Alguns dias se passavam e nenhuma missão nova surgia, os questionamentos e inseguranças da jovem começavam a surgir. ”Será que eu fiz algo errado e estão me dando um tempo para pensar?”, pensava sem saber o que fazer durante seu dia. Ainda deitada em sua cama vendo seu pequeno caderno onde havia detalhes mais precisos sobre suas missões a procura de algum erro, a manhã se passava e o almoço já estava pronto. O cheiro de arroz invadia o quarto de Kuri que se levantava para almoçar com sua família ou quem quer que esteja lá.

Com um pote de arroz e algumas fatias de ovo cozido no estômago, era tudo que a menina precisava para ter um ótimo dia de estudos. ”Hoje irei estudar e ver em que irei me especializar já que só sei usar técnicas básicas”, concluía a jovem com seu coração decidido. Se dirigia para sua mãe que tinha uma irmã que é uma ninja e falava:

— Mãe você não teria nenhum livro da tia Yoona, não? Estava querendo muito ler sobre ela e quem sabe um dia superá-la já que ela foi a maior ninja da família até então.

— Lá no sótão tem uma caixa com as coisas da sua tia que ela me pediu para guardar, tome cuidado quando for mexer nessas coisas.

Kuri deixava seus hashis e pote de arroz na mesa mesmo, corria em direção ao sótão, puxava a escada e ligava uma única lâmpada que tinha naquele cômodo. Era uma luz amarelada, antiga que dava até mesmo um tom assustador, mas felizmente a moça não estava ligando muito para isso. No centro do sótão estava a caixa, havia quase algo a puxando para o objeto, sua total atenção estava voltada para o item.

Com ele em mãos partia para seu quarto, sentada em sua cama ela tirava um pouco da poeira e logo notava um grande quebra cabeça na tampa. A caixa era vermelha carmesim a parte superior era toda quadriculada e estava totalmente embaralhada, havia uma textura que deixava claro que uma imagem maior iria aparecer uma vez que o quebra-cabeça estivesse completo. Sem muito mais para onde ir na caixa, Kuri decidiu resolver o problema, movia quadrado a quadrado. Sua tática era simples tentava encontrar o primeiro canto e daí seguia encaixando peça a peça até que as texturas se completassem.

Sempre que estava para completar o problema, as últimas peças não se encaixavam e não conseguiam mais serem movidas sem bagunçar todo trabalho anterior feito. Passava algumas horas com seu foco em resolver o enigma, mas não parava com a grande determinação da jovem. ”Acho que vou dar uma pausa, meus braços e coluna estão me matando”, reclamava enquanto se espreguiçava, seguia para a cozinha em ordem de pegar algo para beber.

Com seu copo de suco de melão, Kuri retornava para a bendita caixa de madeira. De forma praticamente automática ela movia peça aleatórias na esperança boba de que ele se resolveria sozinho. O dia já estava acabando e por simples coincidência ela notava algo nas texturas, dependendo do foco de luz a textura mudava da caixa e isso fazia com que ela nunca completasse esse quebra-cabeça.

— A caixa danada, tinha que ter algo especial para eu não estar conseguindo, já estava a muito tempo aqui.

Dizia para si vendo que tudo era uma questão de ponto de vista. ”Está bem, eu sei que as texturas mudam, mas o que eu posso fazer para resolver isso e abrir a caixa”, pensava e pensava a menina que tomava outra golada de seu suco de melão. Pensando sobre seu clã e com a ajuda de seu pequeno caderno ela via que seu clã era muito baseado em genjutsus e manipulação de ferro. Um estalo na mente de Kuri ocorria, tudo fazia sentido agora:

— A sensação de ser puxada para a caixa… isso só pode ser um genjutsu.

Numa medida de anular isso, a kunoichi fazia o selo necessário, fechava seus olhos e dizia em voz alta concentrando seu chakra:

— Kai.

Ao abrir os olhos via que o quebra cabeça estava sempre completo desde o início, pois a textura se encaixava em qualquer lado, independente da posição em que se encontrava. Era de fato algo engenhoso, Kuri via que genjutsus podem ser coisas simples que podem ter efeitos grandiosos. Sem pestanejar ela abria aquela parte da caixa, infelizmente o item se mostrava mais guardado que dinheiro em banco, pois havia um outro segmento com outro problema de lógica para ser resolvido.

O novo segmento parecia simples aos olhos de Kuri, um labirinto, mas não havia nenhuma bolinha e apenas um buraco que a ninja acreditava que deveria chegar com algo ali. ”Estranho, deveria ter alguma bolinha de metal aqui”, concluía a garota já ficando um pouco impaciente. Pegava a caixa nas mãos e começava a sacudir tudo, prestava atenção em sua audição para ver se tinha algo que pudesse ser uma bola ali dentro. De forma bem mal feita e perigosa fazia com que uma agulha saísse do canto oposto ao buraco do labirinto se projetasse para fora.

— Meu clã é nojento e despreocupado demais, se eu bato com isso no meu olho, vou reclamar com a minha tia quando ver ela novamente.

Dizia já resmungo e estressada, colocava a caixa de volta na cama e colocava o dedo ali para que um pouco de sangue entrasse no labirinto. Com a dor de ter o dedo furado seus olhos se ativavam, manipulava o sangue para que chegasse até o outro lado do labirinto, mas paredes invisíveis apareciam no meio do caminho estressando ainda mais Kuri. Com raiva ela simplesmente colocava seu dedo na agulha e inundava o labirinto inteiro até chegar no lugar para destrancar.

Um som de cadeado abrindo ecoava para fora da caixa e assim ela finalmente conseguiu abrir aquela coisa, dentro só havia um papel dizendo ”venha me encontrar”. Mais estressada ainda Kuri resolveu ir dormir, pois a falta de sangue estava lhe dando uma leve tontura.

Obs:

Jutsus usados: