As habilidades da jovem Hokage eram invejáveis. Sem mover um músculo sequer, ou dar a menor pista do que já plane-java fazer, foi capaz de erguer paredes de pedra em posições diferentes, e, enquanto ainda conversava com o criminoso que ameaçava não apenas a sua vida, como a de outras pessoas inocentes, eliminar uma possível ameaça no bolso do casaco da investigadora na sala ao lado. Então, como se já não fosse o suficiente, a menina trocou de lugar com um clone, sem sequer alterar minimamente o seu tom de voz.
Mas algo estava errado. Angell podia dizer pelo modo como aquele psicopata sorria. Era um sorriso entendedor. De quem sabe muito; sabe demais. Contudo, como se nada tivesse acontecido, o velho Retalhador caminhou pela sala de um lado para o outro, com as mãos atrás de suas costas. Seu tom de voz inalterado, como se conversasse com uma velha conhecida sua; uma amiga. E falasse de trivialidades, coisas banais, do dia a dia.
— Doton. Um elemento presente em praticamente todos os lugares. Muito útil. Sim, sim. Eu mesmo sou bem versado nos usos desse elemento em questão. – Admitiu. E Angell viu o exato momento em que um fiapo de chakra escapou do corpo de Aban, então se enrolou em outro ínfimo grão de energia espiritual, e outro, trançando uma linha fina e que seria praticamente impossível de ser rastreada. Quase.
A Hyuuga assistiu o homem com seu chakra quase absolutamente selado reunir em um instante a energia suficiente para preencher a sala, não por completo, como alguém como a própria Hokage poderia fazer, mas com linhas finas, quase invisíveis, mas que se conectavam perfeitamente a poeira existente no ar. Então Aban fez um movimento com os dedos indicadores de ambas as mãos e a poeira começou a girar ao seu redor, formando esferas comprimidas de areia.
— Você é forte, pequena Hokage. Não tanto quanto seu pai, porém. Mas se melhorasse a forma como enxerga o chakra, como o usa, talvez se aproximasse mais um tantinho do poder que ele possuía. Talvez. – E então ficou claro. Quando ele parou diante do caixão de pedra e estendeu a mão em sua direção. Não importa o quão protegido eles todos estivessem, todos precisavam respirar. E olhando com mais atenção, Angell viu que ela estava com o corpo coberto de poeira fina, quase imperceptível. Assim como todos ali.
Aban começou a fechar a mão lentamente, muito lentamente. E nessa mesma velocidade, a Hyuuga sentiu uma pressão mínima sobre sua pele, como se estivesse sendo esmagada. No início ela não sentia dor alguma, assim como os outros, e no ponto que começou a surgir algum desconforto, Aban cessou o ataque.
— Brincadeirinha. – Disse, com a mão erguida em sinal de paz. O homem riu e foi afligido por uma tosse horrível e incontrolável, e Angell pode ver que o que ele havia dito era a verdade, Aban estava morrendo. E rápido, se a quantidade de sangue em sua mão e queixo era um indicativo.
— Desculpe por isso.E, mais interessante: Ele não atacou o clone de Angell. Como se soubesse o tempo todo.
Mas dos movimentos até então, a forma como Aban usava seu chakra, era de fato muito mais eficiente do que a própria Hokage fazia. Era estranho pensar que um psicopata estivesse tentando mostrar algo, até mesmo ensinar algo, para a Kage de uma vila, mas era exatamente o que parecia. E com aquela eficiência no uso de seu chakra, não deixando se-quer um fiapo de energia ser desperdiçada, enquanto extraia o máximo absoluto de poder de cada fração de energia que liberava, mesmo jutsus simples poderiam ficar muito mais poderosos.
Ou, como era o caso de Aban, mesmo com uma quantia ínfima de chakra, era possível reproduzir feitos surpreendentes.
—X—
OFF: Narre o que decidiu fazer.
Considerações:1. Dúvidas? Críticas? Reclamações? Só chamar no Discord ou mandar MP.
2. Não irei tentar estender a trama além do necessário, mas o sucesso e a conclusão dependem de você.
3. Posto todos os dias à tarde ou durante a madrugada.
5