Eu havia acabado de retornar do gabinete do Tsuchikage e chegado em casa, quando notei que, na janela da minha sala, havia um falcão me esperando. A visão da ave me lembrou de todo o drama que havia presenciado alguns dias antes com o falcão gigante próximo da vila. 

Era um fato que minha vida estava bem agitada ultimamente, e parecia que a calmaria ainda não estava perto de chegar. Nas costas da criatura havia uma espécie de "bolsa" contendo um pergaminho. Esses mensageiros pareciam estar ficando cada vez mais modernos, era a primeira vez que eu recebia um falcão dessa forma.

Andei até o animal e lhe retirei o pergaminho das costas. Desenrolei então o pedaço de papel e li seu conteúdo atentamente.

Problemas com um incendiário? Se esse era o caso eu tinha praticamente certeza de que entraria em combate hoje. Só havia tido experiência em batalhas reais uma vez, consegui sair sem nenhum arranhão, mas cada caso é um caso.

Pensei então no Tsuchikage, em Akira, Bahko e na Senhora gata falante. Aquilo tudo era tão idiota, eu havia sido convocado para estar em um time com os melhores, sobre o que eu poderia estar inseguro? Fui atrás de meus equipamentos, tirei meu casaco para o caso de entrar em combate (não queria ele todo chamuscado) e abri a porta, saindo rumo à saída sul da vila.

Cruzei toda a vila e passei por seus portões até chegar na entrada de uma floresta. Antes de adentrar nela, respirei fundo e me preparei mentalmente para o trabalho a seguir. Então, com determinação no olhar, entrei na floresta e procurei pelo grupo que deveria estar me esperando.

Vaguei sem rumo pela floresta por um tempo, procurava e procurava, mas não tinha nenhum sinal de onde eles poderiam estar. Isso se alastrou por mais alguns vários minutos até que vi, ao fundo, a luz de uma fogueira. Aproximei-me devagar e me deparei com um grupo de pessoa, só poderiam ser os tais "explordores" que eu estava procurando.

Procurei ver qual das pessoas se encaixava na descrição de Kejiro Hado, líder do grupo. Segundo o pergaminho, o homem teria por volta de 40 anos e seria bastante alto.

Identificando qual deles tinha maior chance de ser a pessoa que procurava, me aproximaria e diria com a expressão levemente séria:

- Prazer, Senhor. Meu nome é Yoroy, fui enviado para ajudar vocês. - 


Fala ; Pensamento

Que tipo de pessoa poderia ter algum interesse em atacar pesquisadores? Bom, tem gente pra tudo nesse mundo. O que importava era que seja lá quem fez isso era um perigo para os outros, e eu estava lá para dar um ponto final nisso.

- Certo, pode deixar comigo. - Disse enquanto Kejiro saía de perto de mim, acompanhando a moça com quem falara.

Não tinha certeza de por onde começar, na verdade, essa seria a primeira vez que teria que fazer algum trabalho investigativo, esperava que desse tudo certo, apesar desse fato. Levei as mãos à minha frente e realizei um selo de mão para criar clones das sombras que me ajudariam em minha investigação, porém, me deti antes de liberar a técnica. Eu estava investigando o paradeiro de um usuário de Katon provavelmente maluco, talvez fosse mais sábio economizar meu chakra para quando ele se fizesse realmente necessário.

Então, começaria a vasculhar o acampamento, procurando pelas marcas de incêndio por algum caminho. Como o local havia sido incendiado, poderia ser que as marcas deixadas pela destruição montassem alguma espécie de "caminho" pelo qual eu poderia ao menos saber de que direção as técnicas foram conjuradas. Tendo posse dessa informação, poderia ter uma pista de onde o criminoso veio e ter um ponto de partida para procurar.

Sendo assim, olhei para ver se as folhas queimadas, panos chamuscados, ou cinzas no chão formariam algum caminho. 

Caso encontrasse algo e identificasse um rastro, seguiria-o prestando muita atenção aos meus arredores para aumentar minhas chances de evitar qualquer possível ataque e também para conseguir identificar qualquer nova pista, ou quem sabe o suspeito.


Fala

Seja lá quem tenha feito isso, não poupou esforços para reduzir o lugar a cinzas, uma grande clareira havia sido aberta no local. Notei algumas pegadas na área e me agachei para examiná-las melhor. Era interessante, a pegada era de uma dupla, e se repetia em outros lugares. Olhei para o acampamento e tentei observar se encontrava alguém que estivesse andando em duplas com outra pessoa. Contudo, todos ou andavam sozinhos ou andavam em trio, claro que isso não provava nada, poderiam ser somente dois dos pesquisadores que passaram no mesmo local ou coisa parecida, contudo, mantive essa informação em mente, nunca se sabe se ela poderia voltar a ser útil no futuro.

Continuando minha busca, encontrei um tronco parcialmente chamuscado. Achei aquilo interessante, não haviam muitos troncos desse modo pela área, na verdade, não havia nenhum. Então, analisando um pouco melhor, perceberia que as duas pegadas que encontrei antes se encontravam no mesmo local onde eu estava, perto da única árvore queimada do lugar.

Estava ficando claro para mim que aquelas pegadas não poderiam mais ser só coincidência. Dessa forma, analisaria o tronco para ver se havia algo de suspeito nele, e em seguida tentaria seguir as pegadas para ver onde elas dariam.


Fala

A lua iluminava a noite, porém, não o suficiente para que seguir pegadas em uma floresta de noite fosse uma tarefa fácil. Contudo, não tendo outra escolha, segui em frente observando atentamente as pegadas e seguindo o caminho para onde elas me levavam. Estar sozinho de noite no meio de uma floresta onde você sabia ter um maluco não era exatamente a situação mais agradável do mundo. Desconfortável com aquilo, olhava sempre para os lados tentando ver se identificava algo ou alguém suspeito. Mas apesar de meus receios, fiquei sozinho por todo o percurso, acompanhado somente pelos barulhos da noite e pela luz da lua no céu.

Minha caminhada continuou por mais um tempo. Eu estava olhando para as pegadas no chão e me surpreendi ao ver que, após uma, simplesmente não havia outra. Surpreso com esse fato, levantei a cabeça e testemunhei três entradas de cavernas em minha frente. A dedução lógica é que ele estaria dentro de uma delas, mas de qual?

Não querendo arriscar entrar na caverna errada e perder tempo, ou pior, me perder, realizaria então um selo de mão e criaria ao meu lado 2 clones das sombras.

- Vamos entrar cada um em uma caverna, está escuro e vai ser bem difícil de enxergar, mas se tem alguém aí dentro, essa pessoa deve ter alguma tocha, fogueira ou coisa do tipo para enxergar. Se virmos qualquer luz, saberemos que estamos no lugar certo. -

Meu eu original seguiria pela caverna do meio enquanto um clone entrava na caverna da esquerda e o outro na caverna da direita. Todos nós andaríamos com muita cautela e sempre tateando no solo e nas paredes dos locais por onde passaríamos. Procuraríamos por qualquer pista ou sinal do inimigo e nos prepararíamos para o pior.


Fala

Eu e meus clones andamos por um tempinho antes que o eu original encontrasse o que parecia ser o trepidar de uma chama. Só podia ser o inimigo, e eu já estava pronto para me esgueirar e tentar acertá-lo com alguma técnica escondido, mas eis que ouvi sua voz ecoar pela caverna, anunciando que meu paradeiro havia sido descoberto.

Meus planos tinham sido frustrados, e o homem que eu procurava agora disparava em minha direção com uma kunai na mão. Não vendo mais utilidade em manter meus clones em outras cavernas, dissipei-os e peguei o chakra de volta para mim.

- Vai simplesmente correr em minha direção com uma kunai e acha que isso vai funcionar? - Perguntaria com tom debochado.

Lançaria então um Kanashibari no jutsu para prender o usuário antes que pudesse me alcançar e desferir algum ataque.

- Bom... Isso foi bem rápido... Primeiro vou pegar seu chakra. -

Então estenderia minha mão esquerda em sua direção, ativando meu Meiton: Kyuketsuko para lhe roubar a maior parcela de chakra que conseguisse, e depois continuaria:

- E agora, vou te dar um choquinho de leve pra ter certeza que você vai se comportar. -

Realizaria então os selos de mão necessários e dispararia um Meiton: Hebi Mikazuchi.

- Acho que nessa brincadeira você já deve ter perdido quase metade de seu chakra... Podemos continuar se você quiser ou você pode se render... -

Fala