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Mais um dia em Sunagakure no Sato. Uma semana após o grande ataque, a vila estava em processo de reconstrução. Senko ainda estava preocupado com o paradeiro dos seus colegas, – não os queria chamar de amigos, ainda não, por não ter sido corajoso o suficiente para intervir em suas ações – Shinka e Ayumu. Infelizmente, o genin de Suna viu o fim trágico que os outros tiveram. Conheceram a morte antes da hora, assassinados.

Mas, pior do que ter a certeza de alguém que era minimamente querido morreu, é viver com a angústia latente de não se está vivo ou se está morto. "Garoto menina e anã divertida... eu vou procurar por vocês, eu prometo. Espero que estejam bem!" Seus olhos encararam a sujeira e os escombros pelas ruas de suna.

Mas, ainda assim, estava criando um novo laço de amizade com a garota que havia salvado. Yumi começou a morar junto com Senko e a sua mãe. No primeiro dia, abrigaram-se numa cabana improvisada no meio do deserto e, quando voltaram para a vila, mantiveram-se unidos em tendas disponibilizadas pela equipe de reorganização da vila.

O jovem Matsuda andava para um dos refeitórios que foram construídos. Por incrível que pareca, Suna parecia estar se importando mais com seus habitantes. Embora houvesse destruição e enormes danos econômicos, "sem mais casas de papelão, eu espero". Manteve uma postura otimista. Senko combinou de se encontrar com Yumi, queriam almoçar juntos e passear pela vila, oferecendo ajuda.

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O garoto chegou ao refeitório. Inúmeros sunenses com a aparência cabisbaixa, olhares vazios. Uns choraram, outros comiam o quanto podiam e o jovem Matsuda observava tudo aquilo com duas emoções bem semelhantes, o asco e a cólera. Lado a lado. Primeiro, sentia-se vastamente incomodado com a situação precária da maioria dos que ali estavam: se estavam no refeitório, ou não tinham o que comer, ou nem tinham onde comer. Uns perderam a casas e outros… bem, coisas muito mais valiosas do que efêmeros bens materiais. Animais de estimação, familiares; Depois, sentia um ódio ardente pelo ser que um dia chamou de líder. Felizmente, já estava morto, pois Senko queria se livrar dessa ira.

Senko avista Yumi e vai até a sua mesa. — Oi, tudo bem? — diz, um tanto quanto tímido e sem ânimo, por mais que estivessem há algum tempo convivendo juntos.

— Oi Senko! Tudo, e com você? Sua mãe veio aqui mais cedo e já saiu, né? — respondeu entusiasmada.

— Sim, ela tá procurando um emprego em alguma casa de gente rica. A situação tá ruim pra gente que não tem muito, mas muita gente enriqueceu nesses últimos 3 anos. Queria que esses ricos soubessem o quão ruim é viver na merda, eles podiam ajudar mais em vez de deixar tudo nas mãos da Doutora Kagur... Digo, Sra. Kazekage Kagura. — olhou para baixo, sem jeito. Até então, o genin não procurou saber muito da vida de Yumi. Ele sabia que ela ainda procurava pelos seus pais, mas as buscas não pareciam tão promissoras. Harumi que cuidava dessa parte.

— Verdade… —  a kunoichi entendia o jovem, mas por outra ótica. A família de Yumi era rica.

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Os dois jovens pegaram um prato feito e comeram em silêncio. Os comentários de Senko desanimaram a menina que já suportava a dor de não saber onde os pais estavam e, agora, o desconforto por perceber que o que o menino dizia era verdade. Nem uma simples esmola fora dada pela família de Yumi, seus pais agiam até com desprezo para com os pobres. Ela sabia que eles tinham condições para ajudar, só simplesmente não ajudavam.

A elite sunense, desde a reinauguração da vila, foi construída em pilares puramente individualistas e antiéticos – vide a gestão corrupta da Takura –, dando um dos piores frutos numa sociedade: a desigualdade. Enquanto uns viviam em casas de papelão, outros viviam em mansões. Foram os primeiros a irem para os bunkers, mas uns ainda ficaram para tentar salvar seus bens. Talvez a família de Yumi tenha sido levada pela ganância, contudo os dois pequenos ninjas é que terão de descobrir.

Senko notou que Yumi estava estranha desde o seu comentário. Hesitou um pouco, pois não queria dar tanta importância, mas depois de um tempo tentou quebrar o gelo. — Hm… então, gostou do almoço de hoje? — perguntou, mesmo tendo a plena consciência de que todos os almoços até então tinham sido a mesma coisa.

— Sim, tá bom… enche a barriga. — permaneceu triste, cutucando os pedaços duma carne de quinta.

O garoto suspirou. Pensou em até desistir, mas não ia deixá-la assim. Fez um esforço para tentar se relacionar.

— Olha, assim, não sei se você tá no clima, mas… a gente podia dar uma volta pela vila, passear um pouco depois do almoço, como a gente tinha combinado. O que você acha?

A menina tentou conter o sorriso, mas as covinhas nas suas bochechas denunciam sua felicidade. — Pode ser…

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Depois que terminaram o almoço, partiram imediatamente para o prometido passeio. Yumi andava saltitante, enquanto Senko caminhava calmamente com as mãos nos bolsos da calça. Tentava compreender como ela conseguia levar as coisas de maneira tão leve, mesmo quando via as casas destroçadas sendo reconstruídas e pessoas angustiadas nas ruas tentando encontrar algum conforto.

Senko foi diminuindo o passo, até que parou por completo. — Como você consegue ficar tão feliz assim?

— Quem disse que eu estou feliz?

— Bom, você parece estar. Está pulando por aí, talvez cantarolando na sua cabeça. Parece feliz.

A garoto o encarou, contraindo os lábios e desviando o olhar.

— Essa é a minha maneira de lidar com as coisas. — disse, num tom sério — além disso… acho que deveríamos encarar isso com um novo começo. Tivemos sorte de não termos sido completamente destruídos, acho que é bom ficar contente por causa disso. — Ela continuou a andar.

O garoto entendeu o lado de Yumi. Não era preciso concordar, nem dizer mais nada. Ela só precisava de companhia.

Seguiram pelas ruas, observando a parte residencial. Logo, as casas em processo de restauração deram lugar aos comércios locais, igualmente destruídos e, mais distante ainda do que tinha sido o foco das batalhas, uma pequena tenda com algumas gaiolas de pássaros.

— Olha que lindo! Vamos, Senko!

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Sem nem ter tempo de reagir, foi puxado pela garota que avançou na força da alegria. Sorriu levemente, contagiado pelo bom humor de Yumi. Assim que chegaram perto da tenda que vendia aqueles pássaros engaiolados, um homem veio até eles. Os dois ninjas observaram-no levantando da sua cadeira de balanço com algum esforço, parecia estar cansado. Suas mãos estavam todas calejadas e tinha olheiras enormes no rosto. O homem devia ter entre seus 35 a 40 anos, mas aparentava ser bem mais velho pela condição em que estava. Não era um idoso, nem incapacitado, só transmitia aquela feição de cansaço e mau humor.

— Bom dia crianças, gostaram dos passarinhos, uhm? — disse, jogando um pedaço de pera no chão, limpando as mãos na sua roupa surrada e lambendo os dentes. Fitou os ninjas e deu um sorriso amarelo, tentando ser convidativo, mas desfez sutilmente o sorriso e olhou diretamente para o jovem Matsuda. — Hm... você é o Senko né? Pessoal aqui nas redondezas já te conhece muito bem, tá famoso pela ajuda que tem dado..., mas também já ouvi muitas coisas ruins sobre você e sua família, os boatos correm rápido. — disse encarando o menino com desprezo.

— Deixa o moleque em paz, Koji. hehe — gargalhou outro homem que saía dos fundos da tenda. — É um prazer, Senko, — estendeu a mão para o garoto e acenou para a menina — meu nome é Hiroki. Bem-vindos à melhor tenda de pássaros de Suna pós-destruição-quase-total.

E também a única. O caçula não tinha notado que seu nome tinha rodado tanto pela vila.

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— O prazer é meu… — respondeu um pouco desajeitado e desconfiado, hesitando na hora de cumprimentar Hiroki com um aperto de mão. Felizmente, Yumi tomou a iniciativa e apertou a mão daquele homem com grande entusiasmo.

— Meu nome é Yumi! Nós viemos ver os pássaros! — disse com um largo e simpático sorriso.

Hiroki deu umas pequenas gargalhadas, alegrando-se com a reação da menina. — Ora, como eu disse, estão no lugar certo! Vejam!

O vendedor começou a mostrar os pássaros, um a um, para os dois ninjas. Conforme ia vendo-os engaiolados, Senko ia desanimando aos bocados. Ele sempre amou estar em contato com a natureza, ainda mais depois de regressar a Suna. Quando conheceu a vila, três anos atrás, ela já era bem diferente da vila que sua mãe um dia conheceu. Árvores, água, cheia de animais nunca vistos antes. O garoto simpatizava com aqueles seres. E agora não seria diferente, ele queria vê-los todos livres, sentia que emprisionar aqueles animais era um crime. Talvez fosse, de fato.

Naquela tenda tinham filhotes de grous, inúmeros patos, alguns pavões, poucos pica-paus japoneses e inúmeras andorinhas e rouxinóis. Mas, mesmo com todos aqueles pássaros de cantos magníficos e peculiaridades marcantes, os olhos do garoto se direcionaram para uma gaiola em específico: a gaiola dos corvos.

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— Então, quais vocês gostaram mais? Temos pássaros para todos os gostos! — disse Hiroki, dando dois tapinhas em cima de uma das gaiolas. — E também para todas as carteiras também! — Koji puxa uma carteira do bolso e a balança, incentivando os garotos a levarem pelo menos um. — Essas aves são de qualidade, podem confiar! — disseram, os dois juntos.

Senko tentava compreender o lado deles também, não deve ser fácil ter de sustentar uma família numa situação como essa. Com a vila em reconstrução, muitos empregos foram perdidos e realocados para a construção civil. Aparentemente, os dois tinham alguma limitação física – ou simplesmente preguiça – que não os deixava aptos para esse trabalho braçal. O comércio de animais é um negócio bem movimentado, vários sunenses querem saber como é ter um bichinho de estimação.

Entretanto, o garoto permanecia com as mesmas ideias e nada do que o vendedor falasse iria mudar a sua opinião: as aves deveriam ser libertas.

— Eu gostei muito desse Tsuru! Acho que eu vou levar — a garota se referiu ao filhote de grou, um dos pássaros mais caros daquela tenda. Ela puxou um malote de ryous da carteira, preparando-se para dar ao vendedor, mas Senko impediu, abaixando a sua mão rapidamente.

— Er… pera só um pouquinho, moço, nós vamos pensar em qual levar! — disse enquanto puxava a kunoichi para o lado, afastando-a dos dois. Quando já estavam com mais privacidade para falar o que queriam, Senko cochichou. — Ei, calma aí, a gente não pode incentivar isso!

— Por que não? Achei tão bonitinho, e ainda por cima vai ajudar o trabalho dos dois. — disse, confusa.

— Essas aves têm asas, asas feitas para voar livremente pelo céu. Elas foram caçadas, essa que você quer comprar foi tirada da sua mãe ainda no ninho. Se comprarmos hoje, vamos permitir que isso continue acontecendo!

A garota olhou para baixo, entendendo o peso de uma ação tão “simples” quanto essa. — Mas.. ok, o que a gente faz então?

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Senko encarou a menina e franziu a testa em dúvida. Olhou para os lados e depois na direção dos dois homens. A volta, inúmeras gaiolas diferentes, todas trancadas. Ou convencia os vendedores a soltar todos os pássaros, o que seria um pouco complicado; ou soltava-os todos a força, o que também seria complicado. Teria de escolher, porque deixar os pássaros ali não era uma opção para o garoto.

— Boa pergunta… Eu ainda não sei.

— Uau, bom plano, Sr. Revolucionário! Esquece isso, eu vou comprar meu pássaro e acabou — sussurrava da maneira ríspida possível e começou a andar.

Senko pegou a garota pelo pulso, com cuidado para não a machucar.

— Calma, calma, eu tenho sim um plano, e vai dar certo, confia em mim. Por favor.

— Você tem 30 segundos, Senko. — disse, cruzando os braços de maneira determinada e batendo o pé com ritmo para contar os segundos.

O garoto alcançou a sua bolsa de armas e de lá retirou três bombas de fumaça. Calculou mais ou menos o tamanho da tenda e a quantidade de gaiolas. Havia duas fileiras de gaiolas, com cada uma contendo por volta de dez gaiolas de diferentes tamanhos. “Deve dar…”. Yumi observou isso e se preparou para protestar, mas Senko logo percebeu e começou a falar.

— Vou jogar essas bombas de fumaça quando voltarmos para lá. Assim que elas tocarem no chão, quebre todas as fechaduras das gaiolas e liberte o máximo de aves que conseguir. Eu vou pela fileira de trás e você pela fileira da frente. Se tudo der errado, eu levo a culpa, mas confie em mim.

A menina concordou e os dois caminharam na direção dos vendedores.

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— Então, crianças, vocês estão decididos? Qual vão levar? — disse Koji, ansioso para ver aquele malote que quase ganhou de novo. Ele já ia esfregando as mãos pensando na grana que a rica kunoichi iria gastar no filhote de grou.

Yumi olha para Senko e acena com a cabeça. Voltou para Koji, abrindo um sorriso falso, mas ela era uma boa atriz no final das contas e o homem nem percebeu. — Eu vou levar esse Tsuru, tão lindinho! — Koji destrancou a gaiola e abriu-a lentamente, enquanto Yumi suava frio enquanto olhava para Senko com o canto dos olhos.

Assim que ele abriu a gaiola por completo, Yumi pegou o pequeno Tsuru na mão com jeitinho, esperando o próximo passo.  — Agora! — Senko jogou as três kemuridamas no chão, cobrindo toda a tenda de fumaça. Felizmente, aquela confusão conseguiu deixar a visão dos dois vendedores prejudicada. Rapidamente, foi quebrando as trancas das gaiolas uma a uma o mais rápido que pôde, enquanto os pássaros reagiam agitados, saindo desesperadamente pelas portas das prisões de bambu.

Os barulhos de todos os cantos se mesclavam em um único som caótico que perturbava a mente dos vendedores. Na visão deles, viam todo o seu trabalho indo por água abaixo e, muito certamente, não teriam dinheiro para se alimentar ou pagar as contas. Muito menos teriam tempo ou capacidade de caçá-las uma a uma. Isso enfureceu lhes imensamente e, quando a fumaça acabou e os pássaros já tinham todos fugido, o que restou para os dois foi correr atrás dos jovens ninjas.

— Correeeeeeeeeeeeeeeee! — Senko berrou, correndo junto com Yumi para dentro de uma floresta. Certamente os jovens teriam vantagem, já que praticamente cresceram numa Sunagakure que tem florestas, enquanto aqueles vendedores estavam acostumados com o puro deserto.

— Rápido, vamos nos separar — disse Yumi, e Senko começou a correr na direção oposta.

Koji foi atrás do Matsuda, talvez por instinto. O que era muita coincidência para ser apenas um acaso. Ele já não gostava da família por conta dos boatos que corriam pela vila e criou um certo preconceito contra o garoto, e, agora que o genin tinha acabado com tudo o que ele tinha, era um incentivo a mais para caçar o moleque e acabar com a sua raça.

Os dois chegaram até a beira de um penhasco. Senko estava encurralado. O garoto chegou a olhar para a altura do penhasco e, ao ver as pequenas pedras que iam caindo, certamente não iria tentar escapar por ali. Virou-se de costas para o penhasco, encarando Koji, que o confrontou.
— Fim da linha, seu desgraçado! Que os deuses amaldiçoem aquela cadela adultera que é a sua mãe! Só uma prostituta barata para criar essa peste que você é!

O corpo do menino começou a tremer de ódio.

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— Cala a boca pra falar da minha mãe, seu nojento! — o garoto cerrou os punhos e partiu para cima do homem. Rapidamente acertou um socão de direita no abdômen de Koji, mas, diferente do que havia anteriormente analisado, o homem não era tão fraco assim. Na verdade, ele era bem forte, e tudo aquilo não se passava de mera preguiça.

Preguiça essa que tinha sido completamente deixada de lado, visto a fúria daquele pobre vendedor. Ele nem chegou a sentir o soco de Senko, pegando o moleque pelos cabelos e jogando bem próximo à beira do penhasco. O jovem Matsuda se levantou prontamente. Cego pelo ódio, tentava lutar contra o homem sem nem mesmo usar técnicas sofisticadas, queria ganhar a luta na base da força e, se continuasse dessa maneira, não iria a lugar nenhum e acabaria morto. Nem pensou em usar jutsus, burrice... deixou as emoções tomarem controle de si.

— Você nem serve pra ser um ninja, seu imundo! — berrou, dando um forte tapa em Senko, que rolou novamente para a ponta do penhasco, quase caindo. — Finalmente, esse é seu fim, sua praga!

Senko levantou-se mais uma vez, estando a um passo de cair do penhasco. Bastava Koji dar um empurrão com a força que tinha e o genin de suna cair no seu fim. Contudo, ambos ouviram um som estridente que surgia em meio as árvores. Do meio do bosque criado artificialmente, saiu um volumoso bando de corvos que ia na direção do vendedor. Em volta do homem os pássaros se reuniam e formavam um redemoinho, atacando o homem um por um. — TIRA, TIRA ISSO DE MIM! — esperneava, tentando se desviar da revoada. Senko começou a rir do homem, espontaneamente.

Porém, não ficou por aí. Koji se desequilibrou e tropeçou do penhasco, segurando-se com uma das mãos num pedaço de raiz que ali estava. — Me salva, por favor, eu te imploro! — suplicou o vendedor.

Senko olhou para o homem com o mesmo olhar de desprezo que recebeu mais cedo. — Eu quero que você morra, seu merda. — Senko se preparou para pisotear a mão do homem com toda a força do ódio, mas foi interrompido.

— Senko, não! Ele não merece isso! — gritou Yumi. A kunoichi tinha acabado de chegar junto com Hiroki. Apesar de ter feito o que fez, os dois pareciam estar entendidos e, acima de tudo, preocupados com Koji. — E você não é assim! Deixe-o na ignorância dele, mas não suje as suas mãos!

O jovem Matsuda olhou para Yumi e voltou-se para Koji, fitando o homem com ódio. Aproximou o pé novamente da raiz onde ele se segurava, mas hesitou mais uma vez. Ele não o queria matar, nem mesmo causar toda essa confusão. Respirou fundo, rangeu os dentes e pensou na voz de sua amiga. — Ok... — disse, agachando-se e estendendo a mão para Koji. Nesse momento, os corvos se dispersaram, mas um deles continuou a voar em volta do garoto que ajudava o homem a se reerguer e se afastar do penhasco.
Enquanto tudo isso acontecia, quem apareceu na cena também foi a mãe de Senko.

— Filh...

— Antes que falem qualquer coisa, só quero que saibam uma coisa: — disse, estendendo o braço para aquele corvo. A ave pousou graciosamente no pulso do menino. — Esses pássaros... todos eles têm um par de asas e um infinito céu para desfrutarem. Seu canto é sim, lindo, porém, o que ouvimos nessas gaiolas não é um canto de felicidade, mas sim pedidos de socorro. Eles são feitos para serem livres, assim como nós.

Todos olharam para o garoto em silêncio, com um semblante pensativo. — Então, o que eu quero dizer é que...

E as aves começaram a cantar novamente, interrompendo o jovem genin. Dessa vez, era um canto desesperado. O corvo que estava em seu pulso voou para longe, formando um bando que estava indo em direção aos portões da vila junto de várias outras espécies. Tinha algo de errado acontecendo na vila.

Continua no próximo filler.

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