Agora, tudo que eu precisava era melhorar ainda mais. Como médico já ia bem, já tinha dominado o básico. Mas precisava ser mais capaz de sobreviver em batalhas. Não adiantava nada curar os outros e morrer. Eu treinaria extremamente duro para esse propósito, para me tornar o melhor ninja em combate que pudesse ser. Eu já sabia de minhas capacidades mentais anormais, eu deveria desenvolvê-las ainda mais, além de melhorar meu Ninjutsu em uma área em que eu ainda era muito amador: selos. Eu já tinha um domínio fenomenal, nível Jonin em Ninjutsu normal (liberação Yin-Yang) e um nível básico em algumas transformações de natureza, mas nunca tinha treinado selos.

  Por isso eu vim à biblioteca da vila. Eu poderia aqui pegar manuais dos selos e praticá-los. Além disso: poderia treinar meu intelecto, meus conhecimentos em selos, ninjutsu...

Conhecimento é uma das armas mais poderosas que existe, senão a mais. É ele, em minha opinião, que distingue aqueles que sobrevivem daqueles que morrem. Existe quem prefira confiar em suas capacidades físicas: mas ela decai ao longo da vida, e sempre existirá quem é mais forte e mais rápido que você. A astúcia, o intelecto treinado, e minha inteligência natural seriam meu grande trunfo. Tornaria-me capaz de ganhar de adversários muito mais treinados e mais capazes.

  Primeiro, eu fui à biblioteca, entrei, e então perguntei qual seria a seção relativa aos selos de mão. Eu estava procurando conhecimentos gerais sobre selos. Na biblioteca haviam centenas de exemplares de selos específicos, selos em jutsus e como reorganizá-los utilizá-los de forma mais eficiente, formas alternativas de utilização...

  Peguei um exemplar chamado: “Selos: Conhecimentos Gerais”. Além dele peguei livros de exercícios (para prática).

 “Selos: Conhecimentos Gerais”

  “Os selos manuais ou selos de mão são usados para fazer Ninjutsu, Genjutsu e outras artes secretas do Taijutsu. A quantidade necessária de chakra para executar uma técnica é manipulada pelos selos de mão. Para cada técnica há diferentes sequências de infinitas combinações de selos, o que requer memorização.

  Enquanto técnicas exigem um número de selos, um ninja habilidoso pode usar menos selos ou até usar apenas um para realizar a mesma técnica. Um exemplo disso o Suiton: Suiryūdan no Jutsu, que requer um total de 44 selos para ativar. Mestres em Suiton podem só necessitar usar um selo de mão para completar a técnica, uma prova de sua habilidade. Na verdade, é possível dominar técnicas a ponto de não precisar de um selo de mão único para invocá-las, mas é um feito quase impossível. Apesar de raro, é possível um Shinobi usar selos com uma mão.

  Há doze selos básicos, cada um com o nome de um animal: Rato (子, Ne); Boi (丑, Ushi); Tigre (寅, Tora); Lebre (卯, U); Cavalo (午, Uma); Carneiro (未, Hitsuji); Macaco (申, Saru); Pássaro (酉, Tori); Dragão (辰, Tatsu); Serpente (巳, Mi); Cão (戌, Inu); Javali (亥, I).

  Além dos doze selos básicos, existem selos únicos para certas técnicas. Esses selos são raramente vistos, e são considerados únicos para jutsu específicos.”

  A explicação foi bem útil, apesar de alguns conhecimentos já tiverem sido ensinados na academia. Além disso: vinha dentro do livro um manual de como executar cada selo e transições entre cada um dos doze básicos. Eram dezenas de transições e possibilidades. Passei algum tempo treinando, primeiro, a execução perfeita dos doze selos básicos. Depois, um por um, fui trabalhando as transições de um selo por outro. Começando com a transição do Rato pro Boi, depois do Rato pro Tigre, e assim por diante. A cada dia eu voltava para a biblioteca, para memorizar as informações, retreinar as transições que eu já sabia, e trabalhando outras novas. Em uma semana eu já conseguia, quase que perfeitamente, realizar todas as transições. Além disso: treinei, novamente, a execução dos selos para os jutsus básicos, e percebi avanço na minha velocidade os executando e realizando o jutsu.

 Selos são uma arte sutil. A execução de cada um tem que ser perfeita, a deformidade em um jutsu pode fazê-lo falhar, ou pior: fazê-lo ter outros efeitos indesejados. É preciso trabalhar cada jutsu básico até a exaustão, para que qualquer mínimo erro seja perceptível e imediatamente ajustável. Além de trabalhar as transições, para que sejam feitas de forma rápida e sem deformação dos selos, afinal: no mundo ninja tempo e precisão podem salvar ou custar sua vida. Por isso treinei exaustivamente, até mesmo a execução de selos de outros Jutsus que eu não dominava ainda, para melhorar minha capacidade de realizar os selos.

 Depois disso sabia que tinha de ter conhecimento em outra área essencial: estratégia, armadilhas. Precisava saber realizar armadilhas. Se não as dominasse jamais seria capaz de vencer ninjas mais capazes. Como diria um autor que eu estava lendo na biblioteca: a guerra é a arte do engano. Se você é capaz, deve se fingir em capaz. Se estiver em vantagem, tem de se fingir em desvantagem. Se estiver ganhando, tem que se fingir perdendo. A vitória em um confronto se dá pela preparação, pelos cálculos anteriores, pela capacidade de analisar corretamente a situação e seus desdobramentos. A vitória não é determinada, absolutamente, pelas capacidades de cada indivíduo. Mas pela sua capacidade em calcular, em perceber suas forças e fraquezas, as circunstâncias. E se tem uma coisa em que sou bom: é calcular.

  “Arte da Guerra”

  “Guerra: burlar o consenso. Portanto, se hábil, mostre-se-lhe inábil; se aplicável, mostre-se-lhe inaplicável; se distante, mostre-se-lhe próximo; se próximo, mostre-se-lhe distante. Parecendo vantagem, seduza-o. Parecendo confuso, tome-o. Sólido, finja se preparar. Forte, pareça fugir. Inflamado, apresente-se frágil. E ataque o seu desaprontamento, manifeste-se em seu inseperado. Essa é a [maneira de obter] vitória do estrategista, algo que não pode ser propalado de antemão.

  Aquele cujos cálculos [comparativos], antes de guerrear, na corte, excederam [os da outra parte em seu resultado], obteve muitos tentos. Aquele cujos cálculos [comparativos], antes de guerrear, na corte, não excederam [os da outra parte em seu resultado], obteve poucos tentos. O de muitos tentos vence. O de poucos tentos não vence. Nem se fale do sem tento nenhum! Eu, pela observação disso, vejo a vitória ou a derrota.”

  Que obra prima sobre a guerra! Tomaria-a como guia na estratégia e nos combates. E assim, encerrei meus estudos em estratégia e selos.