Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Aquela manhã estava deliciosa para o genin que estava deitado sob as grossas cobertas, adormecido em um sono tão gostoso que infelizmente chegaria logo ao fim. O adolescente chegava a babar o travesseiro todo enquanto respirava profunda e tranquilamente. Estava vestindo seu pijaminha azul que estranhamente combinava com as cores do resto do quarto simples. Quando uma brisa passou pela janela e sacudiu as cortinas, fazendo alguns raios de luz atingirem seu rosto, Noboru finalmente abriu os olhos lentamente. Ao despertar do seu sono, bocejou, enquanto sua mente começava trabalhar e sua visão embaçada aos pouco se normalizava. Foi durante este processo de despertar que bateram na porta, fazendo o garoto saltar da cama e ir, em passos descalços e apressados, ver quem estava ali. Se perguntava o que poderiam querer aquela hora da manhã, seria algo urgente? Abriu a porta, coçando um dos olhos sonolentos e observando o rapaz a sua frente com a outra orbe rubra. Um quê de curiosidade estampou seu rosto ao ver o pergaminho e pegá-lo, ouvindo com atenção o rapaz.

— Obrigado. Tenha um bom dia. — disse ao garoto de fios escuros enquanto já ia desenrolando o pergaminho.

Leu atentamente o conteúdo, que afirmou suas suspeitas sobre a urgência, e enrolou o objeto, agradecendo outra vez ao moreno e fechando a porta. Subiu para o quarto em passos apressados, não queria e nem podia demorar. Ele fez sua higiene matinal e foi se trocar as pressas, afinal as pessoas feridas não deveriam esperar. "Me pergunto como algo assim foi acontecer…" pensou enquanto terminava de se trocar. Suas vestimentas consistiam em seu cropped vermelho, junto a sua calça, o casaco foi preso a cintura, a bandana na testa e por fim foi pegar seu armamento. Observou as novas armas que havia adquirido e tombou a cabeça pro lado levemente. "Acredito que não irei precisar de tanto, porém melhor prevenir que remediar." pensou, pegando suas bolsas de armas e seu Fuuma Shuriken, escondendo-o abaixo do casaco. Por último foi até sua aljava, pondo ela nas costas e, antes de sair, observou o arco com uma sobrancelha erguida. Como não daria conta de levar tanta coisa, abriu sobre a cama o pergaminho completamente vazio que havia adquirido e pôs o arco sobre ele.

— Fūnyū no Jutsu!

Ao exclamar, executou a técnica básica aprendida na academia, fazendo o objeto ser sugado para dentro do papel e assim selando o arco. Noboru guardou o pergaminho consigo e suspirou, se pondo a sair de casa correndo. Sentiu o clima frio, o que era natural na vila, porém estava um pouco menos gélido que nos dias anteriores, provavelmente devido a chegada da primavera. Era bom sentir uma temperatura um pouco mais agradável, afinal estava acostumado com o clima de Uzushio quando este não estava ameno demais. Infelizmente não tinha tempo para aproveitá-lo, apenas deveria ir adiante. Noboru passou correndo pelas ruas da vila, claramente apressado, rumo ao gigantesco edifício que era o hospital onde precisavam de sua ajuda.

Ao chegar procurou de imediato por onde seria a ala C, os olhos rubros então se arregalando em espanto ao avistar o estado que o local se encontrava. O hospital era tão belo e parecia ter sido tão bem construído, como poderia ter acontecido algo assim? Bom… não importava. Tudo que sabia era que devia focar em dar o suporte que pediram. O olhar do pesquisador correu por toda a movimentação daquele ambiente até avistar a mulher que, a julgar pelas ordens prolatadas em gritos, seria a chefe. Aproximou-se rapidamente dela, indo cutucar o ombro da azulada para chamar sua atenção.

— Olá, meu nome é Noboru. Solicitaram minha ajuda aqui por conta desse desabamento. — explicou e mostrou o pergaminho que havia recebido. — Por onde eu começo? — indagou e aguardou a resposta… ou talvez o grito.

Palavras: 636
Danos: ---
Consumos: ---

Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Um sorriso estampou o rosto do Inaba, retribuindo o sorriso que fora dado pela azulada e assentiu ao ouvir o nome dela. Esperou atentamente pelas instruções, mas acabou tendo sua atenção, e também o diálogo, interrompidos pelo ninja que aproximou-se com a maca. Os olhos rubros observaram o idoso, estava nitidamente preocupado com o estado dele, mas não podia fazer nada além de desejar que ele ficasse bem. Ao ter a atenção de Mavis sobre si outra vez, focou os olhos vermelhos na mulher e ouviu tudo que ela tinha a dizer. Quando citou seus conhecimentos e seu porte físico, o rapaz não pode deixar de olhar para si mesmo e para a barriga, que ficava em exibição graças aos trajes curtos. Ela estava certa, ele realmente não era um Iryou, apesar do conhecimento anatômico que detinha, não podia ajudar a tratar ninguém.

— Sim, Mavis-sama. — foi tudo que respondeu após receber as instruções, aproveitando para dirigir-se a ela da mesma forma que os shinobi que apareceram ali a pouco. — Darei meu melhor para achar os desaparecidos o mais rápido possível.

Seguindo para os escombros da antiga ala C, Noboru teve que apertar um os olhos por conta de toda aquela poeira, acabando por tossir um pouco também. Não tinha qualquer tipo de problema respiratório, mas isso não significava que era fácil inalar aquele ar. Ele analisou os dois grupos que estavam realizando resgates, ia optar pelo que estava à sua esquerda visto que eram apenas três ali, chegou até a se virar para dar alguns passos apressados em direção a eles, mas não teve tempo pois ouviu o grito por socorro. De imediato, o rapaz procurou a fonte daquilo e, após procurar com bastante atenção, avistou o pequeno buraco com o rosto do garoto a mostra e sua expressão de dor. Por um momento olhou para os outros grupos que já estavam fazendo o resgate de alguém. É, ele não podia ignorar a criança que estava ali e seguiu até ela em passos apressados.

— Vou fazer o possível pra tirar você daí. Sei que é difícil, mas tente ficar calmo. — disse mordendo o polegar e pensando no que fazer. Como estava sozinho para ajudar aquele garoto, optou por realizar um selo de mão e iniciar a técnica de clonagem. — Kage Bunshin no Jutsu!

Com o auxílio de seu clone, o genin começaria a remover os destroços, com todo cuidado e sem pressa para não piorar a situação do menor. Apesar da ânsia por ajudá-lo, não podia correr o risco de machucá-lo por agir de modo impensado e terminar de esmagá-lo sob os escombros. Torcia para que desse tudo certo e pudesse ir ajudar os outros grupos, ou mesmo que alguém livre visse ele e a criança e viesse lhe dar algum apoio.

Palavras: 468
Danos: ---
Consumos: 25CH pela técnica + 50% do chakra restante dividido com o clone.
Clone: Chakra: 200/200

Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Pedra após pedra, Noboru se mantinha empenhado em libertar o rapaz, já imaginando o estado em que se encontraria as pernas do azarado. Um sorriso fraco foi esboçado conforme o menor agradecia repetidamente até desmaiar. O Inaba claramente entendia a razão da fala e ouvir o agradecimento só o motivou a fazer aquilo mais rápido. Uma vez tendo libertado ele, o clone fez um sinal com a mão e desapareceu, devolvendo o chakra que carregava ao Noboru original. Os instantes seguintes, nos quais o adolescente observou a cena, foram curtos e serviram para ele analisar a melhor forma de pegar a vítima daquela fatalidade nos braços, tentando ignorar o nervoso que sentia pela situação. Era apenas um genin no fim das contas, sua experiência era pouca e ver alguém naquele estado era uma novidade para o rapaz. Sendo assim, o incômodo inicial e a insegurança para pegá-lo foram inevitáveis.

Ao levá-lo até Mavis e ouvir seu questionamento, o genin moveu um pouco o pescoço em um aceno positivo.

— Eu estou sim. Só preciso saber para onde levar ele. — disse e pousou os olhos vermelhos sobre o rapaz em seus braços antes de se voltar a Mavis e assentir após ouvir a resposta dela. — Sim, senhora. Estarei de volta logo.

Seguiu as instruções, carregando o outro com extrema cautela para onde seria a ala A. Ouviu os gritos em coro e parou por um momento, observando o que teria acontecido e suspirando aliviado ao ver que era a comemoração por um resgate bem sucedido de mais 3 pessoas. Na atual conjuntura e apesar do acontecido, era bom saber que as coisas estavam andando bem nos resgates. "Você tem mais trabalho a fazer, então melhor se apressar." cobrou-se mentalmente e voltou a caminhar rumo a ala A.

Uma vez em frente ao local, observou a aglomeração com um quê de confusão que logo se desfez. Com toda a situação que o hospital enfrentava, não era de se estranhar que estivesse acontecendo uma aglomeração assim. "Muita gente deve estar aqui para saber sobre parentes internados. Bom… pra quem será que eu entrego você?" indagou-se e olhou outra vez para aquela movimentação. Observou os médicos que estavam sendo coordenados pela moça de cabelos róseos e achou que a melhor opção seria falar com ela.

Com cuidado Noboru tentaria se esgueirar para perto da rosada e, até pensou em pôr o ferido sobre uma das macas vazias, mas achou melhor tentar ter com a mulher primeiro, apesar da mesma estar ocupada com a confusão era quem aparentava estar no comando ali.

— Com licença, Mavis-sama mandou trazê-lo. — observou o garoto. — Devo deixá-lo em uma das macas? — indagou e, caso a resposta fosse sim, iria por ele ali. — Por sinal, antes que eu volte… precisa de alguma ajuda com tudo isso? — e indicaria a aglomeração. Se tivesse uma resposta negativa, voltaria às pressas até Mavis pois, pelas suas contas, ainda faltava o resgate de uma pessoa.

Palavras: 496
Danos: ---
Consumos: ---

Noboru Inaba

Caminhos da Cura

O rapaz de cabelos bicolores estranhou o silêncio que fizeram, mas continuou o que havia ido fazer e falou com a rosada. Assim que ouviu a confirmação sobre por o menor na maca, ele o fez e deixou o rapaz ali, desejando do fundo do coração que ele ficasse bem. Ainda era estranho para Noboru, mas assistir toda aquela cena também o lembrou do que havia decidido quando adquiriu conhecimento sobre a anatomia humana; iria procurar aprender sobre o Iryō-nin e se sentir útil em poder ajudar alguém ferido. Foi tirado de seus devaneios pela rosada que havia negado sua ajuda para com a multidão, então apenas assentiu e fez seu caminho de volta para onde estava Mavis.

A visão a seguir deixou o pesquisador confuso de início enquanto aos poucos um aperto passava a tomar conta de seu peito. A mulher que gritava e dava ordens quando o rapaz chegou, agora estava ajoelhada e chorava. Ele olhou ao redor, buscando entender o que havia acontecido, sentia o ar pesado e triste sobre todos ali presentes e procurava uma resposta, até que... "Ah, não… Foi isso. Então a quinta pessoa era importante pra ela...?" deduziu enquanto via a maca passando com o corpo coberto e se questionou como seria perder alguém assim. Nunca passou por isso, mas imaginava a dor que aquela mulher sentia e… era triste como nada podia ser feito sobre isso. Era uma fatalidade da vida e, como um shinobi, essa não seria a primeira vez que o rapaz veria aquilo… mas isso não significava que aquela cena não ficaria marcada em sua mente. Suspirou e caminhou até a mulher ajoelhada, abaixando-se ao lado dela e lhe tocando o ombro.

— Com licença, Mavis-sama… Eu deixei o rapaz lá. — ele observou que as buscas já haviam sido encerradas e suspirou. Encarou a azulada e esperou alguns segundos para ver se ela iria se recompor, não queria ser inconveniente diante da tristeza dela. — Percebi que já terminaram aqui então não sei se ainda precisa de mim. Quando eu cheguei você percebeu que eu não era um Iryou e eu queria te perguntar como posso me tornar um mas… — Noboru suspirou e removeu a mão do ombro da mulher. — Eu vejo que não está bem... Perdão, eu não quero ser indelicado se está em um momento difícil. Eu posso deixar isso para outra hora.

O Inaba realmente não se lembrava de ter passado por uma situação parecida, sendo assim estava se sentindo pisando em ovos para falar com ela, principalmente por ela ser uma desconhecida.

Palavras: 430
Danos: ---
Consumos: ---

Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Ele ouviu atentamente a resposta dela, assentindo com certo otimismo e admiração. Ela estava certa, aquela era o tipo de cena que ele deveria se acostumar a ver, mas não significa que ficaria mais fácil com o tempo e a prova disso estava diante dele. Ao ouvir a última fala, conteve um sorriso por achar que aquele não era um momento propício, mas estava feliz por ela ter aceito lhe ensinar e lhe tornar um Iryou. Assim que ela o chamou, levantou-se e passou a acompanhá-la, se sentindo melhor por vê-la recuperar a mesma expressão que possuía quando chegara ali.

Seguiu ela em total silêncio por todos aqueles corredores, rumo ao pequeno prédio nos fundos do hospital. Ele observava tudo curiosamente até chegar até a sala de Mavis, onde os olhos vermelhos do pesquisador brilharam ao notar a quantidade de pergaminhos. "Quanta informação incrível deve ter aqui…" pensou enquanto a mulher pegava alguns pergaminhos e fazia ele depositar um olhar curioso sobre ela. Ele ouviu atentamente o que a azulada disse, sem tirar os olhos da ratazana que fora invocada e que parecia morrer aos poucos. "Por que ela não falou antes de invocar a rata?..." perguntou-se mas apenas assentiu para a mulher e viu ela sair, observando o animal por cerca de uns dois segundos. Dois longos segundos.

Mil coisas passavam na cabeça de Noboru enquanto ele ia olhar os pergaminhos às pressas para saber o que fazer, afinal ela havia lhe deixado uma instrução tão básica... e aquela também não era exatamente a forma de ensino que ele esperava… Ainda tinha a ratazana a beira da morte. Ele leu os pergaminhos e depois moveu um pouco o pescoço, se voltando para o animal. Analisou com calma o estado dela e os cortes, para tentar fazer um diagnóstico e chegar a alguma conclusão de como tratar aquilo. "Calma, Noboru. Com calma você chega lá." pensou e pôs as mãos sobre o pequeno animal de respiração fraca.

Deixou dois pergaminhos abertos perto de si, para ter uma colinha caso fosse preciso, e começou o processo de cura… ou de tentar curar. Enquanto as suas mãos começavam a emanar uma energia de coloração verde, o Inaba seguia as instruções que tinha e buscava enviar precisamente seu chakra para onde a rata estava ferida, agradecendo mentalmente por sempre ter tido naturalmente um grande controle do próprio chakra. "É necessário controle e precisão…" Noboru pensou, se mantendo atento, sentindo sua testa suar pelo nervoso e, a certo ponto, já não sabia quanto tempo estava levando com aquilo, mas sentia que suas pernas estavam um pouco cansadas. "Não importa." pensou. Precisava fazer dar certo. Enquanto seguia as instruções e conceitos dos pergaminhos, analisava se o animal respirava melhor, mesmo que minimamente, e se de fato as feridas estavam se fechando.

Se manteria fazendo aquilo até não ter mais energias. "Ela disse que volta amanhã… sendo assim, sei que não será um processo rápido." pensou enquanto continuava o árduo trabalho.

Palavras: 494
Danos: ---
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Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Noboru observou com expectativa os ferimentos se fecharem e suspirou ligeiramente aliviado e satisfeito. Mesmo que posteriormente ele visse que nem tudo estava saindo de forma perfeita, aquilo já era melhor do que não obter resultado algum. Agora ele tinha que conseguir fazer o animal respirar melhor pois pelo que ele pode notar, apenas curar as feridas não estava resolvendo esse problema. Estaria a rata com algum problema ou lesão no pulmão?

"Vejamos o que eu consigo descobrir aqui…" pensou e parou momentaneamente de emanar o chakra de coloração verde. Usando a ponta dos dedos, tocou de leve o animal na região onde ficaria seu pulmão, tentando descobrir o problema que causava aquela dificuldade em respirar. A parte externa fora fácil de tratar, afinal ele podia ver, mas agora a parte interna ele teria que diagnosticar sozinho com base em seus conhecimentos sobre anatomia.

Assim que entendesse o problema do animal, o Inaba voltaria a pôr as palmas de suas mãos sobre ele e a liberar o chakra outra vez. Agora ele usaria seu controle sobre o chakra para focar em enviá-lo para o interior da pequena criatura, buscando curar o dano que ela teria recebido ali ou ao menos dar suporte para que o animal pudesse recuperar um pouco que fosse da força de sua respiração. "O mais importante é não deixá-la morrer."

Palavras: 224
Danos: ---
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Noboru Inaba

Caminhos da Cura

"Certo. Está estável, é aqui que fica difícil." pensou e foi mexer nos armários em busca dos utensílios para a cirurgia, mas não sem antes acender uma luz para iluminar o local que já estava escuro. O ninja, antes de tudo, foi higienizar suas mãos e preparar a bandeja com o material a ser utilizado. Pegou no armário tudo que achou ser necessário ali, seguindo as instruções dos pergaminhos deixados por Mavis e seus próprios conhecimentos sobre anatomia: clorexetina, lidocaína, um bisturi, uma seringa, gazes estéreis, esparadrapos, alguns analgésicos, dreno estéril, um conector de plástico e um pano estéril. Noboru colocou também um avental que encontrou ali e um par de luvas devidamente higienizadas, além de uma máscara estéril.

Em seguida pegaria o frasco com o dreno com água esterilizada e conectaria em uma sucção. Feito isso utilizaria um conector de plástico para unir as partes e então inserir o tubo no que seria o 4º espaço pulmonar da criatura. Se sentia extremamente nervoso, nunca havia feito nada assim antes, mas não podia errar então inspirava e expirava profunda e lentamente para tentar manter a calma e a concentração em cada um de seus movimentos.

Após marcar o local da inserção, Noboru prepararia a área com um pano estéril, usando um antisséptico de clorexetina, para proteger a área. Em seguida iria inserir lindocaína, um analgésico, em grande quantidade no tecido subcutâneo para então fazer uma incisão com o bisturi, dissecando o tecido e aos poucos o abrindo, chegando a perfuração com a ajuda da seringa e removendo os ossos que atravessavam aquela região.

Noboru continuava no mesmo nervosismo de antes, mas buscou se controlar mais do que nunca, afinal estava em uma das partes mais importantes. Já havia aberto o animal e resolvido a perfuração, mas tinha que finalizar corretamente para que os ossos não voltassem a perfurar o pulmão do bicho. Com o auxílio de um dedo, ampliaria e prenderia na extremidade da perfuração o tubo que serviria para ajudar na respiração do animal. Em seguida costuraria a área que havia sido aberta. Fazia tudo calmamente e de modo firme, para então inserir duas gazes estéreis para ajudar a selar a ferida, usando uma das mãos para enviar o chakra curativo e acelerar o processo.

O pesquisador suava frio, se atentando ainda mais aos passos finais. Fez uma leve pressão e utilizou esparadrapos para sustentação, por fim ia conectar o tubo do dreno em selo de água, pois com o dreno iria conseguir tirar o resquício de qualquer coisa que pudesse vir a intervir na respiração; água, sangue ou o próprio ar. Após concluir tudo e limpar devidamente a área onde fizera o procedimento, manteria o animal em repouso e observaria o mesmo para averiguar como ele reagiria.

— Isso… deve ser o bastante para a toracotomia. — sibilou finalmente conseguindo relaxar e analisando o animal atentamente para saber como ele reagiria com o tempo.

Palavras: 484
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Noboru Inaba

Caminhos da Cura

O pesquisador sorriu ao ver o animal conseguir respirar bem outra vez, em seguida retirando o avental, a máscara e as luvas, para então se sentar e relaxar um pouco, afinal havia ficado ali em pé durante muitas horas. Os olhos rubros pousaram sobre o relógio que marcava 22:00 e o mesmo pareceu ponderar sobre ir embora. Se sentia cansado e precisava muito deitar em sua confortável cama e dormir, mas... Olhou ao redor outra vez e observou aqueles pergaminhos que ficavam na sala da médica. Um sorriso animado estampou seu rosto e o mesmo pegou os objetos para poder xeretar.

"Eu preciso ficar de olho na ratinha pra ter certeza que ela vai ficar bem, né? Melhor eu ficar por aqui." foi a justificativa que deu para si mesmo enquanto começava a abrir para estudar e revisar o que havia aprendido e sido capaz de fazer naquele dia. Estava feliz com seu próprio resultado, mas não significava que iria perder aquela oportunidade. Acabaria pegando no sono ali mesmo, com alguns pergaminhos no colo e o que estava lendo no momento sobre uma das mesas de metal que havia usado de apoio. Os braços apoiados sobre ela também e a cabeça deitadinha ali. Ao menos quando Mavis chegasse ele já estaria ali.

Palavras: 213
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Noboru Inaba

Caminhos da Cura

O jovem não havia sonhado com nada particularmente importante durante aquela noite e, quando acordasse, a parte mais recente dos seus sonhos que era o que ele se lembraria, seria de estar na confeitaria de seus pais se empanturrando de doces. Provavelmente aquilo era por conta do rapaz estar faminto, afinal não comia nada desde que saiu de casa no dia anterior. Abriu os olhos lentamente com o toque da azulada, e enquanto entendia onde estava, viu que estava mordendo alguma coisa… era o próprio braço. Corou e se recompôs, olhando para Mavis com um sorriso sem graça antes de responder.

— Bom dia, Mavis-sama. — e ao ouvir sobre a vergonha, ele assentiu com a cabeça. Estava mesmo faminto. — Pra ser sincero eu tô mesmo.

Se levantou, ajeitando as roupas brevemente e seguindo ela pelos corredores do pequeno prédio. Ele observou cada uma das pessoas por quem passaram cumprimentá-la, mas não estranhou, afinal ela estava no comando durante o resgate do dia anterior. Provavelmente era uma das médicas mais habilidosas e, consequentemente, mais conhecida ali. Por fim, ele a acompanhou até o refeitório e se sentou ao seu lado, prestes a perguntar o que podia pegar, quando ouviu a fala dela. Os olhos do pesquisador brilharam e ele sorriu antes de responder a pergunta.

— Obrigado por me aceitar, Mavis-sama. Foi… difícil. Eu tive muito medo de cometer algum erro durante a operação. — disse enquanto começava a se servir. — Pensei que daria para salvá-la só usando o chakra nas feridas, mas como ela não respirava bem, examinei e constatei que precisava de uma toracotomia para resolver a perfuração do pulmão. — concluiu a explicação e foi comer.

Palavras: 281
Danos: ---
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Noboru Inaba

Caminhos da Cura

Ao ouvir a pergunta, o rapaz parou de se mover e ficou perdido em seus pensamentos por algum tempo. Ele não estava pensando na coisa mais linda a dizer, nem escolhendo minuciosamente as palavras certas para agradar Mavis e fazer com que ela quisesse torná-lo seu aprendiz. Na realidade o pesquisador só estava fazendo a si mesmo a mesma pergunta e pensando em como ele responderia aquilo; não gostava de se abrir. Algumas lembranças começaram a invadir sua mente, uma delas foi de sua missão com Haru, onde aquela experiência provavelmente havia sido fundamental para tomar aquela decisão. Por fim, virou-se para a azulada e abriu um sorriso antes de começar a falar.

— Porque eu quero salvar vidas. — respondeu de início, ponderando um pouco como prosseguir com aquilo. — Eu estive em uma missão complicada, havia uma moça ferida e eu quis ajudá-la, mas eu não tinha meios. Com isso, vi que se meu parceiro se ferisse eu também não poderia fazer nada por ele. — coçou a cabeça meio sem jeito, ficava realmente desconfortável quando precisava falar dos seus próprios objetivos. — Isso se intensificou hoje quando salvei aquele garoto e vi seu estado. Senti imensa vontade de fazer algo por ele... Então eu quero me tornar um médico para salvar as pessoas, principalmente os meus parceiros, e aumentar a taxa de sucesso das minhas futuras missões. Quero poder dar o suporte necessário e não deixar que meus aliados morram. — concluiu com um olhar confiante e esperou pela resposta dela. Mentiria se dissesse que um frio não passava por sua barriga. Estava ansioso.

Palavras: 267
Danos: ---
Consumos: ---