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Noboru Inaba

o tapado

Noboru havia acordado cedo naquele dia e, como de costume, foi pegar alguns doces na confeitaria para poder tomar café. Desceu usando seu pijaminha azul como sempre e cumprimentou a Inaba mais velha que estava abrindo a loja ainda. A mulher de longos fios escuros virou-se para o rapaz com um quê de surpresa; milagrosamente ele não parecia ter levantado cedo para sair e treinar. Estava certa, Noboru não havia planejado nada para aquele dia, mas como ele percebeu o clima agradável que envolvia a vila, já estava ponderando essa ideia, porém seria um treino leve. Enquanto ele pensava nisso, a mãe sorriu e se aproximou do mesmo, mexendo em seus fios coloridos. A mulher indagou a ele o que gostaria de comer e Noboru pediu uma omelete. Mesmo que fosse sair mais tarde, ia fazer companhia a mãe durante aquela manhã.

Após ajudar a mãe na loja durante parte da manhã, Noboru trocou de roupa e decidiu dar uma volta. Treinar alguns jutsus suiton lhe parecia uma boa ideia, mas para isso precisaria ir até um local com água pois havia um jutsu em específico que queria praticar. Havia escolhido um lago que já conhecia e sabia que não era tão frequentado, mesmo em dias assim, com temperaturas agradáveis. O pesquisador seguiu pelas ruas de Uzushiogakure e pela pequena colina, até avistar o pier. Os olhos rubros pousaram na figura que estava sentada ali com um quê de curiosidade. "Aquele é o Haru?" se perguntou ao ver a silhueta conhecida. Reparou que o mesmo estava sem camisa, o que ele estranhou. "Ele não parece o tipo que estaria tomando sol…" pensou ao olhar pro céu por um momento. Quando voltou sua atenção a Haru outra vez, viu que o mesmo não estava mais ali e, tapado como era, achou que o mais velho tivesse caído e pudesse estar se afogando. Nem cogitou a hipótese do genin apenas ter entrado no lago.

O rapaz avançou em passos apressados até onde estava o conhecido, passando a correr a certo ponto, agradecendo mentalmente por não ter trago nada pesado consigo. Ele avançou tentando chegar o mais rápido possível, removendo o cropped no caminho pois pretendia pular na água para ajudar o Haru. Foi ao chegar na borda do píer que percebeu que titeriteiro estava bem; o problema é que o Inaba já estava com metade do pé na beirada do píer, afinal tinha ido pronto pular e, em um momento de desequilíbrio, tombou para frente e caiu por cima de Haru no lago. O garoto se apressou em sair de cima do maior, erguendo o corpo pra fora d'agua e, se o mesmo tivesse alguma dificuldade para subir, o rapaz iria pegá-lo nos braços, estilo noiva mesmo.

— Eu sou um tapado, desculpe… Você está bem, Haru? — murmurou ligeiramente envergonhado.

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Noboru Inaba

o tapado

O rapaz definitivamente não pensava que estava atrapalhando o momento reflexivo do maior, talvez devesse parar de agir igual tapado, mas por algum motivo tudo que pensou quando viu o garoto sumir do nada fora que ele havia caído. Nem passou pela sua cabeça que Haru era um shinobi e poderia andar na água, talvez estivesse distraído demais. O pesquisador fez um facepalm após ver Haru empurrá-lo e tentar esconder o próprio corpo. Na real achou fofa a última atitude mas não ia comentar nada por motivos óbvios, preferindo levar uma das mãos até a água gelada e depois ao rosto e cabelo, ajeitando os fios encharcados, tudo sem tirar as orbes rubras do mais velho, que lhe respondia com um dar de ombros.

Noboru ia falar mais alguma coisa porém acabou parando e apenas observando o rapaz. O pesquisador podia ser muito lerdo em algumas coisas, mas conseguia notar que a havia algo diferente naquele que foi seu parceiro em sua última missão. Perguntou-se se devia mesmo se preocupar ou apenas deixar o titeriteiro em paz, afinal ele não parecia disposto a conversar, principalmente com alguém que não sabia se comunicar em uma linguagem acessível pra ele. O fato é que Noboru não sabia exatamente o que estava errado, mas havia percebido e seu instinto curioso, somado a sua pequena preocupação, fizeram ele decidir falar com o maior. Caminhou até ficar em frente ao rapaz que agora estava sentado, tentando restabelecer o contato visual; sua expressividade com certeza estava entregando sua aflição, mas decidira não perguntar de cara o que havia acontecido. Deixaria Haru se sentir à vontade pra isso.

— Hey, desculpe. Eu tive um lapso de burrice, achei que você tivesse caído na água e pudesse se afogar. Sai correndo pra tentar te ajudar. — o genin murmurou enquanto coçava a nuca, visivelmente constrangido por conta do mico. — ...Você parece triste, Haru. Não precisa tentar me dizer o que aconteceu... Mas tem algo que eu possa fazer?... Ou eu posso só te deixar sozinho de novo, se preferir. Não queria tirar sua paz… — e para tentar descontrair, o rapaz abriu os braços e sorriu de leve. — Eu dou abraços muito bons também.

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Noboru Inaba

o tapado

Noboru não sabia reagir quando percebeu que o maior chorava, ele só queria pegar Haru nos braços e tirá-lo dali, mesmo não fazendo ideia do que havia o deixado naquele estado. Em sua mente, o pesquisador não entendia porque estava sendo tão afetado pela tristeza do outro, afinal não eram próximos, ele sabia muito pouco sobre Haru, mas havia se sentido mal de vê-lo assim; parecia tão frágil, como se tudo que precisasse fosse ser posto em um pote e protegido do mundo. De início pensou que receberia a indicação para ir embora e já estava até preparado para isso, mas é claro que nem todos agiriam como ele, que tem sérios problemas para se abrir com as pessoas. E felizmente Haru não o mandou embora, fazendo um aceno negativo com a cabeça, o que consequentemente tornou o sorriso de Noboru mais aliviado e sincero que antes, onde ele tentava disfarçar o próprio mico.

Assim que o maior se aproximou e lhe abraçou, o mais novo envolveu os braços levemente musculosos ao redor deste e o apertou contra o corpo atlético, tentando passar segurança e deixar que o mais velho relaxasse mesmo que minimamente. Noboru ainda estava molhado então provavelmente molharia a camisa do outro, mas como o titeriteiro não se importou, o Inaba também não comentou nada. Uma das mãos foi até os fios escuros, em um carinho gentil; havia percebido o choro contínuo que havia sido solto ali. Não tinha a menor pressa de se afastar dele, muito menos de saber o que havia acontecido, deixaria que ele mantivesse sua privacidade e se abrisse quando e se quisesse. Ele poderia ficar ali sustentando aquele abraço o tempo que fosse preciso, sem prestar a menor atenção no lugar ao seu redor, que por sinal estava vazio. Quando um vento mais frio soprou, após ficarem longos minutos daquele jeito, foi que Noboru decidiu falar alguma coisa.

— Escuta... Que tal comermos alguma coisa? — indagou sem parar o afago ou mesmo o aperto que fazia para manter o outro colado em si. — A confeitaria dos meus pais não é longe e precisamos nos secar. Você pode pegar um resfriado. — disse ele.

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Noboru Inaba

o tapado

Ao perceber que o mais velho havia se acalmado um pouco, o pesquisador sorriu. Ele só soltou Haru quando o mesmo o fez primeiro, caso contrário continuaria mantendo ele ali até que o maior se sentisse realmente bem. Apesar de separados e de Haru ter desviado o olhar, Noboru ainda fez mais um carinho nos fios escuros do outro, vendo ele assentir com a cabeça. Logo o menor seguiu pelo píer e foi pegar seu cropped que havia largado ali, vestindo ele outra vez e agradecendo mentalmente por ter ficado aquele tempo abraçado ao Haru; fora tempo o bastante para o seu corpo secar e ele não acabaria por molhar a peça de roupa. Como Noboru havia pulado na água com tudo, apenas o cropped precisava ser pego de volta. Os olhos vermelhos pousaram em Haru de novo, mas o mais novo preferiu não dizer nada. "Espero que ele esteja se sentindo mesmo melhor." pensou enquanto abria um sorriso largo e fazia um gesto para ser seguido, afinal ele é quem conhecia o caminho da confeitaria.

Diferente de Haru que tentava negar algo dentro de si, Noboru não sabia exatamente o que sentia a respeito do outro. Havia se afeiçoado a ele, isso era fato, mas não passava nada amoroso em sua mente, só queria estar ao lado dele e ajudar nesse momento nitidamente difícil que ele estava passando, mesmo sem saber o que era. A certo ponto ele parou de andar e encarou Haru, coçando a nuca; havia se lembrado de uma coisa que provavelmente não era importante agora, mas poderia ser útil para quebrar o gelo.

— ...Aquelas marionetes que carrega. Um dia me mostra como funciona? — perguntou rindo sem jeito. — Claro que não hoje. Hoje só vamos comer alguma besteira e eu vou tentar te fazer rir. — fez uma careta, voltando a andar em seguida e sumindo daquele píer com Haru atrás de si.

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Noboru Inaba

Visitinha íntima

Naquela tarde uma brisa gélida soprava nas ruas de Uzushiogakure, por onde o genin caminhava a passos apressados, seguindo para a casa do titeriteiro, que para ele já era seu amigo. Havia decidido ir visitar o rapaz pois não o via a alguns dias e havia ficado preocupado após saber de sua perda. Esperava que Haru estivesse bem. Em suas mãos havia uma caixinha com doces que ele havia pego na loja de seus pais, os mesmos que o Matsuno havia provado e gostado quando esteve lá. O Inaba sabia o caminho da casa do mais velho pois havia o levado até lá no outro dia, não queria deixar ele ir embora sozinho e triste.

"Espero que ele não se incomode por eu aparecer lá sem avisar." pensou enquanto seguia pela rua. A casa de Haru não era tão longe e Noboru chegou lá em alguns minutos, batendo timidamente na porta, ainda meio receoso de incomodar o maior ou sua família. Ele foi atendido por uma mulher que era um pouco mais baixa que o titeriteiro e, pelo que Noboru pode notar, os olhos dela eram da mesma cor e seus cabelos um pouco mais claros que o do shinobi, tendo ela alguns poucos fios brancos neles. Fazendo uma reverência para a mais velha, Noboru se apresentou e explicou a ela o que fora fazer ali.

A mulher lhe disse que Haru estava no quarto e que ele podia ir vê-lo, pedindo que se sentisse à vontade, o que o pesquisador obviamente não ficaria tão facilmente; ainda se sentia um pouco sem jeito por aparecer assim. Não queria invadir a privacidade do Haru e ir chegando sem avisar, mas sua mãe havia insistido. Seguiu as orientações dela para chegar até o quarto, que ele já pode reparar estar com a porta aberta. Suspirou algumas vezes, um pouco nervoso, mas seguiu em passos lentos até a porta e passou o olhar pelo ambiente, em busca do mais velho.

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Noboru Inaba

visitinha íntima

Noboru estava olhando curiosamente para o quarto do mais velho, tentou não reparar muito nas coisas mas seu olhar foi atraído pelas marionetes que estavam ali em um dos cantos, cujo o Inaba logo as reconheceu da missão anterior, sentindo aquela curiosidade sobre como elas funcionam voltar a preencher sua mente. As orbes vermelhas seguiram até as peças em formato de partes do corpo e esculpidas em madeira, antes de enfim pousarem sobre o Matsuno que estava ali sentado. Abriu a boca para chamar pelo maior, mas viu que ele parecia estar concentrado em algo e talvez não fosse bom atrapalhar. Além do mais, sentia um friozinho na barriga por estar vendo o mais velho, só que não entendia o motivo disso. "Deve ser só preocupação. Queria saber se ele está bem, afinal." pensou e limpou a mente daqueles pensamentos.

Diferente de Haru, Noboru não via problemas em pensar tanto sobre o mais velho, muito menos pensava no que estava sentindo. Lerdinho como era, não via nada demais e achava normal a preocupação que estava tendo para com o colega. Após seu breve momento de reflexão e observação, Noboru se aproximou de Haru a passos lentos e silenciosos, ficando atrás dele e observando o que ele estava montando. O Inaba ficou realmente entretido com o titeriteiro mexendo nos braços do que provavelmente seria uma nova marionete, o que acarretou em ele esquecer de anunciar sua presença. Aos poucos ele foi se abaixando atrás do maior, a cabecinha se movendo pra pertinho do pescoço e provavelmente Haru sentiria uma respiração em seu cangote antes do mais novo finalmente se pronunciar.

— Está montando uma nova? Me mostra como faz? — indagou piscando algumas vezes, mas sem tirar os olhos do que o Matsuno fazia com aquele braço. Provavelmente o pesquisador nunca utilizaria aquela técnica e nunca iria pôr em prática o que aprendesse, mas queria saber o máximo que pudesse.

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Noboru Inaba

visitinha íntima

Estando tão entretido com o que o titeriteiro fazia, não foi surpresa alguma Noboru ter sido pego desprevenido e ficado a mercê de Haru após seu movimento, sendo levado pra cama. Sentiu o peso do corpo do garoto por cima do seu e consequentemente o coração acelerar por um momento devido a posição que estavam, pois tapadinho como era, não percebeu a lâmina em seu pescoço de primeira. Foi quando ele viu o mais velho ficar extremamente vermelho, e inclusive achou graça, que finalmente notou a lâmina, porém nada disse e só esperou Haru se levantar todo ruborizado enquanto o achava fofo por isso.

— Eu achei que antes dessa parte rolava um jantarzinho... Ou ao menos o primeiro beijo. — alfinetou enquanto se sentava na cama do maior e assistia os gestos dele com um quê de divertimento e um riso contido. — [color:69bf=ad4946]Relaxe. Eu sei que não foi nada demais.

Noboru ficava felizinho na presença do mais velho, mas como ele não parava para pensar sobre isso, nem ponderava que podia estar sentindo algo pelo maior. No fim, ele se perdeu admirando os traços do outro e nem percebeu, observando o rubor que ele tentava tanto esconder e na verdade acabava ficando ainda mais fofo com isso. Nem percebeu que Haru havia ido escrever alguma coisa até ter o bloco estendido para si, piscando algumas vezes antes de pegar o objeto e ler. Noboru abriu um riso sem graça e coçou a nuca, assentindo com a cabeça.

— Tudo bem... Eu que deveria te pedir desculpas. Fiquei tão curioso com o que fazia que esqueci de anunciar minha presença. — disse e olhou para a mão direita, onde a caixa com os doces ainda estava. Ele olhou outra vez para Haru, que agora tentava esconder o rubor com o joelho, estendendo a caixa pra ele. — Eu quis saber como estava se sentindo então vim te visitar e trouxe isso… São os mesmos doces que comeu lá na loja.

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