se contradizia. Narumi ficara inconformada, seu desejo era de virar as costas e voltar para casa, porém o medo de virar chacota como na infância lhe era maior.

Sem ter o que protestar, a Hyuga saira da sala rumando para os terrenos da academia onde as crianças brincavam e passam o tempo vago. Seus olhos observavam com atenção aqueles pequenos seres correndo de um lado para outros, alguns em grupos, outros sozinhos, porém em especial um lhe chamara a atenção: Yukio. Narumi franzira o cenho enquanto – ainda de longe – mirava o garoto, aparentemente ele escrevia freneticamente em seu pequeno caderno algo que atiçava a curiosidade da menina uma vez que a expressão que o garoto esboçava em sua face era um misto de dúvidas.

Em passos lentos, a morena se aproximara da criança que em resposta erguera os olhos para encara-la. — Por que você está aqui sozinho em vez de ir brincar com os seus colegas? — Sem esperar por ser convidada, ela se sentou ao lado do menino que bruscamente fechou o caderno para que ela não pudesse ter conhecimento do conteúdo ali escrito. — Não são meus amigos, apenas me aturam e são falsos… — Mais uma vez a kunoichi ficara intrigada com a fala do outro. Ouvir uma criança dizer aquilo com tanta certeza não dava espaço para que se tivesse dúvidas de que algo estava errado. — Alguma razão específica para achar isso, Yukio? — Narumi pela primeira vez em tempos estava conseguindo ter uma conversa genuína com alguém sem ter medo ou receio, pelo contrário, estava disposta a ajudar, porém a criança não parecia tão à vontade para dar mais detalhes. — Você não entenderia.

Naquele momento Narumi pode sentir a tristeza na criança e isso fez com que ela se visse nele. Independente do que realmente estivesse acontecendo com Yukio, mais uma vez a morena sentiu a necessidade de lhe incentivar. — Olha, quando eu tinha a sua idade e estava aqui, as outras crianças zombavam de mim, diziam coisas horríveis que me magoavam muito, mas eu fiz aquilo que te disse mais cedo, provei que era diferente. Eles podem não te aceitar, devem te engolir, mas você não precisa se sentir assim, se sinta melhor, faça melhor e seja melhor… Quando perceber já vai ter acabado e você terá uma dessas. — A Hyuga finalizou apontando para a bandana sobre a cintura. Yukio permaneceu calado apenas concordando com o balançar de cabeça.

Antes que Narumi pudesse fazer mais alguma coisa ou tentar especular mais sobre o garoto, todos retornaram para suas salas deixando a kunoichi finalmente sozinha em meio aos seus pensamentos e silêncio. Um suspiro escapara pelos lábios vermelhos. Durante o tempo livre criara suposições a respeito do chunnin shiken, imaginava estratégias para se sair bem e situação que pudesse enfrentar. Quando se dera conta, o fim das aulas já havia chegado e todos começaram a se retirar.

A saída não tivera grandes problemas. Vez e outra Narumi precisava chamar atenção das crianças para que não tumultuassem o caminho, porém nada mais do que isso. Quando enfim todos haviam partido a postura da ninja se dera por aliviada, sua mente estava parcialmente cansada e sua barriga reclamava novamente de fome. Antes de partir, a Hyuga passaram por Chouki que sem dizer uma palavra sequer lhe liberara com uma piscadela. Trabalho concluído.