[Ranks D] A ajuda estrangeira

Assim que passou pelo portão da vila, Senko e os outros quatro ex-sunenses foram se instalar num abrigo comunitário que a vila da folha havia improvisado. Quando chegou, pode perceber que não foi só Suna que havia sido afetada, mas também Konoha. A vila estava parcialmente destruída e seus habitantes exibiam um semblante preocupado e paranoico, como se mais alguma coisa fosse acontecer. Entretanto, a fome que o garoto sentia era tão grande que não conseguiu dar tanta importância para isso.

— Acho que você precisa de uma bandana nova, garoto. — disse um ninja de patente superior que tinha acompanhado Senko e os outros até o campo de desabrigados. — Toma, pega.

Senko não respondeu, só concordou. O jovem genin de Suna retirou a sua bandana com um enorme pesar. “Nunca, nunca esquecerei o que fizeram contigo, Suna…” as amargas lembranças da tragédia que ocorrera há poucos dias trouxe um ódio que quase o fez chorar. “Maldito seja o culpado por tudo isso!”.

A vida não podia parar. Após o almoço, o jovem Matsuda queria arejar os pensamentos para tentar estabilizar suas emoções. Imediatamente após terminar, levantou-se da mesa do refeitório improvisado e partiu em caminhada. Yumi veio logo atrás. — Senko, aonde você vai?

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Senko'

Seg 12 Out 2020 - 23:25

A ajuda estrangeira

HP: 1125 | 1125 • CH: 1825 | 1825 • ST: 0 | 5

Ele continuou a caminhar sem olhar para trás. — Senko, vou perguntar mais uma vez, aonde você vai? — Yumi apertava o passo para acompanhar o garoto.

— Vamos ajudar as pessoas… como sempre fazemos. — o caçula não parecia estar tão feliz, fazia aquilo não por simples generosidade como era de costume, mas agora só para retribuir o favor de estarem abrigando ele e sua família.

Yumi decidiu segui-lo e ajudar no que fosse preciso. No início da tarde, ofereceram-se para pintar o comércio de um idoso que vendia artigos de papelaria. O impacto jogou destroços por toda a loja, então além de pintar o interior com a melhor tinta branca que a vila podia oferecer (lê-se, "a mais barata"), os ninjas limparam o interior da loja. Como agradecimento pelos serviços, o senhorzinho deu um bloco de papéis adesivos para cada um.

— Vocês… aqui, um para cada um. Muito obrigado pela ajuda, meus jovens! — o senhorzinho arrumou os óculos e semicerrou os olhos, forçando-os para enxergar além do que a idade permitia. E ele conseguiu. — Hm… vocês… vocês são os refugiados, né? Você, o refugiado da Areia.

Senko se acanhou um pouco, mas consentiu com a cabeça, sentindo imensa vergonha da situação em que se encontrava. O comerciante percebeu e resolveu passar a mão na cabeça daquela criança. — Não se preocupe… eu sei que é difícil, mas você vai superar.

O garoto forçou um sorriso e deu as costas, segurando toda emoção que poderia ser sentida ao ouvir aquelas palavras. Queria focar única e exclusivamente na ajuda que iria dar aos habitantes de Konoha.

Eles foram se aproximando cada vez mais do centro da vila e o cenário ia piorando. De longe já era possível ver parte do gabinete despedaçado, cercado de vários ninjas e outros construtores. A rua, por sua vez, também sofreu seu impacto. Estava na terra batida com inúmeras pedras deslocadas. Antes que pudessem dizer alguma, um mestre de obras chamou os dois ninjas. — Isso, ótima hora, venham ajudar a colocar essas pedras no lugar para essa rua ficar devidamente calçada!

Então Yumi e Senko ficaram o resto da tarde ali, transformando todas as suas frustrações em forma física para não só colocar as pedras no lugar, mas também enganar a cabeça e suportar o baque mental de perder o lar que tanto amavam. Nada seria suficiente, talvez nem em um milhão de anos, muito menos nas em suas breves vidas que hão de ser desfrutadas. “Pelo menos eles vão ser um pouco mais felizes.”

Voltaram para o abrigo e dormiram. Ou tentaram dormir.

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